utilizacao do acido salicilico no tratamento da acne - TCC On-line

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UTILIZAÇÃO DO ÁCIDO SALICÍLICO NO TRATAMENTO DA ACNE.
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Katiuscia Marine Roller Lima , Carlos Eduardo Delay
1 Acadêmica do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do
Paraná (Curitiba, PR);
2 Químico, Prof. Dr. Universidade Tuiuti do Paraná.
Endereço para correspondência: Katiuscia Lima, [email protected]
RESUMO: A acne é uma doença de pele comum que se inicia pelo aumento da produção
de sebo na glândula sebácea e forma oclusão no folículo pilossebáceo por células
queratinosas referente à descamação da pele, podendo haver inflamações e o aumento de
população bacteriana. Os tratamentos podem ser sistêmicos ou tópicos, sendo indicado o
método conforme o quadro clínico encontrado. O ácido salicílico é um ativo utilizado em
tratamento tópico da acne como esfoliante superficial de característica lipossolúvel, tem sua
permeabilidade conforme estado em que se encontra a superfície dos tecidos, quantidade
de folículos encontrados, pH, espessura da pele, sendo efetivo para comedões e lesões
pelo seu efeito queratolítico, bacteriostático, fungicida e anti-inflamatório visando a correção
das causas da acne. Este trabalho teve como objetivo descrever a fisiologia da acne vulgar,
identificar o efeito do ácido salicílico no tratamento de peles acneicas e verificar conceito dos
peelings químicos.
Palavras-chave: acne, tratamento, ácido salicílico.
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ABSTRACT: The skin has among its functions, the main protection, has in its outer surface
and dead keratin cells, where the onset of acne formation occurs, which as its evolution has
increased consequences, acne is a common skin disease begins by increased production of
sebum in the sebaceous gland and pilosebaceous follicle forms occlusion in cells by referring
to the keratinous skin peeling, can be increased inflammation and bacterial population.
Treatments may be systemic or topical, highlighting the method as clinical found. Salicylic
acid is an active used in topical acne treatment as exfoliating surface and has soluble
character, has as its permeability state it is the surface tissue, number of follicles found, pH,
skin thickness, being effective for comedones and injuries for its keratolytic effect,
bacteriostatic, fungicide and anti-inflammatory aimed at correcting the causes of acne.
Keywords: acne, treatment, salicylic acid.
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INTRODUÇÃO
A Acne Vulgar é uma afecção da unidade pilossebácea da pele, a qual tem
seu início pela presença de um, comedão. Esta estrutura ocorre por meio de
obstrução do orifício da saída da unidade pilossebácea, com concentração de
secreções e restos celulares (BRENNER, 2006).
Trata-se de uma afecção muito comum que geralmente tem início na
puberdade, em ambos os sexos, sendo os casos mais graves e de maior incidência
no sexo masculino. É provavelmente a mais frequente alteração cutânea, afetando
uma parte da população em qualquer momento da vida (SILVA, 2014). Sendo os
quatro fatores fisiopatológicos primários a comedogênese, a produção de sebo, a
colonização bacteriana pelo Propionibacterium acnes e o processo inflamatório
(FIGUEIREDO, 2011).
Por ser considerado um processo normal do desenvolvimento, há um atraso
na procura de um tratamento adequado, podendo levar ao desenvolvimento de
cicatrizes cutâneas e causas psicossociais, uma vez que as lesões são dolorosas e
os episódios de exacerbação da acne podem provocar uma baixa autoestima, perda
da autoconfiança, isolamento social e até mesmo depressão (VAZ, 2003).
O ácido salicílico é um princípio ativo em formulações esfoliantes para
execução de peelings químicos e tem como objetivo produzir uma lesão controlada
da pele (RAMOS,2005). Baseiam-se no efeito queratolítico, bacteriostática,
fungicida, antimicrobiano e anti-inflamatório, visando a correção do efeito da
queratinização folicular, redução da atividade sebácea, diminuição da população
bacteriana e dos processos inflamatórios (KAWATA, 2011). Devido a alta
prevalência desta enfermidade e pelo impacto psicossocial causado é essencial a
instituição de um tratamento.
O presente artigo tem como objetivo descrever a eficácia da utilização do
ácido salicílico no tratamento de peles acnéicas.
