Avaliação do conhecimento da equipe de enfermagem de um

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Avaliação do conhecimento da equipe de enfermagem de um hospital sobre
câncer colorretal e sua prevenção
Kary Vanini Cassenotte (PIBIC/Unioeste/PRPPG), Eveline Treméa Justino
(Orientador), e-mail: [email protected]
Universidade Estadual do Oeste do Paraná/Centro de Educação, Letras e
Saúde/Foz do Iguaçu, PR.
Área/subárea: Ciências da Saúde/Enfermagem
Palavras-chave: Neoplasias intestinais; Conhecimentos, atitudes e prática em
saúde; Rastreamento
Resumo
O câncer colorretal que é o quarto tumor mais frequente no mundo, é tratável
e, na maioria dos casos, curável, quando detectado precocemente. A avaliação do
conhecimento desses profissionais é fundamental para definição das estratégias
necessárias à capacitação destes, que tem um papel importante, não somente na
identificação de pacientes e familiares potencialmente em risco, mas na assistência
às famílias com diagnóstico definido. Desta forma o estudo teve como objetivo
verificar o conhecimento da equipe de enfermagem de um hospital, sobre CCR e
sua prevenção (primária e secundária). Trata-se de um estudo quantitativo com
delineamento descritivo. A coleta de dados ocorreu em um hospital em junho de
2016, no município de Foz do Iguaçu/PR. Em relação à análise estatística, as
variáveis relacionadas aos conhecimentos da equipe de enfermagem foram
descritas por frequência absoluta e relativa. Foram entrevistados 26 profissionais,
predominando o sexo feminino, sendo quatro enfermeiros assistenciais, 12 técnicos
de enfermagem e 10 auxiliares de enfermagem. Por meio da análise dos
questionários, identificou-se que, em relação ao grupo estudado, a maioria dos
participantes mostrou conhecimento das medidas de detecção precoce, prevenção
do CCR, rastreamento, sobre os sinais e sintomas, fatores de risco apresentados
por este câncer. Espera-se que estes resultados sirvam de subsídios para
implementação de capacitações dos profissionais envolvidos diretamente e
indiretamente no rastreamento do CCR.
Introdução
O câncer colorretal (CCR) é o quarto tumor mais frequente no mundo,
superado apenas pelos tumores de pulmão, mama e próstata (Valadão et al., 2010).
Esse tipo de câncer abrange tumores que acometem um segmento do intestino
grosso (o cólon) e o reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, quando
detectado precocemente. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos,
que são lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.
Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores é a detecção e a remoção
dos pólipos antes deles se tornarem malignos (Inca, 2012).
Embora seja um problema de saúde mundial, o CCR é considerado um dos
tipos de câncer mais responsivos às medidas preventivas, tanto a nível primário,
quanto secundário (Santos et al., 2013). Os profissionais da enfermagem
desempenham o papel de educadores em saúde e devem estar qualificados para
realizar ações preventivas e detecção precoce do CCR, sendo muito importante o
conhecimento sobre o assunto. A avaliação do conhecimento desses profissionais é
fundamental para definição das estratégias necessárias à capacitação destes, que
tem um papel importante, não somente na identificação de pacientes e familiares
potencialmente em risco, mas na assistência às famílias com diagnóstico definido.
Desta forma o estudo teve como objetivo verificar o conhecimento da equipe de
enfermagem de um hospital, sobre a prevenção do CCR.
Material e Métodos
Estudo de abordagem quantitativa com delineamento descritivo, realizado no
município de Foz do Iguaçu localizado na região oeste do estado do Paraná. A
coleta de dados ocorreu em um hospital. Fizeram parte deste estudo, profissionais
de enfermagem, de ambos os sexos. Os critérios de inclusão foram: ter idade
superior a 18 anos; ser profissional da área de enfermagem, aceitar participar
espontaneamente da pesquisa, após ser informado sobre os objetivos da pesquisa e
mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os
critérios de exclusão: Indivíduos que não concordarem com o TCLE, afastamento
por motivos variados (férias, licença, outros) no período da coleta de dados.
