Desenvolvimento de um banco de dados geográficos para suporte de mapeamento geotécnico e de áreas de riscos em deslizamentos de solo. Acadêmico:Leonardo R. Silveira Professora orientadora: Dra.Regina Davison Dias INTRODUÇÃO As chuvas de novembro de 2008 causaram inúmeras perdas ao estado de Santa Catarina. Perdas estas de grande contingente humano que trouxeram dor e sofrimento, principalmente para os habitantes do Vale do Rio Itajaí. Os morros começaram a apresentar deslizamentos, carregando principalmente vidas humanas, além de casas, árvores e tudo que encontrava pela frente. Foram contabilizados oficialmente quatro mil deslizamentos, 135 vítimas fatais e 78000 desalojados, 51 municípios envolvidos. INTRODUÇÃO Para evitar ou tentar diminuir os impactos causados pelos deslizamentos se torna necessário: O planejamento urbano ou rural das cidades não pode ser elaborado sem considerar a mecânica dos solos como uma das condicionantes mais importantes. As ocupações das regiões urbanas e rurais apresentam muitas vezes inúmeros problemas decorrentes do uso inadequado do subsolo. As intervenções no ambiente sempre representam algum impacto. Muitas vezes, até por desconhecimento, não se avalia o risco geotécnico das obras de engenharia, principalmente das pequenas obras. INTRODUÇÂO A busca do conhecimento das características geotécnicas se faz extremamente necessária caracterizar geotécnicamente uma determinada área através de mapas. Por esta razão, surgiu a necessidade de agrupar os dados para o meio digital com o objetivo de facilitar o acesso às informações quando estes são empregados em um sistema de informações geográficas. A estruturação de um banco de dados é de grande importância para armazenar informações ,além de permitir o desenvolvimento de correlações, pode resultar em uma maior compreensão do comportamento de um determinado solo quando empregado em conjunto a um SIG. OBJETIVOS Objetivo Geral O objetivo geral deste trabalho é a montagem e estruturação inicial de um banco de dados geotécnicos com a utilização de um Sistema de Informações Geográficas no mapeamento geotécnico no complexo do Morro do Baú, no Baixo Vale do Itajaí, nos municípios de: Ilhota, Gaspar e Luiz Alves, SC. O QUE É UM SIG Sistema de informações geográficas Conjunto de programas de computador processam dados de natureza espacial (exemplos: os CEPs, os números de telefone, os bairros, os municípios, banco de dados, mapas, etc.) Importância na utilização do SIG Possibilita a análise de grande quantidade de dados Facilidade na geração de mapas temáticos Facilidade na consulta e manutenção de dados Recupera informações com base em critérios Possibilita a visualização dos dados geográficos Possibilitar a importação e exportação de dados Entrada e manutenção de dados com mouse, mesa digitalizadora e scanner Recursos de saída na forma de mapas, gráficos e tabelas para vários dispositivos (impressoras e plotters) Integração de conjuntos de dados diversos Banco de Dados De acordo com Date (2000), um sistema de banco de dados é basicamente um sistema computadorizado cujo propósito geral é armazenar informações e permitir que o usuário busque e atualize informações quando solicitado. As informações em questão pode ser qualquer coisa que tenha significado para o individuo ou para o resultado a ser alcançado. Banco de Dados Banco de Dados Date (2000) lista de uma maneira geral, algumas vantagens na utilização de banco de dados: Densidade: não há necessidade de arquivo de papel, quase sempre volumosos; Velocidade: as consultas podem ser respondidas com rapidez sem qualquer necessidade de pesquisas manuais ou visuais demoradas; Dados Atualizados: Informações precisas e atualizadas estão disponíveis a qualquer momento sob consulta; Dados compartilhados: o compartilhamento significa não apenas que as aplicações existentes podem compartilhar os dados dos bancos de dados, mas também podem ser desenvolvidas novas aplicações para operar sobre os mesmos dados; Atualização: facilidade de inclusão e atualização de dados continuamente. Banco de dados geotécnicos Devido ao grande número de informações e dados envolvidos em uma análise geotécnica, é de grande importância o desenvolvimento de uma estrutura que possibilite a armazenagem de dados e a integração de um banco de dados para determinados propósitos. Além de manter todo um volume de dados organizados, um banco de dados geotécnicos também permite atualizações, inclusões e exclusões de volumes de dados, sem perder a consistência. MAPEAMENTO GEOTÉCNICO Segundo a UNESCO (1976), mapa geotécnico é “um tipo de mapa geológico que representa todos os componentes geológicos de significância para o planejamento do solo e para projetos, construções