Acne vulgar
Acne trata-se de uma afecção localizada na unidade pilossebácea (UPS)
multifatorial e os fatores patogênicos que caracterizam a acne são queratinização no
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canal folicular anormal (comedogênese), aumento da secreção sebácea (seborreia),
colonização e anormalidades da flora microbiana e inflamação. A UPS em uma pele
normal é composta por glândulas sebáceas multilobulares, responsável pela
produção de sebo, pelo rudimentar onde está inserido no canal folicular que possui
epitélio escamoso estratificado em toda sua extensão. As regiões do corpo mais
acometidas são face, pescoço, tórax, membros superiores e parte superior das
costas por possuírem maior quantidade de glândulas sebáceas. A pele possui
renovação celular e durante este processo ocorre a descamação do epitélio folicular
compostas por queratina que são levadas até a saída do canal com auxílio do sebo
secretado . Os andrógenos estão diretamente ligados as causas da acne sendo
essencial para normalidade da UPS, envolvendo outros fatores biológicos
(KAWATA, 2011).
Acne vulgar é uma causa genético-hormonal, autolimitada que afeta cerca de
70 a 80% dos adolescentes e jovens, que ocorre com maior frequência na
puberdade, por maior ação hormonal, quando os andrógenos adrenais, liberados
pela glândula adrenal em processo de amadurecimento, principalmente a
testosterona que causa maior produção de sebo, no entanto, transformada dentro da
célula sebácea em di-hidrotestosterona que possui afinidade com proteínas que
estimulam a lipogênese aumentando o volume da glândula tornando uma secreção
rica em lipídeos. Pacientes diagnosticados com acne tem maior produção de sebo
do que não atingidos. A acne deve ser analisada conforme cada faixa de expressão
clínica, pois tem complexidade na solução do tratamento e se não for tratada
corretamente pode trazer consequências físicas
e psicológicas. Um dos fatores
psicológicos apresentados está relacionado à inibição social, depressão, ansiedade
e baixa auto estima (AZULAY, 2011).
Na oclusão do infundíbulo da UPS, o sebo retido rico em lipídeos e células
descamadas
da pele ocasiona a elaboração de um microcomedão iniciador de
lesões acnéicas, apesar de não ser clinicamente visível, este bloqueio no canal
folicular causa aumento dos microcomedões que por sequência formam os
chamados comedões, são visíveis clinicamente e definido desta forma lesões não
inflamatórias (VAZ, 2003).
Os comedões possuem duas formas e podem ser abertos ou fechados e
manifestam-se conforme o excesso de produção de sebo e a retenção deste
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material no folículo pilossebáceo. Apresenta-se fechado quando seu aspecto é de
pele normal com uma pequena saliência em forma de grão miliar e poros pequenos,
e quando tem seu orifício folicular dilatado torna-se comedão aberto, ocupadas por
células de queratina descamadas com aspecto de ponto negro, denominada lesão
elementar e inicial da acne (FIGUEIREDO et al. 2011).
Inicialmente no microcomedão quando ocorre aumento do acúmulo de sebo
na cavidade folicular e torna-se um comedão fechado este pode distender-se na
cavidade folicular e romper-se dentro do tecido causando lesões inflamatórias.
Quando este fenômeno inflamatório é superficial, forma-se a chamada pústula,
porém quando este processo ocorre com lesões inflamatórias relativamente de
intensidade aprofundada denomina-se pápula sua característica é eritematosa
levando lesões sólidas. (LARA, 2008).
Os nódulos decorrem de processo inflamatório mais profundo com maiores
volumes em relação á pápula, porém sua característica é equivalente. O quisto é um
comedão grande que possui em seu diagnóstico, recapsulações, globoso, tenso,
saliente, o conteúdo interno é pastoso caseoso. As cicatrizes em geral só ocorrem
quando se processa a destruição do folículo pilossebáceo no caso de resposta
inflamatória, geralmente são pequenas e deprimidas tem sua cobertura com pele
atrófica e possui telangiectasia estreita. A acne é caracterizada por polimorfismo
lesional, é definido conforme a prevalência da lesão em forma básica : comedônica,
pápulo-pustulosa e nódulo-quística, sendo indicado tratamento conforme o grau de
acne descrito como: ligeira, moderada ou leve. (FIGUEIREDO et al. 2011).