Os dados foram coletados em junho de 2016, por meio do preenchimento de
um questionário composto por itens referentes à pesquisa. Os dados coletados
foram digitados em planilha do Microsoft Excel. Em relação à análise estatística, as
variáveis relacionadas aos conhecimentos da equipe de enfermagem foram
descritas por frequência absoluta e relativa. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de
Ética em pesquisa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, conforme o
Parecer Consubstanciado do CEP nº. 1.561.365.
Resultados e Discussão
Foram entrevistados 26 profissionais, predominando o sexo feminino, sendo
quatro enfermeiros assistenciais, 12 técnicos de enfermagem e 10 auxiliares de
enfermagem. Considerando o conhecimento do grupo estudado, grande parte
apresenta um conhecimento prévio em relação à prevenção do CCR, assim como
podemos ver na a Tabela 1.
Tabela 1 – Resultados do questionário em relação aos acertos sobre a prevenção do CCR.
n
(n=16)
Como pode ser feita a prevenção do CCR?
26
O CCR atinge qual órgão?
26
Quais são um dos sinais e sintomas do CCR?
16
O CCR acomete mais mulheres do que homens, independente da idade.
22
Como é feito o rastreamento do CCR?
24
A partir de que idade mulheres e homens devem iniciar os exames
preventivos?
Os pólipos de intestino devem ser diagnosticados e tratados com o intuito de
25
evitar sua evolução para um tumor maligno?
Qual a importância do rastreamento do CCR?
14
Frente a qualquer um dos seguintes sintomas que ocorram de maneira
19
persistente: dor tipo cólica, sensação de inchaço, perda de peso, diarreia, “eu
devo”?
Quais os fatores de risco mais comuns para o CCR?
20
%
100
100
61,53
84,61
92,30
96,15
53,84
73,07
76,92
Fonte: Elaborado pelas autoras (2016)
Todos os participantes mostram ter um conhecimento prévio em relação a
qual órgão o CCR atinge, pois todos os participantes responderam corretamente. A
respeito do conhecimento dos entrevistados sobre os principais modos de
prevenção todos os participantes obtiveram 100% de acertos. Torna-se importante
que os profissionais da saúde, tenham conhecimento sobre os principais fatores de
proteção em relação ao CCR, assim sendo possível a realização de ações que
estimulem a adesão de hábitos alimentares saudáveis (Zandonai et al., 2012).
Em relação aos principais sinais e sintomas do CCR percebe-se que 16 (61,
53%) dos participantes foram capazes de identificá-los dentre os que foram
elencados. É importante que a equipe de enfermagem conheça os sinais e sintomas,
os meios de prevenção, para serem capazes de contribuir na redução da incidência
deste câncer (Justino, 2011).
Nesta pesquisa, verificou-se que 22 (84,61%) dos participantes identifica qual
é o sexo mais acometido pelo CCR. Estudos mostram que o CCR é a terceira
neoplasia maligna que mais acomete os homens, sendo confirmado por dados
epidemiológicos, que mostram ter predileção por pessoas do gênero masculino, o
que vai de encontro com outras pesquisas (Rego et al., 2012).
Ao serem interrogados quanto aos métodos usados para a realização do
rastreamento 24 (92,30%) participantes souberam quais os principais métodos
utilizados. Em relação a importância do rastreamento 14 (53,84%) participantes
conseguiram responder corretamente. O rastreamento é a realização de exames
com o objetivo de identificar adenomas e câncer precocemente, em indivíduos
assintomáticos. Os principais métodos empregados para a realização do
rastreamento do CCR é, a realização de pesquisa de sangue oculto nas fezes, a
colonoscopia e retossigmoidoscopia (Freitas, 2013).
