Hipertensão Pulmonar

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Instituto Estadual de Hematologia
Arthur de Siqueira Cavalcanti
Hipertensão Arterial Pulmonar
(HAP)
em Doença Falciforme
Dr. Renato Abelha
Pneumologista
HAP em Doença Falciforme
HAP Idiopática
–
–
–
incidência de 1 a 2 por milhão na população geral
mais comum entre 20 e 40 anos
Predomínio no sexo feminino
HAP em Doença Falciforme
– Estimativa de 30% de prevalência
HAP em Doença Falciforme
Critérios Diagnósticos
Pressão sistólica pulmonar > 30 mmHg
e
pressão média > 25 mmHg em repouso
ou
Pressão sistólica pulmonar > 35 mmHg
e
pressão média pulmonar > 30 mmHg durante o esforço
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia - 2005
(3º
(3º Simpó
Simpósio Mundial em Hipertensão Arterial Pulmonar, Veneza, 2003)
Classificação da Hipertensão Pulmonar
Hipertensão arterial pulmonar
Hipertensão pulmonar devido a doença embólica e/ou trombótica crônica
3º Simpósio Mundial em Hipertensão Arterial Pulmonar, Veneza, 2003
HAP em Doença Falciforme
Fisiopatologia
HAP em Doença Falciforme
Fisiopatologia
oxidação
hemólise
Degradação pela
Fosfodiesterase 5
arginina
HAP em Doença Falciforme
Aspectos Clínicos
Sintomas mais comuns:
• intolerância ao esforço (dispnéia de esforço)
• fadiga
• baixo débito cardíaco progressivo
• indicativo de disfunção ventricular direita secundária
Palpitações – arritmias
Síncope ou pré-síncope – baixo débito cardíaco
HAP em Doença Falciforme
Aspectos Clínicos
Hiperfonese de 2ª bulha – P2
Impulsões sistólicas no precórdio e 3ª bulha de VD –
dilatação e insuficiência
Cianose – baixo débito e vasoconstrição periférica
HAP em Doença Falciforme
Aspectos Radiológicos
1º arco
2º arco
Abaulamento do 2º arco (da artéria pulmonar)
HAP em Doença Falciforme
Aspectos Radiológicos
Inversão da relação entre diâmetro da aorta ascendente
com tronco da pulmonar (TC)
HAP em Doença Falciforme
Aspectos Radiológicos
ArtPulm
Aorta
VE
Inversão da relação entre diâmetro da aorta ascendente
com tronco da pulmonar (RNM)
HAP em Doença Falciforme
ECG
Sinais de sobrecarga de câmaras direitas
Desvio do eixo de QRS para direita (>90°)
Bloqueio de ramo direito
Ondas R amplas em V1, V2 e profundas em
V5, V6 com alterações da onda T e do
segmento ST.
HAP em Doença Falciforme
Aspectos Ecocardiográficos
A pressão sistólica da artéria pulmonar é
estimada pelo ecocardiograma com
Doppler através da medida do Jato de
Regurgitação Tricúspide (JRT)
HAP em Doença Falciforme
HAP em Doença Falciforme
Fatores de Risco (marcadores de anemia hemolítica)
Redução da Hb e Hto
Aumento de Desidrogenase lática (LDH)
Aumento da aspartato aminotransferase (AST)
Preditores de HAP
Histórico de complicação renal ou cardiovasculares
Aumento da pressão arterial sistólica sistêmica
Aumento da LDH
Fosfatase alcalina elevada
Transferrina baixa
Asplenia
Cardiopulmonary complication of Sickle Cell Disease:
Role of Nitric Oxide and Hemolytic Anemia – Gladwin,MT; Kato,GJ - Hematology 2005
HAP em Doença Falciforme
Fatores de Risco
O número de episódios de Síndrome
Torácica Aguda não teve associação
com desenvolvimento de HAP
Cardiopulmonary complication of Sickle Cell Disease:
Role of Nitric Oxide and Hemolytic Anemia – Gladwin,MT; Kato,GJ - Hematology 2005
HAP em Doença Falciforme
310 pacientes afro-americanos
acima de 18 anos de idade avaliados
na cidade de Boston - USA
Am J Respir Crit Care Med 173: 1264-1269, 2006
Estudo Funcional Pulmonar em Doença Falciforme
90% com Prova de Função Pulmonar alterada
74% com distúrbio ventilatório restritivo
(Capacidade Pulmonar Total reduzida)
3% com distúrbio ventilatório obstrutivo
13% com redução isolada da Difusão de Monóxido
de Carbono (DLco )
Am J Respir Crit Care Med 173: 1264-1269, 2006
Estudo Funcional Pulmonar em Doença Falciforme
A redução isolada da DLco pode ser um
marcador de HAP
Não foi possível correlacionar DLco e
ecocardiograma com presença de HAP
neste estudo
Am J Respir Crit Care Med 173: 1264-1269, 2006
HAP em Doença Falciforme
Proposta de tratamento da HAP
Classificação Funcional HAP – NYHA / WHO
Classe I
Sintomas não limitam atividades físicas. Atividade normal não causa
desconforto.
