Estado nacional e poder político

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Estado nacional e poder político
O que é poder?
• Na aula anterior, nossas reflexões sobre política,
povo e nação esbarraram inúmeras vezes nos
conceitos de Estado e de poder, fundamentais à
realidade política, sobretudo nas sociedades
capitalistas.
• Já dissemos que tem poder político que estabelece as
leis e normas de conduta de agrupamento humano,
obrigando os indivíduos a cumpri-las.
• Na língua cotidiana, a palavra poder indica a
capacidade ou possibilidade – de uma pessoa, de
uma instituição, de uma força natural ou ainda de
maquina – para fazer alguma coisa, para agir e
produzir efeitos. No sentido especificamente
sociológico, ela é entendida como a capacidade de
determinar o comportamento dos outros. Assim, à
Sociologia interessa o poder do homem sobre outro
homem – que, portanto, deve ser considerado não
só sujeito, mas também objeto do poder.
 Com efeito, o poder não é apenas a posse de uma
coisa; é, antes, de tudo, uma relação social. Não se
pode dizer que um indivíduo ou grupo de pessoas é
poderoso se, de outra parte, não houver outro
indivíduo ou grupo disposto a se comportar como
aqueles desejam.
 A posse de dinheiro, por exemplo, pode levar alguém
a controlar a conduta de outros; mas se esses se
recusam a aceitar uma coação, mesmo que para isso
precisem rejeitar elevada quantia em dinheiro, tal
poder econômico não existe. A socialização das
pessoas deixam marcas no seu caráter:
Que soma em dinheiro faria o indivíduo renegar
sua religião, mudar sua orientação sexual ou se
prostituir?
 Mesmo diante da sedução exercida pelo dinheiro em
nossa sociedade, não é impossível encontrar
exemplos de comportamentos pautados pela ética.
Isso vale também para o uso da força: seu poder não
se sustenta se houver resistência a ela.
Poder, violência e persuasão
 O exercício do poder como relação social depende da
posse de alguns recursos, como riqueza, força,
informação, conhecimento, prestígio, legitimidade,
popularidade, amizade, entre outros. Mas isso não
basta; é preciso também ter habilidade para que
esses recursos sejam transformados em poder.
 “A essência do poder é a violência” (Maquiavel), não
nega a hipótese de que existem modos diversos de
exercício do poder. Para além da violência, pode-se
recorrer à persuasão, à manipulação de interesses, a
promessa de recompensas, ao aliciamento.
Observando esses modos de exercício de poder,
reconhecemos que há pessoas e instituições mais ou
menos poderosas.
 O poder esta disseminado em todas as esferas da
sociedade: da família à empresa, dos sindicatos ao
governo. Mas é no campo da política que ele ganha
maior destaque.
 Weber propõe três tipos de poder legítimo (ou seja,
de autoridade): o poder legal, o poder tradicional, e o
poder carismático.
 O primeiro se funda na crença nos ordenamentos
jurídicos e depende da estrutura burocrática do
aparelho administrativo. Sua fonte é a lei, que
submetem tanto os que obedecem quanto os que
mandam.
 O segundo baseia-seno caráter sagrado dos
costumes existentes “desde sempre” em certas
comunidades. Sua fonte é a tradição.
 O terceiro é aquele fundado na dedicação afetiva à
pessoa do chefe, que, pelo exemplo, pelo dom da
palavra ou pelo poder espiritual, passa a ser visto por
seus comandados como detentor de qualidades
sagradas.
 Uma tipologia moderna das formas de poder
identifica o poder econômico (agente organizador
das forças produtivas),
o poder ideológico (em que se dá a organização do
consenso social) e o poder político (responsável
pela organização da coação). O poder econômico se
baseia na posse de bens que, numa situação de
escassez, pode induzir quem deles necessita a
certos comportamentos. A posse dos meios de
produção é a fonte principal desse poder em que
ocorre a troca de força de trabalho por salário, no
caso das formações capitalistas.
 O poder ideológico decorre da influência de idéias
formuladas para persuadir, como ocorre com a
propaganda e com pessoas investidas de certa
autoridade sobre o grupo social.
 Poder político, que se baseia no monopólio do uso
da violência, é o poder coator das instituições
públicas, como o aparato judicial, policial e militar.
Saliente-se que todas essas formas de poder
mantém sociedades desiguais.
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