Quando perguntados aos participantes sobre o desenvolvimento a partir de
pólipos, pode-se perceber que de modo geral a maioria possui conhecimento, pois
25 (96,5%) dos participantes responderam corretamente. Em um estudo realizado
sobre o rastreamento, prevenção e controle do CCR, demonstrou que 90% dos
casos de CCR desenvolvem a partir dos pólipos, no entanto o desenvolvimento
completo até o carcinoma pode variar de 10 a 20 anos (Dias et al., 2007).
Quando avaliamos as respostas dos profissionais relativas aos fatores de
risco, podemos perceber que 20 (76,92%) participantes souberam responder a
pergunta. Apesar dos profissionais apresentarem um bom conhecimento em relação
aos fatores de risco relacionados ao CCR, a maioria dos pacientes no Brasil, são
diagnosticados em estádios mais avançados, sendo que este fator contribui para um
prognostico não favorável (Valadão et al., 2010).
Foi perguntado aos participantes qual atitude deveria tomar ao aparecimento
de alguns sintomas, de início 19 (73,07%) souberam responder corretamente. Se
torna importante que a equipe de enfermagem saiba qual conduta ter, quando
apresenta-se sintomas em que se pode suspeitar de CCR, para que o mesmo saiba
orientar de maneira correta os pacientes a realize a busca pelo atendimento médico,
onde os sintomas possam ser esclarecidos.
Em relação a influência do histórico familiar, o número de acertos foi de 21
(80,76%). Estudos mostram que indivíduos com antecedentes familiares de CCR
tem as chances aumentadas de desenvolvem este tipo de câncer (Freitas, 2013).
Conclusões
A maioria dos participantes mostrou conhecimento das medidas de detecção
precoce, prevenção do CCR, rastreamento, sobre os sinais e sintomas, fatores de
risco apresentados por este câncer. No entanto nenhum participante soube
responder a partir de que idade devem iniciar os exames preventivos. Espera-se que
estes resultados sirvam de subsídios para implementação de capacitações dos
profissionais envolvidos diretamente e indiretamente no rastreamento do CCR.
Agradecimentos
Agradeço a Universidade Estadual do Oeste do Paraná e a todos os
participantes do estudo, que me permitiram que a realização deste estudo.
Referências
Dias, A.P.T.P., Gollner, A.M. & Teixeira, M.T.B. (2007). Câncer colorretal
rastreamento, prevenção e controle. HU Revista 33, 125-131.
Freitas, B.R.V. (2013) Pesquisa de sangue oculto nas fezes pelo método
imunoquímico: comparação com os achados da colonoscopia na detecção de
adenomas avançados e do câncer colorretal. Dissertação de Mestrado, Programa de
Pós-Graduação em Ciências, área de concentração em Clínica Médica.
Universidade Estadual de Campinas.
Inca. Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva. (2012) ABC do
câncer:
Abordagens
básicas
para
o
controle
do
câncer.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/abc_do_cancer_2ed.pdf. Acesso em:
04 de Agosto de 2016.
Justino, E.T.A. (2011). Trajetória do câncer contada pela enfermeira: momentos de
revelação, adaptação e vivência da cura. Dissertação de Mestrado, Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem (Mestrado em Enfermagem), Universidade Federal
do Paraná.
Rêgo, A.G.S., Borges, I.C.V., Valença, R.J.V., Teles, J.B.M. & Pinto, L.S.S. (2012).
Câncer colorretal em pacientes jovens. Revista Brasileira de Cancerologia 58, 17380.
Santos, T., Carvalho, L.P. & Souza, E.C.R.M.L. (2013). Conhecimento dos usuários
do serviço público de saúde sobre câncer colorretal e sua prevenção. Revista da
AMRIGS 57, 31-38.
Valadão, M. Leall, R.A., Barbosa, L.C., Carneiro, M. & Muharre, R.J. (2010). Perfil
dos pacientes portadores de câncer colorretal operados em um hospital geral:
necessitamos de um programa de rastreamento acessível e efetivo. Revista
Brasileira de Coloproctol 30, 160-6.
Zandonai, A.P., Sonobe, H.M. & Sawada, N.O. (2012). Os fatores de riscos
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Escola de Enfermagem da USP 46, 234-239.
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