e manutenções. Segundo Matula (1976), um bom mapa geotécnico é considerado modelo mais ilustrativo do ambiente geológico servindo as finalidades de engenharia, tomada de decisões e outras. ASPECTOS LEGAIS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO - 17° (30%) Lei Lehman (Lei Federal 6766/79), que determina que áreas com declividades acima de 30% devem ter sua ocupação condicionada a existência de riscos. - CARACTERIZAÇÂO DA BACIA DO RIO ITAJAI METODO DE TRABALHO A metodologia proposta para esta pesquisa baseia-se na utilização da metodologia de Mapeamento Geotécnico de Grandes Áreas empregada no Sul do Brasil em conjunto de um sistema de informações geográficas. A utilização do SIG integra os mapas com informações do banco de dados como: curva de nível, cotas, relevo, elevação do terreno (altitude), estruturas viárias (rodovias), hidrografia, os pontos de deslizamentos, levantados em relatório pela Epagri/Ciram e imagem da área de estudo (sensor; Spot 2005, resolução de 10 metros). O mapeamento geotécnico de grandes áreas, especialmente de bacias hidrográficas analisa todas as informações, unidades geotécnicas, hidrologia, locais georeferenciados dos deslizamentos e todas os dados necessários para definir as áreas de riscos. O projeto e construção de uma estrada, ou de qualquer edificação levam em conta não apenas a investigação localizada, mas uma análise do comportamento de todo o conjunto envolvido. METODOLOGIA DE TRABALHO Todos os dados disponibilizados para o banco de dados estão georreferenciados no sistema de coordenadas South América Datum 1969 (SAD 69), projeção cartográfica UTM e na ZONA 22 S. METODOLOGIA DE TRABALHO ACESSIBILIDADE DO BANCO DE DADOS GEOTÉCNICOS METODOLOGIA DE TRABALHO ACESSIBILIDADE DO BANCO DE DADOS GEOTÉCNICOS RESULTADOS E DISCUSSÂO Depois da compilação dos dados das diferentes fontes de base de dados. Foi feito o cruzamento dessas informações entre si através do uso do geoprocessamento, sobreposição, análise e cálculo de mapas, além da criação dos mapas temáticos de resultados, criou-se um banco de dados espacial temporal, o que permitirá análises comparações e análises futuras. Através dos dados de curva de nível da região da área de estudo foram gerados mapas de modelo numérico do terreno , altimétrico, servindo como base para o modelo de elevação digital em três dimensões (3D). RESULTADOS E DISCUSSÂO RESULTADOS E DISCUSSÂO RESULTADOS E DISCUSSÂO RESULTADOS E DISCUSSÂO RESULTADOS E DISCUSSÂO Sob o enfoque da Engenharia Geotécnica, que estuda o comportamento mecânico dos solos, a principal causa da tragédia foi a quantidade de chuva ( 1000 mm mensal). suficiente para saturar o solo, diminuindo a resistência dos solo. Como proposto na metodologia utilizada no trabalho, foram feitos os cruzamentos de mapas e informações do BD que possibilitaram a geração de mapas temáticos e possibilitando a interpretação de alguns fatores: Uso e ocupação do solo Altitude (820 metros) Declividade Hidrologia Geologia e pedologia Rodovias Tipos de deslizamentos CONCLUSÕES O trabalho permitiu atingir os objetivos esperados que foi a primeira fase de desenvolvimento de um banco de dados geográficos para suporte de mapeamento geotécnico e de áreas de riscos em deslizamentos de solo. A utilização desta metodologia em conjunto com um banco de dados inseridos em um Sistema de Informações geográficas possibilitou uma análise rápida e esclarecedora sobre os aspectos geológicos, pedológicos, geográficos e ambientais da área de estudo. Do ponto de vista geológico os pontos de deslizamentos ficaram discriminados em apenas três unidades geológicas. Do ponto de vista pedológico pode-se estimar que os deslizamentos ocasionados foram caracterizados nas áreas de três tipos de solo: Argissolo vermelho-amarelo; Cambissolo Haplico; Neossolo litólico. CONCLUSÕES Os mapas de resultados permitiram concluir que os deslizamentos ocasionados nas encostas da área de estudo não podem ser associados a um único e definitivo fator condicionante, devendo ser observado como o produto de uma cadeia de fatores e efeitos que acabam determinando sua deflagração, pode citar entre os principais: inclinação dos taludes; a declividade; a área da bacia; altura das encostas; uso e ocupação do solo; os aspectos geológicos e geotécnicos e principalmente o alto índice pluviométrico que ocorreu na região (chuvas). Foram identificados também os tipos de deslizamentos que aconteceram na localidade. É possível identificar que os principais tipos de deslizamentos que aconteceram no Morro do Baú, foram: os translacionais, rastejo, rotacionais e corrida de massa (debris flow). OBRIGADO!!! Leonardo Rodrigues Silveira Engenharia Ambiental [email protected]