Para caracterizar amplamente as lesões da acne, pode ser descrita como
grau I a acne comedoniana ou acne não-inflamatória, retrata apenas comedões
fechados e abertos, no grau II
apresenta lesões inflamatórias e comedões
denominada acne pápulo-pustulosa, no grau III possui comedões , pápulas, pústulas
e apresenta nódulos, no grau IV uma forma grave , a acne conglobata com
fenômenos
bastante
inflamatórios,
conteúdo
seropurulento
ou
hemático
,exuberantes, formam-se verdadeiros abcessos e cicatrizes são frequentes, no grau
V a acne fulminans uma fórma súbita e catastrófica da doença, que vem
acompanhada de sintomas como febre, necrose , leucocitose
(KAWATA, 2011).
A retenção de sebo rico em lipídeos no folículo pilossebáceo, promove a
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oclusão e torna um local ideal para proliferação de bactéria que se encontra na flora
normal da pele geralmente após a puberdade a Propionibacterium acnes, anaeróbia
e produz lipases que atuam sobre triglicerídeos e liberam ácidos graxos livres e
glicerol que causam irritação e são favoráveis para um processo inflamatório por
liberar fator quimiotático atraindo neutrófilos, linfócitos e macrófagos, e liberam
enzimas lisossomais que causam ruptura à parede folicular, que dependendo da
extensão irá carrear antígenos e mediadores inflamatórios e conforme a reação
destes irá definir em lesão inflamatória ou não inflamatória (LARA, 2008).
Não existe cura descrita para a acne, contudo, pode ser amenizado os
efeitos e reações com tratamento controlado na maioria dos casos afirma Lara
(2008). É necessário para obtenção de bons resultados o tratamento imediato e
eficaz da acne , verificar e amenizar as causas patogênicas e análise dos sintomas
clínicos apresentados.
Tratamento tópico da acne
Segundo Vaz (2003), devem ser considerados vários fatores ao escolher o
tipo de veículo a utilizar, como características da pele (seca ou oleosa), local
envolvido, efeito na velocidade de absorção trans cutânea do ingrediente ativo,
preferências do doente, clima e humidade. Sendo os veículos dos componentes
ativos dos fármacos mais utilizados os cremes, geís, pomadas, soluções e loções.
Como a maioria dos pacientes apresentam acne leve a moderada, a terapia
tópica é a primeira linha de tratamento. Os agentes tópicos mais comumente
empregados no tratamento da acne são os retinóides tópicos (tretinoína,
isotretinoína, adapaleno, tazaroteno), os antibióticos tópicos (clindamicina e
eritromicina), peróxido de benzoíla, ácido azeláico e outras terapias tópicas (peeling
químico, fototerapia e agentes queratolíticos), os efeitos de alguns agentes podem
ser bacteriostáticos ou bactericidas diminuindo a porcentagem de ácidos graxos
livres existentes em lípedes de superfície reduzindo pápulas e pústulas (LARA,
2008).
Agentes de efeito queratolítico têm sido trocados por agentes antiacne
recentes, contudo, disponibilizados em menor custo, sendo enxofre, resorcina e
ácido salicílico, que manifestam seus benefícios por promover esfoliamento das
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células epiteliais no revestimento do folículo. O sulfeto de hidrogênio pode ser
algumas vezes associado tornando-se uma desvantagem, pelo odor característico. E
pode citar outras inconveniências tais como a descamação amarronzada devido à
resorcina e salicilismo ocasionado ao uso excessivo de salicilatos (LARA, 2008).
A absorção de ativos na pele é influenciada por vários fatores tais como
espessura, temperatura, grau de hidratação, limpeza de pele, fluxo sanguíneo,
concentração de lipídios, número de folículos pilosos, função das glândulas
sudoríparas, raça, pH na superfície da pele e situação em que se encontra a
camada epidérmica, conforme (FURLANI, 2012). Os ativos permeiam o estrato
córneo através de três diferentes formas, a intercelular, a transcelular e pela via dos
anexos. A permeabilidade pela via intercelular, o ativo difundem-se entre os
corneócitos, e permanece dentro da matriz lipídica; pela via transcelular, atravessam
diretamente os corneócitos e a matriz lipídica intercelular. Já na via apêndices,
denominada de rota paralela, os ativos podem ser absorvidos pelo folículo piloso,
glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas.
