CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO www.puc-campinas.edu.br/centros/cea Cinema e Sociedade Capitalista EMENTA - Busca utilizar o filme como meio de reflexão crítica sobre os problemas da sociedade capitalista, a partir da sociologia, ciência que surgiu com a sociedade burguesa e que é capaz de apreender, com suas múltiplas determinações, a verdade de nosso tempo. CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA DESCRIÇÃO DA PRÁTICA – Esta prática estuda o filme como uma totalidade social completa, antes de ser uma totalidade histórica, psicológica ou através da exibição e análise de filmes, estudaremos alguns temas da sociedade capitalista, tais como trabalho, alienação, mercadoria, ideologia e classes sociais, família burguesa, violência, corrupção. Os filmes serão instrumentos para uma reflexão sociológica crítica dos temas citados. OBJETIVOS ESPECIFICOS 1. Oferecer um momento de reflexão da sociedade burguesa para o desenvolvimento de uma consciência crítica 2.Desmitificar/desfetichizar o que está fetichizado na estrutura narrativa dos filmes 3.Desconstruir a narrativa fílmica com seus múltiplos personagens e situações-chaves CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO A visão crítica da sociedade burguesa capitalista é fundamental para o profissional de nível superior que vai atuar na sociedade. A exibição e a análise de filmes temáticos é uma oportunidade para o aluno desenvolver esta consciência crítica. METODOLOGIA Exibição e análise de filmes que discutam temas específicos da sociedade burguesa. Exposição dialogada da formação da sociedade capitalista, tendo como instrumento os resultados do projeto de extensão “Tela Crítica”, de Giovanni Alves, da UNESP FILMES SELECIONADOS QUEIMADA- Gilo PontecorvoItalia/França, 1969 MEU TIO – Jacques Tati – França,1956 EDUKATORS - Hans Weingarten – Alemanha-2004 QUANTO VALE OU É POR QUILO – Sergio Bianchi – Brasil-2005 CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA Unidade I - A Sociedade Capitalista – Formação histórica e características.: Unidade II – Capitalismo e Colonialismo – Filme : Queimada. Giles Pontecorvo Unidade III – Capitalistmo e modo de vida – Filme : Meu Tio, Jacques Tati Unidade IV – Capitalismo, Ideologia e Classes Sociais –Filme : Edukators (Hans Weingartner) Unidade V – Capitalismo e Corrupção – Filme: Quanto vale ou é por quilo? (Sergio Bianchi) ¨ Unidade VI – Avaliação Final CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA BASICA ALVES, Giovanni.Cinema como experiência crítica- uma hermenêutica do Filme. www.telacritica.org . ALVES, Giovanni – Meu Tio – CD-Rom GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4ªedição, Porto-Alegre: Ed. Artmed, 2005. TOMAZI, Nelson. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Ed. Atual, 2001 CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA COMPLEMENTAR – SINGER,Paul. O Capitalismo, sua evolução, sua lógica e sua dinâmica. São Paulo: Ed.Moderna,1987 MARX, Karl. O Manifesto Comunista. Petrópolis: Ed. Vozes, 1999 CATANI, Afrânio. O que é capitalismo. São Paulo. Ed.Brasiliense, Coleção Os Primeiros Passos. CALENDARIO 1ª aula : Apresentação Primeira Semana Segunda Semana 2ªaula : Sociedade Capitalista Queimada Terceira Semana Debate Quarta Semana Meu Tio Quinta Semana Debate CALENDARIO Sexta Semana Sétima Semana Oitava Semana Nona Semana Edukators Debate Quanto vale ou é por quilo e debate Aula final ROTEIRO PARA ANÁLISE DOS FILMES “CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA” 1 2 3. 4. 5. Ficha técnica Estrutura narrativa Tese(s) Palavras –chave Frases e/ou cenas de relevo que explicam a(s) tese(s). 6. Analise sóciologica : Analisar o filme a partir da(s) tese(s),frases e cenas relevantes em relação à sociedade capitalista 7. Conclusão ROTEIRO PARA ANÁLISE DOS FILMES “CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA” INSTRUÇÕES 1. O Relatório deve ser escrito e entregue nos prazos definidos na agenda. Não serão aceitos relatórios por e-mail. 2. CAPA - Deverá constar, em maiúsculas e centralizado, o nome do(s) autor(s) ao alto, o título do trabalho no centro, local e data ao final, optando por Puc- Campinas e o ano logo abaixo. Titulo :– Filmes (titulo dos filmes) 3. PÁGINA DE ROSTO – Deverá contemplar as informações de identificação do trabalho. Sugere-se : Relatorio apresentado para a Pratica de Formação “Cinema e Sociedade Capitalista”, sob orientação do Prof.....Esta identificação deverá constar no centro da pagina, á direita, no formato justificado e o espaço entre linhas deve ser simples 4. PAPEL - PAPEL A-4 ou 210 x 297 cm 5. MARGENS Superio Inferior : Esquerda : Direita : 2 cm 6. FONTES - Times New Roman- 12 Arial 11 VISÃO CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA MACRO-SOCIOLOGIA examina a sociedade como um todo, ou seja, como um complexo sistema social. MICRO-S0CIOLOGIA examina a interação entre os indivíduos e entre os pequenos grupos. VISÃO CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA TEORIAS FUNCIONALISTAS TEORIAS DA SOCIOLOGIA MODERNA TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL TEORIAS FUNCIONALISTAS São teorias de integração social. Partem de uma visão única: a sociedade funciona como uma máquina. A sociedade distribui papeis e recursos (dinheiro, poder, prestigio, educação) aos seus membros que são peças da máquina. Características A finalidade é a sua reprodução através do funcionamento perfeito de seus vários componentes. Os seus membros estão integrados num sistema de valores, compartilham os mesmos objetivos, aceitam as regras vigentes e se comportam de forma adequada às mesmas. TEORIAS FUNCIONALISTAS Há mecanismos de reajustes, e redistribuição de recursos e funções, pequenas mudanças dentro de limites estabelecidos pela própria sociedade, sem afetar o equilíbrio social. Características Em situação de crise e de conflito existe uma disfunção: ou os elementos de contestação são controlados e neutralizados (repressão) ou a maquina social será destruída. As disfunções se opõem ao funcionamento do sistema social. São falhas do sistema, não possibilitando a integração das finalidades e valores sociais. TEORIAS FUNCIONALISTAS Consideram a sociedade como um sistema harmônico: qualquer conflito é manifestação de patologia social SUAS FALHAS Adotam um modelo de equilíbrio social com pouco espaço aos processos de ruptura, conflito e mudança radical. São teorias estáticas, limitando-se a descrições superficiais da sociedade. TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL São teorias que consideram a sociedade como constituída de grupos com interesses estruturalmente opostos que se encontram em luta pelo poder. TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL Afirmam que a coação e o condicionamento ideológico são pontos fundamentais que os grupos de poder exercem sobre os demais. Características As crises e as mudanças são consideradas fenômenos normais na sociedade: luta de interesses e poder. A estabilidade é considerada como uma situação de exceção TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL Fundamentam-se na tese marxista : “ A história de todas as sociedades até hoje é a história da luta de classes” Características Explicam o funcionamento da sociedade pela estratificação social: a sociedade é constituída de vários estratus, resultado de uma desigualdade social no acesso ao poder e aos meios econômicos. o conflito e a ruptura constituem a lei principal da historia da sociedade. Karl Marx -1818-1883 SOCIEDADE CAPITALISTA CAPITALISMO CARACTERISTICAS FUNDAMENTAIS : UM MODO DE PRODUCÃO CUJOS MEIOS ESTÃO NAS MÃOS DOS CAPITALISTAS, QUE CONSTITUEM UMA CLASSE DISTINTA DA SOCIEDADE. PROPRIEDADE PRIVADA DIVISAO SOCIAL DO TRABALHO TROCA DE MERCADORIAS ANALISE CRITICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA: O PENSAMENTO DE KARL MARX forcas de produção CONCEITOS modo de produção BASICOS super-estrutura política, juridicae ideológica ideologia relações de produção, infra-estrutura econômica Estado, classes sociais alienação CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE Textos Básicos: 1848 O Manifesto Comunista 1859 Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia Política 1863 O Capital PRESSUPOSTOS PARA O CONHECIMENTO DA SOCIEDADE Conceito de Homem Conceito de Trabalho Conceito de História CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE HOMEM ser de necessidades satisfação das necessidades produção de bens materiais produção de bens materiais TRABALHO CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE Relações Forças de Produção A ) com a Natureza (instrumentos de produção) + B ) dos Homens entre si Relações de Produção (divisão do trabalho) = modo de produção HISTORIA Antigo Feudal Capitalista “A história humana é a história das relações dos homens com a natureza e dos homens entre si.” Nesses dois tipos de relação aparece como intermediário um elemento essencial: O TRABALHO HUMANO Assim como Darwin havia descoberto a lei da evolução das espécies, Marx descobriu as leis da HISTÓRIA CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE SUPER ESTRUTURA IDEOLÓGICA IDEOLÓGICA POLÍTICA JURÍDICA ESTADO DIREITO FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO (MODO DE PRODUÇÃO) INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE INFRA ESTRUTURA O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção de uma sociedade forma sua base ou infra-estrutura que por sua vez é o fundamento sobre o qual se constituem as instituições políticas e sociais. Esta base material é o modo de produção que serve para caracterizar distintas etapas da história humana. SUPER ESTRUTURA Na produção da vida os homens geram outra espécie de produtos que não têm forma material: as ideologias políticas, concepções religiosas, códigos morais e estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicação, o conhecimento filosófico e científico, representações coletivas de sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de vida. A explicação das formas jurídicas, políticas, espirituais e de consciência, encontra-se na base econômica e material da sociedade, no modo como os homens estão organizados no processo produtivo CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE SUPER ESTRUTURA IDEOLÓGICA IDEOLÓGICA CONSCIÊNCIA POLÍTICA JURÍDICA ESTADO DIREITO FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO (MODO DE PRODUÇÃO) INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA EXISTÊNCIA Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia Política “O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral” “Não é a consciência do homem que determina a sua existência, mas ao contrário, é a sua existência que determina a sua consciência” “Do mesmo modo que não podemos julgar um indivíduo pelo que ele pensa de si mesmo, não podemos julgar estas épocas de revolução pela sua consciência, mas pelo contrário, é necessário explicar esta consciência pelas contradições material,todas pelo “Nenhuma formação social desaparece antes queda sevida desenvolvam conflito as contem forças eprodutivas e as relações as forçasexistente produtivasentre que ela jamais aparecem relações de de produção” produção novas antes de amadurecerem no seio da própria sociedade antiga as condições materiais para a sua existência” CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE MPC RELAÇÕES DE PROPRIEDADE PROPRIETÁRIOS NÃO PROPRIETÁRIOS PROLETARIADO BURGUESIA CLASSE DOMINANTE CLASSE DOMINADA RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO ANALISE CRITICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA: O PENSAMENTO DE KARL MARX valor de uso e valor de troca a determinação do valor de troca ANALISE DA MERCADORIA os processos históricos de troca a forca de trabalho como mercadoria o valor da forca de trabalho o processo da mais-valia o fetichismo da mercadoria ANÁLISE DA MERCADORIA 1 1. O duplo valor dos bens materiais homem necessidades satisfação Valor de uso produção de bens materiais Utilidade do bem material para o seu produtor valor dos bens Valor de troca Quando o bem produzido não tem valor de uso para o seu produtor e este o coloca no mercado para troca: MERCADORIA Toda mercadoria é essencialmente valor de troca, mas tem embutido nela um valor de uso ANÁLISE DA MERCADORIA 1 2. A determinação do valor de troca O que determina o valor de troca de uma MERCADORIA ? QUANTIDADE ? NECESSIDADE ? FINALIDADE ? EQUIVALÊNCIA (valores iguais) ANÁLISE DA MERCADORIA 2. A determinação do valor de troca equivalência trabalho equivalência 02 horas 02 horas 04 horas tempo de trabalho necessário para a sua produção ANÁLISE DA MERCADORIA 2 2. A determinação do valor de troca Tempo de trabalho SOCIALMENTE necessário para a sua produção Exemplo : compra no supermercado Pacote de arroz = 10 reais O preço é o que aparece. O que significa? Trabalho da sociedade: ao trocar as mercadorias, há uma comparação de trabalho humano. Logo toda mercadoria expressa relações sociais O que é comum a todas as mercadorias não é trabalho concreto de um ramo de produção determinado,não é o trabalho de um gênero particular, mas o trabalho humano abstrato, o trabalho humano geral. “Ao equiparar os seus diversos produtos na troca como valores, os homens equiparam os seus diversos trabalhos como trabalho humano. Não se dão conta, mas fazem-no”. ANÁLISE DA MERCADORIA 3 3. Os processos históricos de troca I) Processo Pré-Capitalista a) Processo de circulação simples (troca direta) A troca direta não dinamiza a troca M M Há necessidade de um equivalente geral b) Processo de circulação complexa (troca indireta) M D (equivalente geral) M O processo Pré-Capitalista não tem como objetivo o LUCRO ANÁLISE DA MERCADORIA 3 II) Processo Capitalista Qual a vantagem ? D M D D M D+ Dinheiro tem valor de uso ? D M D+ M D++ M D+++ ... ANÁLISE DA MERCADORIA O processo pré-capitalista começa com M O processo capitalista começa com D a mercadoria é produto