1 Tese QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE E PERDA DE PESO APÓS BYPASS GÁSTRICO EM Y DE ROUX: PERDER PARA GANHAR? Mirna Brilmann 2 INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA Programa de Pós-Graduação em Medicina Área de Concentração: Cardiologia e Ciências da Saúde QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE E PERDA DE PESO APÓS BYPASS GÁSTRICO EM Y DE ROUX: PERDER PARA GANHAR? Autor: Mirna Brilmann Orientador: Prof. Dr. Iseu Gus Tese submetida como requisito para obtenção do grau de Doutora ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Área de Concentração: Cardiologia ou Ciências Cardiovasculares, da Fundação Universitária/ Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre 2012 3 B857q Brilmann, Mirna. Qualidade de vida relacionada à saúde e perda de peso após bypass gástrico em y de roux: perder para ganhar? / Mirna Brilmann; orientação [por] Iseu Gus – Porto Alegre, 2012. 109f ; tab. Tese (Doutorado) - Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul / Fundação Universitária de Cardiologia - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2012. 1.Cirurgia bariátrica.2.Qualidade de vida.3.Bypass gástrico. 4.Estudos longitudinais.I.Iseu Gus.II.Título. CDU 616.33-089 Bibliotecária Responsável: Marlene Tavares Sodré da Silva CRB 10/1850 4 DEDICATÓRIA Em mais esta jornada, contei com minha família: meu marido, que com seu amor inquestionável, me deu a tranquilidade para seguir neste caminho e com sua forte personalidade, me proporcionou a segurança que eu precisava para alcançar meus objetivos, que também eram dele; meus filhos, noras e principalmente meus netos que me auferiram a alegria de viver e estudar. Mas, acima de tudo, dedico a meus pais, que ainda jovens, vieram para o Brasil, fugindo da pobreza e da perseguição racial da Segunda Guerra Mundial. Buscavam, e aqui encontraram um lugar seguro para construir um futuro e constituir uma família com dignidade e educação. Para pais judeus, a conquista de um diploma de doutor pelos filhos representa uma de suas maiores realizações pessoais e este valor já faz parte da nossa cultura e buscá-lo faz parte do nosso imaginário. 5 AGRADECIMENTOS Ao Instituto de Cardiologia-Fundação Universitária de Cardiologia, que me abriu suas portas para realizar meu doutorado. Ao meu orientador Prof. Dr. Iseu Gus que com sua sabedoria, experiência, paciência e cordialidade, me auxiliou a trilhar este caminho. Aos professores que, com seu conhecimento e competência, transmitiram parte do seu saber para que eu pudesse continuar nessa busca sem fim. Aos muitos colegas, amigos e companheiros de jornada, pela ajuda nos momentos de alegrias e frustrações. Aos eficientes e gentis funcionários do Instituto de Cardiologia-Fundação Universitária de Cardiologia, que se tornaram amigos indispensáveis, sempre disponíveis a me dar suporte. 6 Descobrir consiste em ver aquilo que todo mundo viu e pensar no que ninguém pensou. Albert Szent-Gÿorgy Von Nagyrapott, Nobel de medicina, 1937. 7 SUMÁRIO 1 BASE TEÓRICA......................................................................................................1 1.1 INTRODUÇÃO....................................................................................................1 1.2 OBESIDADE........................................................................................................3 1.2.1 Aspectos Gerais..........................................................................................3 1.2.2 Transição Epidemiológica.........................................................................3 1.2.3 Comorbidezes.............................................................................................4 1.2.4 Tratamentos...............................................................................................5 1.3 CIRURGIA BARIÁTRICA.................................................................................8 1.3.1 Indicações...................................................................................................8 1.3.2 Cirurgia de Bypass Gátrico em Y de Roux...........................................10 1.4 ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS....................................................................12 1.5 QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE...................................16 1.5.1 Aspectos Gerais........................................................................................16 1.5.2 Sofrimento Psicológico............................................................................18 1.5.3 Questionários de Qualidade de Vida Relacionada à Saúde.................20 1.5.4 Qualidade de Vida Relacionada à Saúde e Obesidade.........................22 1.6 HIPÓTESES.......................................................................................................25 1.6.1 Hipótese Nula...........................................................................................25 1.6.2 Hipótese Conceitual.................................................................................25 1.7 JUSTIFICATIVA...............................................................................................26 1.8 . OBJETIVOS.....................................................................................................28 1.9 REFERÊNCIAS.................................................................................................29 8 2 ARTIGO EM PORTUGUÊS.............................................................................34 2.1 RESUMO...........................................................................................................35 2.2 INTRODUÇÃO.................................................................................................36 2.3 MÉTODOS........................................................................................................38 2.3.1 Delineamento e População Amostral.................................................... 38 2.3.2 Tamanho Amostral..................................................................................38 2.3.3 Critérios de Eligibilidade........................................................................39 2.3.4 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)............................40 2.3.5 Grupo Amostral...........................................................................................40 2.3.6 Variáveis em Estudo.....................................................................................41 2.3.7 Análise Estatística.........................................................................................43 2.4 RESULTADOS..................................................................................................43 2.5 DISCUSSÃO.....................................................................................................45 2.6 REFERÊNCIAS.................................................................................................49 2.7 TABELAS.........................................................................................................51 3 ARTIGO EM INGLÊS......................................................................................56 4 APÊNDICES.......................................................................................................76 4.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.......................77 4.2 INSTRUÇÕES DO PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO...................................79 4.3 INSTRUÇÕES DOS QUESTIONÁRIOS ENVIADOS POR EMAIL............81 4.4 INSTRUÇÕES DO PROTOCOLO ENVIADO POR CORREIO....................83 4.5 ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA PRÉ-CIRURGIA.............................85 4.6 ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA 6 MESES APÓS A CIRURGIA......88 4.7 QUESTIONÁRIO SF-12..................................................................................90 4.8 QUESTIONÁRIO IWQOL-Lite.......................................................................94 9 4.9 AGRADECIMENTO ENVIADO AOS PARTICIPANTES...................... ..97 4.10 LISTA DE SIGLAS...................................................................................100 1 1 BASE TEÓRICA 1.1 INTRODUÇÃO A prevalência da obesidade vem aumentando de forma alarmante nos últimos 30 anos, sendo essa condição considerada um problema de saúde pública. Estima-se que a população adulta mundial portadora de obesidade, com Indice de Massa Corporal (IMC ≥30 kg/m²), já tenha alcançado a cifra de 400 milhões de indivíduos e aqueles com sobrepeso, (IMC entre 25 e 30 kg/m²) esteja em 1,6 bilhão de indivíduos1. No Brasil, entre 1975 e 2003, ocorreu um aumento de 255% na prevalência de pacientes com obesidade mórbida2. Essas estimativas são preocupantes quando se considera a carga de doenças associadas à obesidade - como hipertensão arterial, diabetes melito, dislipidemias, apnéia do sono, doenças cardiovasculares, artropatias, colecistopatias, neoplasias - além do fato de haver maior risco de morte por outras causas em obesos do que em não obesos1-3. Reconhecidamente a obesidade mórbida é uma condição refratária aos tratamentos clínicos, os quais sao constituídos pela combinação de dietas hipocalóricas, atividade física, fármacos inibidores do apetite e fármacos disabsortivos, com uma taxa de recidiva ao redor de 98%4,5. Nesse cenário, o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida, denominada cirurgia bariátrica, destaca-se como única modalidade terapêutica efetiva em longo prazo4. Dentre os procedimentos de cirurgia bariátrica disponíveis, o mais utilizado atualmente, apresentando melhores resultados na Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS), é o By Pass Gástrico em Y de Roux (BPGYR), sendo considerado padrão-ouro entre as cirurgias da obesidade6. Paralelamente ao aumento da prevalência de obesidade mórbida na população brasileira, observou-se um expressivo incremento no número de cirurgias bariátricas 2 pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com um acréscimo de quase 800% entre os anos 2001 e 2010. Tal aumento, possivelmente corresponde à grande demanda por cirurgias para obesidade no Brasil, que é atualmente o segundo país no mundo em número de intervenções desse tipo, com aproximadamente 64,4 mil cirurgias ano. Esta cifra é somente superada pelos Estados Unidos, que realizam cerca de 300 mil cirurgias anualmente2,7. Grande parte das pesquisas em cirurgia bariátrica é composta por estudos de seguimento que privilegiam avaliar a eficácia da técnica em longo prazo. Dispomos de diversos estudos de acompanhamento do pós-cirurgico, incluindo os seis primeiros meses, avaliando a perda de peso. Todavia, poucos consideram as alterações ocorridas na QVRS nesse período. Nos primeiros seis meses após a realização da cirurgia bariátrica estão concentradas as maiores complicações cirúrgicas. É nesse periodo também quando ocorrem as maiores perdas de peso, acompanhadas de significativas modificações clínicas, com melhora ou remissão total das comorbidezes associadas à obesidade5,8. 3 1.2 OBESIDADE 1.2.1 Aspectos Gerais Em todo o mundo, existe mais de um bilhão de adultos com excesso de peso e pelo menos 300 milhões clinicamente obesos. Excesso de peso e obesidade são os fatores de risco que mais contribuem para a carga global de doenças crônicas incapacitantes9. A obesidade tornou-se uma epidemia mundial, com mais de 2,5 milhões de óbitos anuais, sendo que nos Estados Unidos ocorrem anualmente cerca de 300.000 a 400.000 mortes. O International Obesity Taskforce estima que atualmente pelo menos 1,1 bilhão de adultos está com sobrepeso, sendo que 312 milhões destes são obesos. Com a diminuição do ponto de corte do IMC para 23 kg/m2 nos países asiáticos, o número de indivíduos no mundo considerados obesos e expostos ao risco de doenças crônicas não transmissiveis (DCNT) passa a ser de 1,7 bilhão de pessoas10. 1.2.2.Transição Epidemiológica A população latino-americana vivencia um processo de transição epidemiológica, no qual o padrão de desnutrição e doenças transmissíveis vem sendo substituído por um padrão de sobrepeso-obesidade e doenças crônicas11. No caso particular do Brasil, a partir de 1974 o processo de ascensão e melhoria das condições de vida das classes mais pobres implicou maior acesso aos chamados alimentos obesogênicos, criando a denominação obesidade da pobreza. Parte da populacão é, portanto, paradoxalmente favorecida12-13. Esses dados são corroborados pela pesquisa nacional de orçamento familiar, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografía e 4 Estatística (IBGE) em 2010, que revelou aumento de sobrepeso e obesidade em todas as classes sociais, em ambos os sexos, sendo que os brasileiros de menor renda apresentaram maior prevalência de obesidade que os de maior renda, especialmente entre as mulheres14. Fatores demográficos como sexo, idade e etnia, assim como fatores socioculturais, biológicos, comportamentais e ambientais, como tabagismo, etilismo e sedentarismo, por exemplo, são considerados importantes fatores de risco para o sobrepeso15. Entre os fatores que influenciaram a grande incidência da obesidade nos últimos 30 anos, podemos mencionar, o forte impacto das mudanças ambientais e culturais, que estimularam um estilo de vida sedentária, acompanhada de uma alimentação altamente calórica, provocando alterações na estrutura do tecido adiposo5,16. O desenvolvimento da obesidade resulta também de períodos crônicos de desbalanço da ingestão alimentar que se estabelece e se mantêm através de uma continuada elevação e acúmulo energético, suficientes para a aquisição e manutenção de um estado de obesidade5. Portanto, as causas da obesidade são complexas e multifatoriais, ocorrendo pela interação de diversos fatores, como características genéticas, biológicas, neuroendócrinas, sociais, comportamentais e ambientais. 1.2.3 Comorbidezes A obesidade incrementa o risco de morbimortalidade que, por sua vez, se eleva significativamente com o aumento de peso e tempo de obesidade. Segundo o National Institute for Health and Clinical Excellence, adultos jovens com IMC ≥30kg/m², têm 50% maior risco de mortalidade que aqueles com IMC entre 18,5 e 25 kg/m². Recente estudo de metanálise, que incluiu 960 países e cerca de 1 milhão de 5 partipantes observou que houve um aumento médio do IMC, de 0,4 a 0,5 kg/m² por década, tanto em homens como mulheres1. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) referem que as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs)) estão entre os maiores problemas de saúde pública mundial, respondendo por um total de 35 milhões de mortes em 200517. No Brasil, as DCNTs seguem padrão semelhante, uma vez que, em 2007, cerca de 72% das mortes no Brasil lhes foram atribuídas18. Obesidade e hipertensão arterial sistêmica (HAS) estão significativamente relacionadas, e os mecanismos que favorecem o desenvolvimento de HAS em pessoas obesas são complexos e multifatoriais19. Diversos mecanismos estão envolvidos na gênese das cardiopatias desencadeadas ou agravadas pela obesidade que, comprovadamente, constituem fator de risco cardiovascular (FRCV)20. Assim, sobrepeso e obesidade são responsáveis por cerca de 78% dos casos de HAS em homens, e aproximadamente 65% dos casos em mulheres7, sendo o risco de HAS até cinco vezes maior entre pessoas obesas do que entre as com peso normal21. 1.2.4 Tratamentos O tratamento da obesidade vem constituindo um desafio para as diversas áreas que cuidam da saúde, em virtude dos constantes fracassos em alcançar a perda de peso necessária, de forma duradoura. A primeira indicação de tratamento para obesidade tem sido a mudança do estilo de vida, com orientação nutricional e implementação de atividade física periódica. A redução do peso, assim como sua manutenção com o tratamento clínico, pode ser obtida por indivíduos com sobrepeso ou obesidade moderada, porém esses tratamentos não mostram os mesmos benefícios em pacientes 6 com obesidade mórbida22. Há consenso na literatura que a obesidade mórbida é uma condição refratária aos tratamentos clínicos, os quais são compostos pela combinação de dietas hipocalóricas, atividade física, fármacos inibidores do apetite, antidepressivos e outros tipos de medicamentos. Como já visto, a taxa de recidiva é de cerca de 98%, ocorrendo recuperação do peso pré-tratamento em 12 meses e, em cinco anos a maioria retorna ao peso pré-tratamento ou mais. Apenas 11% mantêm a perda de 5 quilos ou mais24. As pesquisas voltadas para os tratamentos da obesidade têm se ocupado prioritariamente em alcançar a perda de peso, dando menor ênfase ao estudo dos demais determinantes que podem determinar a falta de adesão às indicações terapêuticas25. Dessa forma, os tratamentos clínicos, apesar de não oferecerem riscos, produzem perdas de peso pouco relevantes do ponto de vista clínico, envolvendo custos e frustrações24. Os trataments farmacológicos, por sua vez, podem promover discretas perdas de peso adicionais, sendo que, para manter tais benefícios, o uso de fármacos teria de ser prolongado, e é importante levar em consideração que seus efeitos adversos, em longo prazo, ainda são pouco conhecidos12 Todas as terapias convencionais trazem consigo vantagens e desvantagens, que devem ser bem avaliadas para uma tomada de decisão. A cirurgia bariátrica destaca-se, então, como a única modalidade terapêutica efetiva em longo prazo, observando-se cerca de 50% a 60% de redução significativa da massa corporal em 10 anos. O tratamento cirúrgico da obesidade pode ser realizado através de técnicas distintas, que combinam diferentes graus de restrição da capacidade gástrica com derivações intestinais disabsortivas23. No Quadro 1 podem ser observadas as doenças crônicas que podem decorrer dos graus de obesidade e as indicações terapêuticas recomendadas a cada uma delas. 7 Quadro 1. Grau de obesidade, doenças crônicas associadas e respectivas indicações terapêuticas IMC IMC IMC IMC IMC <25 25-29.9 ≥30 ≥30 obesidade ou ≥40 ou normal sobrepeso obesidade IMC ≥27 IMC ≥35 com HAS, diabetes, com HAS, diabetes, hiperlipidemia ou hiperlipidemia ou condições condições relacionadas à relacionadas à obesidade obesidade Orientação Dieta, exercício Dieta, exercício Dieta, exercício dietética e e terapia e terapia e terapia exercício comportamental comportamental comportamental Considerar uso de Considerar uso de fármacos fármacos Considerar cirurgia bariátrica Fonte: Haslam e James, em 200526. Adaptado pelo autor. 8 1.3 CIRURGIA BARIÁTRICA O tratamento cirúrgico da obesidade surgiu na década de 1950, mas só em 1992 foi criado um consenso que estabeleceu normas para a realização desses procedimentos e elaborou critérios para a sua aplicação que tivessem comprovadamente a aceitação e o respaldo da comunidade científica e reconheceu sua superioridade sobre os tratamentos não cirúrgicos para a obesidade mórbida27. Esse fato possibilitou um grande avanço das cirurgias para perda de peso, passando a ter grande aceitação. Desde então, diversas técnicas de cirurgia bariátrica vêm sendo desenvolvidas e aperfeiçoadas, tornando-se mais seguras e menos invasivas. Assim, os procedimentos de cirurgia da obesidade de que se dispõe atualmente, foram fruto de um longo percurso de pioneirismo, décadas de estudos, pesquisas e inovações técnicas, associados a menores riscos cirúrgicos e a menores custos para os pacientes 28. Nos centros cirúrgicos de qualidade, as cirurgias são geralmente seguidas de perdas ponderais médias de 25% a 30%, e a mortalidade pós-operatória costuma ficar bem abaixo de 0,6%26. O tratamento cirúrgico é considerado o mais efetivo para a perda de peso em longo prazo, melhora ou remissão das comorbidezes associadas à obesidade, incremento da qualidade de vida e decréscimo das causas de mortalidade características da obesidade mórbida4. 1.3.1 Indicações O tratamento cirúrgico da obesidade está indicado para pessoas com faixa etária entre 18 e 60 anos, portadores de obesidade mórbida, isto é, indivíduos obesos com IMC ≥ 40 kg/m2. Todavia, indivíduos com IMC ≥35Kg/m2 que apresentem 9 comorbidezes decorrentes da obesidade ou que não tenham se beneficiado de tratamentos conservadores realizados regularmente, há pelo menos dois anos, também têm indicação cirúrgica. Apesar deste procedimento apresentar excelentes resultados para pacientes com obesidade mórbida que a ele se submetem, constatou-se que em alguns casos persiste algum sofrimento psicológico, que pode vir a interferir nos resultados observados no pós-cirúrgico. O tratamento cirúrgico da obesidade surgiu na década de 50 e diversas técnicas vêm sendo aperfeiçoadas para monitorar este procedimento. Em 1992 foi criado o estatuto do National Institutes of Health Consensus Development Conference, que deliberou a superioridade dos tratamentos cirúrgicos sobre os não cirúrgicos para a obesidade mórbida. Assim, elaborou normas para estes procedimentos e critérios para aplicação de técnicas cirúrgicas que tenham comprovadamente a aceitação e o respaldo da comunidade científica27. A presença de transtornos psiquiátricos graves antes da cirurgia tem-se mostrado relacionada a resultados menos efetivos no pós-cirúrgico. Porém, esse tema é controverso na literatura e não há uma contraindicação formal da cirurgia para estes pacientes28. Esse dado é relevante, se considerarmos que 25% a 30% dos pacientes podem apresentar sintomas de depressão quando avaliados no pré-cirúrgico29. As diretrizes-padrão para seleção de candidatos à cirurgia bariátrica foram reiteradas pelas Diretrizes Brasileiras de Obesidade, que consideram como contraindicações para a cirurgia: dependência de álcool ou de drogas ilícitas, presença de doenças psiquiátricas graves e sem controle, risco anestésico e cirúrgico, dificuldade de compreender os riscos e benefícios dos tratamentos indicados, assim como os resultados esperados e falta de comprometimento com as mudanças no estilo de vida requeridas12. 10 Quadro 2. Fatores de risco de mortalidade propostos para a cirurgia de BPGYR IMC ≥ 50 kg/m2 Genero masculino Ter HAS como comorbidade Ter risco de EP (Embolia Pulmonar) como comorbidade Ter idade ≥ 45 anos Fonte: Sjostrom, Lindroos, Peltonen et al., em 2004 30. Adaptado pelo autor. 1.3.2 Cirurgia de Bypass Gástrico em Y de Roux As cirurgias bariátricas são classificadas em: restritivas, disabsortivas ou mistas, de acordo com o uso de restrição ao volume da ingestão alimentar, ao fator disabsortivo isolado, obtido pelas diferentes derivações intestinais ou pela associação de restrição e disabsorção6. Diversas técnicas cirúrgicas têm sido utilizadas nas últimas cinco décadas. No entanto, desde 2005 o procedimento considerado padrão-ouro no tratamento da obesidade mórbida é o Bypass Gástrico em Y de Roux (BPGYR)30. Esse procedimento usa de restrição gástrica e elementos de disabsorção. Consiste na criação de uma pequena bolsa estomacal que ficará diretamente ligada ao intestino delgado, sendo a passagem dos alimentos então desviada de uma grande parte do estômago e do duodeno, impedindo o acúmulo de quantidades maiores de alimentos e evitando a absorção de lipídios (Fig. 1 e 2). Esta é a técnica mais realizada atualmente e tem como característica principal a promoção da sensação de saciedade12. Muitos estudos relatam que mais de metade dos pacientes após o BPGYR perdem cerca de 11 50% do excesso de peso nos primeiros meses, apresentando a diminuição de risco cardiovascular30 e importante redução ou mesmo reversão das muitas das comorbidezes decorrentes da obesidade9. 12 1.4 ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS O IMC é o parâmetro clínico recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e baseia-se em padrões internacionais desenvolvidos para pessoas adultas descendentes de europeus. É o método mais adotado em estudos epidemiológicos para avaliar a obesidade e é a medida mais comumente utilizada para diagnosticar e classificar sobrepeso e obesidade32. Esta classificação é aceita pelas diretrizes brasileiras de obesidade12. No Quadro 3 podemos observar relação de IMC com fatores de risco para morbimortalidade sendo que esse aumento, a partir da faixa de 40 kg/m2, eleva esses índices de forma exponencial. Quadro 3. Classificação do peso em IMC e graus de risco de comorbidades Classificação IMC (Kg/m2) Risco de comorbidades Magreza <18,5 Elevado Peso normal 18,5 – 24,9 Normal Sobrepeso 25,0 – 29,9 Elevado I Obesidade grau I 30,0 – 34,9 Muito Elevado II Obesidade II 35,0 – 39,9 Muito Elevado III Obesidade III, IV, V > 40,0 Muito Elevado IV Fonte: Oria, Carrasquilla, Cunningham et al., em 200532. Adaptado pelo autor. Em 1983, a Metropolitan Life Insurance Company criou o denominado novo padrão de peso para homens e mulheres, expresso em uma tabela que indica o melhor peso, de acordo com a altura e o sexo, para alcançar a longevidade, chamado de “peso ideal”, ainda usado até os dias atuais33. (Quadro 4) 13 Quadro 4. Valores de referência para o peso ideal. Altura (cm) Peso (kg) Altura (cm) Peso (kg) Mulheres Homens Mulheres Homens 148 52,4 171 64.0 67,5 149 52,8 172 64,5 68,0 150 53,0 173 65,0 68,6 151 53,5 174 65,5 69,2 152 54,0 175 66,0 69,7 153 54,5 - 176 66,6 70,2 154 55,0 177 67,2 70,8 155 55,5 - 178 67,7 71,3 156 56,0 - 179 68,3 72,0 157 56,5 68,8 72,4 158 57,0 62,0 181 159 57,5 62,2 182 69,8 73,6 160 58,0 62,6 183 70,3 74,2 161 58,5 63,0 184 74,8 162 59,0 63,3 185 75,5 163 59,6 63,6 186 76,1 164 60,2 64,1 187 76,8 165 60,7 64,5 188 77,5 166 61,8 65,0 189 78,2 167 65,5 65,5 190 78,8 168 62,4 66,0 191 79,5 169 63,0 66,5 192 - 80,3 170 63,4 67,0 193 81,2 180 69,3 73,0 Fonte: Metropolitan Life Insurance Company, em 1983 33. Adaptada pelo autor. Com o crescimento exponencial das cirurgias bariátricas na última década, ocorreu um considerável interesse em estudos relacionados a esse procedimento, buscando dados científicos para sua investigação, já que a perda de peso e sua 14 manutenção passaram a ser consideradas como principais determinantes para avaliar o sucesso desse procedimento e comparar a eficácia de distintas técnicas-5,34. No entanto, apesar da importância de estabelecer um método padronizado para calcular e relatar perda de peso, a literatura é muito controvesa, devido à falta de estandardização dos índices antropométricos para avaliação de perda ponderal após a cirurgia bariátrica34-6. Vale lembrar que a coleta de dados e sua padronização são fundamentais, não só para a análise dos resultados, como também para estabelecer a mesma linguagem no desenvolvimento científico, para reportar a perda de peso em estudos de cirurgia bariátrica e comparar diferentes tratamentos e abordagens. Novos índices vêm sendo propostos e devem servir como instrumentos capazes de captar e avaliar as transformações corporais que ocorrem nos pacientes operados, do pré ao pós-operatório34. Até recentemente os resultados de perda ponderal eram expressos em medidas absolutas, como peso, peso ideal ou unidades de IMC, usados tanto na clínica como em pesquisas. Com o surgimento das cirurgias bariátricas, foram criados novos critérios para a avaliação dos pacientes com obesidade mórbida após a cirurgia34. Tratam-se de medidas relativas, como o percentual de perda de peso (%PP), percentual de peso ideal (%PPI), percentual de perda do excesso de peso (%PEP), percentual de perda do excesso de IMC (%PEIMC) e o percentual de perda do excesso de IMC esperado (%PEIMCE). No Quadro 5, podem ser observados os índices antropométricos para perda de peso atualmente preconizados. 15 Quadro 5. Índices Antropométricos para avaliar perda de peso em Cirurgia Bariátrica Sigla Medida Fórmula PI Peso Inicial IMC Índice de Massa Corporal PP Perda de Peso Considera o peso pré tratamento em quilos (kg). Calcula-se pela fórmula: Peso(Kg.)