2.NUCLEAÇÃO E CRESCIMENTO DE FASES Processo de transformação de uma fase em outra quando se alteram as condições termodinâmicas SOLIDIFICAÇÃO DE METAIS E LIGAS Solidificação: transformação de fase com mudança de estado que ocorre quando em uma nova condição termodinâmica (temperatura) a fase sólida apresenta menor energia que a fase líquida. Diferente para metais (T) e ligas (T) Pode ocorrer em equilíbrio termodinâmico (processos especiais) ou fora do equilíbrio (mais comum na prática) SOLIDIFICAÇÃO DE METAIS E LIGAS Metal Puro Liga metálica 2.1 INTRODUÇÃO Quando a condição termodinâmica é alterada, uma nova fase pode tornar-se mais estável que a anterior por apresentar menor energia livre nessa condição transformação espontânea nucleação e crescimento da nova fase substituindo a anterior. 2.1 INTRODUÇÃO A transformação de uma fase menos estável para uma mais estável deve diminuir a energia livre do sistema material. Transformações não são em geral instantâneas 2.1 INTRODUÇÃO Exemplo: solidificação de um metal puro nucleação de partículas sólidas no interior do líquido embriões (ordenação de curto alcance) Volume embriões Superfície 2r líquido 2.1 INTRODUÇÃO Partícula da nova fase: – volume variação negativa de energia – superfície de separação com a fase existente variação positiva de energia (tensão superficial) Estabilidade da partícula: balanço entre energia associada ao volume (-) e energia associada à superfície (+) 2.1 INTRODUÇÃO Classificação da nucleação: Homogênea ocorre sem a interferência de agentes externos (ideal) Heterogênea ocorre com a interferência de agentes externos (mais comum na prática) 2.2 NUCLEAÇÃO HOMOGÊNEA Partícula esférica maior volume/menor área Equacionamento: Ghom = variação total de energia sl = energia por unidade de superfície Gv = energia por unidade de volume EQUACIONAMENTO Ve 4 3 r 3 Ae 4 r (2.1) 2 Ve = volume da esfera Ae = área da superfície esférica r = raio do embrião (2.2) EQUACIONAMENTO G hom A e sl Ve G v G hom 4 r sl 2 (2.3) 4 r 3 G v 3 (2.4) 2.2 DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DE Gv G Gv GL GS Gv GS GL sólido T líquido T Tf Temperatura (T) 2.2 NUCLEAÇÃO HOMOGÊNEA Determinação do raio crítico para que um embrião torne-se núcleo r* Determinação da energia de ativação necessária para a nucleação da nova fase mais estável G*hom 2.2 NUCLEAÇÃO HOMOGÊNEA Curva: Ghom x r r < r* embrião tende a dissolver-se para diminuir G 4 r 2 SL G G*hom Ghom r r* 4 r 3 Gv 3 r > r* embrião torna-se estável (núcleo) e cresce para diminuir G EQUACIONAMENTO Raio crítico ponto de máximo derivando a equação (2.4) em relação ao raio e igualando a zero: r * G hom 2 sl G v (2.5) 16 sl 3 ( G v ) 2 3 * hom (2.6) EQUACIONAMENTO Na prática: para o início da nucleação T < Tf Gv r * hom 2 sl T f L T L T Tf G * hom L = calor latente Tf = temperatura de fusão T = Tf – T = super-resfriamento T = temperatura de nucleação 16 ( sl ) 3 (T f ) 2 3 ( L T ) 2 700 dados experimentais Al20Sn5Si Al20Sn5Si 600 600 560 Temperature (°C) Temperature (°C) 581,2747 579,9653 500 400 300 200 520 100 200 400 600 Time (s) Resfriamento lento 800 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Time (s) Resfriamento rápido 90 100 2.3 NUCLEAÇÃO HETEROGÊNEA Partícula da nova fase forma-se sobre um substrato (agente estranho) forma de uma calota esférica Líquido (L) s/l Partícula (S) na/L r na/s Agente nucleante ou substrato (An) 2.3 NUCLEAÇÃO HETEROGÊNEA Equacionamento: – Ghet = variação total de energia – s/l = energia de superfície (solido/liquido) – na/S= energia de superfície (substrato/sólido) – na/L = energia de superfície (substrato/líquido) – Gv = energia por unidade de volume – = ângulo de molhamento (afinidade s/an) EQUACIONAMENTO Ghet Asl sl Aan/ s ( an/ s an/ l ) Vce Gv (2.9) G het ( 2 3 cos cos3 ) ( r 2 sl 1 r 3 G v ) 3 (2.10) EQUACIONAMENTO Derivando em função de r e igualando a zero: r G * het * het 2 sl G v (2.11) 3 4 ( ) sl ( 2 3 cos cos3 ) 3( G v ) 2 (2.12) EQUACIONAMENTO De (2.6) e (2.12): G het 1 3 ( 2 3 cos cos ) * G hom 4 * (2.13) 2.3 NUCLEAÇÃO HETEROGÊNEA – Comparação entre nucleação homogênea e heterogênea Núcleos = 0o 0o < < 180o = 180o Substrato Sempre que há alguma afinidade partícula/substrato Ghet é menor que Ghom * Link com o vídeo de São Carlos 2.4 NUCLEAÇÃO SÓLIDO/SÓLIDO Nucleação de uma fase sólida no interior de outra (mais difícil): Nucleação e crescimento mais lentos Tensões internas (energia +) devido a variação de volume na transformação (r* maior) Embriões não redissolvem Tendência de nucleação heterogênea (contornos de grão, discordâncias, etc.) 2.2 NUCLEAÇÃO HETEROGÊNEA – Velocidade de nucleação x velocidade de crescimento T Tf vc T1 T2 vn vn, vc