Bactérias associadas às infecções gastrointestinais

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Bactérias associadas às infecções
gastrointestinais
Analice Azevedo
Abril - 2017
Infecções do trato gastrointestinal (TGI)
Infecções do trato gastrointestinal (TGI)
Intoxicações
• Ingestão de toxinas pré-formadas produzidas por bactérias no
alimento. Algumas toxinas são destruídas pelo processamento mas
outras continuam no alimento mesmo quando o microrganismo é
eliminado.
Ex: Toxina produzida por Staphylococcus aureus
Infecções
Ingestão de bactérias patogênicas que colonizam o intestino e causam
danos ao hospedeiro
Exs: Listeria monocytogenes, Campylobacter jejuni, Yersinia
enterocolitica e Salmonella sp.
Infecções do trato gastrointestinal (TGI)
Toxinfecção alimentar
Infecção adquirida através do consumo alimentos contaminados por bactérias ou suas
toxinas. Pode ocorrer por via da:
• Infecção intestinal - causada por multiplicação bacteriana no trato gastrointestinal;
• Intoxicação - através da reação a toxinas produzidas por bactérias no trato
gastrointestinal ou no alimento.
Termos usados para descrever infecções do TGI
Gastroenterite
Um síndrome caracterizada por sintomas gastrointestinais incluindo náuseas, vômitos,
diarreia e desconforto abdominal.
Diarreia
Liberação de fezes anormais, caracterizada por evacuações frequentes e/ou líquidas e
envolve perda aumentada de fluidos e eletrólitos
Disenteria
Disturbio inflamatório do TGI associado com sangue e pus nas fezes e acompanhado por
sintomas de dor, febre, cólicas abdominais
Enterocolite
Inflamação da mucosa do intestino delgado e grosso
Patógenos bacterianos veiculados por alimentos
Salmonella
Listeria monocytogens
Clostridium botulinum
Yersinia enterocolitica
Clostridium perfrigens
Vibrio cholerae
Staphylococcus aureus
Campylobacter
Escherichia coli
Shigella
(linhagens patogênicas)
Bacillus cereus
Quadro clínico: depende do
agente etiológico e varia desde
leve desconforto intestinal até
quadros graves de insuficiência
renal aguda
Fezes de seres humanos ou animais contendo
microrganismos patogênicos ou suas toxinas
Alimentos
Água
Pessoas
Ingestão de microrganismos e/ou toxinas
Intestino
Crescimento microbiano e produção de
toxinas, porém infecção restrita ao TGI
Invasão pelos microrganismos
ou absorção de toxinas
Diarréia
Disseminação
Sintomas de infecção sistêmica:Febre, etc
Excreção de patógenos nas fezes
Doenças bacterianas de origem alimentar
• OMS – mais de 1/3 população mundial é acometida por Doenças de
origem alimentar - pequena proporção é notificada.
• Brasil
- Subnotificação – real magnitude
do problema
Casos
notificados
Casos não
notificados
Doenças bacterianas de origem alimentar
Vigilância epidemiológica DTA – início 1999
• Notificação de casos de doenças de notificação
compulsória e de surtos de qualquer etiologia.
• Investigação de surtos
Surto: Episódio em que duas ou mais pessoas
apresentam os mesmos sinais/sintomas após
ingerir alimentos e/ou água da mesma origem.
- Em todo território nacional
- Responsabilidade da SMS
- Se não há SMS - SES
Doenças bacterianas de origem alimentar
Vigilância Epidemiológica das Doenças
Transmitidas por Alimentos (VE-DTA)
Objetivos:
• reduzir a incidência das DTA no Brasil a partir do conhecimento do
problema e de sua magnitude
• subsidiar as medidas de prevenção e controle, contribuindo para a
melhoria da qualidade de vida da população.
10.745 surtos
192.803 doentes
PRINCIPAIS GRUPOS BACTERIANOS ENVOLVIDOS EM DOENÇAS DE
TRATO GASTROINTESTINAL
Bactérias Gram-
Bactérias Gram+ formadoras de endósporos
Bactérias Gram+ não formadoras de endósporos
Bactérias Gram-
Família Enterobacteriaceae
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Escherichia
Shigella
Salmonella
Citrobacter
Klebsiella
Enterobacter
Serratia
Proteus
Yersinia
• Grupo heterogêneo de bastonetes Gram negativos de importância
clínica;
• Menos de 20 espécies são responsáveis por mais de 95% das
infecções;
• Infecções - um reservatório animal, de um portador assintomático
humano ou através da disseminação endógena.
Escherichia coli
• Bacilos Gram negativos
• Não esporulados
• Anaeróbios facultativos
• Síndromes: gastroenterites, disenteria, septicemia, pneumonias, meningite
• Habitat: TGI de homem e animais
• Quando isolada em água e alimentos - condições higiênicas insatisfatórias - indicador de
contaminação fecal
Patotipos Escherichia coli
E. coli enterotoxigênica – ETEC
E. coli enteropatogênica – EPEC
E. coli enteroinvasiva – EIEC
E. coli enterohemorrágica – EHEC
E. coli enteroagregativa - EAEC
E. coli enterotoxigênica (ETEC)
• Alimentos ou água contaminada (108 a 1010
células).
• Causa diarréia infantil e do viajante.
• Fímbrias (CFA=> colonization factor antigens)
se aderem específicamente ao epitélio do
intestino delgado.