/Altura² Calcula-se pela fórmula: (peso pré - peso pós cirurgia). O PP informa o valor da perda de peso (kg) EP Excesso de Peso Calcula-se pela fórmula: (peso inicial - peso ideal ). O EP informa o quanto o paciente esta com sobreso em relação ao seu peso considerado ideal. %PP % de Perda Peso Calcula-se pela fórmula: (peso pré - peso pós cirurgia)/(peso pré)x100. Representa o % de perda de peso relacionado ao pré cirurgia .Indicado para para relatar perda de peso em super obesos. % PPI % de Perda de Calcula-se pela fórmula (PP)/(PI) x 100. Peso pré, Peso Ideal dividido peso ideal multiplicado por 100, que vai determinar o % que o paciente está acima do peso ideal considerando o seu gênero e altura % PEP % de Perda do Calcula-se pela fórmula: Excesso de Peso %PEP =100 x PP/EP (Kg) %PEIMC %PEIMCE % de Perda do Calcula-se pela fórmula : Excesso IMC [(IMC pré - IMC pós) / IMC pré] X 100. % Perda do Calcula-se pela fórmula : Excesso de IMC [(IMC pré - IMC pós) / IMC pré - 25] X 100 Esperado Tabela criada pelo autor. Entre eles o mais usado atualmente é o %PEP, porém alguns pesquisadores questionam este índice que usa no seu cálculo o “peso ideal”, desenvolvido para 16 aferir o peso em estudos populacionais e não em amostras clínicas. Os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica apresentam, no pós- cirúrgico, expressivas perdas de peso, sem atingir, no entanto, a perda de peso total preconizada como sendo o “peso ideal”, mas que já seriam suficientes para garantir uma melhora significativa na qualidade de vida, na autoestima e na energia corporal, além de importante redução das comorbidezes que os afligiam. A redução de pelo menos 50% do excesso de peso inicial já pode ser considerada como sucesso terapêutico. Os superobesos que apresentam um IMC ≥ 50 kg/m2 costumam ter após a cirurgia uma perda ponderal absoluta (em quilos) bem maior do que a dos pacientes com menor IMC. No entanto, esta perda ponderal sendo calculada pelo %PEP, que é uma medida relativa, apresenta resultados numericamente menores. Para tais pacientes, alguns autores sugerem que o índice antropométrico mais adequado a ser utilizado é o percentual de perda do excesso de IMC (%PEIMC), que usa como base na sua fórmula o IMC36. Entretanto, Baltazar34 questiona também este método, que utiliza no seu cálculo o IMC, que por sua vez, tem como objetivo final um ponto de corte de IMC de 25 kg/m2. Este autor argumenta que uma meta de IMC de 25 kg/m2, como ponto de corte entre peso normal e sobrepeso, para os superobesos é irrealística e quase impossível de alcançar, além de poder ser lesiva à saúde do paciente, então propõe outro índice, o %PEIMCE, que considera o IMC como referência para seu cálculo 1.5. QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE 1.5.1 Aspectos gerais 17 A expressão qualidade de vida relacionada à saúde, referindo-se à cuidados de saúde, foi mencionada, pela primeira vez, em 1977, no Index Medicus, como um construto dinâmico, referindo-se à saúde física, ao estado funcional, à presença de sintomatologia, ao estado mental, ao contexto social e também às atividades cotidianas que fazem parte da vida das pessoas38. Muitos fatores de natureza clínica, psicológica e sociocultural, como saúde física, saúde mental, longevidade, satisfação no trabalho, relações familiares, disposição, produtividade, dignidade e espiritualidade, estão associados ao termo qualidade de vida e consideram quatro dimensões deste construto teórico: a profissional, a sexual, a social e a emocional. Alcançar a QVRS envolve a avaliação de diversos domínios, incluindo o físico, o psicológico e o bem-estar social39. Diferentes áreas da saúde priorizaram por muito tempo o estudo da doença, a avaliação de sua frequência e sua intensidade, tendo como foco de atenção a morbimortalidade e como objetivo principal evitar e protelar, tanto quanto possível, a ocorrência de morte40. Porém, estes objetivos constituem um paradoxo, pois as intervenções podem ser eficazes na redução da morbimortalidade, mas podem não assegurar a melhora na QVRS do paciente. A OMS buscou redefinir o conceito de saúde como um estado de bem-estar físico, mental e social. Conceituou-a como a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da cultura e no sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Nesta definição, está implícito que o conceito de qualidade de vida é subjetivo e multidimensional, incluindo elementos de avaliação não só positivos, mas também negativos41. Atualmente, acredita-se que o termo “saúde” não signifique apenas “não estar doente”, mas alcançar um estado de satisfação consigo e com a vida. A QVRS é então 18 avaliada a partir de dados mais objetivos e mensuráveis, aplicados às pessoas reconhecidamente doentes do ponto de vista físico, e referindo--se ao grau de limitação e desconforto que, a doença e/ou sua terapêutica acarretam ao paciente8. A QVRS dos pacientes, assim como a intenção de perda e efetiva redução de peso podem ser consideradas como parâmetros de avaliação da eficácia do tratamento realizado. Por este motivo, uma acurada verificação da qualidade de vida relatada é relevante para a avaliação das intervenções terapêuticas, não somente para pesquisas, mas também para a atividade clínica decorrente42. 1.5.2 Sofrimento psicológico Diversos trabalhos científicos publicados nas últimas décadas, relacionados à sobrepeso e obesidade, referem o grande sofrimento vivenciado pelos obesos devido ao estigma e à discriminação a que estão expostos, juntamente com todas as dificuldades biológicas decorrentes da obesidade. Esses estressores podem aumentar tensões que, por sua vez, podem eventualmente desencadear tendências preexistentes de doenças psiquiátricas, aumentando a probabilidade de perpetuação da obesidade43. Considerando a grande incidência da obesidade é possível inferir que é altíssimo o número de pessoas, nas mais diferentes faixas etárias, que estão expostas ao sofrimento representado pela exclusão social 44-6. A literatura tem descrito a presença de atitudes e estereótipos negativos em relação à obesidade também por parte de médicos e outros profissionais de saúde. Além do primeiro aspecto, de cunho moral e ético, há outros de grande importância a percepção dessas atitudes pelos pacientes obesos faz com que relutem em procurar ajuda adequada à sua condição, considerando que os médicos podem estar menos 19 interessados em tratá-los, por acreditarem serem eles pessoas com pouca força de vontade e que pouco se beneficiarão de tratamentos 47. Muitos obesos têm uma valoração negativa sobre sua competência, já que fracassaram, muitas vezes, num comportamento tão básico como o de se alimentar. A sensação é de falência e sua auto avaliação fica então vinculada a um ciclo vicioso de perder peso e voltar a engordar, invalidando todo o seu esforço. Esta condição faz com que se percebam como pessoas disformes, com má apresentação, fora dos padrões físicos socialmente aceitos, afastando-os do convívio social, gerando automaticamente, ansiedade, depressão, comportamentos alimentares inadequados, assim perpetuando a obesidade 48. Pelos padrões sociais atuais, o critério de beleza física é muito valorizado e surge intrinsecamente ligado a um ideal de corpo magro, firme e esbelto. Isso produz no obeso uma pressão social incômoda e uma sensação de inadequação perante os padrões sociais vigentes. Em consequência, surgem dificuldades nos relacionamentos, que muitas vezes se evidenciam através de isolamento do contato social e de evitação na realização de atividades cotidianas que requerem proximidade com outras pessoas43. A discriminação relacionada ao peso se estende à maior parte das áreas do funcionamento social, inclusive nos casamentos. Essas pessoas também são discriminadas na procura de emprego e dentro do ambiente de trabalho. Os prejuízos emocionais causados por tais fatores podem ser fortes determinantes das recaídas e da pouca adesão dos obesos aos tratamentos indicados para perds de peso43, 49. Tem sido descrito na literatura que os obesos da população geral não possuem mais patologias psiquiátricas, quando comparados com não obesos. Todavia, os grupos de obesos que buscam tratamentos e que constituem a grande maioria das amostras das pesquisas realizadas na área, apresentam maior prevalência de 20 problemas emocionais. Relacionar obesidade e fatores psicológicos é uma tarefa complexa que provoca questionamentos para estabelecer se são causa ou consequência15. Apesar de os grupos de obesos que participam de estudos científicos apresentarem marcado sofrimento psicológico, as pesquisas que visam avaliar os resultados dos tratamentos para perda de peso têm se ocupado basicamente em verificar a perda de peso sem em avaliar as alterações do sofrimento psicológico e da QVRS destes pacientes após a realização do procedimento cirúrgico25. 1.5.3 Questionários de Qualidade de Vida Relacionada à Saúde O emprego de instrumentos padronizados de avaliação transformou-se em uma prática valiosa na área da saúde em geral e a literatura médica tem sugerido a realização do processo de validação e adaptação cultural dos instrumentos originais para a língua e cultura do país no qual venham a ser aplicados, em virtude da potencial variabilidade de suas propriedades psicométricas em diferentes ambientes culturais50. Por definição, a validade de um instrumento psicométrico significa a capacidade de um determinado instrumento em avaliar os quesitos para o qual foi delineado a mensurar51. A adoção desses instrumentos introduziu a noção de que a saúde tem diversas dimensões a serem avaliadas e, para tanto, faz-se necessária a transformação de dados subjetivos em objetivos que nos permitam fazer comparações a partir de valores mensuráveis. Para avaliar a QVRS contamos com questionários genéricos que avaliam diferentes doenças e os questionários específicos, que nos permitem avaliar aspectos muito precisos de cada uma delas. Estes últimos, em razão de serem constituídos por 21 questões relacionadas especificamente à determinada patologia, conferem maior capacidade discriminatória entre pacientes portadores da mesma doença, aliada à maior sensibilidade para determinar mudanças no estado de saúde relacionadas a uma intervenção específica 52. A partir dos anos 80, começaram a surgir instrumentos genéricos de avaliação de QVRS, como o Medical Outcomes Study 36-Item Short Form (SF36), o questionário mais utilizados em todo o mundo em pesquisas das mais diversas áreas da saúde38, 53-4 e se destina a avaliar o impacto de uma ou mais doenças na QVRS dos pacientes54. Faz parte do Projeto IQOLA (International Quality of Life Assessment Project), com o objetivo de avaliar a qualidade de vida relativa à saúde e é reconhecidamente capaz de monitorar desfechos em saúde, podendo ser aplicado nas mais diversas patologias, tanto em populações gerais quanto específicas55. O SF-12 Health Surveys por sua vez, é uma versão abreviada do SF36, é multidimensional e mensura os mesmos oito domínios da saúde em geral, tendo a mesma abrangência, mesma capacidade de mensuração e tomando um terço do tempo de aplicação e seus 12 itens avaliam oito domínios55: Capacidade funcional, que avalia o impacto de determinada patologia na realização laboral e nas atividades diárias; aspectos físicos, que avalia as dificuldades relacionadas ao tempo e quantidade de atividades executadas na vida diária; dor, que avalia a intensidade de dor percebida e as limitações impostas nas atividades cotidianas; estado geral de saúde, que avalia a percepção subjetiva relacionada à saúde em geral; vitalidade, que avalia energia e fatores que possam diminuí-la, afetando a vida diária; aspectos sociais, que avalia a integração nas relações sociais, familiares e extrafamiliares; os aspectos emocionais relacionam dificuldades e os problemas 22 emocionais provocados pela doeça na sua saúde mental e avaliam o quanto fatores como tristeza, nervosismo e cansaço podem interferir na vida cotidiana do indivíduo. O desempenho do SF12 está amplamente documentado na literatura, tanto nas versões originais em inglês, quanto nas 30 diferentes versões em outras línguas já validadas e tem sido objeto de escolha em muitos estudos de base populacional que requerem a avaliação da QVRS através de um instrumento sucinto e preciso53, 56-9. Por outro lado, contamos também com os instrumentos específicos, que apresentam vantagens adicionais sobre os instrumentos genéricos, por serem projetados para investigar características específicas de doenças em particular, permitindo captar aspectos mais precisos de cada patologia e avaliar os benefícios específicos de um determinado tratamento60. Esta modalidade de questionário também permite que os pacientes percebam que as questões colocadas, estão diretamente relacionadas à sua própria doença, melhorando a probabilidade de darem respostas e informações mais fidedignas e possibilitando melhores diagnósticos e indicações terapêuticas41. 1.5.4 Qualidade de Vida Relacionada à Saúde e Obesidade Os questionários de QVRS, quando aplicados em amostras de pacientes com obesidade mórbida, oportunizam uma avaliação sob a perspectiva dos próprios indivíduos, do impacto do peso atual na sua vida diária, assim como dos resultados obtidos nos tratamentos 56. O Impact of Weight on Quality of Life-Lite (IWQOL-Lite) foi desenvolvido em meados da década de 1990 em um programa de tratamento intensivo para a obesidade. Foi o primeiro instrumento projetado especificamente para avaliar o 23 impacto da obesidade na QVRS de pacientes obesos. Inicialmente o IWQOL-Lite constava de 74 itens, posteriormente abreviados para 31, mantendo as mesmas características psicométricas da forma mais extensa61. É um questionário que avalia o impacto que o peso de um indivíduo tem sobre sua saúde, suas relações sociais e interpessoais, seu trabalho, sua mobilidade, sua autoestima, sua função sexual, suas atividades diárias e seus hábitos alimentares39, sendo considerada uma das melhores medidas para avaliar a o impacto do excesso de peso62-3. O IWQOL-Lite tem demonstrado ser um instrumento sensível e válido, com fortes propriedades psicométricas com uma consistência interna de 0,90-0,94 para os escores dos seus 5 domínios e 0,96 para o escore total. A confiabilidade teste-reteste alcançou 0,8140,88 para os escores dos domínios e 0,937 para o escore total. Alem dos 5 domínios o IWQOL-Lite tem um escore total, com valores de zero a 100, sendo zero a representação da pior qualidade de vida e 100 a representação da melhor qualidade de vida. Na Tabela 1 apresentamos dados obtidos em um artigo da autora do IWQOLLite39, que avaliou 2.663 pacientes para diferentes amostras. Podemos observar que os dados obtidos mostraram-se responsivos em discriminar diferentes grupos de obesos. Os escores totais da escala indicam uma acentuada diferença no IWQOL-Lite para as pessoas com obesidade e pacientes com obesidade mórbida na comunidade, assim como para pacientes com obesidade mórbida candidatos à cirurgia bariátrica. Tabela 1. Médias e desvio padrão do IWQOL-Lite para diferentes amostras IWQOL-Lite Obesidade Obesidade mórbida n = 711 Média ± DP n = 317 Média ± DP Candidatos à cirurgia bariátrica n=1635 Média ± DP 24 Função física Autoestima Vida sexual Constrangimento em público Trabalho 90,0 (14,9) 87,5 (19,4) 95,1 (13,0) 96, 5 (10,9) 95,4 (11,5) 48,4 (21,2) 45,9 (25,9) 65,9 (29,9) 62,0 (24,7) 68,1 (23,7) 31,7 (25,3) 30,4 (25,3) 45,8 (31,8) 40,8 (25,4) 49,7 (27,5) Total 91,8 (12,0) 54,6 (19,5) 36,9 (19,0) Fonte: Kolotkin, Crosby, Williams, Hartley e Nicol, em 200139. Adaptado pelo autor. 25 1.6 HIPÓTESES 1.6.1 Hipótese Nula A perda de peso seis meses após a realização da cirurgia BPGYR, mensurada por diferentes índices antropométricos, não tem relação com os escores de QVRS, avaliados pelo SF 12 e pelo IWQOL-Lite, em pacientes com obesidade mórbida. 1.6.2 Hipótese Conceitual A perda de peso seis meses após a realização da cirurgia BPGYR, mensurada por diferentes índices antropométricos, esta relacionada aos escores de QVRS, avaliados pelo SF 12 e pelo IWQOL-Lite, em pacientes com obesidade mórbida. 