CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA

Propaganda
CINEMA E
SOCIEDADE
CAPITALISTA
PRATICA DE FORMAÇÃO
ARNALDO LEMOS FILHO
www.puc-campinas.edu.br/centros/cea
Cinema e Sociedade Capitalista
EMENTA - Busca utilizar o filme
como meio de reflexão crítica sobre
os problemas da sociedade
capitalista, a partir da sociologia,
ciência que surgiu com a sociedade
burguesa e que é capaz de
apreender, com suas múltiplas
determinações, a verdade de nosso
tempo.
CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA
DESCRIÇÃO DA PRÁTICA –
Esta prática estuda o filme como uma totalidade social
completa, antes de ser uma totalidade histórica, psicológica
ou através da exibição e análise de filmes, estudaremos
alguns temas da sociedade capitalista, tais como trabalho,
alienação, mercadoria, ideologia e classes sociais, família
burguesa, violência, corrupção.
Os filmes serão instrumentos para uma reflexão
sociológica crítica dos temas citados.
OBJETIVOS ESPECIFICOS
1. Oferecer um momento de reflexão da sociedade
burguesa para o desenvolvimento de uma consciência
crítica
2.Desmitificar/desfetichizar o que está fetichizado
na estrutura narrativa dos filmes
3.Desconstruir a narrativa fílmica com seus
múltiplos personagens e situações-chaves
CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO
A visão crítica da sociedade
burguesa capitalista é
fundamental para o profissional
de nível superior que vai atuar na
sociedade. A exibição e a análise
de filmes temáticos é uma
oportunidade para o aluno
desenvolver esta consciência
crítica.
METODOLOGIA
Exibição e análise de filmes que
discutam temas específicos da
sociedade burguesa. Exposição
dialogada da formação da sociedade
capitalista, tendo como instrumento
os resultados do projeto de extensão
“Tela Crítica”, de Giovanni Alves, da
UNESP
FILMES SELECIONADOS
QUEIMADA- Gilo PontecorvoItalia/França, 1969
MEU TIO – Jacques Tati –
França,1956
EDUKATORS - Hans Weingarten –
Alemanha-2004
QUANTO VALE OU É POR QUILO – Sergio
Bianchi – Brasil-2005
CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA
Unidade I - A Sociedade Capitalista – Formação
histórica e características.:
Unidade II – Capitalismo e Colonialismo – Filme :
Queimada. Giles Pontecorvo
Unidade III – Capitalistmo e modo de vida – Filme :
Meu Tio, Jacques Tati
Unidade IV – Capitalismo, Ideologia e Classes
Sociais –Filme : Edukators (Hans Weingartner)
Unidade V – Capitalismo e Corrupção – Filme:
Quanto vale ou é por quilo? (Sergio Bianchi) ¨
Unidade VI – Avaliação Final
CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA
BASICA ALVES, Giovanni.Cinema como
experiência crítica- uma hermenêutica
do Filme. www.telacritica.org
. ALVES, Giovanni – Meu Tio – CD-Rom
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4ªedição,
Porto-Alegre: Ed. Artmed, 2005.
TOMAZI, Nelson. Iniciação à Sociologia.
São Paulo: Ed. Atual, 2001
CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA
COMPLEMENTAR –
SINGER,Paul. O Capitalismo, sua
evolução, sua lógica e sua dinâmica.
São Paulo: Ed.Moderna,1987
MARX, Karl. O Manifesto Comunista.
Petrópolis: Ed. Vozes, 1999
CATANI, Afrânio. O que é capitalismo.
São Paulo. Ed.Brasiliense, Coleção
Os Primeiros Passos.
CALENDARIO
1ª aula : Apresentação
Primeira Semana
Segunda Semana
2ªaula : Sociedade Capitalista
Queimada
Terceira Semana
Debate
Quarta Semana
Meu Tio
Quinta Semana
Debate
CALENDARIO
Sexta Semana
Sétima Semana
Oitava Semana
Nona Semana
Edukators
Debate
Quanto vale ou é
por quilo e debate
Aula final
ROTEIRO PARA ANÁLISE DOS FILMES
“CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA”
1
2
3.
4.
5.
Ficha técnica
Estrutura narrativa
Tese(s)
Palavras –chave
Frases e/ou cenas de relevo que explicam a(s)
tese(s).
