Slide 1 - RExLab

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EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DE MANDACARÚ (CEREUS
JAMACARU A. DC. ) DE RESTINGA DA REGIÃO DE TUBARÃO
Engenharia Química
LÚCIO, Priscila Braga¹; JOÃO, Jair Juarez²
1- Acadêmica do Curso de Engenharia Química, Bolsista do PUIC
2- Professor, Coordenador de Centro Tecnológico (CENTEC), Orientador do PUIC
Introdução
Nas últimas décadas as plantas medicinais têm despertado grande interesse na parte
tecnológica no mundo inteiro (CNS, 2003). No Brasil, a comercialização de
preparações exclusivamente à partir de plantas medicinais foi prevista oficialmente
desde a primeira edição da farmacopéia brasileira, em 1929. As universidades e os
institutos brasileiros vêm contribuindo bastante para descobertas de novas moléculas
que poderão ser aproveitadas para pesquisa fitofarmacêutica de plantas medicinais.
As plantas medicinais constituem-se numa fonte alternativa de medicamentos e seus
usos com finalidades terapêuticas vêm crescendo gradativamente nos últimos anos
entre a população em geral. Um dos principais fatores que contribui para esse fato são
os avanços oriundos de estudos científicos, que comprovam cada vez mais a eficácia
de vários princípios ativos de plantas medicinais.
No Brasil, destacam-se programas de incentivo ao estudo da flora com vistas a
agricultura e pecuária, especialmente com o objetivo de desenvolver a região
Nordeste, que freqüentemente sofre com períodos de seca e fome.
Estas regiões têm como símbolo o Mandacaru, um cacto colunar cujas hastes são
utilizadas para alimentação do gado (ARAGÃO, 2000, P.898), seu chá é utilizado como
antiinflamatório.
Na região Sul do Brasil também se encontra o Cereus Jamacaru A. DC. , na região de
Tubarão planta cuja essa pode alcançar até 10 metros de altura, possui um tronco
multi-ramificado com artículos fortemente costados e espinhos amarelos medindo até
20 centímetros, flores brancas, grandes, numerosas, que se abrem durante a noite.
Os estudos com compostos ativos e a subseqüente determinação dos respectivos
mecanismos de ação e da relação estrutura/atividade devem ser realizados,
principalmente quando o efeito biológico demonstrado pelos compostos representar
um fato novo e interessante.
Desta forma, este projeto visa iniciar estudos de técnicas apropriadas para extração e
caracterização de bioativos de Mandacaru, juntamente com a compreensão
morfológica da planta, fornecerá subsídio para uma avaliação mais efetiva dos seus
bioativos.
Objetivos
O presente estudo teve como objetivo analisar e avaliar condições para extração e
caracterização química de Cereus Jamacaru em restinga e relacionar as
características regionais.
Metodologia
O presente trabalho foi realizado no Centro Tecnológico da UNISUL (CENTEC).
Para a extração dos bioativos de Mandacaru (Cereus Jamacaru A. DC.), foram
utilizadas as hastes da planta sem os espinho, coletadas na região da restinga de
Jaguaruna, litoral Sul de Santa Catarina, praia de Campo Bom, nos meses de outubro
do ano de 2007, fevereiro de 2008 e maio de 2008.
Em laboratório os ramos foram cortados de maneira uniforme e lavados com água
corrente, pesados, e em seguida colocados em um liquidificador simples, para que
fosse moída toda a planta, depois de moído o material foi pesado novamente. Este
procedimento foi repetido da mesma maneira para todas as amostras coletadas.
A realização das análises das amostras foi feita pelo método de extração por Soxhlet,
juntamente com outros métodos adicionais de análise.
O solvente utilizado em todas as extrações foi o álcool etílico (d= 0,788 g/mL).
Cada amostra depois de moída foi posta em refluxo durante 4 horas num aparelho
extrator Soxhlet. Os materiais provenientes das extrações foram postos em uma estufa
por 24 horas a 45°C para que ocorresse a evaporação do solvente.
Resultados
Foram feitos três processos de extração, cada um deles com amostras colhidas em
épocas diferentes do ano.
Em todos os processos de extração foram utilizados a mesma quantidade de
solvente (150 mL de álcool etílico) e o mesmo tempo de refluxo (4h).
Os dados obtidos no experimento são apresentados na Tabela 1:
Tabela 1: Rendimento obtido na extração em três diferentes épocas do ano.
Data
Outubro de 2007
Fevereiro de 2008
Maio de 2008
Amostra
39,31 g
41,13 g
37,54 g
Extrato
4,72 g
5,18 g
5,06 g
Rendimento
12 %
12,5 %
13.4 %
Nota-se que o rendimento não foi igual para amostras colhidas em diferentes épocas
do ano, mesmo assim não se caracteriza uma grande diferença no rendimento do
processo de extração, desvios causados por experimentação também podem ter
influenciado nos resultados.
Conclusões
As pesquisas com plantas medicinais envolvem investigações da medicina
tradicional e popular (etnobotânica), isolamento, purificação e caracterização de
princípios ativos; investigação farmacológica de extratos e dos constituintes químicos
isolados; transformações químicas de princípios ativos e também a operação de
formulações para a produção de fitoterápicos. A integração dessas áreas na
pesquisa de plantas medicinais conduz a um caminho promissor para a descoberta
de novos medicamentos.
Esta pesquisa procurou demonstrar resultados favoráveis para a obtenção de
fitoquímicos de Cereus Jamacaru A. DC. , definindo uma metodologia que
demonstrasse o rendimento da produção de fitofármacos, uma maneira mais rápida
para a extração, pois os tempos para isolamento e identificação de estruturas
possíveis presentes nas amostras é de fundamental importância para um
desenvolvimento mais profundo da pesquisa.
Foi comprovado com as análises laboratoriais que a melhor época do ano para
coletar é durante o mês de maio, uma vez que o cálculo do rendimento para a
amostra coletada neste período foi maior.
Seria interessante não só verificar uma maneira correta para a extração de bioativos,
mas fazer um estudo de técnicas cromatográficas e espectrométricas que
possibilitariam uma identificação mais rápida de compostos presentes nos extratos.
Bibliografia
Aragão, t. C.F.R.; Souza, p. A. S.; Uchôa, a. F.; Costa, i. R.; BLOCH jr, C.; Campos, f.
A. P.; Characterization Of A Metionine-rich Protein From The Seeds Of Cereus
Jamacaru Mill (Cactaceae). Brazilian Journal of Medical in Biological Research,
2000.
Bassani, V. L.; Ortega, G. G.; Petrovick, P. R.; Desenvolvimento Tecnológico De
Produtos Fitoterápicos. Revista Fitos, São Paulo, p. 14-17, 30 jun 2005.
Davet, A.; Estudo Fitoquímico E Biológico Do Cacto-cereus Jamacaru De
Candolle, Cactaceae. Dissertação De Mestrado, Ciências Da Saúde: Ufpr 2005
IBAMA
(Instituto
Brasileiro
<http://www.ibama.gov.br/>
De
Meio
Ambiente).
Disponível
Em:
Braga, R. (1976). Plantas Do Nordeste, Especialmente Do Ceará. Coleção
Mossoroense, Vol. Xlii. Escola Superior De Agricultura De Mossoró, RN, Brasil.
CNS (Conferência Nacional de Saúde). Relatório da XI Conferência Nacional de
saúde. Brasília, (2003). Disponível em: <http://www.datasus.gov.br>.
Figura 01: Fluxograma de extração.
Figura 02: Foto do Cereus Jamacaru
Apoio Financeiro: Unisul
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