Tratamento sistêmico da acne
A terapia sistêmica da acne é adequada quando não há melhora à terapia
tópica, intolerância às medicações tópicas, níveis severos da acne, acne
desfigurante, acne com envolvimento do pescoço e tronco e áreas onde o
tratamento tópico não tem mecanismo de ação eficaz a exemplo do sistêmico. Os
principais agentes farmacológicos utilizados no tratamento sistêmico da acne são:
isotretinoína, antibióticos e hormônios (AZULAY, 2011).
Antibióticos orais são considerados altamente efetivos para a acne
inflamatória ocasionados pela Propionibacterium acnes, que incluem as tetraciclinas
(tetraciclina, minociclina, doxiciclina e limeciclina), eritromicina e clindamicina, onde
alguns antibióticos parecem alterar os efeitos inflamatórios induzidos por patógenos.
A tetraciclina é inicialmente o antibiótico oral de maior escolha, devido ao seu baixo
custo. O desenvolvimento de resistência bacteriana acaba sendo um problema tanto
em tratamentos sistêmicos ou tópicos, pois há evidências de que a P. acnes resiste
sobre a superfície da pele e narinas (LARA, 2008).
A utilização de isotretinoína oral (ácido 13-cis-retinóico) em caso de acne
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nodular severa é comumente aplicada inicialmente há mais de 35 anos. Reduz
consideravelmente as etapas da patogenia da acne como a formação de sebo a
atrofia na glândula sebácea, regulariza a queratinização folicular com a diminuição
da adesividade dos queratinócitos, evita o aparecimento de microcomedões e
comedões com adelgaçamento da camada córnea e corrige o distúrbio de
ceratinização, em consequência destes efeitos diminui a proliferação de P. acnes e
aumenta fluxo de atividade anti-inflamatória local (AZULAY,2011).
O uso de antiandrogênicos, tais como acetato de ciproterona, espironolactona
e flutamida, tem sua ação por reduzir a produção de sebo induzida por androgênios ,
visto que auxiliam na atividade da glândula sebácea e, esta redução diminui número
de comedões. A enzima 5-alfa-redutase que metaboliza testosterona em tecidos
regulados por androgênios é inibida e permitiu um novo conceito promissor sobre a
terapia utilizada com antiandrogênicos, a principal limitação deste uso é o fato de
que ela não pode ser utilizada em pacientes do sexo feminino sob condições
normais de saúde (BRENNER, 2006).
Peelings químicos
O peeling é um método utilizado com a aplicação de um ou mais agentes
químicos na pele, sendo indicado para corrigir alterações cutâneas auxiliando na
melhora estética, causando a degradação de porções da epiderme e/ou derme
induzindo na sequência aceleração para uma reepitelização e renovação celular em
tecidos epidérmicos e dérmicos(KAWATA, 2011).
O peeling químico possui três mecanismos que causam alterações na pele,
sendo o primeiro a estimulação do crescimento epidérmico mediante a remoção
superficial do estrato córneo, o segundo por ocasionar a destruição de camadas
específicas da pele lesada que ao destruir as camadas e substituí-las por tecido
renovado obtém-se um melhor resultado estético, e o terceiro mecanismo tem
função por induzir no tecido uma reação inflamatória mais profunda que a necrose
produzida pelo agente esfoliante. A ativação de mediadores da inflamação resultante
pode promover a produção de colágeno novo e de substância fundamental na derme
tornando melhor seu aspecto (GUERRA, 2013).
Os peelings são classificados em quatro grupos de acordo com o nível de
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profundidade da necrose tecidual provocada pelo agente esfoliante, descritos como
muito superficial, tem ação de afinar ou remover o estrato córneo e não gera uma
lesão abaixo do estrato granuloso. Superficial, propiciam a necrose de parte ou de
toda epiderme em qualquer parte do estrato granuloso até a camada de células
basais. A nível médio, tem ação em toda ou parte na derme papilar e necrose na
epiderme. E á nível profundo, causa necrose da epiderme e da derme papilar que
chega atingir até a derme reticular (AZULAY, 2011).