26 1.7 JUSTIFICATIVA A obesidade é hoje reconhecida como a doença mais prevalente no mundo, atingindo proporções epidêmicas, tanto em países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento, vindo a afetar as populações de todas as idades 4,6 . A OMS, em 2008, voltou a declarar a obesidade como uma epidemia global por constituir-se num dos maiores problemas de saúde pública da atualidade5, 6. Dentre os diversos tratamentos para a obesidade mórbida disponíveis, contamos com os procedimentos de cirurgia bariátrica, sendo que o mais indicado atualmente é o Bypass Gástrico em Y de Roux (BPGYR), considerado padrão-ouro por sua eficácia e pela associação com resultados positivos na QVRS 4,6,7 . Na avaliação dos resultados da cirurgia bariátrica, considera-se a perda de peso o parâmetro mais importante para o acompanhamento clínico2, 3. É de consenso que a obesidade é um problema de saúde com causas multifatoriais, porém grande parte dos estudos e pesquisas nessa área estão voltados exclusivamente para os resultados dos tratamentos, ocupamdo-se em mensurar apenas a perda de peso como critério de sucesso da cirurgia, desconsiderando outros fatores que podem incidir e interferir nos resultados 2,5. Entre os estudos de seguimento, que visam avaliar a eficácia da cirurgia bariátrica em longo prazo, poucos relacionam a perda ponderal à avaliação da QVRS específica em obesidade, antes e após os seis primeiros meses da realização do procedimento cirúrgico8 que como já visto, é o período no qual podem ocorrer complicações cirúrgicas, mas também as maiores perdas ponderais, importantes modificações clínicas e melhora ou remissão total das comorbidezes associadas à obesidade mórbida5. 27 Portanto, pensamos que, mensurar e avaliar a QVRS no seguimento dos pacientes após a cirurgia e relacioná-la com a perda ponderal torna-se uma prática importante, considerando que os indivíduos com obesidade mórbida são suscetíveis a experimentar um número de problemas psicossociais que, com frequência, não são adequadamente medidos por instrumentos padronizados disponíveis para avaliar estes quesitos8. Assim, averiguar a relação entre a perda de peso, aferida por índices antrométricos mais fidedignos com os diversos domínios da QVRS através de instrumentos apropriados, pode constituir-se como preditor de resultados, já após seis meses da cirurgia, assim como, excelente auxiliar tanto na indicação como no acompanhamento terapêutico dos pacientes de cirurgia bariátrica. 28 1.8 OBJETIVOS O objetivo geral deste estudo foi avaliar a QVRS e a perda de peso após seis meses da realização do BPGYR. Os objetivos específicos foram: 1. Verificar a relação entre medidas relacionadas ao peso, IMC (Índice de Massa Corporal) e o %PEP (Percentual de Perda de Excesso de Peso), com os escores de QVRS, aferidos pelos SF12 e IWQOL-Lite, antes e após seis meses da realização do BPGYR (By Pass Gástrico em Y de Roux). 2. Avaliar a ocorrência de diferenças nos escores de QVRS entre a linha de base e o seguimento de seis meses após a realização do BPGYR. 29 REFERÊNCIAS 1. 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Surg Obes Relat Dis. 2009;5(5):615-20. 34 2 ARTIGO EM PORTUGUÊS (Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva®) Título Completo: Qualidade de Vida Relacionada à Saúde e Perda de Peso após Bypass Gástrico em Y de Roux: Perder para Ganhar? Título Abreviado: Qualidade de Vida Autores: Brilmann, M., Gus,I., Silva, J.,G. Mirna Brilmann (autor correspondente). Endereço: Rua Engenheiro Ildefonso Simões Lopes, 80. Bairro Três Figueiras. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. CEP: 91330-180. Departamento de Ciências da Saúde do Instituto de Cardiologia – Fundação Universitária de Cardiologia. Telefone: +55 (51) 33340328. A autora não possui conflitos de interesse. Email: [email protected] Iseu Gus. Departamento de Epidemiologia do Instituto de Cardiologia – Fundação Universitária de Cardiologia. Endereço: Av. Princesa Isabel, 395. Bairro Santana. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. CEP: 90620-000. O autor não possui conflitos de interesse. Email: [email protected] Jaqueline Garcia da Silva. Departamento de Psicologia da Universidade de Granada/Espanha. Endereço: Avenida Ipiranga, 6681. Bairro Partenon. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. CEP: 90619-900. interesse. Email: [email protected] A autora não possui conflitos de 35 2.1 RESUMO Introducão: O By-Pass Gástrico em Y de Roux (BPGYR) é considerado o tratamento mais efetivo para perda de peso em pacientes com obesidade mórbida. Entretanto são muito poucos os estudos avaliando seu impacto na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). Objetivos: avaliar a relação entre a perda de peso e a QVRS, em pacientes com obesidade mórbida e a ocorrência de diferenças nos escores de QVRS antes e após 6 meses do BPGYR. Métodos: estudo prospectivo multicêntrico, realizado em três hospitais públicos, com 82 pacientes antes e seis meses após o BPGYR. Para avaliação da QVRS foram utilizados o Medical Outcomes Study 12-Item Short Form (SF-12) e o Impact on Weight Quality of Life-Lite (IWQOL-Lite). Resultados: foi observado que as perdas de peso, seis meses após o BPGYR, estavam relacionadas com a melhora em todos os domínios do IWQOL-Lite, com diferenças estatisticamente significativas (p<0,05). Foram encontradas também diferenças, nos escores do componente físico (ECF) (p<0,001), mas não no escore do componente mental (ECM) do SF-12. Houve correlação positiva entre o percentual de perda de excesso de peso (%PEP) e todos os escores do IWQOL-Lite e correlação negativa entre o IMC e os escores do IWQOL-Lite. Não foi observada correlação entre os escores do SF-12 e as medidas de peso (IMC e o %PEP). Conclusão: As expressivas perdas de peso, observadas no seguimento de seis meses após a BPGYR, estão associadas à importantes melhoras na QVRS. Palavras-chave: Cirurgia Bariátrica · Qualidade de Vida Saúde · IWQOL-Lite · SF-12 · Bypass Gástrico em Y de Roux 2.2 INTRODUÇÃO Relacionada à 36 Estima-se que a população adulta mundial portadora de obesidade (IMC ≥30 kg/m2) já tenha alcançado a cifra de 400 milhões de indivíduos [1]. No Brasil, entre 1975 e 2003, ocorreu um aumento de 255% na prevalência de pacientes com obesidade mórbida [2]. Essas estimativas são preocupantes quando se considera a carga de doenças associadas à obesidade [1,3]. Paralelamente ao aumento na prevalência de obesidade mórbida na população brasileira, observou-se um expressivo acréscimo no número de cirurgias bariátricas reembolsadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com um incremento de quase 800% entre 2001 e 2010. Esse dado, possivelmente, corresponda à grande demanda anteriormente não atendida, por cirurgias para obesidade no Brasil, que atualmente, é o segundo país em número de destas intervenções no mundo, com 64,4 mil cirurgias/ano. Este número somente é superado pelos Estados Unidos, que realizam cerca de 300 mil cirurgias/ano [2,4]. Reconhecidamente, a obesidade mórbida é uma condição refratária aos tratamentos clínicos, com uma taxa de recidiva ao redor de 98% em diferentes estudos [5,6]. Nesse cenário, o tratamento cirúrgico da obesidade destaca-se como a melhor modalidade efetiva e sustentável em longo prazo, observando-se 50% a 60% de redução significativa da massa corporal em 10 anos [5]. Dentre os diversos procedimentos de cirurgia bariátrica disponíveis, o mais utilizado atualmente, por sua eficácia e associação com resultados positivos é o By-pass Gástrico em Y de Roux (BPGYR) [5,7-9] considerado padrão-ouro [9]. Quanto às medidas de desfecho, a perda ponderal tem sido considerada importante parâmetro para avaliar os resultados da cirurgia, do acompanhamento clínico e identificar a perda ponderal necessária para atingir um peso ótimo para cada paciente [10]. Observamos que as pesquisas em cirurgia bariátrica são constituídas 37 geralmente por estudos de seguimento que privilegiam avaliar a eficácia da técnica em longo prazo e identificar preditores de resultados e contamos com poucos estudos clínicos que utilizem instrumentos específicos para avaliar o impacto da perda ponderal na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) [10], principalmente nos seis primeiros meses após o procedimento. Este é o período no qual estão concentradas as maiores complicações cirúrgicas, porém, também quando ocorrem as maiores perdas ponderais acompanhadas de significativas modificações clínicas, com melhora ou remissão total das comorbidezes associadas à obesidade mórbida [6]. Além dos efeitos deletérios da obesidade mórbida sobre a saúde física, devido às limitações que lhe são impostas, ocorre também um forte impacto no funcionamento mental, psicológica e psicosocial devido às limitações nas mais diferentes áreas da vida do indivíduo [6,11]. Assim, os domínios da qualidade de vida devem ser também aferidos para avaliar o impacto do procedimento cirúrgico nos pacientes com obesidade mórbida. Essa aferição deve ser realizada através de questionários padronizados e validados para medição da QVRS, capazes de codificar as percepções subjetivas do paciente em escores numéricos, possibilitando a análise destes desfechos através das metodologias empregadas em pesquisa quantitativa [12-3]. Os questionários de QVRS fornecem uma visão valiosa e complementar, dada pela perspectiva dos pacientes, quanto ao impacto da doença e do tratamento na sua vida diária, enquanto demais avaliações clínicas tendem a concentrar-se em parâmetros como sinais e sintomas [14]. Ainda são escassos na literatura os estudos que usam instrumentos validados para avaliar especificamente a QVRS relacionada à obesidade. A avaliação deste quesito é particularmente relevante para pesquisas nesta área, pois a obesidade mórbida tem exercido um significativo impacto negativo na vida dos pacientes que, 38 segundo as pesquisas, parece melhorar expressivamente com a perda do excesso de peso [15-7]. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre, perda de peso absoluto e relativo, IMC e %PEP com a QVRS, em pacientes com obesidade mórbida antes e 6 meses após a BPGYR. Outro objetivo foi avaliar a ocorrência ou não de diferenças nos escores de QVRS, entre a linha de base e no seguimento dos pacientes . Para tanto foram aplicados dois questionários, o IWQOL-Lite (Impact of Weight on Quality of Life-Lite) e o SF 12 (Medical Outcomes Study 12-Item Short Form), antes e seis meses após o BPGYR. 2.3 MÉTODOS 2.3.1 Delineamento e População Amostral Este foi um estudo prospectivo multicêntrico, realizado em três hospitais do sul do Brasil credenciados para cirurgia bariátrica. Contou, inicialmente, com 89 pacientes adultos, de ambos os sexos, que aguardavam atendimento clínico de acompanhamento para o BPGYR nos ambulatórios das respectivas instituições. As avaliações ocorreram antes e seis meses após a realização da cirurgia, no período entre junho de 2008 a julho de 2010. 2.3.2 Tamanho amostral O tamanho da amostra foi calculado visando comparar as médias dos valores dos escores de qualidade de vida antes e seis meses após a cirurgia bariátrica (teste t para amostras pareadas, bicaudal). A observação de uma amostra-piloto de 19 sujeitos 39 portadores de obesidade mórbida submetidos à cirurgia bariátrica forneceu os desvios padrão e coeficientes de correlação usados para os cálculos, que foram realizados através do software WINPEpi. Para o escore IWQOL-lite, considerando desvios padrão de 65,03 e de 82,65 para os valores do escore antes e após a cirurgia, respectivamente, seriam necessários 81 pares de observações (antes e após a cirurgia) para detectar uma diferença de 26 pontos, considerando um erro alfa de 5% e poder de 80%. Para o componente físico do escore do SF12, considerando desvios padrão de 6,55 e de 7,59 para os valores dos escores antes e após a cirurgia, respectivamente, seriam necessários 71 pares de observações para detectar uma diferença de 3 pontos, considerando um erro alfa de 5% e um poder de 80%. Por fim, para o componente mental do escore SF12, considerando desvios padrão de 5,96 e de 8,27, para os valores do escore antes e após a cirurgia, respectivamente, seriam necessários 60 pares de observações para detectar uma diferença de 3 pontos, considerando um erro alfa de 5% e um poder de 80%. 2.3.3 Critérios de Eligibilidade Participaram desta pesquisa pacientes que aguardavam na lista de espera, previamente avaliados pelas equipes multiprofissionais e considerados aptos para a cirurgia, com idades entre 18 e 65 anos e que concordavam em participar. O projeto desta pesquisa foi aprovado seguindo as normas da resolução do Comitê Nacional de Pesquisa em Humanos, do Comitê de Ética e Comitê Científico do Instituto de Cardiologia-Fundação Universitária de Cardiologia e dos Comitês de Ética dos demais hospitais onde a pesquisa foi desenvolvida, todos situados em Porto Alegre - RS. 40 2.3.4 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) Os pacientes foram informados dos objetivos deste estudo, da duração da entrevista, do seguimento, do sigilo relativo aos dados coletados que seriam utilizados somente para este estudo. Os pacientes foram também alertados que, caso quisessem desistir de participar do estudo, seu atendimento hospitalar não sofreria nenhuma alteração. 2.3.5 Grupo amostral Foram incluídos na pesquisa, para primeira avaliação, os pacientes que estivessem presentes nos ambulatórios aguardando atendimento clínico de acompanhamento para cirurgia bariátrica. Foram excluídos pacientes com grau de instrução abaixo da quinta série do ensino fundamental, para evitar dificuldades de entendimento durante a aplicação do protocolo de pesquisa. O pesquisador responsável pela coleta de dados foi treinado na aplicação do protocolo. A coleta de dados dos pacientes candidatos à cirurgia foi realizada no ambulatório, integrada às consultas multidisciplinares programadas antes da cirurgia. Posteriormente, as equipes forneciam relatórios das cirurgias realizadas ao pesquisador e seis meses após a cirurgia, os pacientes que haviam participado da coleta de dados, voltavam a ser contatados pelo pesquisador, dessa vez, através de telefone, correio ou e-mail. Nas reavaliações feitas via correio, o protocolo de coleta de dados era remetido em envelope lacrado, acompanhado de orientações para o preenchimento e de outro envelope, selado e endereçado para o pesquisador, com instruções para o reenvio. As 41 reavaliações realizadas por e-mail seguiam um processo semelhante, porém via internet. Não foi possível obter seguimento de sete pacientes dentre os 89 avaliados no período pré-operatório, uma vez que não se obteve contato com os mesmos, resultando a amostra em 82 pacientes. 