Slide 1 - Cliografia

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FILOSOFIA MODERNA E
ILUMINISTA
Profª Karina Oliveira Bezerra
Aula 07
Unidade 01. Capítulo 04: p.56-57
Unidade 08. Capítulo 05: pg. 449-450
René Descartes:
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/moderna.htm
FILOSOFIA MODERNA: (DO SÉCULO XVII A
MEADOS DO SÉCULO XVIII) P.56-57
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Esse período, conhecido como o Grande Racionalismo
Clássico, é marcado por três grandes mudanças intelectuais:
1. Aquela conhecida como o “surgimento do sujeito do
conhecimento”
Isto é, a Filosofia, em lugar de começar seu trabalho
conhecendo a Natureza e Deus, para depois referir-se ao
homem, começa indagando qual é a capacidade do intelecto
humano para conhecer e demonstrar a verdade dos
conhecimentos.
Em outras palavras, a Filosofia começa pela reflexão, isto é,
pela volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer
sua capacidade de conhecer.
Por isso, a segunda pergunta da Filosofia, depois de
respondida a pergunta sobre a capacidade de conhecer, é:
Como o espírito ou intelecto pode conhecer o que é diferente
dele? Como pode conhecer os corpos da Natureza?
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2. A resposta à pergunta acima
constituiu a segunda grande
mudança intelectual dos
modernos, e essa mudança diz
respeito ao objeto do conhecimento.
Para os modernos, as coisas
exteriores (a Natureza, a vida social
e política) podem ser conhecidas
desde que sejam consideradas
representações, ou seja, idéias ou
conceitos formulados pelo sujeito do
conhecimento.
A natureza e a sociedade ou política
podem ser inteiramente conhecidas
pelo sujeito, porque elas são
inteligíveis em si mesmas, isto é, são
racionais em si mesmas e propensas
a serem representadas pelas idéias
do sujeito do conhecimento.
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3. Essa concepção da realidade como intrinsecamente
racional e que pode ser plenamente captada pelas idéias e
conceitos preparou a terceira grande mudança intelectual
moderna.
A realidade, a partir de Galileu, é concebida como um sistema
racional de mecanismos físicos, cuja estrutura profunda e invisível
é matemática. O “livro do mundo”, diz Galileu, “está escrito em
caracteres matemáticos.”
A realidade, concebida como sistema racional de mecanismos
físicomatemáticos,deu origem à ciência clássica, isto é, à mecânica.
Mecânica é o ramo da física
que compreende o estudo e
análise do movimento e
repouso dos corpos, e sua
evolução no tempo, seus
deslocamentos, sob a ação
de forças, e seus efeitos
subsequentes sobre seu
ambiente.
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A realidade é um sistema de causalidades racionais rigorosas
que podem ser conhecidas e transformadas pelo homem.
Nasce a idéia de experimentação e de tecnologia (conhecimento
teórico que orienta as intervenções práticas) e o ideal de que o
homem poderá dominar tecnicamente a Natureza e a
sociedade.
Predomina, assim, nesse período, a idéia de conquista
científica e técnica de toda a realidade, a partir da explicação
mecânica e matemática do Universo e da invenção das
máquinas, graças às experiências físicas e químicas.
Existe também a convicção de que a razão humana é capaz de
conhecer a origem, as causas e os efeitos das paixões e das
emoções e, pela vontade orientada pelo intelecto, é capaz de
governá-las e dominá-las, de sorte que a vida ética pode ser
plenamente racional.
A mesma convicção orienta o racionalismo político, isto é, a
idéia de que a razão é capaz de definir para cada qual o melhor
regime político e como
mantê-lo racionalmente.
A mesma convicção orienta o racionalismo político, isto é, a
idéia de que a razão é capaz de definir para cada sociedade
qual o melhor regime político e como mantê-lo racionalmente.