6. Analise sóciologica : Analisar o filme a partir da(s)
tese(s),frases e cenas relevantes em relação
à sociedade capitalista
7. Conclusão
ROTEIRO PARA ANÁLISE DOS FILMES
“CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA”
INSTRUÇÕES 1. O Relatório deve ser escrito e entregue nos prazos definidos na agenda.
Não serão aceitos relatórios por e-mail.
2. CAPA - Deverá constar, em maiúsculas e centralizado, o nome do(s)
autor(s) ao alto, o título do trabalho no centro, local e data ao final, optando
por Puc- Campinas e o ano logo abaixo. Titulo :– Filmes (titulo dos filmes)
3. PÁGINA DE ROSTO – Deverá contemplar as informações de identificação do
trabalho. Sugere-se : Relatorio apresentado para a Pratica de Formação
“Cinema e Sociedade Capitalista”, sob orientação do Prof.....Esta identificação
deverá constar no centro da pagina, á direita, no formato justificado e o
espaço entre linhas deve ser simples
4. PAPEL - PAPEL A-4 ou 210 x 297 cm
5. MARGENS Superio
Inferior :
Esquerda :
Direita : 2 cm
6. FONTES - Times New Roman- 12
Arial 11
VISÃO CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA
MACRO-SOCIOLOGIA
examina a sociedade como
um todo, ou seja, como um
complexo sistema social.
MICRO-S0CIOLOGIA
examina a interação entre
os indivíduos e entre os
pequenos grupos.
VISÃO CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA
TEORIAS FUNCIONALISTAS
TEORIAS DA
SOCIOLOGIA
MODERNA
TEORIAS DO CONFLITO
SOCIAL
TEORIAS FUNCIONALISTAS
São teorias de integração social. Partem de uma
visão única: a sociedade funciona como uma
máquina.
A sociedade distribui papeis e recursos
(dinheiro, poder, prestigio, educação) aos seus
membros que são peças da máquina.
Características
A finalidade é a sua reprodução através do
funcionamento perfeito de seus vários
componentes.
Os seus membros estão integrados num sistema
de valores, compartilham os mesmos objetivos,
aceitam as regras vigentes e se comportam de
forma adequada às mesmas.
TEORIAS FUNCIONALISTAS
Há mecanismos de reajustes, e redistribuição de
recursos e funções, pequenas mudanças dentro
de limites estabelecidos pela própria sociedade,
sem afetar o equilíbrio social.
Características
Em situação de crise e de conflito existe uma
disfunção: ou os elementos de contestação são
controlados e neutralizados (repressão) ou a
maquina social será destruída.
As disfunções se opõem ao funcionamento do
sistema social. São falhas do sistema, não
possibilitando a integração das finalidades e
valores sociais.
TEORIAS FUNCIONALISTAS
Consideram a sociedade como um
sistema harmônico: qualquer conflito
é manifestação de patologia social
SUAS FALHAS
Adotam um modelo de equilíbrio
social com pouco espaço aos
processos de ruptura, conflito e
mudança radical.
São teorias estáticas, limitando-se
a descrições superficiais da
sociedade.
TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL
São teorias que consideram a
sociedade como constituída de grupos
com
interesses
estruturalmente
opostos que se encontram em luta
pelo poder.
TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL
Afirmam que a coação e o
condicionamento ideológico são
pontos fundamentais que os grupos
de poder exercem sobre os demais.
Características
As crises e as mudanças são
consideradas fenômenos normais na
sociedade: luta de interesses e
poder.
A estabilidade é considerada como
uma situação de exceção
TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL
Fundamentam-se na tese marxista : “ A
história de todas as sociedades até hoje é a
história da luta de classes”
Características
Explicam o funcionamento da sociedade pela
estratificação social: a sociedade é
constituída de vários estratus, resultado de
uma desigualdade social no acesso ao poder
e aos meios econômicos.
o conflito e a ruptura constituem a lei
principal da historia da sociedade.
Karl Marx -1818-1883
SOCIEDADE CAPITALISTA
CAPITALISMO
CARACTERISTICAS
FUNDAMENTAIS :
UM MODO DE PRODUCÃO CUJOS MEIOS
ESTÃO NAS MÃOS DOS CAPITALISTAS,
QUE CONSTITUEM UMA CLASSE
DISTINTA DA SOCIEDADE.
