Embriologia sistema urigenital I

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Biologia de Desenvolvimento do Corpo
Humano
Sistema urogenital
Klaus Hartfelder
Dept. Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos
Prédio Central, Sala 21
E-mail: [email protected]
Fone: 3315-3063
Biologia de Desenvolvimento do Corpo Humano
Sistema urogenital – I. sistema renal
Bibliografia:
Moore K.L. & Persaud T.V.N. - Embriologia Clínica, 9a edição (2013),
Elsevier, Rio de Janeiro
Schoenwolf et al. - Larsen – Embriologia Humana, 4a edição (2010),
Elsevier, Rio de Janeiro
Gilbert S.L. – Developmental Biology, 10a edição (2012), Sinauer
Bridgewater D & Rosenblum ND (2009) Stimulatory and inhibitory signaling molecules that
regulate renal branching morphogenesis. Pediatric Nephrology 24: 1611-1619
Michos O (2009) Kidney development: from ureteric bud formation to branching
morphogenesis. Current Opinion in Genetics & Development 19: 484-490
http://www.med.unc.edu/embryo_images/
origem embrionário do sistema
urogenital:
p
a
o mesoderma intermediário ao longo do
eixo AP (região cervical até sacral)
desenvolvimento do ducto
mesonéfrico, embrião 25 dias
o mesoderma paraxial é essencial para indução
nefrogênico do mesoderma intermediário
Lim1 expression in 8-day
mouse embryo
expressão do marcador Lim1
Gilbert SF (2012)
região nefrogênica: coexpressão de Lim1, Pax2 e Pax8 essencial para
competência do mesoderma intermediária e formação de tecido néfrico
sistema mesonéfrica
aorta dorsal
nefrótomo mesonéfrico
ducto mesonéfrico (Wolff)
as três etapas da formação do sistema urogenital: I. pronefro
origem dos túbulos pronéfricos
e do ducto pronéfrico no
mesoderma intermediária da
região cervical
nefrótomos do pronéfro: conexão
com celoma (“glomérulo” externo)
posição filogenéticamente antiga –
filtração do liquido celomático
sistema pronéfrico degenera logo após formação:
função é indução do sistema mesonéfrico
as três etapas da formação do sistema urogenital: II. mesonefro
mesonefro: ducto pronéfrico
induz sistema mesonéfrico
ducto mesonéfrico é continuação
do ducto pronéfrico
túbulos mesonéfricos formam sistema
glomerular (glomérulos internos) sobre
vasos oriundos da aorta dorsal e das
veias cardeais posterior e subcardeal
ultrafiltração através de endotélio
ducto de Wolff (ducto mesonéfrico) é
canal excretor
o sistema mesonéfrico / relação com gônada
e orígem do sistema metanéfrico
túbulos mesonéfricos
são sistema excretor
(filtração) funcional na
fase embrionária
túbulos mesonéfricos
conectam com gônada
no sexo masculino
a partir do ducto
mesonéfrico surge o
broto uretérico na
região metanéfrica
ducto mesonéfrico na região metanéfrica
as três etapas da formação do sistema urogenital: III. metanefro
broto uretérico
invade massa mesodérmica
metanéfrica, que e induz
processo de ramificação
as três etapas da formação do sistema urogenital
marcação dos
ductos por ICC
contra citoqueratina
renal)
prónefro
mesonefro
metanefro
cervical
transiente
induz formação do
ducto mesonéfrico
(Wolff)
nefro de peixes e
larvas de anfíbios
4-10a semana
~ 40 glomérulos funcionais
ativ. excretora até 10a semana
degeneração cranial-caudal (no sexo
masculino persistem 5-12 tubulos
mesonéfricos)
fusão do ducto mesonéfrico (ureter)
com futura bexiga
a partir de broto uretérico em
interação com mesênquima
(blastema) metanéfrica
ramificação e formação de glomerulo
funcional a partir da 10a-15a semana
ascendência dos rins
Gilbert SF (2012)
diferenciação dos rins
formação do broto uretérico, invasão do blastema e formação de túbulos metanéfricos
Gilbert SF (2012)
desenvolvimento do metanefro
sistema modelo para interações recíprocas
A. Encontro mesoderma metanéfrico com broto uretérico
1) especificação posicional do
mesênquima metanéfrica: Hox11 e
WT1 (tumor de Wilms)
2) mesenquima metanéfrica induz
formação do broto uretérico
(secreção GDNF)
3) contato do broto uretérico impede
apoptose no mesenquima
metanéfrico (secreção de FGF2 e
BMP7)
Hox11 = homeobox gene 11
WT1 = Wilms tumor gene 1 (Wilms tumor: nefroblastoma, prevalente em crianças)
GDNF = glial cell line-derived neurotrophic factor
FGF2 = fibroblast growth factor 2
BMP7 = bone morphogenetic protein 7
morfogênese por ramificação
(branching morphogenesis)
Moore & Persaud, 2013
concentração
local de GDNF e
receptores de
GDNF (Ret
tirosina quinase
receptor)
direciona
brotamento e
ramificação do
broto uretérico
B. Condensação local de mesênquima metanéfrico sobre o broto uretérico
Pax2 = paired box gene 2
Wnt6 = wingless and int gene 6
1) mesênquima condensada expressa Pax2
2) proliferação celular na condensação pré-tubular
3) Wnt6, Wnt9b e FGFs do broto uretérico induzem síntese de E-caderina e
formação de lamina basal na mesênquima (transição mesenquimaepitelial)
gônada
Gilbert SF (2012)
C. Transformação do blastema mesenquimal condensado em nefro
