lípidos - ESESJCluny

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LÍPIDOS – ESTRUTURA E
TRANSPORTE NAS MEMBRANAS
LÍPIDOS
• Os lípidos são biomoléculas insolúveis em água e
solúveis em solventes orgânicos, como o álcool,a
benzina, o éter e o clorofórmio.
• A esta família pertencem as gorduras hidrolisadas.
• Possuem uma importância biológica a diversos níveis,
funcionando como reserva energética e tendo funções
estruturais, protectoras, vitamínicas e hormonais.
• Entram na formação das membranas celulares, podendo
ser encontrados também dentro das células, como
substâncias de reserva nutritiva e fonte de energia.
• Os lípidos podem formar algumas hormonas, vitaminas
e pigmentos.
FUNÇÕES DOS LÍPIDOS
• Reserva energética
• Gordura armazenada no tecido adiposo
• Estrutural
 Componentes da membrana celular
 Cria uma barreira para as células
 Controla o fluxo de materiais
• Protectora
 Protegem os órgãos e ajudam manter a temperatura
 Envolvem e isolam órgãos vitais
• Vitamínica e hormonal
 Constituição de vitaminas K e E
 Ajudam na regulação de processos biológicos (vitaminas)
 Comunicação entre células (hormonas)
Os lípidos constituem um grupo heterogéneo.
Caracterizam por possuírem, na sua estrutura molecular,
ácidos gordos com, pelo menos, 8 átomos de carbono.
Na maioria dos casos, o ácido esterifica um álcool, o qual
é, frequentemente, o glicerol. Noutros casos, os ácidos
ligam-se a uma amina alcoólica.
TIPOS DE LÍPIDOS
Ácidos gordos
Glicerolípidos
Lípidos complexos
Saturados
Insaturados
Acilgliceróis (glicéridos)
Fosfoglicéridos
Lipoproteínas
Glicolípidos
Esfingolípidos
Não glicéridos
Esteróides
Céridos
CLASSIFICAÇÃO DOS LÍPIDOS
• A grande heterogeneidade dos lípidos justifica a
existência de diversas classificações. Uma delas,
agrupa os lípidos, à partida, em duas classes:
• Lípidos simples
• Lípidos complexos
• Lípidos Simples: Ésteres de ácidos gordos com vários grupos OH.
Gorduras: Ésteres de ácidos gordos com glicerol. Óleos são
gorduras no estado líquido.
Ceras: Ésteres de ácidos gordos com álcoois com elevado peso
molecular.
• Lípidos complexos: Ésteres de ácidos gordos contendo outros
grupos juntamente com álcoois e ácidos gordos.
Fosfolípidos: Lípidos contendo, juntamente com ácidos
gordos e álcoois um resíduo fosfórico ácido. Frequentemente
contêm bases contendo azoto e outros.
Glicerofosfolípidos: o álcool é o glicerol e nos esfingolípidos
o álcool é a esfingosina (álcool azotado com uma longa cadeia
insaturada (C18)).
Glicolípidos (glicoesfingolípidos): Lípidos contendo ácido
gordo, esfingosina e hidratos de carbono.
LÍPIDOS SIMPLES
• Os lípidos simples compreendem os glicéridos e as ceras. Os
glícéridos são ésteres do glicerol e de ácidos gordos; são
habitualmente designados por óleos ou gorduras, consoante se
encontrem em estado líquido ou sólido, à temperatura ambiente. As
ceras são igualmente ésteres, mas de mono-álcoois de elevado peso
molecular.
ÁCIDOS GORDOS
• Estes, podem ser saturados ou possuírem uma ou mais duplas ligações
(insaturados).
• Os ácidos gordos saturados obedecem à fórmula CH3 – (CH2)n – COOH, e
possuem um número par de átomos de carbono.
• Os ácidos gordos são insolúveis na água em razão da maior parte da
molécula, formada por CH2-, ser hidrofóbica, e somente o radical
carboxílico ser hidrofílico.
NOMENCLATURA DOS ÁCIDOS GORDOS
• Designações triviais
 Formam-se a partir do organismo de onde são extraídos.
 Ex: ácido palmítico (palmeira); oleico (oliveira) e láurico (loureiro).
• Designações sistemáticas
 Referem o nº de átomos de carbono e o nº de ligações duplas e a
sua localização na molécula.
• Códigos numéricos
1. Sistema de COOH (∆) – numeração a partir do grupo carboxílico.
(Cx:y)∆9
▫ x - nº de átomos de carbono
▫ y - nº de ligações duplas
▫ ∆ - posição das ligações
Ex: ácido palmitoleico
(C16:1)∆9
• 2. Sistema de n – numeração a partir do grupo
metílico.
x:y nz
x – nº de átomos de carbono
y – nº de ligações duplas
z – posição das ligações
Ex: ácido palmitoleico
16:1 n9
Ácidos gordos naturais: Estrutura, propriedades e nomenclatura
REACÇÕES DOS ÁCIDOS GORDOS
• Esterificação
RCOOH + ROH  RCOOR + H2O
• Hidrólise
RCOOH + H2O  RCOOR + ROH
• Ácido-Base
RCOOH + NaOH  RCOO-Na+ + H2O
ÁCIDOS GORDOS CÍCLICOS
• Controlam processos metabólicos e fisiológicos no
organismo.