PROPRIEDADE PRIVADA
DIVISAO SOCIAL DO TRABALHO
TROCA DE MERCADORIAS
ANALISE CRITICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA:
O PENSAMENTO DE KARL MARX
forcas de
produção
CONCEITOS
modo de
produção
BASICOS
super-estrutura
política, juridicae
ideológica
ideologia
relações de
produção,
infra-estrutura
econômica
Estado,
classes
sociais
alienação
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
Textos Básicos:
1848
O Manifesto Comunista
1859
Prefácio à Contribuição à Crítica da
Economia Política
1863
O Capital
PRESSUPOSTOS PARA O CONHECIMENTO
DA SOCIEDADE
Conceito de Homem
Conceito de Trabalho
Conceito de História
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
HOMEM
ser de
necessidades
satisfação
das
necessidades
produção de
bens
materiais
produção de
bens
materiais
TRABALHO
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
Relações
Forças de Produção
A ) com a Natureza
(instrumentos de produção)
+
B ) dos Homens entre si
Relações de
Produção
(divisão do trabalho)
=
modo de produção
HISTORIA
Antigo
Feudal
Capitalista
“A história humana é a história das relações dos
homens com a natureza e dos homens entre si.”
Nesses dois tipos de relação
aparece como intermediário um
elemento essencial: O TRABALHO HUMANO
Assim como Darwin havia descoberto a lei
da evolução das espécies, Marx descobriu
as leis da HISTÓRIA
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
SUPER ESTRUTURA
IDEOLÓGICA
IDEOLÓGICA
POLÍTICA
JURÍDICA
ESTADO
DIREITO
FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(MODO DE PRODUÇÃO)
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
INFRA ESTRUTURA
O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção de
uma sociedade forma sua base ou infra-estrutura que por sua vez é o
fundamento sobre o qual se constituem as instituições políticas e sociais.
Esta base material é o modo de produção que serve para caracterizar
distintas etapas da história humana.
SUPER ESTRUTURA
Na produção da vida os homens geram outra espécie de produtos que
não têm forma material: as ideologias políticas, concepções religiosas,
códigos morais e estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicação,
o conhecimento filosófico e científico, representações coletivas de
sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de vida.
A explicação das formas jurídicas, políticas, espirituais e de
consciência, encontra-se na base econômica e material da
sociedade, no modo como os homens estão organizados no
processo produtivo
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
SUPER ESTRUTURA
IDEOLÓGICA
IDEOLÓGICA
CONSCIÊNCIA
POLÍTICA
JURÍDICA
ESTADO
DIREITO
FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(MODO DE PRODUÇÃO)
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA
EXISTÊNCIA
Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia
Política
“O modo de produção da vida material condiciona o processo da
vida social, política e espiritual em geral”
“Não é a consciência do homem que determina a sua existência,
mas ao contrário, é a sua existência que determina a sua
consciência”
“Do mesmo modo que não podemos julgar um indivíduo pelo que
ele pensa de si mesmo, não podemos julgar estas épocas de
revolução pela sua consciência, mas pelo contrário, é necessário
explicar
esta
consciência
pelas contradições
material,todas
pelo
“Nenhuma
formação
social desaparece
antes queda
sevida
desenvolvam
conflito
as contem
forças eprodutivas
e as relações
as forçasexistente
produtivasentre
que ela
jamais aparecem
relações de
de
produção”
produção novas antes de amadurecerem no seio da própria sociedade
antiga as condições materiais para a sua existência”
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
MPC
RELAÇÕES DE PROPRIEDADE
PROPRIETÁRIOS
NÃO PROPRIETÁRIOS
PROLETARIADO
BURGUESIA
CLASSE DOMINANTE
CLASSE DOMINADA
RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO
ANALISE CRITICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA:
O PENSAMENTO DE KARL MARX
valor de uso e valor de troca
a determinação do valor de troca
ANALISE DA
MERCADORIA
os processos históricos de
troca
a forca de trabalho como
mercadoria
o valor da forca de trabalho
o processo da mais-valia
o fetichismo da mercadoria
ANÁLISE DA MERCADORIA 1
1. O duplo valor dos bens materiais
homem
necessidades
satisfação
Valor de uso
produção de
bens materiais
Utilidade do bem material para o seu produtor
valor dos bens
Valor de troca
Quando o bem produzido não tem valor de uso para o seu
produtor e este o coloca no mercado para troca:
MERCADORIA
Toda mercadoria é essencialmente valor de troca, mas tem
embutido nela um valor de uso
ANÁLISE DA MERCADORIA 1
2. A determinação do valor de troca
O que determina o valor de troca de uma MERCADORIA ?
