Ocorrência de eventos adversos com o uso de

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CENTRO DE FARMACOVIGILÂNCIA DO CEARÁ
(CEFACE)
INFORME Nº88
EM FARMACOVIGILÂNCIA
JULHO - 2009
Ocorrência de eventos adversos com o uso de
anticolinesterásico no tratamento da demência
Sobre a classe
Os anticolinesterásicos são utilizados para o
tratamento da demência, propiciando melhoras
cognitivas através do aumento da concentração de
acetilcolina (Ach). Na fase inicial da demência,
ocorre principalmente a perda de neurônios que
usam como mensageiro a acetilcolina, uma
substância importante no processo de memória e
aprendizado.
Sobre as Reações Adversas
De acordo com estudos publicados na
revista Archives of Internal Medicine em 11 de
maio ano 2009 os anticolinesterásicos podem
causar graves efeitos adversos, que poderiam por
em dúvida sua real vantagem no tratamento da
demência. O estudo foi realizado em Ontário,
Canadá e foram utilizados registros médicos do
período de 01 de abril de 2002 até 31 de março de
2004. O estudo, baseado em expostos e nãoexpostos, consistiu de 19.803 idosos com demência
aos quais foi prescrito um anticolinesterásico e
61.499 idosos que não utilizavam o medicamento.
Dos
19.803
que
foram
tratados
com
anticolinesterásicos, 13.641 utilizaram donepezil;
3.448 usaram galantamina; e 2.714 utilizaram
rivastigmina. Comparando os dois grupos
percebeu-se
que
os
que
utilizavam
anticolinesterásicos tiveram maior freqüência de
visitas ao hospital por sincope, bradicardia,
inclusão definitiva de marca-passo e fratura no
quadril. As análises estatísticas resultaram: 31.5
(expostos) versus 18.6 (não expostos) com relação
ao evento de sincope a cada 1.000 pessoas/ano. O
risco desse evento (síncope) foi de 1.76 dento de
um intervalo de confiança de 95% (1.57-1.98).
Houve 6.9 versus 4.4 eventos de bradicardia a cada
1.000 pessoas/ ano. O risco de ocorrência desse
evento (bradicardia) foi de 1.69 dentro de um
intervalo de confiança de 95% (1.32-2.15).
Houve 4.7 versus 3.3 inserções de marcapasso a cada 1.000 pessoas/ano. O risco de
ocorrência desse evento (inserção de marca-passo)
foi de 1.49 dentro de um intervalo de confiança de
95% (1.12-2.00). Ocorreram 22.4 versus 19.8
fraturas no quadril a cada 1.000 pessoas/ano. O
risco desse evento (fratura no quadril) foi de 1.18
dento de um intervalo de confiança de 95% (1.041.34)
Em outro estudo publicado em 26 de junho
de 2004, na revista Lancet foi analisado o efeito dos
inibidores de colinesterase no tratamento do mal de
Alzheimer. No qual, durante os dois primeiros anos
de tratamento notaram-se pequenas melhoras
cognitivas no grupo que utilizou o medicamento
versus grupo placebo. A média da progressão e
institucionalização da doença em três anos foi
similar entre o grupo que utilizou o donepezil e o
grupo que utilizou o placebo, e por fim, ambos os
grupos tiveram experiências similares em relação
aos sintomas comportamentais e psicológicos.
Situação no Brasil
O donepezil utilizado na pesquisa é encontrado
no Brasil com os nomes comerciais de Eranz® e
Cloridrato de donepezila. A galantamina tem os
nomes comerciais de Bromidrato de galantamina e
Hidrobrometo de galantamina. A rivastigmina pode
ser encontrada por Hidrogenotartarato de
rivastigmina e Rivastigmina. Todos os citados são
registrados na Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa).
O CEFACE solicita que, seja notificada
qualquer reação adversa observada com o (s)
produto (s) descrito (s) pelos fones 3366-8276 ou
pelo www.gpuim.ufc.br no link CEFACE enviando
anexada a ficha de notificação ou pelo formulário
de notificação de reações adversas e/ou queixas
técnicas, disponível no endereço eletrônico:
>>http://www.anvisa.gov.br/form/fármaco/index_p
rof.htm
Fonte consultada: HTTP://cme.medscape.com/viewarticle/703038 Responsável: Monique Maciel (acadêmica do CEFACE); Eudiana Vale
(farmacêutica do CEFACE). Revisão: Profª Mirian Parente (Doutora em farmacologia).
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