do trabalho o dinheiro é necessariamente produto do trabalho ? Questão Básica De onde veio o dinheiro para o início do capitalismo? Comércio = troca de mercadoria, conquista, pirataria, saque, exploração, suborno, fraude ... ANALISE DA MERCADORIA “Se o dinheiro .... Vem ao mundo com uma mancha congênita de sangue numa das faces, o capital vem pingando da cabeça aos pés,de todos os poros, sangue e lama” (Marx, O Capital, vol 1) ANÁLISE DA MERCADORIA matéria prima (Capital constante) M D+ D força de trabalho (Capital variável) No capitalismo a força de trabalho tornou-se uma mercadoria. Antes, o trabalhador era dono de sua força de trabalho: camponeses e artesãos Camponeses = expulsos do campo Artesãos = destituídos de suas ferramentas ANÁLISE DA MERCADORIA 4 4. A força de trabalho como mercadoria Qual o valor desta mercadoria ? a) o valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho necessário para que ela exista b) ora, a força de trabalho é uma mercadoria c) logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos meios necessários para que ela exista d) ora, a força de trabalho não existe desvinculada de seu dono, o trabalhador e) Logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos meios necessários para que o trabalhador exista f) ora, um dia o trabalhador vai morrer g) logo o valor da força de trabalho é determinado pelos meios necessários à subsistência do trabalhador e sua reprodução ANÁLISE DA MERCADORIA Enquanto cresce, estuda e trabalha, o homem consome uma certa quantidade de mercadorias, que pode ser medida em tempo de trabalho. MEDINDO ESTE VALOR, ESTAREMOS MEDINDO, INDIRETAMENTE, O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO PORTANTO, O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO É IGUAL AO VALOR DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA, PRINCIPALMENTE GÊNEROS DE PRIMEIRA NECESSIDADE, INDISPENSÁVEIS À REPRODUÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA Esse valor é pago no salário, que deve dar apenas para o estritamente necessário ao futuro trabalhador. É esse o circulo vicioso do capitalismo, em que o assalariado vende a sua força de trabalho para sobreviver e o capitalista lhe compra a força de trabalho para enriquecer. A razão do circulo vicioso esta no processo de MAIS VALIA ANÁLISE DA MERCADORIA 5. O processo da mais valia 1. Economistas Clássicos A força de trabalho como criação de valor 2. Marx O trabalho provoca nos objetos uma espécie de “ressurreição” 3. Economistas Clássicos O valor das mercadorias depende do tempo de trabalho gasto na produção 4. Marx Tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção tempo médio tempo social ANÁLISE DA MERCADORIA 5. O processo da mais valia Primeiro Modo Hipótese: 08 horas Tempo Necessário: o tempo de trabalho necessário para produzir mercadorias cujo valor é igual ao valor da força de trabalho Tempo Excedente: o tempo de trabalho que excede, que vale mais que a força de trabalho: mais valia. O trabalhador, embora tenha feito juridicamente um contrato de trabalho de 08 horas, trabalha 04 horas de graça Mais Valia Absoluta: Se o capitalista exigir aumento das horas, ainda que pague mais, estará aumentando a mais valia: Mais Valia Relativa: Se o capitalista investir em novas tecnologias diminuirá o tempo necessário estará aumentando a mais valia ANÁLISE DA MERCADORIA 5. O processo da mais valia Segundo Modo 5. Exemplo Matéria Prima Produção de um par de sapatos = 100 unid de moeda Desgaste Instrumentos = 20 unid de moeda Salário Diário = 30 unid de moeda Como o capitalista obtém o lucro? Não é no âmbito da compra e venda É no âmbito da produção O valor de um par de sapatos é a soma de todos os valores representados pelas diversas mercadorias que entraram na produção ANÁLISE DA MERCADORIA 09 horas de trabalho 01 par a cada 03 horas Nessas 03h o trabalhador cria uma quantidade de valor correspondente ao seu salário Nas outras 06h produz mais mercadorias que geram um valor maior do que lhe foi pago na forma de salário ANÁLISE DA MERCADORIA Meios de Produção 120 + + salário 30 = 150 Meios de Produção 120 + + salário 30 x 03 = 390 = 130 03 MAIS VALIA Ao final da jornada, o trabalhador recebe 30 unidades de moeda e o seu trabalho rendeu o dobro ao capitalista: 20 unidades de moeda em cada um dos pares de sapato. Este valor a mais não retorna ao operário: incorpora-se ao produto e é apropriado pelo capitalista Assim como um boi produz mais do que consome e enriquece o seu dono, a classe trabalhadora produz mais valia do que consome e enriquece os proprietários dos meios de produção. Os trabalhadores são os bois do sistema capitalista O