QUANTIDADE ?
NECESSIDADE ?
FINALIDADE ?
EQUIVALÊNCIA (valores iguais)
ANÁLISE DA MERCADORIA
2. A determinação do valor de troca
equivalência
trabalho
equivalência
02 horas
02 horas
04 horas
tempo de trabalho necessário
para a sua produção
ANÁLISE DA MERCADORIA 2
2. A determinação do valor de troca
Tempo de trabalho SOCIALMENTE necessário para a sua
produção
Exemplo : compra no supermercado
Pacote de arroz = 10 reais
O preço é o que aparece. O que significa?
Trabalho da sociedade: ao trocar as mercadorias, há
uma comparação de trabalho humano. Logo toda
mercadoria expressa relações sociais
O que é comum a todas as mercadorias não é trabalho
concreto de um ramo de produção determinado,não é o
trabalho de um gênero particular, mas o trabalho
humano abstrato, o trabalho humano geral.
“Ao equiparar os seus diversos produtos na
troca como valores, os homens equiparam os
seus diversos trabalhos como trabalho humano.
Não se dão conta, mas fazem-no”.
ANÁLISE DA MERCADORIA 3
3. Os processos históricos de troca
I) Processo Pré-Capitalista
a) Processo de circulação simples (troca direta)
A troca direta não dinamiza a troca
M
M
Há necessidade de um equivalente geral
b) Processo de circulação complexa (troca indireta)
M
D (equivalente geral)
M
O processo Pré-Capitalista não tem como objetivo o LUCRO
ANÁLISE DA MERCADORIA 3
II) Processo Capitalista
Qual a vantagem ?
D
M
D
D
M
D+
Dinheiro tem valor de uso ?
D
M
D+
M
D++
M
D+++ ...
ANÁLISE DA MERCADORIA
O processo pré-capitalista
começa com M
O processo capitalista
começa com D
a mercadoria é produto do
trabalho
o dinheiro é necessariamente
produto do trabalho ?
Questão Básica
De onde veio o dinheiro para o início do capitalismo?
Comércio = troca de mercadoria, conquista, pirataria,
saque, exploração, suborno, fraude ...
ANALISE DA MERCADORIA
“Se o dinheiro .... Vem ao mundo
com uma mancha congênita de
sangue numa das faces, o capital
vem pingando da cabeça aos
pés,de todos os poros, sangue e
lama” (Marx, O Capital, vol 1)
ANÁLISE DA MERCADORIA
matéria prima
(Capital constante)
M
D+
D
força de trabalho
(Capital variável)
No capitalismo a força de trabalho tornou-se uma
mercadoria. Antes, o trabalhador era dono de sua
força de trabalho: camponeses e artesãos
Camponeses = expulsos do campo
Artesãos = destituídos de suas ferramentas
ANÁLISE DA MERCADORIA 4
4. A força de trabalho como mercadoria
Qual o valor desta mercadoria ?
a) o valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de
trabalho necessário para que ela exista
b) ora, a força de trabalho é uma mercadoria
c) logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos
meios necessários para que ela exista
d) ora, a força de trabalho não existe desvinculada de seu
dono, o trabalhador
e) Logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos
meios necessários para que o trabalhador exista
f) ora, um dia o trabalhador vai morrer
g) logo o valor da força de trabalho é determinado pelos
meios necessários à subsistência do trabalhador e sua
reprodução
ANÁLISE DA MERCADORIA
Enquanto cresce, estuda e trabalha, o homem consome uma certa
quantidade de mercadorias, que pode ser medida em tempo de
trabalho.