• As prostagladinas derivam do ácido araquidónico.
• Foram sintetizadas pela 1ª vez do fluido seminal.
Prostaglandinas
• Estes lipídos não desempenham
funções
estruturais,
mas
são
componentes importantes em vários
processos
metabólicos
e
de
comunicação intercelular.
• Um dos processos mais importantes
controlados pelas prostaglandinas é a
inflamação.
• Todas estas substâncias têm uma
estrutura química semelhante a do
ácido prostanóico, um anel de 5
membros com duas longas cadeias
ligadas em trans nos carbonos 1 e 2.
• As prostaglandinas diferem do ácido
prostanóico
pela
presença
de
insaturação ou substituição no anel ou
da alteração das cadeias ligadas a ele.
• Efeitos biológicos
▫ Estimulação dos músculos lisos
 Contrações uterinas
 Dismenorreia
 Dores menstruais
▫
▫
▫
▫
▫
▫
▫
Regulação da produção de esteróides
Inibição da secreção gástrica
Inibição de lipases hormona-sensíveis
Inibição/estimulação da agregação de plaquetas
Regula a transmissão nervosa
Sensibilidade à dor
Medição da resposta intermediária
• Aspirina
▫ Actua como anticoagulante
▫ Devido ao seu poder anti-agregação das plaquetas
▫ Resposta inflamatória
 Mecanismo de protecção quando o organismo é
danificado.
 O suor, o vermelhão, a febre e a dor são o resultado
deste processo.
 As prostaglandinas desencadeiam esta resposta.
▫ Resposta anti-inflamatória
 Bloqueiam a síntese de prostaglandina.
 Causam a redução da resposta inflamatória.
GLICEROL
• Ao ser esterificado por ácidos gordos, o glicerol dá
origem aos glicéridos. Os monoglicéridos podem ser
formados a partir de um álcool primário (isómero α) ou
de um álcool secundário (isómero ß).
Glicerol e um triacilglicerol
GLICÉRIDOS
• São ésteres de ácidos gordos e glicerol
• Constituição:
• Glicerol (álcool) + Ácidos gordos
• Classificação:
▫ Podem ter entre 1 a 3 ácidos gordos
 Mono – di – triglicéridos
• Papel biológico:
▫ Existem em quase todos os tecidos (adiposo)
▫ Reserva de energia
LÍPIDOS COMPLEXOS
• Contém um éster de ácido gordo com glicerol e outros grupos nas
outras ligações ao glicerol.
• Fosfolípidos: ácidos gordos, ácidos fosfóricos e grupos contendo
azoto como a fosfatidil colina, fosfatidil serina, fosfatidil
etanolamina.
• Cerebrosídeos: ácidos gordos, hidratos de carbono e um grupo
contendo azoto como o galactocerebrosídeo ou o glucocerebrosídeo.
Os fosfolípidos são os elementos
constituintes da dupla camada lipídica das
membranas celulares. R1 e R2 representam
as duas cadeias alifáticas (hidrofóbicas),
enquanto que o ácido fosfórico constitui o
pólo hidrofílico.
Glicerofosfolípidos
Os Glicerofosfolípidos são diacilgliceróis ligados aos álcoois primários numa
ligação fosfodiéster.
ESFINGOLÍPIDOS
Esfingolípidos:
ácidos
gordos,
substituintes
com
azoto
e
substituintes com o grupo fosforil
como sejam as esfingomielinas.
Tecido nervoso
Nas pessoas 25% de todos os lípidos são
esfingolípidos.
Esfingolípidos
LÍPIDOS DERIVADOS
• Nesta classe encontram-se substâncias muito
variadas, que possuem características dos lípidos,
nomeadamente a insolubilidade na água e a
solubilidade nos solventes orgânicos. Englobam-se
aqui os ácidos gordos, os álcoois de elevado peso
molecular, os hidrocarbonetos, as vitaminas D, E e
K, os compostos isoprénicos e as prostaglandinas.
• Os compostos isoprénicos constituem um
importante grupo de compostos orgânicos presentes
tanto em animais como nas plantas.
• O grupo dos esteroídes, do qual fazem parte diversas
hormonas (androgénios, estrogénios, etc) e o
colesterol.
ESTERÓIDES
No reino animal, os esteróides mais
abundantes são os derivados do
colesterol C27H46O, que é um álcool. O
colesterol é componente estrutural das
membranas celulares e precursor de
outros esteróides como, por exemplo,
as vitaminas D e as hormonas sexuais
testosterona (masculino) e estrogénio
(feminino).
No nosso organismo, o colesterol é
muito importante.