1) mesênquima secreta Wnt4 e expressa Lim1; policistinas, facilitam
transformação em túbulo
2) fusão do túbulo de origem mesenquimal com broto uretérico
3) extensão do túbulo por secreção de FGF7 das células apicais
4) interação com arteríolos e formação da cápsula de Bowman
D. Ramificação do broto uretérico
princípio é inibição de crescimento apical por deslocamento lateral de estímulos
1) células da margem lateral do capuz
mesênquimal condensado expressam
Foxb2 e secretam GDNF
2) células da margem lateral do capuz
mesênquimal condensado convertem
vitamina A em ácido retinóico que
estabiliza localmente o receptor Ret
do GNDF
Foxb2 = forkhead-like gene b2
3) células da margem lateral do capuz
mesênquimal condensada secretam
FGF7 que promove ramificação da
árvore do broto uretérico
A ramificação do broto uretérico dentro do mesoderma metanéfrica envolve
um complexo balanço de vias de sinalização estimulatórios e inibitórios
problemas nestas vias de sinalização podem causar:
agenese, hipoplasia ou hipo-displasia renal, rins multicísticos e/ou rins múltiplos
1) séries de 4 ramificações/broto - coalescem: 4 cálices maiores
as ramificações do broto
uretérico são reorganizadas
em lóbulos maiores
alinhamento (coalescência)
dos túbulos e direcionamento
cortical-medular dos
glomérulos, alças de Henle e
ductos coletores
organização em papilas
renais
arquitetura funcional dos rins
é estabelecido a partir da 10ª
semana
pelve renal: ponto inicial do
contato entre broto uretérico
e mesênquima metanéfrica
2) próximos 4 ramificações/broto - coalescem: cálices menores
Larsen (2010)
suprarenal
posição inicial (6ª semana)
do metanefro em relação ao
ducto mesonéfrico e seio
urogenital ureter
ducto de Wolff
fusão do ducto uretérico com seio urogenital – sexo masculino
inserção do ducto
mesonéfrico
(ducto de Wolff +
broto uretérico) na
parede posterior
do seio urogenital
induz extrofia e
crescimento
diferencial da
futura bexiga,
separando ureter
(entra na bexiga)
do ducto de Wolff
(inserido na ponta
apical da uretra
pélvica
Gilbert SF (2006)
fusão do ducto uretérico com seio urogenital – sexo masculino
extrofia do seio urogenital (derivado do endoderma / intestino posterior)
“deslizamento” da parte do ducto mesonéfrico (vaso deferente) na parede do seio
urogenital gera estrutura do trígono na parede da bexiga (histologicamente visível)
recobrimento da bexiga por musculatura lisa do mesoderma e formação do esfincter;
vaso deferente termina em posição posterior ao esfincter
crescimento diferencial da parede do seio urogenital: separação e
reposicionamento do ureter e do ducto de Wolff
ascensão dos rins da posição sacral para lombar
ocorre entre 6a e 9a semana (em paralelo com a ramificação interna do metanefro)
envolve repetida revascularização por artérias brotando da aorta dorsal
artérias renais iniciais e acessórias degradam
junção com as glândulas suprarenais
Moore & Persaud (2013)
sistema urogenital embrionário : 9ª -10ª semana
rim
gonada
bexiga
vista ventral, após remoção do trato intestinal
sistema urogenital embrionário : 9ª -10ª semana
sistema retroperitoneal
vista do fundo da
cavidade
abdominal após
corte transversal
gônada
seio urogenital
(bexiga)
úraco
úraco: conexão do seio urogenital com alantóide no cordão umbilical
uretra prolongada no sexo masculino
fechamento ventral das pregas
urogenitais da genitália externa leva
à formação da uretra esponjosa
falhas na penetração da uretra
dentro do tubérculo genital e no
fechamento das pregas
urogenitais causa hipoespadia
origem das glândulas suprarenais
condensação no mesoderma
intermediário
formação de corpúsculo
cortex da suprarenal: mesodérmico
45 d
medula da suprarenal: crista neural
Moore & Persaud (2013)
formação do cortex e da medula das glândulas suprarenais
proliferação de células do epitélio celômico adjacente à gônada (5ª
semana)
delaminação destas para dentro do mesoderma subjacente
diferenciação em células acidófilas, formando o cortex suprarenal fetal
segunda onda de proliferação e delaminação, formando cortex definitivo
encapsulamento de células derivadas da crista neural (células
cromaffinas), formando a medula suprarenal
malformações
falta de formação de broto
uretérico
(ausência de rim)
divisão precoce do broto
uretérico (ureter bífido ou até
rim duplo)
falha na ramificação interna
do broto (número diminuido
de nefros)
problemas na ascensão dos
rim:
não ascensão de um dos rins,
migração para lado errado,
fusão central dos rins (rim
discóide, rim em ferradura),
ascensão bloqueada pela
artéria mesentêrica inferior
Moore & Persaud (2013)
malformações no seio urogenital
relacionadas à bexiga
inserção errada do ducto uretérico,
especialmente problemático no sexo
feminino (inserção vaginal)
permanência do canal úraco
(conexão bexiga - alantóide
Moore & Persaud (2013)
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