177 Octreotato- Lu Resposta completa a terapia com em paciente com gastrinoma e múltiplas metástases hepáticas – Relato de caso. Gomes, G.V. ; Souza, D.S.F.; Furtado, R.G.; Gomes, E.F.; Ishii, L.; Calegaro, J.U.M.; Gomes, M.V. Núcleos - Centro de Medicina Nuclear, Brasília, Distrito Federal, Brasil. Núcleos – Centro de Medicina Nuclear – Brasília-DF Instituto Luci Ishii – Brasilia-DF INTRODUÇÃO Introdução: Tumores gastroenteropancreáticos são relativamente raros (0,8-2,1/100.000 habitantes), sendo os tipos mais freqüentes os carcinóides e os neuroendócrinos pancreáticos. Apesar de serem tumores de crescimento lento, cerca de 32 a 47% dos casos apresentam doença não-localizada ao diagnóstico. Nestes casos, a terapia com análogo da somatostatina-177Lu vem apresentando-se como uma modalidade promissora. RELATO DE CASO Paciente ALN, feminino, 57 anos, obteve diagnóstico de gastrinoma em transição do estômago-duodeno após endoscopia em fevereiro de 2008. A tomografia computadorizada de abdome demonstrava uma lesão suspeita no segmento hepático VI. Foi submetida a gastrectomia e quimioembolização da lesão hepática. Durante o seguimento, observou-se o surgimento de múltiplas lesões metastáticas em ambos os lobos hepáticos e considerou-se a possibilidade de transplante hepático. Após reavaliação do caso pelo serviço de Oncologia, a paciente foi encaminhada para o serviço de Medicina Nuclear para verificar a possibilidade de terapia com Octreotato-177Lu. Realizou cintilografia de corpo inteiro com Octreotídio-111In (Octreoscan) em outubro de 2008, a qual demonstrou múltiplas lesões hipercaptantes (grau acentuado) no fígado. A possibilidade de transplante hepático foi então desconsiderada e optouse pela terapia com Octreotato-177Lu. A paciente foi submetida a 4 doses de 200 mCi de Octreotato-177Lu, cursando com desaparecimento progressivo das lesões, atingindo resposta completa à terapia. Atualmente apresenta-se assintomática, com normalização dos marcadores séricos e sem evidência de lesões hepáticas à tomografia de abdome e ao Octreoscan. Fig. 1. CT de abdome de set/2008 (pré-tratamento com 177Lu) Fig. 2. Imagens de abdome pós-dose com Octreotato-177Lu (1ª a 4ª dose terapêutica). Fig. 3. PCI pós-dose com Octreotato-177Lu (1ª a 4ª dose terapêutica). Imagens de corpo inteiro (anterior) demonstrando a regressão das lesões hepáticas. Fig. 4. CT de abdome de dez/2009 (póstratamento com 177Lu) DISCUSSÃO Em 22 a 33% dos pacientes com tumores neuroendócrinos, há evidência de metástases hepáticas ao diagnóstico. Apesar da natureza indolente e relativamente benigna destes tumores, a sobrevida média em paciente com lesões hepáticas é de 2 a 4 anos. O Octreotato-177Lu constitui uma boa opção terapêutica em pacientes selecionados, com regressão (parcial ou completa) das lesões em 47% casos. A principal indicação para este tratamento é tumor neuroendócrino metastático ou inoperável, em paciente sem comprometimento importante das funções hepática e renal e com boa captação do radioisótopo nas lesões tumorais à cintilografia (Octreoscan). No caso relatado, a remissão das lesões hepáticas promovida pelo tratamento com Octreotato-177Lu melhorou o prognóstico da paciente, tornando desnecessário o transplante hepático. REFERÊNCIAS •Friguglietti C, et al. Microcarcinoma da tireóide: experiência e conduta em clínica privada. Arq Bras Endocrinol Metab 2007;51-5. •Lin K, et al. Skull metastasis with brain invasion from thyroid papillary microcarcinoma. J Formos Med Assoc. 1997 Apr;96(4):280-2. •Hjiyiannakis P, et al. Brain metastases in patients with differentiated thyroid carcinoma. Clin Oncol 1996;8(5):327-330