Superintendência de Vigilância em Saúde – SUVISA Gerência de Vigilância e Controle de Doenças Transmissíveis – GEDT NOTA INFORMATIVA (GEDT nº 18 – 17 de março de 2017) Assunto: Tuberculose: ainda um grave problema de saúde pública A Secretaria de Estado da Saúde – SESAU, ao ensejo do DIA MUNDIAL DE COMBATE À TUBERCULOSE, apresenta, por meio desta NOTA, algumas informações básicas sobre a situação doença, alertando para a necessidade de uma forte articulação de esforços no sentido de impedir maior avanço da tuberculose em nosso meio. O tema do DIA MUNDIAL é: “tuberculose existe e juntos podemos acabar com ela”. O DIA MUNDIAL – 24 de março – caracteriza-se como uma data estratégica que foi definida com o intuito de fazer um alerta a toda a sociedade sobre a doença. Na verdade o enfrentamento da tuberculose deve ser uma atividade cotidiana das equipes de saúde. Foi em 24 de março de 1882 que Robert Koch anunciou a descoberta do bacilo que causa a doença. A ideia, nesse dia, é ampliar a oferta de informações, de modo a contribuir para uma maior conscientização de que é possível tratar e curar a tuberculose! Conscientização de que somente será possível interromper a cadeia de transmissão se forem desenvolvidas ações de prevenção, busca de casos, diagnóstico precoce e tratamento adequado, até a cura. Esse alerta é fundamental, especialmente considerando que o Brasil é um dos países com maior número de casos no mundo, ocupando a 20ª posição entre os 30 países com maior carga da doença e a 19ª quanto à coinfecção: associação entre tuberculose e HIV (TB/HIV)1. Sobre a tuberculose A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, o "bacilo de Koch" que atinge principalmente os pulmões. Outras partes do corpo, como gânglios, rins, ossos, intestinos e meninges também podem ser atingidos. É uma doença contagiosa, ou seja, o bacilo passa de uma pessoa doente para outra, através da tosse, espirro e fala. O doente lança os bacilos no ambiente, as pessoas aspiram esses bacilos e podem adoecer. O bacilo pode permanecer no ambiente por um período de até 8 horas, e isso é mais grave quando o ambiente não é ventilado/arejado. Sobre a tuberculose em Alagoas, no Brasil e no mundo A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo, superando as mortes causadas pela malária e pelo HIV (vírus da imunodeficiência adquirida), somados. Um terço da população mundial está infectada pelo bacilo. 1 Classificação da OMS 2016-2020 Dados de 2015 mostram que 10,4 milhões de pessoas no mundo adoeceram e 1,8 milhões morreram em decorrência da tuberculose. Mais de 1 milhão de pessoas vivendo com HIV desenvolveram a doença que continua sendo a principal causa de morte em pessoas com infecção pelo HIV, estimando-se que, anualmente, 400 mil óbitos associem tuberculose e HIV (coinfecção TB/HIV). No Brasil, anualmente, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos de tuberculose, sendo a 3ª causa de morte por doenças infecciosas, representando 4.500 mortes ao ano. Em 2015, 6,8 mil pessoas vivendo com HIV desenvolveram tuberculose e mais de mil apresentaram tuberculose drogarresistente, ou seja, quando o doente apresenta resistência ao tratamento da doença. Os resultados para a cura de casos novos pulmonares, em 2014 ficaram abaixo de 85%, que é o preconizado pela OMS. Em relação ao abandono do tratamento o resultado ficou em 9%, acima dos 5% que seria a referência. Em Alagoas, a situação não difere muito do perfil observado no país, em termos de cura e de abandono do tratamento, ficando abaixo do preconizado pela OMS. Para uma doença que tem cura, tratamento gratuito e que esta disponível em toda rede básica de saúde (que tem cobertura de 76% em Alagoas) é inadmissível que se tenha na série histórica 2012/2016, uma mortalidade acima da média nacional que é de 2,2 óbitos por 100 mil habitantes. Sobre o diagnóstico e o tratamento O diagnóstico é feito pela história de adoecimento da pessoa e também pelo exame clínico, sendo confirmado por exames específicos, como a baciloscopia e a cultura do escarro e também pela radiografia de tórax. Outros exames, como a biópsia, podem ser solicitados, dependendo do órgão afetado. O tratamento de 6 meses é feito em duas fases: a 1ª intensiva e 2ª de manutenção. Na fase intensiva, ou seja, nos primeiros 2 meses, é feito com 4 drogas no mesmo comprimido (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol). Depois, na fase de manutenção que dura quatro meses, a pessoa usa apenas 2 drogas (rifampicina e isoniazida). Quando o tratamento de 6 meses é bem feito, a infecção é curada na maioria dos casos. E ele pode e deve ser realizado nas unidades básicas de saúde. Somente casos mais complexos e graves exigirão internação hospitalar. Sobre o teste rápido para detecção do HIV em pacientes de tuberculose Todas as pessoas em tratamento de tuberculose devem realizar o teste para detecção do HIV o mais precocemente possível. Os pacientes HIV positivos com tuberculose apresentam sintomas mais graves e morrem mais, quando comparados aos pacientes com tuberculose que não são portadores de HIV. O paciente precisa concordar em fazer o teste, sendo necessária a orientação e aconselhamento. As pessoas coinfectadas (com tuberculose e HIV) devem ser tratadas adequadamente para as 2 doenças, o mais precocemente possível. Sobre ações de mobilização para alertar sobre a gravidade da situação Em muitos municípios de Alagoas já há uma tradição em realizar ações em busca de alertar a sociedade local para o problema, a exemplo da realização de: Palestra, mesa redonda, debate, roda de conversa e outras atividades, nos serviços de saúde ou em espaços da comunidade, sobre a situação da doença e o seu enfrentamento, manejo clínico, coinfecção etc., envolvendo profissionais de saúde e outros segmentos como representantes de associações, professores, estudantes etc.; Atos religiosos e atividades culturais ou esportivas (caminhadas, por ex.), durante os quais serão feitos alertas sobre a doença, com cartazes, faixas, alto-falantes etc.; Busca ativa de sintomáticos respiratórios, com participação da equipe de saúde, dos Agentes Comunitários e de Endemias, bem como de voluntários, com encaminhamento ao serviço de saúde; Ampliar a oferta de teste rápido com mobilização dos pacientes para a realização do teste HIV; Elaboração e distribuição de material educativo com informações sobre a tuberculose e formas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Para mais informações sobre a tuberculose e o dia mundial de luta contra a doença, contatar: A) A equipe técnica da área de vigilância e controle da tuberculose na SESAU, por meio ds telefone 3315-1664: Alda Léa Rodrigues; Arthur Maia Paiva; Danielle Vasconcelos; Ivete Fidelis; Melquizedeck Silva; Rosa Adélia Paredes B) A Gerência de Vigilância e Controle de Doenças Transmissíveis - GEDT Daniele Castanha – telefone: 33151151 ou 98833-4104 Sobre tuberculose, acessar: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil.pdf http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/tuberculose http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/livro_tuberculose11.pdf https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/tuberculose-especialista-explica-os-sintomas-o-diagnostico-e-como-seprevenir http://agenciaaids.com.br/home/noticias/volta_item/24674 https://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/tuberculose/ http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/50231-tuberculose-testar-tratar-e-vencer