Aula 6 - 17/03/2010 – Continuação Evolução da Ciência Econômica - David Ricardo Escreveu Princípios de Economia Política e taxação em 1817 e Ensaio acerca da influência de um baixo preço do trigo sobre os lucros do capital, em 1815. Ele era banqueiro e rico. Sua obra pode ser dividida em 4 pontos: Teoria do Valor: Para este autor, o valor dos bens pode ser decomposto em termos de trabalho humano. Dividiu o trabalho em imediato, que é o trabalho humano direto aplicado na produção e o trabalho mediato, que é o trabalho humano incorporado em máquinas que realizam a produção. Segundo a sua teoria do Valor, existem dois preços, o preço natural, que vem a ser o valor da mercadoria em termos de trabalho humano e o preço de mercado, que é dado pelas forças do mercado. Não conseguiu explicar, por exemplo, porque um quadro pode possuir o preço tão valioso e sua teoria apenas funcionava para bens que possam ser produzidos pelo homem de forma “ilimitada”. Teoria da Repartição Com esta teoria Ricardo visava expor como era dividida a renda em uma economia. Imagine que existam apenas 3 classes em uma sociedade: - Os proprietários de terra (que arrendam as terras aos capitalistas) - Os capitalistas (que arrendam a terra e contratam mão de obra para cultivá-la) - Os operários (que não possuem capital e apenas vendem o seu trabalho) Com base nestas três classes, Ricardo propôs que a repartição se daria de modo que as terras mais férteis deveriam ser cultivadas primeiro, e com o crescimento da economia as rendas recebidas pelo arrendamento da terra iriam se elevando e o lucro dos capitalistas iria sendo reduzido. ESQUEMA PASSADO EM SALA, EXEMPLIFICANDO A TAXA DE LUCRO E O VALOR DO ARRENDAMENTO. Teoria da evolução econômica Teoria pela qual o salário girará em torno do salário natural, que é o salário que permite a subsistência do trabalhador. Isso dependerá da oferta e procura de trabalhadores. Caso exista abundância de trabalhadores, o salário será menor, e caso haja escassez de trabalhadores o salário será maior. Os lucros do capitalista variam de acordo com a variação dos salários. Os lucros se revertem em investimentos, e quando estes caem a zero, a economia tende a se manter estagnada, assim como a população, que recebe o salário natural. Teoria das vantagens comparativas: Criou ainda uma evolução da teoria das vantagens absolutas de Adam Smith, que foi a teoria das vantagens comparativas que aborda o comércio internacional. VANTAGENS COMPARATIVAS E ABSOLUTAS: ESQUEMA PASSADO EM SALA. Críticas à teoria das vantagens comparativas: - Deteriora as relações de troca; - Tratado de Methuen. - Considera o mundo estático. - Marxismo: O principal livro de Karl Marx estudado em economia é o Capital, que teve seu primeiro volume publicado em 1867. Marx criticou Malthus dizendo que uma mudança no sistema produtivo pode gerar escassez populacional. Para Marx o capitalismo tem como destino a extinção. Inicialmente existia o fluxo abaixo: M-D-M´, onde M´ é uma mercadoria diferente de M. Tal premissa ocorria, pois todos eram donos dos meios de produção e trocavam os excedentes. Obter outra mercadoria era o fim comum. Com o capitalismo o fluxo passa a ser: D-M-D´, onde D´ é uma quantidade de dinheiro maior do que D. Isso ocorre porque o trabalhador se viu obrigado a vender a sua mão de obra (que se tornou uma mercadoria) por um preço menor do que a riqueza que ela produz. O capitalismo obriga o trabalhador a vender a sua força de trabalho ao capitalista. Além disso a substituição de homens por máquinas gera desemprego e cria o chamado exército industrial de reserva. Com base nesse “exército”, o preço da mão de obra situa-se sempre no valor mínimo que permita apenas a sua reprodução. Tempo de trabalho socialmente necessário: Vem a ser o tempo médio de produção de um determinado bem. Existem pessoas que são mais eficientes que as outras, mas o tempo socialmente necessário é o tempo médio para a produção. Valor de uso: É o valor que o bem possui em termos de sua utilidade. Por exemplo: o martelo tem o valor de pregar pregos. Valor de troca: É a qualidade do bem ser trocado por um bem equivalente. Ex: um martelo pode ser trocado por um quilo de pregos. O capitalista retira seus lucros da mais valia, que é o tempo excedente gasto para produzir determinado bem. Se o trabalhador trabalha 8 horas por dia e produz, em 6 horas o valor equivalente ao seu salário, pode-se dizer que o capitalista se apropria de 2 horas de trabalho. A mais valia pode ser relativa (quando ocorre uma redução no tempo de trabalho necessário) ou absoluta (quando ocorre aumento na jornada de trabalho). ESQUEMA DE MAIS VALIA RELATIVA E ABSOLUTA PASSADOS EM SALA. A Era Neoclássica (1870-1929) A preocupação maior da economia neoclássica é com o equilíbrio. Nesta fase existe uma ênfase nos aspectos microeconômicos, com a relação dos indivíduos e as firmas. Além disso, a concorrência é tida como perfeita, com existência de produtos homogêneos, total conhecimento dos preços pelos agentes, empresas sem poder de mercado e ausência de fricções (salário mínimo e controle de preços, por exemplo). Outra característica é a aceitação da Lei de Say (a oferta cria a sua demanda). A teoria baseia-se na utilidade marginal decrescente. Imagine uma criança que faz 5 anos. Os pais organizam uma festa e sempre que algum convidado pergunta o que ela quer como presente, ela responde: “Eu quero um cachorrinho poodle preto.”. No dia da festa, o primeiro convidado chega e lhe entrega um poodle preto. A felicidade da criança é enorme. A utilidade daquele poodle é elevada. Com a chegada dos demais convidados, vão chegando mais poodles. Quando a criança recebe o décimo cachorrinho, os poodles “perdem a graça”. Ou seja a utilidade dos poodles é decrescente. Um exemplo clássico de utilidade marginal decrescente é o de um copo de água. Quando estamos com sede, um copo de água tem uma utilidade elevada. Conforme vamos nos saciando de água, esta mercadoria vai aos poucos possuindo menos utilidade. Gráficos em sala.