MEDINDO ESTE VALOR, ESTAREMOS MEDINDO, INDIRETAMENTE, O
VALOR DA FORÇA DE TRABALHO
PORTANTO, O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO É IGUAL AO VALOR
DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA, PRINCIPALMENTE GÊNEROS DE
PRIMEIRA NECESSIDADE, INDISPENSÁVEIS À REPRODUÇÃO DA
CLASSE OPERÁRIA
Esse valor é pago no salário, que deve dar apenas para o
estritamente necessário ao futuro trabalhador.
É esse o circulo vicioso do capitalismo, em que o
assalariado vende a sua força de trabalho para sobreviver e
o capitalista lhe compra a força de trabalho para enriquecer.
A razão do circulo vicioso esta no processo de MAIS VALIA
ANÁLISE DA MERCADORIA
5. O processo da mais valia
1. Economistas Clássicos
A força de trabalho como criação de valor
2. Marx
O trabalho provoca nos objetos uma espécie de “ressurreição”
3. Economistas Clássicos
O valor das mercadorias depende do tempo de trabalho gasto na
produção
4. Marx
Tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção
tempo médio
tempo social
ANÁLISE DA MERCADORIA
5. O processo da mais valia
Primeiro Modo
Hipótese: 08 horas
Tempo Necessário:
o tempo de trabalho necessário para produzir mercadorias cujo
valor é igual ao valor da força de trabalho
Tempo Excedente:
o tempo de trabalho que excede, que vale mais que a força de
trabalho: mais valia. O trabalhador, embora tenha feito juridicamente
um contrato de trabalho de 08 horas, trabalha 04 horas de graça
Mais Valia Absoluta: Se o capitalista exigir aumento das horas,
ainda que pague mais, estará aumentando a mais valia:
Mais Valia Relativa: Se o capitalista investir em novas tecnologias
diminuirá o tempo necessário estará aumentando a mais valia
ANÁLISE DA MERCADORIA
5. O processo da mais valia
Segundo Modo
5. Exemplo
Matéria
Prima
Produção de um par de sapatos
=
100 unid de
moeda
Desgaste
Instrumentos
=
20 unid de
moeda
Salário Diário
=
30 unid de
moeda
Como o capitalista
obtém o lucro?
Não é no âmbito da compra
e venda
É no âmbito da produção
O valor de um par de sapatos é a soma de todos os
valores representados pelas diversas mercadorias que
entraram na produção
ANÁLISE DA MERCADORIA
09 horas de
trabalho
01 par a cada
03 horas
Nessas 03h o trabalhador
cria uma quantidade de
valor correspondente ao
seu salário
Nas outras 06h produz
mais mercadorias que
geram um valor maior do
que lhe foi pago na forma
de salário
ANÁLISE DA MERCADORIA
Meios de Produção
120
+
+
salário
30
=
150
Meios de Produção
120
+
+
salário
30
x
03
=
390
=
130
03
MAIS VALIA
Ao final da jornada, o trabalhador recebe 30
unidades de moeda e o seu trabalho rendeu o
dobro ao capitalista: 20 unidades de moeda
em cada um dos pares de sapato. Este valor a
mais não retorna ao operário: incorpora-se ao
produto e é apropriado pelo capitalista
Assim como um boi produz mais do que consome
e enriquece o seu dono, a classe trabalhadora
produz mais valia do que consome e enriquece os
proprietários dos meios de produção. Os
trabalhadores são os bois do sistema capitalista
O FETICHISMO DA MERCADORIA
FETICHISMO
Adoração ou culto de fetiches
FETICHE
Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela
natureza, ao qual o homem da o caráter de sagrado e presta culto
FREUD
MARX
(1856 – 1939)
A aplicação do processo
de fetichismo ao
comportamento
individual: fetiches
sexuais
(1818 – 1883)
A aplicação do processo do
fetichismo ao
comportamento social: a
mercadoria e o dinheiro são
fetiches
O FETICHISMO DA MERCADORIA
O que é MERCADORIA ?
