Cerebelo - Disciplinas

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Plano de Aula – Cerebelo
Prof. Dr. José Carlos B. Galego
1-Introdução:
O cerebelo é responsável pela coordenação motora, manutenção do equilíbrio,
controle do tônus muscular e aprendizagem motora.
2- Objetivos:
Conhecer os principais aspectos anatômicos do cerebelo, a organização celular e
seus microcircuitos, correlacionado com sua fisiologia e fisiopatogenia.
3- Principais Tópicos que serão desenvolvidos:
3.1 Aspectos anatômicos do cerebelo
3.2 Organização celular
3.3 Microcircuito cerebelar
3.3 Conexões cerebelares
3.4 Divisão funcional
3.5 Funções do cerebelo
3.6 Síndromes cerebelares
Bibliografia para consulta:
1- BAEHR, M.; FROTSCHER, M. DUUS Diagnóstico topográfico em neurologia. 4.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
CEREBELO
JOSÉ C. B. GALEGO
ASPECTOS ANATÔMICOS
• O cerebelo localiza-se na
fossa craniana posterior.
• Posiciona-se
dorsalmente à ponte
e medula oblonga.
• Limita-se na porção
superior com o lobo
occipital dos hemisférios
cerebrais.
LOBOS E FISSURAS
Lobo anterior
Fissura primária
Lobo posterior
Vista superior
Fissura póstero-lateral
Lobo floculo-nodular
Lobo posterior
Vista inferior
LOBOS E FISSURAS
Fissura primária
Lobo anterior
Fissura
póstero-lateral
Lobo posterior
Lobo floculonodular
PEDÚNCULOS CEREBELARES
• Pedúnculo cerebelar
inferior: conecta-se com a
medula oblonga e medula
espinhal.
• Pedúnculo cerebelar
médio: conecta-se com a
ponte.
• Pedúnculo cerebelar
superior: conecta-se
com mesencéfalo.
NÚCLEOS CEREBELARES PROFUNDOS
Córtex cerebelar
Núcleo do fastígio
Núcleo globoso
Núcleo denteado
Centro medular
Núcleo emboliforme
ORGANIZAÇÃO CELULAR DO CEREBELO
• Camada molecular
(externa): célula em cesto e
célula estrelada.
• Camada de células de
Purkinje (média): células
de Purkinje.
• Camada granular (interna):
célula granular e célula de
Golgi.
CÓRTEX CEREBELAR - MICROSCOPIA
Mol.
Gr.
Molecular
Córtex
SB
Granular
FIBRAS AFERENTES E EFERENTES DO
CÓRTEX CEREBELAR
AFERÊNCIAS:
• As fibras musgosas
originam-se na
medula espinhal e
tronco cerebral.
• As fibras trepadeiras
são axônios de
neurônios localizados
no núcleo olivar
inferior.
EFERÊNCIAS:
• Axônios das células
de Purkinje.
FIBRAS MUSGOSAS
• As fibras musgosas fazem
sinapses com as células
granulares e com núcleos
cerebelares profundos.
• O axônio da célula granular
atravessa a camada média e na
externa bifurca-se em
“T”originando as fibras
paralelas.
• Assim uma única fibra
musgosa indiretamente pode
estimular milhares de células
de Purkinje.
FIBRAS TREPADEIRAS
• São axônios de neurônios
localizados no núcleo olivar
inferior e fazem sinapses com
dendritos da célula de Purkinje e
com núcleos cerebelares profundos.
• Cada célula de Purkinje recebe
aferências de uma única fibra
trepadeira.
• Cada fibra trepadeira se projeta
para 1-10 células de Purkinje.
MICRO-CIRCUÍTO CEREBELAR
(sinapses excitatórias e inibitórias)
8
5
1. Célula de Purkinje
2. Célula granular
3
3. Célula em cesto
1
4
1
2
4. Célula de Golgi
5. Célula estrelada
6. Fibra trepadeira
7. Fibra musgosa
9
8. Fibra paralela
9. Núcleo cerebelar profundo
7
6
MICRO-CIRCUÍTO CEREBELAR
Glomérulo
cerebelar
FIBRAS MUSGOSAS
• É uma sinapse excitatória
fraca.
• A somatória têmporoespacial de aferências
excitatórias de muitas fibras
paralelas produz uma única
espícula na célula de
Purkinje, chamada de
“espícula simples”
Espículas simples
Espículas simples
FIBRAS TREPADEIRAS
• É uma sinapse
excitatória forte.
• Cada espícula de
fibra trepadeira
produz uma onda de
picos nas células de
Purkinje chamados
de “complexo
espícular”.
Complexo espicular
Complexo espicular
MICRO-CIRCUÍTO CEREBELAR
•
•
•
•
•
•
•
Neurônios cerebelares estimulam
ou inibem as células de Purkinje.
Fibras trepadeiras são
fortemente excitatórias.
Fibras musgosas estimulam células
granulares.
Fibras paralelas de células
granulares estimulam várias
células de Purkinje simultaneamente.
Células em cesto inibem
fortemente as células de Purkinje.