A maior concentração de um ácido e quanto menor for seu pH , tem sua
permeabilidade aumentada podendo atingir camadas profundas e de forma mais
rápida. Existem diversos ácidos que podem ser utilizados nos procedimentos feitos
com peelings químicos, entretanto os mais aplicados são o glicólico, mandélico,
retinóico, salicílico, ascórbico (vitamina C), lático e fenol (GUERRA, 2013).
Podem se ocorrer complicações no caso de procedimentos incorretos
relacionada á orientações deficientes, ou não seguidas pelo doente, técnica de
aplicação por exemplo, carrear agente para áreas não tratadas, podendo haver
cicatrizes atróficas ou hipertróficas, produto ser diluído na lágrima, conjuntivite e
úlcera na córnea, escoriações causando infecções formando hiperpigmentação pósinflamtória no local, hipopigmentação linhas demarcadas, dermatite de contato
irritação ou alérgica, eritema ou prurido e efeitos tóxicos. (PEREIRA, 2013).
Ácido salicílico
A descoberta da salicilina (analgésico e antitérmico) foi um fato histórico
importante para desenvolvimento da indústria farmacêutica. Edward Stone (17021768) viajando pela Inglaterra, fez o experimento da casca de Salix alba
(popularmente conhecida no Brasil por chorão e vime) e comparou o gosto idêntico
a Quina, Cinchona officinalis ,uma planta utilizada pelos indígenas peruanos para
amenizar os sintomas da malária como antipirética e antireumatismal e apresentou
seus estudos realizados na Real sociedade de Londres em 1763. Foi isolado em
1827, um extrato farmacologicamente ativo denominado salicilina, na casca do
Salgueiro (Salix alba), por Henri Leroux, e esta por hidrólise fornece glicólise e
álcool salicílico, o químico francês e Raffaele Piria, investigador da universidade de
Pisa em 1838, preparou o ácido salicílico modificando a estrutura à partir da
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salicilina sendo utilizada no tratamento de artrite reumatoide (CALIXTO, 2008; LIMA,
2010; JOLY, 1985; KOROLKOVAS, BURKHALTER, 1988).
Lautemann e Kolbe sintetizaram o ácido salicílico à partir do fenol em 1860,
dando origem à derivados do ácido, à partir desta descoberta obteve a produção do
ácido acetilsalicílico em 1897 ao conjugar quimicamente com acetato, sendo um dos
fármacos mais produzidos e vendidos no mundo , aprovado na comissão alemã
para usos no tratamento de cefaleias, febres e algias reumatismais denominados
antipirético e analgésico (KOROLKOVAS, BURKHALTER, 1988; VOLTOLINE, 2010;
LIMA, 2010).
A característica do ácido salicílico pode ser na forma de cristais brancos,
geralmente aciculares ou pó cristalino branco, esponjoso, e quando sintetizado é
branco e inodoro, possui propriedades fungicidas, antissépticas e queratolíticas, é
bastante irritante para os tecidos epiteliais, não indicado para uso sistêmico e
contato com mucosas, pela função ceratolítica, e favorece em tratamentos tópicos
na remoção de verrugas, calos, e se associado com colódio possui maior eficácia (
KOROLKOVAS, BURKHALTER, 1988; ZANINI,OGA,1994).
O ácido salicílico é um beta-hidroxiácido ou ácido 2-hidroxibenzóico, usado
em concentração de no máximo 20% em pellings em solução alcoólica de 35%,
solúvel em água
sua forma molecular é representada por C7H6O3,as formas
modernas de uso são soluções, loções, cremes, pomadas, shampoo, sabões, géis,
colódios e pastas conforme indicação, e dispõe utilidade no tratamento de acne
comedogênica e inflamatória, no fotoenvelhecimento, nos casos de rosácea e no
clareamento das hiperpigmentações pós- inflamatórias e melasmas epidérmicos.
Sua utilização na dermatologia iniciou-se como um dos componentes nas pasta de
Lassar que era composta por : ácido salicílico, 2% ; óxido de zinco 24%; amido24%;
e parafina branca, 50%. Não sendo mais utilizada hoje porque notou-se que a
degradação do ácido salicílico na presença de óxido de zinco. Em baixas
concentrações de 0,5 até 3% pode ser queratoplásica (estimula formação da
camada córnea), em concentrações de 4 a 20%, tem ação queratolítica caracteriza
por remoção da camada córnea), segundo Bagatin (2011).
