Triângulo Mineiro recebe Carmelita Yazbek com apoio - cress-mg

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Triângulo Mineiro recebe Carmelita Yazbek com
apoio da Seccional Uberlândia
No dia 10 de novembro, aconteceu, em Uberlândia, uma palestra sobre “Políticas em tempos de
crise”, com a doutora em Serviço Social e professora da PUC-SP, Carmelita Yazbek.O evento foi
uma promoção da Divisão de Serviço Social do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Uberlândia (HC/UFU) com o apoio do CRESS-MG/Seccional Uberlândia e possibilitou às/aos
profissionais e estudantes o contato com as discussões mais atuais da profissão a nível nacional.
Para o assistente social do HC/UFU e docente do curso de Serviço Social da Faculdade Católica
de Uberlândia, Pedro Fernandes, atividades como estas contribuem para a formação e para a
atuação profissional, na medida que possibilita uma suspensão do fazer profissional para “uma
reflexão crítica sobre o que fazemos, como fazemos e para que fazemos. Essa reflexão permite
que oa/o profissional repense, contextualize e avalie o seu trabalho, nos aproximando da práxis e
do Projeto Ético-político do Serviço Social”, pontua.Uma das ponderações mais marcantes do
evento, de acordo com Pedro, até pelo momento histórico que vivemos, é da necessidade de nos
posicionarmos em defesa das políticas públicas. “Para além da nossa atuação, dentro, mas
também extra a nossos espaços sócio-ocupacionais, precisamos entender e divulgar juntos/as à
população que as políticas públicas são resultado de opções políticas, ou seja, o que determina o
que teremos ou não teremos em termos de direitos sociais é o modelo de desenvolvimento e de
organização social que adotamos”, observa o professor e um dos organizadores do evento.
Atividade em Uberaba
No dia seguinte, 11 de novembro, a professora Carmelita Yazbek ministrou, em Uberaba, uma
palestra sobre “O trabalho profissional do/a assistente social no contexto atual”. Cerca de 120
pessoas prestigiaram o evento, entre elas, estudantes e professores/as de Serviço Social, além
de assistentes sociais do município e da região. A atividade foi realizada pelo curso de Serviço
Social da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e contou com o apoio do CRESSMG/Seccional Uberlândia por meio de divulgação.Destaques da palestraAs reflexões de Yazbek
partiram de três pressupostos anunciados, segundo o Departamento de Serviço Social da UFTM:
1° Trabalho do Assistente Social e o acirramento da questão social na atualidade; 2º
Compreensão da profissão a partir da tradição marxista; 3° Construção sócio histórica do Serviço
Social e do projeto ético político. No primeiro, a professora problematizou a condição de quem
vive do trabalho assalariado e que está cada vez mais explorado, bem como a resistência dos
mesmos que, em um contexto de acirramento da questão social, resistem por meio da
organização em torno dos movimentos sociais.“Neste sentido, a atuação da/o assistente social
necessita cada vez mais estar calcada na realidade que é travejada pelo modo capitalista de
produção. As políticas sociais se constituem, por sua vez, em um espaço sócio-ocupacional de
grande capilaridade da categoria, sendo que na atualidade existem 42 mil assistentes sociais na
política de Assistência Social”, pontua o Departamento, em nota ao CRESS-MG.Na sequência, a
professora destacou que a opção pela teoria social crítica no Serviço Social possibilitou e deve
possibilitar, na formação e atuação profissional, a interpretação crítica da realidade, bem como a
reflexão da sociabilidade burguesa em que estamos circunscritas/os. Assim, ela pontou que o
projeto ético-político profissional é claramente um projeto anticapitalista e disse ainda, que a
construção do conhecimento contra-hegemônico se faz com muita apropriação teórica e histórica
da realidade e dos fundamentos teóricos e metodológicos da profissão. Diante desta explanação
e já refletindo sobre o terceiro pressuposto, Yazbek questionou o que está colocado para o
Serviço Social, levando em consideração que a realidade concreta é delineada, em parte, pela
condição de assalariamento, por uma profissão liberal e ainda composta por executores/as de
políticas públicas engendradas pelo capital, pelo Estado.“A professora enfatizou a necessidade
de, enquanto categoria organizada, retomar o trabalho de base com a população, já que a partir
da dimensão ético-política da profissão possuímos o potencial e o compromisso de articulação
com os movimentos sociais”, informa o Departamento. A “politização”, nos termos da professora,
é a ratificação do trabalho político, que necessita ser nosso horizonte enquanto sinônimo de
resistência e luta por uma nova ordem societária. De acordo com as organizadoras, Yazbek
“dialoga com a realidade, sendo que sua explanação convergiu com diversas disciplinas do curso
de Serviço Social da UFTM” e sua palestra “não só contribui para a formação e atuação
profissional, como também sensibilizou as e os participantes para a organização e mobilização da
categoria no município e região, destacando o momento atual e a importância das greves e das
ocupações, como formas de luta e resistência”, destacam.
CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL DE MINAS GERAIS – CRESS 6ª Região
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