DESCARTES (1596-1650):PAI DA FILOSOFIA
MODERNA
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Descartes começa por refletir sobre as perguntas
inquietantes do cético: Será que nossos sentidos
não nos enganam sempre? O que é que garante
que não estamos sempre alucinando ou sonhando?
"A filosofia nos ensina falar com aparência de
verdade sobre todas as coisas, e nos leva a ser
admirado pelos menos eruditos. . . . [Contudo,
apesar de] a filosofia ter sido cultivada por muitos
séculos pelas melhores inteligências que jamais
viveram, . . . não há, nela, uma só questão que não
seja objeto de disputa, e, em conseqüência, que não
seja dúbia.
Para ele, a filosofia somente seria capaz de escapar
dos ataques do cético se tivesse, como base de
sustentação, um ponto de apoio arquimédico que
fosse certo e indubitável. É a busca desse ponto
de apoio que caracteriza sua filosofia.
A matemática o impressionou, "por causa da
certeza de suas demonstrações e da evidência de
seu raciocínio"
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Um indivíduo (seja ele uma pessoa comum ou um cientista) desenvolve
muitas de suas crenças antes de chegar à idade da razão.
Mesmo depois da idade da razão, frequentemente adquire crenças através
do exercício não-crítico de sua atividade sensorial, de testemunhos não
confiáveis de outros, de apelo a autoridades indignas de crédito.
Quem pretende ser racional em suas convicções, tem, mais cedo ou mais
tarde, de limpar a sua mente de todas as suas crenças, duvidando de tudo
aquilo que é incerto e passível de dúvida, e reconstruindo suas crenças
sobre um novo fundamento, certo e indubitável.
Examinando com atenção o que eu era, e vendo que podia
supor que não tinha corpo algum e que não havia qualquer
mundo, ou qualquer lugar onde eu existisse, mas que nem
por isso podia supor que não existia; e que, ao contrário,
pelo fato mesmo de eu pensar em duvidar da verdade das
outras coisas seguia-se mui evidente e mui certamente que
eu existia;
ao passo que, se apenas houvesse cessado de pensar, embora tudo o mais que
alguma vez imaginar fosse verdadeiro, já não teria qualquer razão de crer que eu
tivesse existido, compreendi por aí que era uma substância cuja essência ou
natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de nenhum
lugar, nem depende de qualquer coisa material.
René Descartes. Discurso do método.
ESPINOSA SÉCULO XVII P.449-450
Para Espinosa, somos seres naturalmente passionais, porque sofremos a ação de
causas exteriores a nós.
As paixões não são boas nem más: são naturais. Três são as paixões originais:
alegria, tristeza e desejo. As demais derivam-se destas.
Assim, da alegria nascem o amor, a devoção, a esperança, a segurança, o
contentamento, a misericórdia, a glória;
Da tristeza surgem o ódio, a inveja, o orgulho, o arrependimento, a modéstia, o
medo, o desespero, o pudor;
•Do desejo provém a gratidão, a cólera, a crueldade, a ambição, o temor, a ousadia, a luxúria, a
avareza.
•Uma paixão triste é aquela que diminui a capacidade de ser e agir de nosso corpo e de nossa
alma; ao contrário, uma paixão alegre aumenta a capacidade de existir e agir de nosso corpo e de
nossa alma.
•Que é o vício? Submeter-se às paixões, deixando-se governar pelas causas externas. (O vício
não é um mal: é fraqueza para existir, agir e pensar.)
Que é a virtude? Ser causa interna de nossos sentimentos, atos e pensamentos. Ou seja, passar
da passividade (submissão a causas externas) à atividade (ser causa interna). (A
virtude não é um bem: é a força para ser e agir autonomamente.)
•Observamos, assim, que a ética espinosista evita oferecer um quadro de valores ou de vícios e
virtudes, distanciando-se de Aristóteles e da moral cristã, para buscar na ideia moderna de
indivíduo livre o núcleo da ação moral. Em sua obra, Ética, Espinosa jamais fala em pecado e
em dever; fala em fraqueza e em força para ser, pensar e agir.
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