2.3.6 Variáveis em Estudo O protocolo para coleta de dados deste estudo constou de: Entrevista semiestruturada: para determinar o perfil sociodemográfico e história da obesidade Medical Outcomes Study 12-Item Short Form (SF 12): É uma versão reduzida do SF36, questionário genérico de avaliação geral da QVRS, com capacidade de medir, de forma objetiva, a percepção do estado de saúde relacionado à mobilidade física, dor, sono, energia, isolamento social, reações emocionais e impactos da doença na vida diária do paciente [12, 18] Faz parte do Projeto IQOLA (International Quality of Life Assessment Project) e foi validado no Brasil por Ciconelli [19], e teve suas propriedades psicométricas validadas, demonstrando ser um instrumento confiável para avaliação da QVRS [13]. Estudo realizado a partir de inquéritos da população geral de nove países europeus demonstrou que o SF-12 é uma alternativa prática para o SF36 no que diz respeito à avaliação geral da QVRS, tanto em aspectos físicos como mentais [20]. As pontuações obtidas são transformadas em escores de 0 a 100, sendo que 100 representa melhor qualidade de vida [18]. O Impact of Weight on Quality of Life-Lite (IWQOL-Lite) tem como autora a Dra. Ronnete L. Kolotkin e foi validado no Brasil, em 2010, pela Dra.Maria H.E. 42 Mariano. É um questionário autoadministrado, composto por 31 itens, elaborado especificamente para avaliar o impacto da obesidade na QVRS em indivíduos com obesidade, através de cinco domínios relacionados à função física, à autoestima, à vida sexual, ao constrangimento em público e ao trabalho, produzindo escores parciais e, um escore total [21]. Através do estudo de análise fatorial confirmatória, chegou-se a uma solução nos 5 distintos domínios acima mencionados, que apresentaram excelentes índices de consistência interna, variando de α=0,90 a α=0,94 e o alfa geral encontrado foi de 0,96. No estudo de análise fatorial, observou-se que todos os itens do instrumento apresentaram uma carga fatorial maior nos domínios que se destinavam a avaliar [11]. Dessa forma, após a aplicação do IWQOL-Lite, foi possível obter escores parciais, referentes a cada um dos cinco domínios, assim como um escore total. As propriedades psicométricas deste instrumento também foram avaliadas no seu estudo de validação para o Brasil. No estudo de confiabilidade teste-reteste, houve um intervalo de sete dias entre as duas aplicações, com um Intra-Class Correlation Coefficient (ICC) total de 0,91. Os índices de consistência interna do instrumento foram de 0,92 em amostra clínica, 0,95 em amostra comunitária e 0,91 em amostra combinada (clínica/comunitária). As pontuações obtidas são transformadas em notas de 0 a 100, sendo que 100 representa maior qualidade de vida [11]. Medidas antropométricas: As medidas absolutas como: altura, peso inicial (PI) e perda de peso (PP) em kg, antes e após a cirurgia foram aferidas nos ambulatórios das instituições hospitalares por balanças calibradas (Filizola ind. Ltda, São Paulo-SP). As demais medidas utilizadas como, perdas de excesso de peso (EP), índice de massa corporal (IMC), assim como as medidas 43 relativas, que avaliam o percentual das alterações de peso após a cirurgia: percentual de perda de excesso de peso (%PEP), percentual de perda de peso (%PP) e percentual de perda de excesso de IMC (%PEIMC), foram calculadas pela pesquisadora. 2.3.7 Análise Estatística Os dados obtidos foram analisados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences - SPSS 17.0. As médias e desvios padrão e as frequências foram utilizados para descrever o perfil sociodemográfico e antropométrico da amostra. As médias das medidas antropométricas e dos escores de QVRS antes e após a cirurgia foram comparadas pelo teste t de Student para amostras pareadas. O nível de significância considerado foi de p<0,05. Por fim, o coeficiente de correlação de Pearson foi calculado para verificar a existência de associação entre os escores de QVRS e perda de peso (IMC e %PEP) após a cirurgia. 2.4 RESULTADOS Dos 82 pacientes avaliados, 87,8% (n=72) eram do sexo feminino , com média de idade de 39,98±10,85 anos, cor de pele branca (90,2%; n=74), casados ou com união estável (63,4%; n=52), com antecedentes de obesidade na família 87,8% (n=72), com segundo grau completo 40,2% (n=33) e com renda entre 2 a 5 salários mínimos 51,2% (n=42). Demais dados são apresentados na Tabela 1. O perfil antropométrico da amostra, obtido na linha de base e no seguimento, assim como a 44 verificação de diferenças entre as médias de peso, IMC e excesso de peso (índices absolutos), entre os dois tempos do estudo, estão sintetizados na Tabela 2, porém observamos que as médias de perda ponderal antes e após a cirurgia apresentaram diferenças estatisticamente significativas de 38,1kg e uma redução média no IMC de 14,1kg/m2, valores clinicamente relevantes, demonstrando a eficácia terapêutica da intervenção cirúrgica. Todos os índices antropométricos absolutos, antes e após a BPGYR, apresentaram diferenças com p<0.001. Nos índices relativos, obtivemos uma redução de 56% do excesso de peso aferido pelo %PEP e 28,5% de perda do IMC. Com relação aos escores de QVRS, observou-se uma diferença estatisticamente significativa (p<0,001) entre as médias das pontuações obtidas em todos os domínios do IWQOL-Lite aferidos. Quanto ao escore do SF-12, ocorreu uma diferença estatisticamente significativa (p=0,001) entre as médias dos escores do componente físico aferidos antes e seis meses após a intervenção. Entretanto, não foi observada diferença significativa entre as médias dos escores do componente mental desse instrumento (p=0,106). Demais dados na Tabela 3. Na Tabela 4, observa-se uma correlação positiva e estatisticamente significativa entre %PEP e todos os domínios,assim como no escore total do IWQOLLite, bem como uma correlação negativa estatisticamente significativa entre o IMC, os escores parciais e o escore total do IWQOL-Lite. Porém não foram observadas correlações significativas entre os escores dos componentes físico e mental do SF12 e os indicadores de perda de peso. 2.5 DISCUSSÃO 45 A avaliação da qualidade de vida através de questionários padronizados, como o IWQOL-Lite e o SF-12, permite codificar as percepções subjetivas dos pacientes em dados quantitativos, possibilitando o estudo comparativo da QVRS com informações numéricas advindas das pesquisas clínicas e epidemiológicas [12-3, 19,20]. Este estudo demonstrou que a grande redução do peso corporal, já nos primeiros seis meses, nos pacientes portadores de obesidade mórbida submetida à cirurgia bariátrica, esteve relacionada a um aumento estatisticamente significativo na média dos escores de QVRS. As importantes perdas ponderais alcançadas pelo BPGYR têm sido mencionadas por outros pesquisadores [10,22-3], como no estudo de seguimento de um ano [22], que auferiu um %PEP de cerca de 80% no primeiro ano pós-cirurgia e apontou que, aproximadamente 80% dos pacientes da amostra perderam 50% ou mais de excesso de peso, sendo que a maior perda de peso, 60%, ocorreu nos primeiros seis meses. Este estudo demonstrou aumento estatisticamente significativo em todos os domínios do IWQOL-Lite (função física, autoestima, vida sexual, constrangimento em público e trabalho). Em concordância com os resultados deste estudo, pode-se mencionar uma pesquisa que contou com uma amostra de 40 pacientes avaliados pelo IWQOL-Lite, seis meses após a realização do BPGYR, que identificou, através de análise estatística inferencial para amostras pareadas, diferenças significativas de p<0,01 em todos os domínios do IWQOL-Lite e no escore total [23]. Na avaliação dos escores do componente físico do SF-12, da nossa pesquisa, foi encontrada diferença significativa entre a linha de base e no seguimento, porém não se obteve diferença significativa nos escores do componente mental, que nos faz supor que os prejuízos físicos são percebidos pelos pacientes como mais impactantes que os mentais na sua QVRS. Ainda na avaliação do seguimento, houve correlação 46 entre IMC e o %PEP com todos os domínios, assim como no escore total do IWQOLLite. De outra feita, quando utilizamos o SF-12, não registramos nenhuma correlação entre os dois domínios da escala (componente físico e componente mental) com o IMC e o %PEP. Quanto ao impacto da perda de peso na QVRS, aferida pelo SF-12, a ausência de mudança significativa no componente mental, seis meses após a cirurgia, assim como a ausência de relação entre os escores do instrumento com o IMC e o %PEP merecem ser comentadas. É importante salientar, conforme já assinalado por outros pesquisadores que, embora existam domínios semelhantes de avaliação nos dois instrumentos (IWOQOL-Lite e SF-12), como é o caso da função física, o grau em que estes domínios estão correlacionados com outras variáveis pode oscilar entre os instrumentos devido ao fato de um ser específico para a avaliação do impacto do peso na QVRS (IWQOL-Lite) e o outro ser uma medida de avaliação de saúde geral (SF-12) [17]. A título de exemplo, outra pesquisa que utilizou o SF-36 e o IWQOLLite constatou que a perda de peso estava correlacionada a todos os escores do IWQOL-Lite, mas somente com o componente físico do SF-36 [10], à semelhança do que foi observado no estudo em foco. Também, uma metanálise que avaliou a QVRS entre pessoas que procuram tratamento cirúrgico, tratamento não cirúrgico e aquelas que não procuram tratamento algum apontou que o IWQOL-Lite mostrou maiores diferenças nas pontuações entre os grupos, quando comparadas às diferenças encontradas no SF-36, assim, concluindo que o IWQOL-Lite reflete especificamente a relação entre o peso e a QVRS; enquanto que o SF-12 reflete predominantemente a QVRS geral, determinada também por outros fatores [24]. Estes dados fazem crer que o emprego de um instrumento específico para a avaliação do impacto da perda de peso na QVRS, como o IWQOL-Lite, pode melhor delinear os domínios da qualidade de vida que são afetados pela redução de peso, obtida através do tratamento cirúrgico. 47 Os dados obtidos neste estudo permitem concluir que nestes pacientes com obesidade mórbida, submetidos ao BPGYR, a redução do peso corporal observada seis meses após a intervenção está relacionada à melhora da QVRS (todos os escores do IWQOL-Lite e escores do componente físico do SF-12). Como é esperado em pesquisas científicas, este estudo também possui algumas limitações que devem ser comentadas. Em primeiro lugar, trata-se de um estudo longitudinal sem grupos comparativos contemporâneos, embora cada indivíduo tenha sido seu próprio controle na comparação dos desfechos antes e após a cirurgia bariátrica. Em segundo lugar, a amostra foi composta majoritariamente por mulheres (87,8%), o que poderia limitar a extrapolação dos resultados para homens obesos. Porém, grande parte dos estudos relacionados à cirurgia bariátrica demonstram que, apesar da prevalência de obesidade mórbida ser semelhante entre homens e mulheres, são estas últimas que buscam atendimento [2] Não encontramos outros estudos realizados, com delineamento e objetivos semelhantes aos da presente pesquisa, o que demonstra a provável originalidade deste trabalho. A despeito das limitações apontadas, é válido ressaltar que, apesar das possíveis diferenças socioculturais existentes entre os participantes deste estudo e das demais pesquisas mencionadas na discussão destes resultados [10,22-4], estes últimos foram muito similares. Isto permite supor que diferentes amostras de pacientes com obesidade mórbida se comportem de maneira semelhante após a BPGYR, no que diz respeito às variáveis estudadas, independente das diferenças sociodemográficas. O fato de poder levantar esta hipótese, a partir das contribuições deste estudo, representa um avanço no sentido de possibilitar uma generalização dos resultados neste tipo de população. 48 Por fim, embora o tempo de seguimento de seis meses tenha sido suficiente para cumprir com os objetivos, sugere-se que novos estudos sejam realizados, com maior período de acompanhamento dos pacientes, para que seja possível observar maiores variações nos escores de QVRS em longo prazo. 2.6 REFERENCIAS 49 1. Finucane MM, Stevens GA, Cowan MJ, et al. National, regional, and global trends in body-mass index since 1980: systematic analysis of health examination surveys and epidemiological studies with 960 country-years and 9.1 million participants. Lancet. 2011;377:557-67. 2. 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Obes Surg. 2007;17:1357-66. 51 2.7 TABELAS 52 Tabela 1 Características sociodemográficas da amostra Variáveis Sexo Feminino Masculino Cor da pele Branca Preta Parda Amarelo Escolaridade Primeiro grau incompleto Primeiro grau completo Segundo grau incompleto Segundo grau completo Superior incompleto Superior completo Estado civil Solteiro Casado ou união estável Viúvo Separado Renda (salário mínimo) Até 1 2–5 5 – 10 10 – 20 Mais de 20 Atividade física Não Sim Antecedentes de obesidade na família Não Sim n % 72 9 88 11 74 3 4 1 90,2 3,7 4,9 1,2 17 6 10 33 10 6 20,7 7,3 12,2 40,2 12,2 7,3 25 52 2 3 30,5 63,4 2,4 3,7 24 29,3 42 12 2 2 51,2 14,6 2,4 2,4 51 31 62,2 37,8 10 72 12,2 87,8 53 Tabela 2 Perfil antropométrico de medidas de peso em pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica na linha de base e no seguimento de 6 meses Linha de base 6 meses Valor de t Variável [n=82] [n=82] IC (95%) Valor de p (gl) Média±DP Média±DP Peso 129,7 ± 28,7 91,6 ±19,1 33,9-42,3 18,1 (81) <0,001 IMC 48,7 ± 10,3 34,6 ±7,3 12,6-15,6 18,4 (81) <0,001 EP 69,6 ± 27,3 31,5 ±18,9 33,9-42,3 18,1 (81) <0,001 PP** ----38,1 ± 19,1 %PP** ----42,8 ± 19,7 %PEP** ----56,0 ± 17,7 %PIMC** ----28,5 ± 9,4 DP- Desvio padão, IC- intervalo de confiança, gl- graus de liberdade, IMC -índice de massa corporal, EPexcesso de peso, PP- perda de peso, %PP- % perda de peso, %PEP- % perda de excesso de peso, %PIMC -% perda de IMC. * Teste t de Student para amostras pareadas (linha de base versus follow-up). **Medidas possíveis de serem obtidas somente no tempo pós. 54 Tabela 3 Diferenças entre as médias dos escores de Qualidade de Vida Relacionada à Saúde na Linha de Base e no Seguimento 6 meses após a cirurgia bariátrica Média±DP Média±DP Valor de t Variável [n=82] [n=82] Valor de p (gl) Linha de Base Follow-up IWQOL-Lite Função Física 37,0±26,2 78,2±24,7 -12,2 (81) <0,001 Auto Estima 37,3±30,2 73,8±31,7 -9,8 (81) <0,001 Vida Sexual 49,5±34,8 77,4±31,8 -6,1 (81) <0,001 Constrangimento 37,6±30,6 72,9±33,6 -8,9 (81) <0,001 Trabalho 51,1±31,6 78,5±32,0 -7,4 (81) <0,001 Total 237,±69,1 305,9±82,9 SF-12 Componente Físico Componente Mental 39,9±6,0 43,0±8,1 43,6±6,8 44,7±5,2 -3,4 (81) -1,6 (81) <0,001 0,106 55 Tabela 4 Relação entre o IMC e o %PEP com os escores de Qualidade de Vida Relacionada à Saúde IMC no seguimento %PEP Variável Valor de Coeficiente de Valor de Coeficiente de p Pearson p Pearson IWQOL-Lite Total <0,001 -0,42 <0,001 0,39 Função Física <0,001 -0,43 <0,001 0,41 Auto Estima <0,001 -0,38 <0,001 0,37 Vida Sexual 0,006 -0,30 0,009 0,29 Constrangimento em Público 0,002 -0,45 <0,001 0,42 Trabalho 0,002 -0,34 0,005 0,30 SF-12 Componente Fìsico 0,522 -0,07 0,695 0,04 0,796 0,03 0,564 -0,06 Componente Mental IMC- índice de massa corporal, %PEP % -perda de excesso de peso, IWQOL-Lite -Impact on Weight Quality of Life, SF-12 -Medical Outcomes Study 12-Item Short Form. *Correlação de Pearson (linha de base versus follow-up). **Não significante ao nível de significância de 5% (p<0,05). 