FETICHISMO DA MERCADORIA FETICHISMO Adoração ou culto de fetiches FETICHE Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual o homem da o caráter de sagrado e presta culto FREUD MARX (1856 – 1939) A aplicação do processo de fetichismo ao comportamento individual: fetiches sexuais (1818 – 1883) A aplicação do processo do fetichismo ao comportamento social: a mercadoria e o dinheiro são fetiches O FETICHISMO DA MERCADORIA O que é MERCADORIA ? Trabalho humano concentrado e não pago. Ao trocar mercadorias, o homem compara trabalho humano. A mercadoria expressa, pois, relações sociais Aparece como uma coisa dotada de valor de uso (utilidade) e de valor de troca (preço) O FETICHISMO DA MERCADORIA Exemplo de relações: a mercadoria 3,00 se relaciona com a mercadoria sabonete Gessy, a mercadoria 200,00 se relaciona com a mercadoria menino-que-faz-pacotes As coisas-mercadorias começam a se relacionar umas com as outras como se fossem sujeitos sociais, dotados de vida própria: 01 apartamento estilo “mediterrâneo” = um modo de viver 01 cigarro marca X = um estilo de vida 01 calça jeans griffe X = um vida jovem O FETICHISMO DA MERCADORIA As coisas-mercadorias aparecem como sujeitos sociais, dotados de vida própria e os homensmercadorias aparecem como coisas A mercadoria é um fetiche no sentido religioso da palavra: uma coisa que existe por si e em si A mercadoria, como fetiche, tem poder sobre seus crentes O FETICHISMO DA MERCADORIA COMO ENTÃO APARECEM AS RELAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHO ? As relações sociais de trabalho aparecem como relações materiais entre as pessoas e como relações sociais entre coisas Os homens são transformados em coisas e as coisas são transformadas em “gente” O FETICHISMO DA MERCADORIA Os homens são transformados em coisas: trabalhador Uma coisa chamada força de trabalho trabalho uma coisa chamada mercadoria que possui outra coisa chamada preço uma coisa chamada capital que possui outra coisa chamada capacidade de ter lucros. E a coisas são transformadas em “gente”: Produzir, distribuir, comerciar, acumular, consumir, investir, poupar, trabalhar = funcionam e operam sozinhas, por si mesmas, independente dos homens que as realizam Desaparecem os seres humanos, ou melhor, eles existem sob a forma de coisas: reificação (Lucaks) Questões Finais Por que os homens conservam essa realidade ? Como se explica que não percebam a reificação ? Como entender que o trabalhador não se revolte contra uma situação na qual não só lhe foi roubada a condição humana, mas ainda é explorado naquilo que faz ? Como explicar que essa realidade nos apareça como natural, normal, racional, aceitável ? De onde vem o obscurecimento da existência das contradições e dos antagonismos sociais ? De onde vem a não percepção da existência das contradições e dos antagonismos sociais ? A resposta a essas questões nos conduz diretamente ao fenômeno da ALIENAÇÃO e da IDEOLOGIA ALIENAÇÃO alienum = alheio - outro Alienar um imóvel Vender = separar o proprietário da propriedade ALIENAÇÃO ECONÔMICA Os trabalhadores são expropriados dos seus meios de produção da vida material e do saber do qual dependia a fabricação de um produto e a própria posição social do artesão ALIENAÇÃO O capitalismo reduziu o trabalhador simplificadas, parciais e repetitivas na linha de à execução de tarefas produção da fábrica O trabalhador só aprende que deve trabalhar para receber o salário e viver, pois esta é a percepção que tem da realidade na vida cotidiana O trabalhador só aprende que deve trabalhar para receber o salário e viver, pois esta é a percepção que tem da realidade na vida cotidiana ALHEAMENTO O trabalho é percebido pelo trabalhador como algo fora de si, que pertence a outros. Daí adquire uma consciência falsa do mundo em que vive: IDEOLOGIA IDEOLOGIA É aquele sistema ordenado de idéias e concepções, de normas e de regras (com base no qual as leis jurídicas são feitas) que obriga os homens a comportarem-se segundo a vontade do “sistema”, como se estivessem se comportando segundo sua própria vontade A ideologia dominante numa dada época histórica é a ideologia da classe dominante nessa época. IDEOLOGIA Ao contrário de outras épocas históricas (escravidão e servidão), no capitalismo o trabalhador acha que é justo que ele seja separado do produto de seu trabalho, mediante o pagamento de seu salário. Para Marx, o salário não remunera todo o trabalho, pois uma parte é apropriada pelo capitalista e se transforma em lucro. O trabalhador não percebe isso por causa da ideologia que é uma concepção de mundo gerada pela classe dominante e assumida pela classe dominada como se fosse sua.