Classe II
Leve restrição da atividade física, sem sintomas ao repouso, mas sintomático
com atividade física normal.
Classe III
Restrição acentuada da atividade física. Sem sintomas ao
repouso, porém leves atividades físicas implicam em fadiga,
dispnéia, dores torácicas, tonturas ou síncope.
Classe IV
Dispnéia e fadiga mesmo ao repouso. Sinais de insuficiência
cardíaca direita, com limitação acentuada a pequenas
esforços.
Rich et al. WHO Symposium on PPH, Evian, France, 1998.
Proposta de tratamento da HAP em Doença Falciforme
HAP Leve (JRT entre 2,5 – 2,9 m/s)
1. Hidroxiuréia em dose máxima tolerada + eritropoetina
(se reticulocitopenia limitar uso da hidroxiuréia)
2. Terapia de transfusão mensal (aqueles com resposta ruim à primeira
abordagem) + terapia de quelação de ferro se indicado
3. Avaliação do pneumologista ou cardiologista (principalmente se
evidência de insuficiência ventricular esquerda - IVE)
4. Identificar e tratar fatores de risco associados a HAP (hipoxemia
durante repouso ou exercício, apnéia do sono, tromboembolismo pulmonar,
IVE, anemia severa, excesso de ferro)
Cardiopulmonary complication of Sickle Cell Disease:
Disease:
Role of Nitric Oxide and Hemolytic Anemia – Gladwin,MT;
Gladwin,MT; Kato,GJ - Hematology 2005
Proposta de tratamento da HAP em Doença Falciforme
HAP Moderada (JRT ≥ 3,0 m/s)
1. Cateterismo cardíaco de câmaras direitas para acessar função
ventricular sistólica e diastólica
2. Angio-TC de artéria pulmonar : excluir tromboembolia
pulmonar crônica
3. Considerar anticoagulação sistêmica
(wafarin – não há trabalhos em Doença Falciforme)
4. Considerar tratamento vasodilatador
pulmonar específico e
drogas remodeladoras (sildenafil, bosentana)
Cardiopulmonary complication of Sickle Cell Disease:
Disease:
Role of Nitric Oxide and Hemolytic Anemia – Gladwin,MT;
Gladwin,MT; Kato,GJ - Hematology 2005
Proposta de tratamento da HAP em Doença Falciforme
Outras perspectivas de tratamento
Bosentana
É um antagonista não seletivo dos receptores da endotelina
A endotelina é um potente vasoconstritor, ativando-se ao se
ligar aos seus receptores ET-A e ET-B encontrados nas
células endoteliais e células musculares lisas vasculares.
Hepatotoxicidade
cirrose, carcinogênese.
Dose inicial de 62,5 mg 2x / dia durante 4 semanas,
elevando-se para a dose de manutenção de 125 mg 2x / dia.
Outras perspectivas de tratamento
Sildenafil
Inibidor da fosfodiesterase 5
Aumenta o GMP cíclico, prolongando o efeito vasodilatador do
óxido nítrico
Potenciais efeitos colaterais : alterações retinianas e sinais de
neuropatia periférica
Risco maior de priapismo ?
Doses
– Adulto - 60 mg/dia (3x 20 mg), podendo ↑ até 225 ou 300 mg / dia
(3 x 75 ou 100 mg).
– Criança - até 3 mg / kg / dia (3 x 1 mg / kg / dose).
Outras perspectivas de tratamento
L-Arginina
Substrato na síntese do Óxido Nítrico
(fornecendo o nitrogênio)
Hidroxiuréia pode depletar as reservas de L-Arginina
Reposições de 0,1g / Kg de peso 3x / dia
– 0,5g/ 10Kg de peso/ dia (VO) – mesmas variáveis
hemodinâmicas, com tendência a aumento do índice cardíaco;
– 1,5 g/ 10Kg de peso/ dia (VO) 3x/dia – ↑ capacidade do
paciente ao exercício
Obrigado!!!!
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