56 3. ARTIGO EM INGLÊS – (Obesity Surgery®) Full Title: Health Related Quality of Life and Weight Loss After Roux en-Y Gastric Bypass Surgery: Losing to Win? Short Title: Quality of Life Authors: Brilmann, M., Gus I, Silva, J. G. Mirna Brilmann (corresponding author). Address: Engenheiro Ildefonso Simões Lopes, 80. Três Figueiras. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. CEP: 91330-180. Department of Health Sciences, Institute of Cardiology - University Cardiology Foundation. Telephone: +55 (51) 33340328. Email: [email protected] Iseu Gus. Department of Epidemiology, Institute of Cardiology - University Cardiology Foundation. Address: Av. Princesa Isabel, 395. Santana. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. CEP: 90620-000. Email: [email protected] Jaqueline Garcia da Silva. Department of Psychology - University of Granada/Espanha. Address: Ipiranga, 6681. Partenon. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. CEP: 90619-900. Email: [email protected] 57 ABSTRACT Introduction: The Roux en-Y Gastric Bypass Surgery (RYGBP) is the most effective treatment for weight loss in morbidly obese patients. However, there are few studies evaluating its impact on Health Related Quality of Life (HRQOL). Objetive: investigate the relationship between weight loss and HRQOL in morbidly obese patients and if there was difference in HRQOL scores between baseline and follow-up. Method: Prospective Multicenter Study, conducted in three (3) Public Hospitals with 82 patients, six months before and after the RYGBP; to evaluate the HRQOL we applied the SF-12 (Short Form 12) and the IWQOL-Lite (Impact of Weight on Quality of Life). Result: we observed that the weight loss, after RYGBP, was related to the improvement of HRQOL, with statistically significant differences (p<0.05) in every areas of IWQOL-Lite. In the Physical Component Sumary (PCS) summaryof SF-12 (p <0.001), was found a difference between the baseline and the follow-up. However wasn’t found difference in the Mental Component Sumary (MCS) of SF-12. We can found statistically significant correlation between BMI reduction and improvements in HRQOL scores, between %EWL (% excess weight loss) and every IWQOL-Lite scores, and a negative correlation between BMI and IWQOL-Lite scores. No correlation was observed between among scores of SF-12, BMI and %EWL. Conclusion: The significant weight loss observed in the following six months after RYGBP is associated with the improvement of HRQOL. Keywords: Bariatric Surgery · Health-related quality of life · IWQOL-Lite · SF12 · Roux en-Y Gastric Bypass ·. 58 INTRODUCTION It is estimated that the world obese (BMI>30kg/m2) adult population has already reached the figure of 400 million people [1]. In Brazil, between the years of 1975 adnd 2003, the prevalence of morbidly obese patients suffered an increase of 255% [2]. These estimates are alarming, considering the burden of disease associated with obesity [1, 3]. Along with the increase of morbid obesity in the Brazilian population, it was observed a significant increase in the number of bariatric surgeries paid by the Unified Health System (Sistema Único de Saúde - SUS), with an increase of nearly 800% between the years 2001 and 2010. This data, possibly, corresponds to the high demand for obesity surgery (previously unmet) in Brazil which is nowadays the country with the second highest number of such interventions in the world, with approximately 64,400 surgeries per year, a figure surpassed only by the United States, which perform about 300,000 operations annually [2,4]. Admittedly, morbid obesity is a refractory state to the medical treatments, with a recurrence rate of around 98% pointed out in several studies [5, 6]. In this scenario, surgical treatment of morbid obesity stands out as the most tenable and effective therapeutic option in the long term, showing a significant reduction in body mass, about 50 to 60%, in 10 years [5]. Among several available bariatric surgery procedures, the most widely performed, due to its effectiveness associated with better results is the Roux en-Y Gastric Bypass Surgery [5,7-9], which has been considered the gold standard of obesity medical procedures [9]. Regard the outcome measures for the treatment of obesity, the weight loss is an important parameter to evaluate the outcomes of surgery; the clinical follow-up and to evaluate the ideal weight loss for each patient achieve an optimal weight [10]. 59 This weight loss can be best defined by the weight, body mass index (BMI), Weight loss percentage (% WL), Excess of weight loss percentage (%EWL) and Excess of BMI loss percentage (%EBMIL). A great part of the research in bariatric surgery consists of follow-up studies focusing on evaluating the effectiveness of the technique in the long term, as well as in the predictors of outcome identification. However, literature has few studies using specific measurement instruments to evaluate the weight loss onto health-related quality of life (HRQOL) during the six months after the surgical procedure [10]. The first six months after bariatric surgery are the period in which the main postsurgical complications are concentrated, but this is also the period in which occurs the greatest weight loss, accompanied by significant clinical changes, with improvement or total remission of the obesity-related comorbidities [6]. The deleterious effects of obesity on physical and mental health, as well as on the individual social condition are recognized due to the large burden of suffering and limitations in physical, professional, social and psychological functioning that is associated with morbid obesity [6, 11]. Thus, the assessment of these domains of quality of life can be used to measure the impact of a therapeutic procedure in patients with morbid obesity. This measurement should be performed using validated instruments for measuring HRQOL, such as standardized questionnaires (that are able to encode the subjective perceptions of the patient in numerical scores), which enable researchers to analyze the outcome by methodologies applied in quantitative research [12-3]. The HRQOL questionnaires provide valuable and complementary overview about patient’s perspective focusing on the impact of the disease on their daily life; we should consider that clinical assessment tends to focus on clinical parameters such as signs and symptoms [14]. 60 There are few studies that use validated instruments to evaluate HRQOL specifically related to obesity. This assessment is especially relevant to research in this area, because morbid obesity has had a significant negative impact on HRQOL, which, according to studies, seems to improve significantly with the weight loss [157]. Thus, the aim of this study was to investigate the relationship between weight loss, assessed by BMI and %EWL, and the HRQOL in patients presenting morbid obesity. Furthermore, this study was also aimed to assess if there was difference in HRQOL scores between baseline and follow-up. For that, we have applied two questionnaires: Health-Related Quality of Life was measured by the Impact of Weight on Quality of Life (IWQOL-Lite) and Medical Outcomes Study 12-Item Short Form (SF 12), before and six months after the Roux en-Y Gastric Bypass Surgery (RYGBP). METHODS This is a prospective multicenter study conducted in three public hospitals, in southern Brazil, licensed by the Public Health System to perform bariatric surgery. The participants were, at a first moment, 89 adults, of both sexes, which were waiting follow-up clinical assessment to the RYGBP in the respective institutions. The evaluation occurred before and six months after the surgery; and it was carried out from June 2008 to July 2010. In the study were included adult patients, previously evaluated by the multiprofessional health clinical team, who was considered able to submit to the GBP; with ages between 18 and 65 and have agreed with the research. This research project was approved following the rules of the resolution of the Comitê Nacional de Pesquisa em Humanos, Comitê de Ética e Comitê Científico do Instituto de Cardiologia-Fundação Universitária de Cardiologia, and lhe Comitês de 61 Ética do from lhe other Hospitals, all located in Porto Alegre – RS. Patients were informed about: research goals, interview’s length, follow-up, confidentiality on the data measured and also that the data collected would be used only for this study. They also were also informed that if they wanted to quit the study, their clinical health care would not suffer any change. Evaluations were performed using a protocol consisting of an interview with socio-demographic data, history of obesity, anthropometric measurements and two scales to assess HRQOL. At the study were included, for the first evaluation, patients who were present in the hospitals waiting for their clinical follow-up from bariatric surgery, and who agreed to participate. Patients with educational level lower than fifth grade of elementary school were not included in the study, in order to avoid difficulties in understanding the content of the research protocol. The researcher responsible for data collection was trained in administering the protocol. Preoperative data collection was performed individually in the preoperative evaluation clinic, integrated to the scheduled multidisciplinary appointments. Subsequently, health teams of the institutions provided reports of the surgeries to the researcher. Six months after surgery, patients who had participated in the preoperative data collection were contacted by telephone, mail or email. In the reevaluations made by mail, the data collection protocol was sent directly to the home address of each research participant, in a sealed envelope, along with guidelines for filling, and another envelope, stamped and addressed to the researcher with protocol and instructions for returning information required. The email reevaluations follow a similar process, but by internet. Of the 89 evaluated in the preoperative period, it was impossible to contact seven patients either by phone or e-mail, thus resulting in 82 patients evaluated in the two periods of this study. 62 Variables under Consideration The data collection protocol has consisted of: • Semi-structured interview: for defining the socio-demographic profile and antecedents of obesity. • Medical Outcomes Study 12-Item Short Form (SF 12): The SF-12 is a generic questionnaire for assessing general HRQOL with the ability to measure objectively the perceived health status related to physical mobility, pain, sleep, energy, social isolation, emotional reactions and impacts of various diseases in the daily lives of individuals [12,18]. It is part of the IQOLA Project (International Quality of Life Assessment Project) and was validated in Brazil by Ciconelli [19], and to perform this study was applied an abbreviation of the SF-36, the SF-12, which also had its psychometrics properties evaluated in the country and have shown as a reliable instrument to assess the HRQOL [13] and is a convenient alternative to the SF-36 with respect to the overall assessment of HRQOL in both physical and mental aspects [20]. The obtained scores are converted into scores from 0 to 100, representing 100 the better quality of life [18]. Impact on Weight Quality of Life (IWQOL-Lite): evaluates the specific quality of life of obese individuals. It is a self-administered questionnaire that assesses the impact of weight on quality of life in five areas, related to physical function, selfesteem, sexual life, embarrassment in public and at work, thus producing partial scores and a total score [21]. Through confirmatory factor analysis study, we reach a solution of 5 distinct factors: physical function, self-esteem, sexual life, 63 embarrassment in public and at work, which showed excellent internal consistency, ranging from α = 0.90 to α = 0.94. The broad Alpha found was 0.96. Thus, after applying the IWQOL-Lite, it is possible to obtain partial scores, one for each of the five areas, as well as a total score. In the instrument development study we found that the participants' weight changes are connected significantly with changes in IWQOLLite scores, which demonstrates the instrument response to assess the impact of weight in quality of life. The psychometric properties of this instrument were also studied in Brazil. In the study of test-retest reliability, there was an interval of 7 days between the two applications, with a total Intra-class Correlation Coefficient (ICC) of 0.91. The internal consistency indices was 0.92 in the clinical sample, 0.95 in a community sample, and 0.91 in the combined sample (clinical / community). The factor analysis study has shown that all items of the instrument had a factor loading greater in areas that were intended to assess. The scores are converted into scores from 0 to100, representing 100 the better quality of life [11]. Anthropometric Measures: To evaluate the weight loss were used absolute measures, such as initial weight (IW), weight loss (WL), excess of weight (EW), and body mass index (BMI), also relative measures, to assess the percentage weight loss after surgery such: weight loss percentage (%EW),excess of weight loss percentage (%EWL), and excess of BMI loss percentage (%EBMIL). Sample size The sample size was calculated in order to compare the mean values of quality of life scores before and six months after bariatric surgery (two-tailed t-test for paired 64 samples). The observation of a pilot sample composed by 19 subjects with morbid obesity who were submitted to bariatric surgery provided the standard deviations and correlation coefficients used for the calculations that were performed using the software WINPEpi. For the IWQOL-Lite score, considering standard deviations of 65.03 and 82.65 for the scores before and after surgery, respectively, 81 pairs of observations (before and after surgery) would be required in order to detect a difference of 26 points, considering an alpha error of 5% and power of 80%. For the Physical Component Summary of the SF-12 score, considering the standard deviations of 6.55 and 7.59 for the scores before and after surgery, respectively, 71 pairs of observations (before and after surgery) would be required to detect a difference of 3 points, considering an alpha error of 5% and power of 80%. Finally, for the Mental Component Summary of the SF-12 score, considering the standard deviations of 5.96 