Possui ação esfoliante onde este ativo induz a esfoliação da camada córnea
provavelmente pela habilidade do beta- hidróxiácidos na dissolução das lamelas
(cimento celular) e/ou ao aumento da proteólise dos corneodesmossomas, sem
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alterar a velocidade da camada germinativa, provocando aceleração na eliminação
dos queratinócitos sem interferir na camada mitótica (PEREIRA, 2013).
Realiza uma desorganização do comedão, pois remove os lipídios
intercelulares ligados nas células cornificadas do epitélio com a possível ruptura dos
lipídeos lamelares, verificada pelo aumento das escamas após seis horas do contato
da pele com o ácido salicílico. O uso tópico do ácido salicílico pode apresentar
variabilidade na permeação conforme o caso em que se encontra o estrato córneo e
o local anatômico à ser aplicado, os tratamentos prévios
e preparo da pele,
desengorduramento, técnicas de aplicação, quantidade de camadas utilizadas,
concentração e tempo aplicado (BAGATIN, 2011).
A efetividade do ácido salicílico tem como característica função queratolítica,
bacteriostática, fungicida, antimicrobiano e anti-inflamatório, auxilia na regularização
da queratinização folicular, redução de bactérias existentes sobre a pele na região
afetada, diminuição da ação sebácea que impede oclusão do folículo em razão de
sua penetração facilitada na unidade sebácea, mediante propriedade lipófílica e inibi
processos inflamatórios, sendo indicado cosméticos que contenham de 1% a 2% do
ativo todavia de uso diário tais como sabonete, tônico-adstringente e gel anti- acne
(KAWATA, 2011).
Conforme afirma Guerra (2013), o ácido salicílico em tratamento estético é
indicado para acnes comedônicas e pápulo-pustulosa pois incentiva a renovação
celular , na prática é de fácil aplicação e seus efeitos colaterais são reduzidos, é
pouco solúvel em água por ser lipossolúvel, em solução alcoólica pode ser utilizado
como peeling de forma superficial, em meio esta solução tem permeabilidade maior,
no entanto, quando relacionado a outros tipos de ácidos , provoca um resultado
eficaz no tratamento.
É apontado em estudos clínicos como agente para peelings superficiais pela
vantagem de ter sua ação mais bem controlada e efeito previsível, e para este
tratamento é muito utilizado também a solução de Jessner por ser versátil, que
combina resorcinol, ácido lático e salicílico em partes iguais .Na pele envelhecida
também pode ser promovida esfoliação para auxiliar na hidratação da camada
córnea, com a idade o resultado é menos eficiente apresentando corneócitos e
queratinócitos muito variáveis, que contribui para redução de água na camada
córnea, a esfoliação causará remoção destas células promovendo melhor hidratação
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atenuando sinais característicos de pele envelhecida (ENOKIHARA e PECORA,
2011).
A realização do peeling superficial é aplicada com uma gaze dobrada, logo
após três minutos dar-se início a evaporação do veículo que permite a fácil
visualização de uma camada esbranquiçada referente ao ácido salicílico cristalizado,
torna-se visível a uniformidade aplicada permitindo uma reaplicação no local onde
não houve branqueamento desejado. Pode haver no paciente um leve ardor seguida
de sensação conforme anestesia superficial. Após a realização observa-se eritema
moderado principalmente em fototipos I, II e III, no segundo dia ocorre a
descamação que pode se estender até o quinto dia. O uso do filtrosolar UVA e UVB
é essencial para proteção solar. Os intervalos de cada aplicação são de 15 a 30 dias
com no mínimo três aplicações para obtenção do resultado em todos tipos de pele.
É contra indicado nas concentrações elevadas em áreas extensas ou sob forma
oclusiva, pode ocasionar principalmente em crianças, um quadro tóxico descrito
como salicilismo por absorção da pele, os principais sintomas foram descritos por
um adulto, no tratamento de psoríase extensa com uso de ácido salicílico em forma
de pomada caracterizam náuseas, dispneia, tinido e alucinações (BAGATIN, 2011).
