A interação entre os agentes econômicos por meio da análise do fluxo circular da renda em uma economia O fluxo econômico retrata como a economia se movimenta, mostrando como os agentes econômicos – Empresas, Família e Governo – transacionam entre si na busca de atingir seus objetivos e, ainda, proporcionar o equilíbrio da economia como um todo. Apesar de ser difícil, atualmente, imaginar uma economia cujos fluxos econômicos não incluam o setor externo, neste trabalho, em virtude dos objetivos propostos e, ainda, de modo a mostrar de maneira bem simples o funcionamento da economia, optamos por apresentar um modelo de economia fechada envolvendo apenas as famílias, as empresas e o governo. A Figura 1 representa a oferta e a demanda de bens e a oferta e a demanda de recursos num sistema econômico com três agentes, ou seja, famílias, empresas e governo. Analisando-se a figura, pode-se perceber que as empresas demandam, no mercado de fatores, força de trabalho das famílias para utilizá-la para a produção de bens e serviços. Essas empresas remuneram as famílias, por meio de recursos monetários denominados rendas, de modo que essas famílias se tornem consumidoras de produtos no mercado de bens. Fonte: Adaptado de MONTELLA, M. Economia Passo a Passo, Rio de Janeiro: Quailitymark, 2004 Figura 1 - Fluxo circular de uma economia com três agentes De toda a renda destinada às famílias como forma de pagamento pelo uso dos seus fatores, apenas parte reverte-se diretamente às empresas na forma de consumo (alimentação, moradia, saúde, educação, transporte, etc). O restante da renda destina-se, em parte, ao mercado financeiro – na forma de poupança – e, em parte, ao governo – na forma de tributos diretos sobre a renda e sobre o patrimônio das famílias. O montante de renda mantido no mercado financeiro, sob a forma de poupança das famílias, é direcionado às empresas, como recurso para investimento. Estes recursos são fonte de financiamento para aquisição de bens de investimento, como máquinas, equipamentos e até novas instalações. O montante de recurso monetário desviado das unidades familiares e das empresas para o governo sob a forma de tributos – impostos, taxas e contribuições de melhoria – equivale à receita pública utilizada pelo governo para financiar seus gastos dentro e fora do mercado de fatores e do mercado de bens. No mercado de fatores, o governo, no papel de comprador, adquire fatores de produção e os utiliza para produzir bens e serviços públicos não negociados no mercado, tais como defesa nacional, saúde pública, proteção policial etc., tornando-os disponíveis à comunidade em geral. Já no mercado de bens, o governo atua: a)do lado da oferta, quando vende determinados bens e serviços, como serviços postais, transporte, habitações populares e serviços públicos em geral; e b) do lado da demanda, quando compra bens e serviços que vão ser úteis, direta ou indiretamente, à coletividade, tais como equipamentos bélicos, veículos, material de escritório, alimentos para hospitais e escolas públicos, serviços de manutenção, limpeza etc. Fora do mercado de bens e do mercado de fatores, registram-se como gastos do governo: as transferências, que são auxílios financeiros do governo para as famílias, e os subsídios, que são auxílios financeiros do governo para as empresas. No que tange especificamente aos impostos, podemos classifica-los em impostos diretos e impostos indiretos. Os impostos diretos são aqueles que incidem sobre a renda e o patrimônio das pessoas ou entidades. Dentre os mais conhecidos, encontram-se: o Imposto de Renda (IR), o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU) e o Imposto Territorial Rural (ITR). Os impostos indiretos são aqueles que incidem sobre a produção, a venda e a circulação de bens e serviços. Dentre eles, destacam-se: o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviços (ISS). Diante desse fluxo de renda entre governo, empresas e famílias, podemos dizer que o crescimento econômico ocorrerá quando os preços dos bens produzidos pelas empresas forem suficientes para: cobrir os custos dos fatores de produção; cobrir os tributos pagos ao governo; propiciar uma renda que permita as unidades familiares pouparem (depois de garantido o seu consumo); gerar um volume de vendas suficiente para que as empresas possam auferir lucros. Esses lucros associados a novos investimentos, proporcionam: crescimento das unidades produtivas; aumento da absorção de força de trabalho (maior contratação); aumento da renda das famílias (devido ao aumento do volume de empregados); aumento de arrecadação de tributos para que o governo possa melhorar as condições de infraestrutura da sociedade; e maior volume de poupança e de recursos para (re)investimento.