and 8.27 for the scores before and after surgery, respectively, 60 pairs of observations (before and after surgery) would be required to detect a difference of 3 points, considering an alpha error of 5% and power of 80%. Statistical Analysis The obtained data were analyzed using the Statistical Package for the Social Sciences - SPSS 17.0. The means and standard deviations, as well as the frequencies, were used to describe the socio-demographic and anthropometric profiles of the sample. The mean values of the anthropometric measures and of the quality of life scores before and after surgery were compared using the Student’s t-test for paired samples. The level of significance considered was p<0.05. Finally, the Pearson's 65 correlation coefficient was used to verify the existence of a association between quality of life and weight loss (BMI and %EWL) after surgery. RESULTS From the group of 82 evaluated patients, 87.8% (n=72) were females; had an average, age of 39.98±10.85 years; white, 90.2% (n=74); married, 63.4% (n=52); family antecedents of obesity, 87.8% (n=72); complete second degree 40.2% (n=33), and incomes between 2 to 5 minimum wages, 51.2% (n=42). To other data, check Table 1. The anthropometric profile of the sample obtained at baseline and at the follow-up, as well as the verification of differences between the mean weight, BMI and overweight; between the two stages of the study, are summarized in Table 2. However, it should be noted that the means of weight loss before and after surgery have a statistically significant difference of 38.1 kg and an average reduction of 14.1kg/m2 in the BMI, which are values clinically relevant, showing the effectiveness of the surgical intervention. All absolute anthropometric measures, before and after RYGBP, have showed differences with p <0.001. In the relative rates, we obtained a 56% reduction in the overweight as measured by the %EWL and a 28.5% of BMI loss percentage. Regarding the HRQOL scores, it was observed a statistically significant difference (p <0.001) between the mean scores obtained in all areas of the IWQOLLite. As for the SF-12 score, occurs a statistically significant difference (p = 0.001) between the mean scores of the Physical Component Summary (PCS) measured before and six months after surgery. However, no significant difference was detected 66 between the mean scores of the Mental Component Summary (MCS) of the instrument (p=0.106). To other data, check Table 3. It can be seen in Table 4 positive correlation, statistically significant, between %EWL and every area, and the IWQOL-Lite total score, as well as negative correlation between the BMI and IWQOL-Lite scores. However, no significant correlation was identified between the PCS and MCS scores of the SF-12 and the indicators of weight loss. DISCUSSION The assessment of quality of life through standardized questionnaires, such as IWQOL-Lite and SF-12, allows encoding subjective perceptions of patients onto quantitative data, thus enabling the comparative study of HRQOL with numerical information from clinical and epidemiological research [12-3,19,20]. This study showed that significant reduction in body weight at the first six months, in patients with morbid obesity submitted to bariatric surgery was related to a statistically significant increase of the HRQOL average score. The relevant weight loss achieved by RYGBP have been mentioned by other researchers [10,22-3], such as year followup study [22], which showed a %EWL of about 80% in the post-surgery first year and showed that approximately 80% of the patients lost 50%, or more, overweight, having the greatest weight loss occurred in the first six months (60%) after surgery. In line, with the results of this study, we should mention a similar research, which involved a sample of 40 patients who were evaluated using the IWQOL-Lite, also with a six-month follow-up RYGBP. It found through inferential statistical 67 analysis for paired samples, significant differences of p <0.01 in all areas of IWQOLLite, as well as in the total score of the instrument [23]. In the Physical Component Summary scores assessed by the SF-12, it was revealed a significant difference between the baseline and the follow-up, but there was no significant difference in the Mental Component Summary scores. Also at the follow-up, it was noted a correlation between BMI and %EWL in all areas, as well as in the total IWQOL-Lite score. Still, when using the SF-12 there was no correlation between the two areas of the scale (Physical and Mental Component Summary), and BMI and %EWL. Regarding the impact of weight loss in quality of life as measured by the SF-12, the lack of improvement in the Mental Component Summary, six months after obesity surgery, as well as the lack of relationship between the scores of the instrument, BMI and %EWL, deserves some comments. It is worth highlighting, as already noted by other researchers, that although there are similar areas assessed by both instruments (IWOQOL-Lite and SF-12), such as physical function, for instance, the degree to which these areas are correlated with other variables may vary between instruments due to the fact that one is specific to the evaluation of the impact of weight on HRQOL (IWQOL-Lite) and the other is a generic measure (SF-12) [17]. For example, a study that have used the SF-36 and the IWQOL-Lite reported that weight loss was correlated to all scores of IWQOL-Lite, but only to the Physical Component Summary of SF-36 [10], similar to the findings of this study. Furthermore, a meta-analysis that evaluated the HRQOL among people who seek surgical treatment, non-surgical treatment and who do not seek treatment at all, stressed that the IWQOL-Lite showed greater differences in scores between the groups when compared to the differences found through the SF-36. Thus, the study concludes that IWQOL-Lite reflects predominantly the relationship between weight 68 and HRQOL, whereas the SF-36 reflects predominantly the general HRQOL, determined by other factors [24]. These data make us believe that using a specific instrument for assessing the impact of weight loss on HRQOL, as the IWQOL-Lite, can better delineate the quality of life areas affected by weight loss reached by surgery. The data obtained in this study allow us to conclude that in these patients with morbid obesity submitted to RYGBP, the body weight reduction observed six months after the intervention is associated with improvement of the HRQL (all IWQOL-Lite scores and the PCS of SF-12 scores). As expected in scientific researches, the present study has some limitations that should be addressed. Firstly, it is a longitudinal study with no control group, although each individual was his own control in comparing outcomes before and after bariatric surgery. Secondly, as the sample was composed mostly of women (87.8%), this might limit the extrapolation of the results to super obese men. Most of the studies related to bariatric surgery points out a similar incidence of morbid obesity in both gender, men and women, although the women are seeking treatment more than men [2]. We have not found another study conducted in Brazil, with similar delineation and goals to this research, which shows the likely originality of this work. It may be stressed that, despite the possible sociocultural differences between the study sample and other samples from other studies mentioned [10,22-4], the results regarding weight loss and HRQOL were very similar. This suggests that different samples of morbidly obese patients behave similarly after RYGBP, with respect to the variables studied, independently of the socio-demographic differences. The fact of this 69 assumption is raised, from the contributions of this study, represents an advance towards the possible generalization of the results in this type of population. Finally, although the six month follow-up period has been sufficient to observe significant effects of post-operative weight loss and its relationship to HRQOL, it is suggested that further studies should be conducted with a longer followup period, in order to observe the effectiveness of these HRQOL results in long-term. 70 REFERENCES 1. Finucane MM, Stevens GA, Cowan MJ, et al. National, regional, and global trends in body-mass index since 1980: systematic analysis of health examination surveys and epidemiological studies with 960 country-years and 9.1 million participants. Lancet. 2011;377:557-67. 2. Santos LM, Oliveira IV, Peters LR, et al. Trends in morbid obesity and in bariatric surgeries covered by the Brazilian public health system. Obes Surg. 2010;20(7):943-8. 3. Gonzales A, Phil D, Hartge P, et al. Body-mass index and Mortality among 1.46 million white adults. N Engl J Med. 2010;363:2211-9. 4. Buchwald H, Oien DM. Metabolic/bariatric surgery Worldwide 2008. 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Obes Surg. 2007;17:1357-66. 72 Table 1 Sample sociodemographic characteristics Variables Gender Female Male Ethnicity White Black Brown Asiatic Scholarship Incomplete first degree Complete first degree Incomplete second degree Complete second degree Higher incomplete Higher complete Marital Status Single Married Widower Divorced Income (brasilian minimum wage ±$375) Until 1 2–5 5 – 10 10 – 20 More then 20 Physical Activity No Yes Family antecedents of obesity No Yes n % 72 9 88 11 74 3 4 1 90.2 3.7 4.9 1.2 17 6 10 33 10 6 20.7 7.3 12.2 40.2 12.2 7.3 25 52 2 3 30.5 63.4 2.4 3.7 24 42 12 2 2 29.3 51.2 14.6 2.4 2.4 51 31 62.2 37.8 10 72 12.2 87.8 73 Table 2 Anthopometric profile of weight measurementsin obese patients submitted to bariatric surgery, at baseline and follow-up Baseline 6 months t-value Variable [n=82] [n=82] IC (95%) p-value (df) Mean±SD Mean±SD IW 129.7 ± 28.7 91.6 ±19.1 33.9-42.3 18.1 (81) <0.001 BMI 48.7 ± 10.3 34.6 ±7.3 12.6-15.6 18.4 (81) <0.001 EW 69.6 ± 27.3 31.5 ±18.9 33.9-42.3 18.1 (81) <0.001 WL** ----38.1 ± 19.1 %WL** ----42.8 ± 19.7 %EWL** ----56.0 ± 17.7 %EBMIL** ----28.5 ± 9.4 SD- Standard deviation, IC-95% confidence interval, df -degrees of freedom, IW- Initial weight, BMIbody mass index, EW- excess weight, WL- weight loss, %WL- weight loss percentage, %EWL- excess weight loss percentage, %EBMIL- excess of body mass index loss percentage. * Paired Student's t test (baseline vs. follow-up). ** Measures only possible to be obtained in the post-operative period. 74 Table 3 Differences between mean scores of quality of life related to health in Baseline and Follow-up Mean±SD Mean±SD t-value Variable [n=82] [n=82] p-value (df) Baseline Follow-up IWQOL-Lite Physical Function 37.0±26.2 78.2±24.7 -12.2 (81) <0.001 Self-Esteem 37.3±30.2 73.8±31.7 -9.8 (81) <0.001 Sexual Life 49.5±34.8 77.4±31.8 -6.1 (81) <0.001 Public Distress 37.6±30.6 72.9±33.6 -8.9 (81) <0.001 Work 51.1±31.6 78.5±32.0 -7.4 (81) <0.001 Total Score 237.±69.1 305.9±82.9 -10.90 (81) <0.001 SF-12 Physical Component 39.9±6.0 43.6±6.8 -3.4 (81) 0.001 Mental Component 43.0±8.1 44.7±5.2 -1.6 (81) 0.106 SD- Standard deviation, IWQOL-Lite- Impact on Weight Quality of Life, SF-12- Medical Outcomes Study 12-Item Short Form * Paired Student's t test (baseline vs. follow-up). 75 Table 4 Relationship between BMI and %EWL with health related quality of life scores BMI in follow-up %EWL Variable Pearson’s Pearson’s p-value p-value Coefficient Coefficient IWQOL-Lite <0.001 -0.42 <0.001 0.39 Physical Function <0.001 -0.43 <0.001 0.41 Self-Esteem <0.001 -0.38 <0.001 0.37 Sexual Life 0.006 -0.30 0.009 0.29 Public Distress 0.002 -0.45 <0.001 0.42 Work 0.002 -0.34 0.005 0.30 Total Score SF-12 0.522 -0.07 0.695 0.04 Physical Component 0.796 0.02 0.564 -0.06 BMI -body mass index, %EWL -% excess weight loss, IWQOL-Lite -Impact on Weight Quality of Life, SF-12 Medical Outcomes Study 12-Item Short Form. *Pearson’s Correlation (baseline versus follow-up). **Not significant at level of 5% (p<0,05). 76 4. APÊNDICES 77 4.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 78 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Estamos solicitando sua autorização para participar de um estudo de pesquisa denominado: “Qualidade de Vida Relacionada à Saúde e Perda de Peso após o By-Pass Gástrico em Y de Roux: Perder para Ganhar?” a ser realizado no Hospital__________________________de Porto Alegre. Esta pesquisa tem como objetivo investigar a gravidade da obesidade mórbida e avaliar seu impacto na qualidade de vida relacionada à saúde geral e específica, em pacientes com obesidade mórbida, no período anterior e 6 meses após a cirurgia bariátrica. Sua participação envolve o preenchimento de questionários, com a duração de aproximadamente 45 minutos. Os dados obtidos serão mantidos em sigilo, somente a pesquisadora responsável terá acesso a eles que serão armazenados por cinco anos e então descartados. O maior desconforto para o participante desta pesquisa será o tempo você que deverá dispor para responder aos questionários. O maior benefício será poder ter acesso aos dados resultantes da avaliação, que estarão disponibilizados se solicitados, assim como a sua contribuição pessoal para o desenvolvimento de um estudo científico relacionado ao seu problema de saúde. Se você achar que algumas perguntas do questionário podem lhe causar desconforto, por serem pessoais, você pode se recusar a responder a qualquer uma delas. Sua participação nesta pesquisa é voluntária, e não haverá nenhuma gratificação financeira e você tem o direito de se retirar a qualquer momento, sem que haja qualquer alteração no seu atendimento. Seis meses após a sua cirurgia, voltarei a fazer contato para nova avaliação e para poder acompanhar seus resultados após a cirurgia. Eu________________________________________________________ (nome por extenso) fui informado (a) dos objetivos especificados acima, de forma clara e detalhada. Recebi informações específicas sobre o procedimento no qual estarei envolvido (a), do desconforto previsto, tanto quanto do benefício esperado. Todas as minhas dúvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos, a qualquer momento com a pesquisadora responsável, a psicóloga Mirna Brilmann, através dos telefones (51) 3334 0328 e 9974-1407, ou com o Prof. Dr. Iseu Gus, fone (51) 32232746 ou ainda com o Comitê de Ética do IC/FUC-Instituto de Cardiologia/ Fundação Universitária de Cardiologia, Av. Princesa Isabel, 370 fone (51)3219-2802 Ramal: 24 _______________________________________________ Assinatura do participante 79 4.2 INSTRUÇÕES DO PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO 80 INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO DO PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO 1. Você vai receber três questionários para preencher. 2. Leia devagar cada pergunta, prestando bem atenção. 