Células estreladas inibem dendritos
das células de Purkinje.
Células de
Golgi inibem diretamente a
aferência de fibras musgosas.
CIRCUITO CEREBELAR
FIBRAS MUSGOSAS
Medula espinal, córtex cerebral
(via núcleos pontinos) e
sistema vestibular
+
Córtex cerebelar
_
FIBRAS TREPADEIRAS
Núcleo olivar inferior
Núcleos cerebelares profundos
+
+
Medula espinal e córtex cerebral
Tronco cerebral,
Tálamo e mesencéfalo
DIVISÃO FUNCIONAL DO CEREBELO
• Vestíbulo-cerebelo Lobo
flóculo-nodular
ESPINOCEREBELO
VERME
• Espinocerebelo: Verme e a
Zona intermediária dos
hemisférios cerebelares
• Cérebro-cerebelo: Zona
lateral do cerebelo
CÉREBRO-CEREBELO
VESTÍBULO-CEREBELO
ZONA
INTERMEDIÁRIA
CONEXÕES DO VESTÍBULO-CEREBELO
•
•
•
AFERÊNCIAS
Canais semi-circulares e órgãos
otolíticos, núcleos vestibulares,
colículo superior e córtex
visual.
EFERÊNCIAS
Núcleo vestibular lateral
Núcleo vestibular medial
CONEXÕES DO ESPINOCEREBELO
•
•
AFERÊNCIAS:
O verme cerebelar recebe
informações somático sensoriais da
musculatura axial e proximal dos
membros via trato espinocerebelar.
Também recebe aferências visuais,
auditivas e vestibular somatosensitivas da cabeça.
EFERÊNCIAS: núcleo do fastigío
e este projeta-se para formação
reticular e núcleo vestibular como
também para o núcleo ventral
lateral do tálamo (contralateral).
CONEXÕES DO ESPINOCEREBELO
AFERÊNCIAS:
• A zona intermediária recebe
informações somático
sensoriais da musculatura
distal dos membros
superiores e inferiores via
trato espinocerebelar.
EFERÊNCIAS:
• Núcleo interpósito (globoso
e emboliforme), e deste
para os núcleos rubro e
ventral lateral do tálamo.
CONEXÕES DO CÉREBRO-CEREBELO
AFERÊNCIAS:
• Exclusivamente cortical via
núcleos pontinos e núcleo
denteado.
EFERÊNCIAS:
• Núcleo denteado, núcleo
rubro e núcleo ventral
lateral do tálamo.
FUNÇÕES DO CEREBELO
Vestíbulo-cerebelo (lobo flóculonodular): controle do equilíbrio e
dos movimentos oculares.
Espino-cerebelo
Espinocerebelo (verme cerebelar e
zona intermediária): regulação do
tônus ​muscular por meio de
aferências de receptores de
estiramento muscular e
coordenação dos
movimentos voluntários.
Cérebro-cerebelo (zona lateral):
planejamento e iniciação da
atividade motora voluntária.
Cérebrocerebelo
Vestíbulocerebelo
Área motora
frontal
Sistema
lateral
Sistema
medial
Núcleos
vestibulares
PROCESSAMENTO CEREBELAR
• As áreas motoras frontais de associação do
córtex cerebral indicam suas intenções para iniciar as
contrações musculares voluntárias.
• O trato piramidal através de fibras colaterais notifica
o cerebelo da sua atividade.
• Ao mesmo tempo, o cerebelo recebe informação a
partir dos proprioceptores de todo o corpo (tensão dos
músculos, tendões e posição do corpo no espaço.
PROCESSAMENTO CEREBELAR
• Esta informação permite que o cerebelo possa determinar
onde o corpo está e para onde vai, mais especificamente,
onde as partes do corpo estão localizados no espaço e como
elas estão se movendo.
• O córtex cerebelar avalia estas informações e calcula a
melhor forma de coordenar a força, direção, extensão e a
contração muscular necessária, impedindo erros na postura,
garantindo movimentos suaves e coordenados.
PROCESSAMENTO CEREBELAR
• As informações do cerebelo vão para as áreas de
coordenação do córtex motor cerebral, que faz ajustes
apropriados no seu plano motor.
• Fibras cerebelares também vão para os núcleos do tronco
cerebral (núcleo rubro no mesencéfalo), que por sua vez se
projetam para neurônios motores da medula espinal.
FUNÇÕES DO CEREBELO
• Comparação da intenção e ação, verifica erros e gera
sinais de correção.
• Aprendizagem motora e adaptação (desempenha papel
importante na automação e otimização do comportamento
motor).
• Planejamento, raciocínio e fluência verbal, cognição visuoespacial , organização da memória visual e relaciona
emoções e linguagem.
SÍNDROMES CEREBELARES
• Síndrome vestíbulo-cerebelar: Distasia, ataxia da
marcha e nistagmo.
• Síndrome espinocerebelar: Dismetria, ataxia da
marcha.
• Síndrome cérebro-cerebelar: Dismetria,
disdiadococinesia, disartria e hipotonia.
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