É produzido principalmente no fígado,
mesmo que nossa alimentação seja
pobre em colesterol (um adulto, de
peso médio, tem cerca de 250g de
colesterol no seu organismo).
Cortisona
•
•
•
•
•
Associada com muitos processos biológicos
Metabolismo dos glúcidos
Tratamento da artrite reumatóide
Tratamento da asma
Tratamento de comichões
VITAMINAS A E D SÃO PERCURSORES
DE HORMONAS
• Compostos essenciais à saúde dos humanos e
outros vertebrados mas não são sintetizados por
estes e que têm que ser obtidos na dieta.
MEMBRANAS BIOLÓGICAS
• As membranas definem os limites externos das células e regulam o
tráfico molecular ao longo desses limites (Fig). Nas células eucariótas
dividem o espaço interno em compartimentos discretos para
segregarem processos e componentes. Organizam as sequências das
reacções complexas e são centrais na conservação da energia
biológica e a comunicação entre células.
• As actividades biológicas das membranas derivam das suas
propriedades físicas. São flexíveis, autolimitantes e selectivas na
permeabilidade aos solutos polares. A sua flexibilidade permite a
alteração da sua forma tanto nos movimentos tanto no
crescimento/divisão celular.
COMPOSIÇÃO DAS MEMBRANAS
• Distribuição assimétrica de fosfolípidos entre as monocamadas
interiores e exteriores das membranas nos eritrócitos
ESTRUTURA DAS MEMBRANAS EM MOSAICO
Agregados de lípidos que se formam na água.
(a) Em micelas, as cadeias hidrofóbicas dos ácidos gordos encontram-se no
interior da micela, não existe água no interior da esfera.
(b) Bicamada aberta, as cadeias hidrofóbicas estão protegidas da interação
com a água.
(c) Quando a bicamada fecha-se, forma-se uma bicamada fechada, forma-se
uma cavidade vazia, tridimensional (liposoma) aquosa.
Os lípidos e proteínas das
membranas são inseridos
na bicamada; as
membranas são
assimétricas tanto na
estrutura como na função.
Muitas proteínas das
membranas contêm
oligossacarídos
covalentemente ligados.
As glicoproteínas do plasma
membranar são sempre
orientadas com o domínio
hidrato de carbono na
superfície extracelular.
Interior
Exterior
TRANSPORTE
Fusão Membranar é
central
a
muitos
Processos Biológicos
envolvendo organelos
e
a
membrana
plasmar.
TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA
• A membrana celular controla a passagem de
materiais para dentro e para fora da célula.
• A maior parte do transporte é controlado pelas
proteínas integrais.
• Moléculas pequenas como a água passam
directamente através da membrana – transporte
passivo.
• Moléculas maiores e iões podem necessitar
energia para passar através da membrana –
transporte activo.
Tipos de transporte
TRANSPORTE PASSIVO
Difusão
• As micromoléculas (CO2, O2, H2O) passam
directamente através da membrana celular.
• A entropia é a força condutora – precisa de
iguais concentrações de ambos os lados da
membrana.
• A membrana apresenta uma permeabilidade
selectiva a estas moléculas.
• Mudanças de energia na passagem
de
solutos
hidrofílicos
pela
bicamada
lipídica
de
uma
membrana biológica.
• (a) Na difusão simples, a remoção da
“concha” hidratada é muito endergónica, a
energia de activação da difusão através da
bicamada é muito alta.
• (b) Uma proteína de transporte
(permease) reduz a energia de activação
da difusão transmembranar do soluto.
Isto é realizado pela formação de
interações não covalentes com o soluto
desidratado para trocar as ligações de
hidrogénio com a água provencionando
uma
passagem
transmembranar
hidrofílica.
PRESSÃO OSMÓTICA
• Três condições podem existir nas células:
▫ Concentração é a mesma em ambos os lados – isotónica.
▫ Concentração é maior no interior da célula – hipertónica.
▫ Concentração é maior no exterior da célula – hipotónica.
TRANSPORTE ACTIVO
• Quando uma célula tem que fornecer energia para
transportar materiais através da sua membrana.
Transporte Activo Primário e Secundário
• O transporte activo é termodinamicamente desfavorável
(endergónico) e acontece somente quando em conjunto com um
processo exergónico.
▫ O transporte activo primário, a acumulação de soluto é conjunta com
uma reacção química exergónica, conversão de ATP em ADP + Pi.
▫ O transporte activo secundário ocorre quando o transporte endergónico
(para cima) de um soluto é conjunto com uma corrente exergónica (para
baixo) de um soluto diferente que foi inicialmente transportado pelo
transporte activo primário.
• Transporte de glucose nas células epiteliais do intestino. A glucose
é cotransportada com o Na ao longo do plasma da membrana apical para a
célula epitelial. Move-se através da célula para a superfície basal, onde
passará para a corrente sanguínea com a ajuda do GLUT2,
um
transportador passivo de glucose. O NaK ATPase continua a bombear Na
com o objectivo de manter o gradiente de Na que leva ao consumo de
glucose.
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