Uma complicação maior que pode ocorrer é o salicilismo acompanhado de
zumbido, redução de audição, tonturas e cefaleia, a utilização deste ácido na
gravidez é liberado em pouco tempo e em pequena extensão devido a relatos de
malformações em animais e para lactente é considerado seguro, porém em altas
doses altera a função plaquetária do lactante (ZAMPRONIO, 2011; AZULAY,2011).
METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa descritiva em artigos científicos com publicações
entre os anos de 2003 a 2013, por meio do site Scielo e Pub Med, utilizando os
seguintes descritores Acne ,salicilina, Salix alba, peeling químico e ácido salicílico, e
consulta em acervos de dermatologia, fisiologia, farmacologia, química e botânica.
DISCUSSÃO
De acordo com Likes (2012), o uso de ácidos é um dos recursos que auxiliam
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no tratamento de diversas disfunções estéticas inclusive a acne. Com a esfoliação
promovida pelos peelings químicos causando remoção de porções da derme e ou
epiderme subsequente a renovação dos tecidos, sendo classificados conforme seu
grau de profundidade de característica não invasiva, sendo importante no tratamento
da acne realizados com frequência, o ácido salicílico é um dos agentes seguro para
peelings superficiais, indicado para todos os tipos de pele.
Os agentes farmacológicos podem apresentar maior afinidade em relação à
pele do que com o veículo, para que transporte diretamente o ativo para pele, o grau
de solubilidade em água ou lipídeos é essencial para permeação efetiva, pois o
veículo permanece com o sebo e o fármaco em contato com as células, conforme
Chorilli (2007), os agentes que permeiam a pele são substâncias que interagem
com constituintes do estrato córneo reduzindo a resistência cutânea à difusão do
fármaco, sendo indicado, os componentes que atuem pela via intercelular, apesar de
estudos mostrarem que muitos componentes possuem baixa permeabilidade
cutânea.
O autor Azulay (2011), diz que o ácido salicílico tem sua ação através da
redução dos corneócitos,
formando uma camada esbranquiçada devido
a
deposição de cristais do ácido na pele , causando uma leve esfoliação na epiderme
e tornando seu resultado eficiente no quadro da acne de grau I e II, na redução de
microcomedões e comedões , redução da hiperpigmentação pós inflamatória e
auxílio na cicatrização das pústulas, porém recomenda evitar o uso em várias áreas
corporais no mesmo instante de aplicação e deve-se aumentar o uso de ingestão de
líquidos .
CONCLUSÃO
Na área de estética busca-se conhecimentos que auxiliem os profissionais na
indicação de tratamentos. O surgimento da acne é multifatorial, considerada uma
afecção de pele comum, sendo essencial o diagnóstico adequado para aplicação do
tratamento e medidas preventivas, felizmente atualmente existem vários recursos
para tratamento da acne, entre os diversos métodos empregados na prevenção e
eliminação desta, destaca-se o uso do ácido salicílico, um ativo lipossolúvel o qual é
eficaz, pois tem afinidade com a glândula sebácea e o torna miscível aos lipídeos da
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epiderme e ao material sebáceo dos folículos, a glândula sebácea é responsável
pelo início da formação de sebo que este ocluído leva a formação de acne elevando
o grau e complexidade da doença, o ácido salicílico promove esfoliação química,
redução da atividade sebácea, diminuição da população bacteriana e dos processos
inflamatórios, induzindo esfoliação eficiente e seu efeito ocorre em níveis
superficiais, restringindo risco, porém se associado demonstra melhores resultados,
podendo ser aplicado pelo tecnólogo em estética em protocolos, caracterizado como
eficaz no tratamento da acne no entanto torna-se necessário o cuidado na utilização
em lactentes e oclusão em áreas extensas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BAGATIN, E. Peeling de ácido salicílico. In: MAIO, M. Tratado de medicina
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BRENNER, F.M. et al. Acne: um tratamento para cada paciente. Revista Ciências
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CALIXTO,J.;JÚNIOR,J.M.S. Desenvolvimento de medicamentos no Brasil: desafios.
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ENOKIHARA,M. Y.; PECORA, C. S. Peelings químicos. In: MAIO, M. Tratado de
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