A NOVA REFORMA ORTOGRÁFICA (DECRETO LEGISLATIVO Nº. 54) INTRODUÇÃO No dia 18 de abril de 1995, o Senado brasileiro aprovou o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que introduz uma série de mudanças na ortografia da língua portuguesa. O acordo havia sido assinado em 1990 pela Academia de Ciências de Lisboa, pela Academia Brasileira de Letras e por representantes dos países que têm o português como idioma oficial. Mas o acordo só entrará em vigor quando referendado, isto é, aprovado por todos os países. Ora, além do Legislativo do Brasil, apenas Portugal e Cabo Verde assinaram. Enquanto os demais países não assinarem, a ortografia continua como está. Erra "feio", portanto, quem se precipita e já quer escrever de acordo com as novas regras. O acordo originou-se do Projeto da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa no dia 12 de outubro de 1990 por representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal. Deveria ter entrado em vigor em 1º de janeiro de 1992, mas diversos problemas - entre os quais os problemas diplomáticos entre Brasil e Portugal, decorrentes da hostilidade a brasileiros que se radicaram em Portugal para trabalhar - postergaram a aprovação e, conseqüentemente, a entrada em vigor, como acima frisamos, pode demorar ainda vários anos. Eis as mudanças: Alfabeto - Volta a ter 26 letras, pois restabelecem-se o k, o w e o y. Trema - É eliminado de todas as palavras. Passaremos a escrever consequência, tranquilidade, quinquênio. Acentuação – 1} Deixam de ter acento os ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas. Inúmeros vocábulos, como ideia, jiboia, assembleia, boia, apoio etc. perdem, pois, o acento. 2} Outro acento eliminado é o circunflexo em vogais dobradas, como abençôo, vôo, lêem, dêem, que passarão a ser grafadas, respectivamente, assim: abençoo, voo, leem e deem. 3} Praticamente desaparecem os últimos acentos diferenciais, que "resistiam" após a reforma de 1971. Assim, não mais acentuaremos pára (verbo parar), pêlo (substantivo), péla e pélas (substantivo e verbo), pélo (verbo), pólo e pólos (substantivos), mas continuaremos a acentuar pôde e pôr. 4} Deixarão de ser acentuadas as palavras paroxítonas em que i e u formam hiato com ditongo. Escreveremos feiura e baiuca (e não feiúra e baiúca), por exemplo. 5} Fica eliminado o acento dos grupos vocálicos gue, gui e que. Escreveremos averigue (e não averigúe), argui (e não argúi), por exemplo. Hífen - Desaparecerá em palavras que hoje o têm e passará a ser obrigatório em palavras em que hoje inexiste. A mudança mais importante diz que, quando a última vogal do prefixo for igual à primeira do termo seguinte, passa a existir hífen. Assim, "antiinflamatório" passará a ser "antiinflamatório". Mantémse o hífen nos prefixos hiper, inter e super quando a palavra seguinte começa com r: inter-relação. Hífen sempre, também, nos prefixos sota, soto, vice e vizo: vice-prefeito, expresidente, por exemplo. Deixa de haver hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com vogal diferente: passaremos a escrever autoestrada, extraescolar, por exemplo, palavras que atualmente têm hífen. Travessão - É substituído pelo hífen em palavras (encadeamentos) como Ponte Rio-Niterói (e não Ponte Rio Niterói). Consoantes mudas - Ainda em uso em Portugal - por exemplo: acto, facto, actual - deixarão de existir em palavras em que não são pronunciadas. Os portugueses escreverão como nós: ato, fato, atual. Dupla grafia - É consagrada a dupla grafia para palavras escritas e pronunciadas de maneira diferente em Portugal e no BrasiI, como, por exemplo, facto e fato. É aceita a acentuação dupla: com acento circunflexo no Brasil e agudo em Portugal, como, por exemplo, acadêmico e académico. Faça bastante leitura, escuta bastante músicas( principalmente de Chico Buarque,Caetano Veloso,Legião Urbana,Almir Sater...) REFERÊNCIAS REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL.Ministério da Educação e do Desporto. Brasília, 1998. KRAMER, S. Com a pré-escola nas mãos: uma alternativa curricular para a educação infantil. São Paulo: Ática, 1996.