Trabalho humano concentrado e não pago. Ao
trocar mercadorias, o homem compara trabalho
humano. A mercadoria expressa, pois, relações
sociais
Aparece como uma coisa dotada de valor de uso
(utilidade) e de valor de troca (preço)
O FETICHISMO DA MERCADORIA
Exemplo de relações:
a mercadoria 3,00 se relaciona com a mercadoria sabonete Gessy,
a mercadoria 200,00 se relaciona com a mercadoria
menino-que-faz-pacotes
As coisas-mercadorias começam a se relacionar umas com as
outras como se fossem sujeitos sociais, dotados de vida
própria:
01 apartamento estilo “mediterrâneo” = um modo de viver
01 cigarro marca X = um estilo de vida
01 calça jeans griffe X = um vida jovem
O FETICHISMO DA MERCADORIA
As coisas-mercadorias aparecem como sujeitos
sociais, dotados de vida própria e os homensmercadorias aparecem como coisas
A mercadoria é um fetiche no sentido religioso da
palavra: uma coisa que existe por si e em si
A mercadoria, como fetiche, tem poder sobre seus
crentes
O FETICHISMO DA MERCADORIA
COMO ENTÃO APARECEM AS RELAÇÕES SOCIAIS DE
TRABALHO ?
As relações sociais de trabalho aparecem como relações
materiais entre as pessoas e como relações sociais entre
coisas
Os homens são transformados em coisas e as coisas são
transformadas em “gente”
O FETICHISMO DA MERCADORIA
Os homens são transformados em coisas:
trabalhador
Uma coisa chamada força de trabalho
trabalho
uma coisa chamada mercadoria que possui
outra
coisa chamada preço
uma coisa chamada capital que possui outra
coisa chamada capacidade de ter lucros.
E a coisas são transformadas em “gente”:
Produzir, distribuir, comerciar, acumular, consumir, investir,
poupar, trabalhar = funcionam e operam sozinhas, por si
mesmas, independente dos homens que as realizam
Desaparecem os seres humanos, ou melhor, eles existem
sob a forma de coisas: reificação (Lucaks)
Questões Finais
Por que os homens conservam essa realidade ?
Como se explica que não percebam a reificação ?
Como entender que o trabalhador não se revolte contra
uma situação na qual não só lhe foi roubada a condição
humana, mas ainda é explorado naquilo que faz ?
Como explicar que essa realidade nos apareça como
natural, normal, racional, aceitável ?
De onde vem o obscurecimento da existência das
contradições e dos antagonismos sociais ?
De onde vem a não percepção da existência das
contradições e dos antagonismos sociais ?
A resposta a essas questões nos conduz diretamente ao
fenômeno da ALIENAÇÃO e da IDEOLOGIA
ALIENAÇÃO
alienum = alheio - outro
Alienar um imóvel
Vender = separar o proprietário da
propriedade
ALIENAÇÃO ECONÔMICA
Os trabalhadores são expropriados dos seus meios de
produção da vida material e do saber do qual dependia a
fabricação de um produto e a própria posição social do
artesão
ALIENAÇÃO
O capitalismo reduziu o trabalhador simplificadas, parciais e
repetitivas na linha de à execução de tarefas produção da
fábrica
O trabalhador só aprende que deve trabalhar para receber
o salário e viver, pois esta é a percepção que tem da
realidade na vida cotidiana
O trabalhador só aprende que deve trabalhar para receber
o salário e viver, pois esta é a percepção que tem da
realidade na vida cotidiana
ALHEAMENTO
O trabalho é percebido pelo trabalhador como algo fora
de si, que pertence a outros. Daí adquire uma consciência
falsa do mundo em que vive: IDEOLOGIA
IDEOLOGIA
É aquele sistema ordenado de idéias e concepções, de
normas e de regras (com base no qual as leis jurídicas são
feitas) que obriga os homens a comportarem-se segundo a
vontade do “sistema”, como se estivessem se
comportando segundo sua própria vontade
A ideologia dominante numa dada época histórica é a
ideologia da classe dominante nessa época.
IDEOLOGIA
Ao contrário de outras épocas históricas (escravidão e
servidão), no capitalismo o trabalhador acha que é justo que
ele seja separado do produto de seu trabalho, mediante o
pagamento de seu salário.
Para Marx, o salário não remunera todo o trabalho, pois
uma parte é apropriada pelo capitalista e se transforma em
lucro.
O trabalhador não percebe isso por causa da ideologia
que é uma concepção de mundo gerada pela classe
dominante e assumida pela classe dominada como se
fosse sua.
Download