3. Se tiver dúvidas, leia novamente e procure a resposta mais próxima de como você se sente ou solicite auxilio do pesquisador. 4. Para cada pergunta escolha apenas uma resposta. 5. Marque com um X a resposta que você acha que melhor represente como você se sente. 6. Se mudar de ideia, você pode apagar ou riscar a resposta errada e escolher outra resposta que lhe pareça melhor. 7. Procure responder, todas as questões. Obrigada pela atenção! 81 4.3 INSTRUÇÕES DOS QUESTIONÁRIOS ENVIADOS POR E-MAIL 82 INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DOS QUESTIONÁRIOS ENVIADOS 6 MESES APÓS A CIRURGIA BARIÁTRICA POR E-MAIL Prezado paciente Estou lhe enviando novamente os questionários de avaliação, iguais aos que você preencheu antes da cirurgia bariátrica, para serem preenchidos agora, 6 meses após a realização da cirurgia, para acompanhar as as mudanças que ocorreram com você neste período. Procure preencher com atenção, respondendo à todas as perguntas. Para cada questão, marque com um X e escolha a resposta que mais se aproxima, de como vocês se sente. Assim que concluir, reenvie em anexo. Agradeço pela atenção e coloco-me à disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário pelos telefones: (051) 3334-0328 e 9974-1407 ou pelo e-mail: [email protected]. Atenciosamente, Mirna Brilmann. 83 4.4 INSTRUÇÕES DO PROTOCOLO ENVIADO POR CORREIO 84 INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DO PROTOCOLO ENVIADO POR CORREIO APÓS 6 MESES DA CIRURGIA BARIÁTRICA Prezado paciente de cirurgia bariátrica Estou enviando novamente os questionários de avaliação, iguais aos que você preencheu antes da cirurgia bariátrica, para serem preenchidos agora, 6 meses após a realização da cirurgia e assim acompanhar as mudanças que ocorreram neste período. Para cada questão marque com um X apenas uma resposta, a que mais se aproxima de como vocês se sente. Se errar alguma, rabisque e marque a que você considerar a melhor. Procure preencher com atenção, respondendo a todas as perguntas. O protocolo consta de uma entrevista e dois questionários para você assinalar com uma cruzinha na resposta certa. Dentro do envelope, além dos questionários, você encontrará outro envelope, já endereçado e selado para você enviar pelo correio após preencher. A sua participação é muito importante porque nos dará uma visão geral dos resultados da cirurgia, para que possamos conhecer e trabalhar melhor com este tratamento. Agradeço antecipadamente pela atenção e coloco-me à disposição para qualquer esclarecimento, que se faça necessário pelos telefones: (051) 3334-0328 e 9974-1407, ou pelo e-mail: [email protected] Atenciosamente, Mirna Brilmann. 85 4.5 ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA PRÉ-CIRURGIA BARIÁTRICA 86 ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA PRÉ-CIRURGIA BARIÁTRICA Data da entrevista: ______________ Hospital: ___________________________ 1. Nome:_____________________________________________________________ 2. Sexo: feminino masculino 3. Data de nascimento: __________________ 4. Idade:_____________ 5. Local de nascimento:__________________________ 6. Cor: branco negro pardo amarelo outro _____________ 7. Endereço:__________________________________________________________ Cidade:____________________________________________ Cep:______________ 8. Fone fixo:______________________ 9. Fone celular:______________________ 10. Fone de familiar:____________________ 11. Escolaridade: 1º grau incompleto 1º grau completo 2º grau incompleto 2º grau completo superior incompleto superior completo 12. Estado civil: solteiro casado divorciado separado (a) união estável 13. Filhos: sim não 15. Trabalho: trabalha autônomo viúvo 14. Quantos? _______________ empregado empregador desempregado aposentado incapacidade física dona de casa 16. Profissão:__________________________ 17. Renda pessoal: até 1 salário mínimo de 2 a 5 salários-mínimos de 5 a 10 salários-mínimos de 10 a 20 salários-mínimos 18. Fonte de renda: emprego remunerado cônjuge aposentadoria pensão dos pais auxílio doença seguro desemprego renda de renda familiar pensão privada/outros rendimentos . 19. Fonte de encaminhamento: hospital mais de 20 salários-mínimos psicólogo imprensa outro paciente Outro_____________ 20. Peso atual:_________ 21. Altura: ________ 22. Peso máximo na vida:__________ 23. Peso mínimo após os 18 anos:_________________ 24. Peso desejado___________________ médico 87 25. Tratamentos anteriores para redução de peso: nunca fez tratamentos dieta + medicação uso de diuréticos só dieta dieta + exercício internação uso de laxantes provocar vômitos 26. Há quanto tempo é obeso? gravidez cirurgia para obesidade infância adolescência casamento outro___________________ 27. Com que freqüência costuma fazer dieta? nunca raramente freqüentemente sempre 28. Você tem pessoas com problemas de sobrepeso na sua família? sim 29. doenças associadas: hipertensão diabetes outras ______________________ 30. consumo de álcool: nunca raramente 31. Tabagismo: Sim frequentemente diariamente Não 32. Cirurgião:_________________________________________________ 33. Técnica Cirúrgica:__________________________________________ não 88 4.6 ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA 6 MESES APÓS A CIRURGIA 89 ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA 6 MESES APÓS A CIRURGIA Data da cirurgia: _______________ Local:__________________________ 1. Nome:______________________________________________________ 2. Peso atual:__________________ 3. Peso desejado__________________ 4. Faz tratamentos para redução de peso: não faz tratamentos só dieta uso de laxantes uso de diuréticos dieta + exercício dieta + medicação provocar vômitos 5. Com que frequência costuma fazer dieta? nunca raramente frequentemente sempre 6. doenças associadas: hipertensão diabetes outras (quais) __________________________________________________________ 7. Consumo de álcool: nunca raramente frequentemente diariamente. 8. tabagismo: sim não 9. cirurgião _________________________________________________ 10. técnica Cirúrgica _____________________________ 11. data da cirurgia: ______________________ 90 4.7 QUESTIONÁRIO SF-12 91 SF-12 QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE Queremos saber sua opinião sobre sua saúde. Essa informação nos ajudará, a saber, como o (a) Sr (a) se sente e como é capaz de fazer suas atividades do dia a dia. Responda cada questão indicando a resposta certa. Se estiver em dúvida sobre como responder a questão, por favor, tente responder da melhor maneira possível. 1. Em geral, o (a) Sr (a) diria que a sua saúde é: Excelente Muito boa Boa Regular Ruim 1 2 3 4 5 As perguntas seguintes são sobre coisas que o (a) Sr (a) geralmente faz no seu dia a dia (dia típico/comum) O (A) Sr (a) acha que sua saúde, AGORA, o dificulta de fazer algumas coisas do dia a dia, como por exemplo: 2. Atividades médias (como mover uma cadeira, fazer compras, limpar a casa, trocar de roupa)? SIM Dificulta muito. SIM Dificulta um pouco. NÃO dificulta de modo algum. 1 2 3 3. O (A) Senhor (a) acha que sua saúde, AGORA, o dificulta de fazer algumas coisas do dia a dia, como por exemplo: Subir três ou mais degraus de escada? SIM Dificulta muito. SIM Dificulta um pouco. NÃO dificulta de modo algum. 1 2 3 Durante as últimas quatro semanas, o (a) Sr (a) teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou em suas atividades do dia a dia, como por exemplo: 4. Fez menos do que o (a) Sr (a) gostaria, por causa de sua saúde física? Sim Não 1 2 92 5. Durante as últimas quatro semanas, o (a) Sr (a) com seu trabalho ou em suas atividades do dia a dia, como por exemplo: Sentiu-se com dificuldade no trabalho ou em outras atividades, por causa de sua saúde física? Sim 1 Não 2 Durante as últimas quatro semanas, o (a) Sr (a) teve algum dos seguintes problemas, como por exemplo: 6. Fez menos do que gostaria, por causa de problemas emocionais? Sim Não 1 2 7. Durante as últimas quatro semanas, o (a) Sr (a) teve algum dos seguintes problemas, como por exemplo: Deixou de fazer seu trabalho ou outras atividades cuidadosamente, por causa de problemas emocionais? Sim Não 1 2 8. Durante as últimas quatro semanas, alguma dor atrapalhou seu trabalho normal (tanto o trabalho de casa como o de fora)? Não, nem um pouco. Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente 1 2 3 4 5 Estas questões são sobre como o (a) Sr (a) se sente e como as coisas têm andado para o (a) Sr (a) durante as últimas quatro semanas. Para cada questão, por favor, dê a resposta que mais se assemelha à maneira como o (a) Sr (a) vem se sentindo. 9. Quanto tempo (a) Sr (a) tem se sentido calmo e tranqüilo? Todo o tempo A maior parte do tempo Uma boa parte do tempo Alguma parte do tempo Uma pequena parte do tempo Nem um pouco do tempo 1 2 3 4 5 6 93 10. Quanto tempo, durante as últimas quatro semanas, o (a) Sr (a) tem se sentido com bastante energia? Todo o tempo A maior parte do tempo Uma boa parte do tempo Alguma parte do tempo Uma pequena parte do tempo Nem um pouco do tempo 1 2 3 4 5 6 11. Quanto tempo, durante as últimas quatro semanas, o (a) Sr (a) se sentido desanimado e deprimido? Todo o tempo A maior parte do tempo Uma boa parte do tempo Uma pequena parte do tempo Nenhum pouco do tempo 1 2 3 4 5 12. Durante as últimas quatro semanas, em quanto do seu tempo a sua saúde ou problemas emocionais atrapalharam suas atividades sociais, tais como: visitar amigos, parentes, sair, etc? Todo o tempo A maior parte do tempo Uma boa parte do tempo Uma pequena parte do tempo Nenhum pouco do tempo 1 2 3 4 5 94 4.8 QUESTIONÁRIO IWQOL-LITE 95 QUESTIONÁRIO IMPACT OF WEIGTH ON QUALITY OF LIFE-LITE (IWQOL-Lite) Responda às afirmações a seguir circulando o número que corresponda à afirmação que melhor se aplique à sua condição nos últimos 7 dias. Seja o mais franco possível. Não existem respostas certas nem erradas. Função física Nunca Verdade Devido ao meu peso, tenho dificuldade em apanhar objetos.do chão Devido ao meu peso, tenho dificuldade em amarrar meus sapatos. Devido ao meu peso, tenho dificuldade em me levantar de cadeiras. Devido ao meu peso, tenho dificuldade em subir e descer escadas. Devido ao meu peso, tenho dificuldade em me vestir e em tirar minha roupa. 5 6. Devido ao meu peso, dificuldades em me deslocar. tenho 5 7. Devido ao meu peso, tenho dificuldade em cruzar as pernas. 5 8. Sinto falta de ar mesmo com esforços físicos mínimos 5 9. Fico incomodado porque minhas articulações ficam duras ou com dor 5 10. Os meus tornozelos e a parte inferior das pernas ficam inchados no final do dia. 5 11. Estou preocupado com a minha saúde. 5 1. 2. 3. 4. 5. Autoestima 5 5 5 5 Nunca Verdade Devido ao meu peso, fico preocupado com minha imagem diante dos outros. Devido ao meu peso, a minha autoestima não é não é tão boa quanto poderia ser 5 3. Devido ao meu peso, sinto-me inseguro. 5 4. Devido ao meu peso, não gosto de mim 5 1. 2. 5 Raramente Verdade Algumas Vezes Verdade Geralmente Verdade Sempre Verdade 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1 Raramente Verdade Algumas Vezes Verdade Geralmente Verdade Sempre Verdade 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1 1 96 5. Devido ao meu peso, tenho medo de ser rejeitado. 5 6. Devido ao meu peso, evito olhar para espelhos ou ver fotografias minhas. 5 7. Devido ao meu peso, me sinto constrangido de ser visto em lugares públicos. Vida sexual 4 3 2 1 4 3 2 1 5 4 3 2 Nunca Verdade Raramente Verdade Algumas Vezes Verdade Geralmente Verdade Sempre Verdade 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 4 3 2 1 Raramente Verdade Algumas Vezes Verdade Geralmente Verdade Sempre Verdade 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1 Raramente Verdade Algumas Vezes Verdade Geralmente Verdade Sempre Verdade 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1 4 3 2 1. Devido ao meu peso, não sinto prazer em atividades sexuais. 5 2. Devido ao meu peso, sinto pouco ou nenhum desejo sexual. 5 3. Devido ao meu peso, tenho dificuldade no desempenho sexual. 5 4. Devido ao meu peso, evito encontros sexuais sempre que possível. 5 Dificuldades em locais públicos 1. 2. 3. 4. 5. Devido ao meu peso, sou ridicularizado, sofro gozação ou atenção indesejada. Devido ao meu peso, me preocupo se vou caber em assentos em lugares públicos (por exemplo, cinemas e teatros, restaurantes, carros ou aviões). Devido ao meu peso, me preocupo se vou conseguir passar em corredores estreitos ou roletas. Devido ao meu peso, me preocupo em procurar cadeiras suficientemente fortes para agüentarem o meu peso. Devido ao meu peso, me sinto discriminado pelos outros. Trabalho (Obs: Se você é do lar ou aposentados, responda com relação às suas atividades diárias). Devido ao meu peso, tenho dificuldade em desempenhar as 1. minhas tarefas ou em cumprir as minhas obrigações. Nunca Verdade 5 5 5 5 5 Nunca Verdade 5 2. Devido ao meu peso, sou menos produtivo do que poderia ser. 5 3. Devido ao meu peso, não recebo aumentos, promoções ou reconhecimento no trabalho. 5 4. Devido ao meu peso, tenho medo de ir a entrevistas de trabalho. 5 IWQOL-Lite — português do Brasil Copyright © Copyright 2000. Duke University Medical Center. Toda correspondência deve ser endereçada a: Ronette L. Kolotkin, Ph.D., Obesity and Quality of Life Consulting, 1004 Norwood Avenue, Durham, NC 27707, USA; Tel. +1 (919) 493-9995; Fax: +1 (919) 493-9925 (e-mail: [email protected]) 1 1 1 97 4.9 AGRADECIMENTOS ENVIADOS AOS PARTICIPANTES 98 AGRADECIMENTO AOS PACIENTES QUE RESPONDERAM AOS PROTOCOLOS ENVIADOS Prezado paciente, Agradeço pela atenção e pelo pronto retorno. Estes dados são muito importantes por que nos permitem avaliar os resultados da cirurgia bariátrica para conhecer e trabalhar melhor com este procedimento. Coloco-me à disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário pelos telefones: (051) 3334-0328 ou (51)9974-1407. Atenciosamente, Mirna Brilmann. 99 4.10 LISTA DE SIGLAS 100 LISTA DE SIGLAS BPGYR - By Pass Gastrico de Y de ROUX ECF - Escore do componente físico ECM - Escore do componente mental DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis DCV - Doença Cardiovascular FRCV - Fator de Risco Cardiovascular HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica IMC - Indice de Massa Corporal IWQOL-Lite - Impact of Weight on Quality of Life OMS - Organização Mundial da Saúde E - Excesso de Peso %PEP - Percentual de Perda de Excesso de Peso PP - Peso Inicial PI - Peso Ideal PP - Perda de Peso %PP - % de Peso Ideal %PP - % de Perda Peso %PIMC - % de Perda do IMC %PEIMC - % de Perda do IMC %PEIMCE - % de Perda do Excesso do IMC Esperado QVRS - Qualidade de Vida Relacionada à Saúde SF 12 - Short Form SUS - Sistema Único de Saúde WHO - World Health Organization WHOQOL - World Health Organization Quality of Life