• Toxinas ST (termoestáveis) e LT (termolábeis)
• Estimulam o sistema adenilato ciclase
intestinal, induzindo ao aumento de cAMP, o
que leva a perda de fluidos e eletrólitos diarreia aquosa.
• Diarreia não sanguinolenta, sem exsudatos
inflamatórios , similar a da cólera.
• ETEC: toxina sensível ao calor (LT) e toxina
termoestável (ST)
• LT induz  elevação dos níveis intracelulares
cAMP efluxo de íons cloreto para dentro do
lúmen, movimentação de íons de sódio e de
água (diarreia)
• ST  pequeno peptídeo rico em ligações
dissulfeto  aumentos dos níveis cGMP 
efluxo de eletrólitos e líquidos
E. coli enteropatogênica (EPEC)
• Alimentos e água contaminados.
• Possuem plasmídeos com genes que
codificam um fator de aderência - adesão à
mucosa intestinal.
•A bactéria se adere ao epitélio do intestino e
destrói as microvilosidades
• Gastroenterite - diarreia
crianças.
geralmente em
E . coli enteroinvasiva (EIEC)
• Água e alimentos contaminados
• A bactéria se adere, invade, destrói as
células epiteliais do cólon e se espalha
lateralmente.
• Causa diarréia aquosa com sangue e
leucócitos (disenteria).
• Acomete crianças e adultos.
E . coli enterohemorrágica (EHEC)
• Contágio por alimentos contaminados.
• Dose infecciosa baixa (<100 bactérias).
• Causa desde diarreias leves até colites
hemorrágicas (diarreia sanguinolenta).
• Pode produzir síndrome urêmica hemolítica dano renal.
•Toxinas - inibe síntese protéica.
• E. coli O157:H7 - alimentos mal cozidos
E. coli entero-hemorrágica O157:H7 aderida às microvilosidades intestinais
E. coli enteroagregativa (EAEC)
• Bactérias
caracterizam-se por aglutinação, tipo
arranjo de parede de tijolo.
• Formação de biofilme sobre as células
epiteliais
• Lesão da mucosa, secreção de muco.
• A diarréia - geralmente em crianças e é
persistente (+ de14 dias).
Patotipo
Aspectos
clínicos
Aspectos
epidemiológicos
Fatores de virulência
Enterotoxigênicos
Diarreia
aquosa
Diarreia da infância em
Fímbrias, enterotoxinas sensíveis
países em
e enterotoxinas estáveis ao calor
desenvolvimento; diarreia
do viajante
Enteropatogênico
Diarreia
aquosa,
vômitos
Bebês vivendo em países
em desenvolvimento
Fímbrias formadoras de feixes,
com efeito de fixação e
ofuscamento
Entero-hemorrágico
Diarreia
aquosa, colite
hemorrágica,
Surtos transmissíveis via
alimentos e água em
países em
desenvolvimento
Toxinas Shiga, efeito de fixação e
ofuscamento
Enteroagregador
Diarreia com
muco
Diarreia da infância;
diarreia do viajante
Fímbrias, citotoxinas
Epidemiologia, Tratamento e Controle
• Manutenção das boas condições higiênicas para reduzir o risco de
contaminação dos alimentos.
• Manipulação adequada dos alimentos e a purificação da água impedem a
disseminação de E. coli patogênicas.
• Alimentos bem cozidos, principalmente carnes - reduz o risco de infecções
por estes microrganismos.
• EUA – irradiação da carne moída como forma de promover a eliminação
ou redução de bactérias associadas a infecções, especialmente E. coli
patogênicas.
Salmonella
• Bacilos Gram-negativos
• Não produtores de esporos.
• Anaeróbios facultativos
• pH ótimo de crescimento: 7,0 (4-9), algumas estirpes são resistentes ao ácido
• Temperatura ótima de crescimento: 35 a 37°C (5 – 45 °C)
• Atividade de água: valores abaixo de 0,94 são inibitórios
• Febre tifoide, entérica e salmonelose
Patogênese – febre tifoide e entérica
Doenças podem ser divididas em 3 grupos:
1. Febre tifoide (S. typhi) - Transmitida pela água e alimentos
contaminados com material fecal humano. Sintomas mais graves, febre
alta, diarreia, vômitos e septicemia. Duração dos sintomas: 1 a 8 semanas.
2. Febre entérica (S. paratyphi) – semelhante à tifoide, mas com
sintomas mais brandos. Duração dos sintomas: no máximo 3 semanas.
3. Salmoneloses (demais espécies de Salmonella - S. enteritidis e
typhimurium) – sintomas como diarreia, febre, dores abdominais e
vômitos. Período de incubação: 12 a 36 horas. Duração dos sintomas: 1 a
4 dias.
Patogênese – febre tifoide e entérica
Ingestão e passagem pelo estômago
Penetração nas células epiteliais intestinais
Invasão da lâmina própria e entrada
na corrente linfática
Microrganismos são fagocitados
pelos macrófagos
Multiplicação e destruição dos macrófagos
Bactéria na corrente circulatória
(podem atingir vários órgãos)
infecção sistêmica
Prevenção e tratamento
• Tratamento térmico adequado
• Não consumir ovos crus ou mal cozidos
• Controle dos portadores assintomáticos
• Evitar contaminação cruzada
• Febre tifoide e entérica - antimicrobianos
Shigella dysenteriae
• Bacilos Gram-negativos
• Anaeróbios facultativos
• Temperatura: 10 a 48°C;
• Não resistentes ao calor.
• Habitat natural: TGI de homem e primatas
• S. dysenteriae – shigelose ou disenteria
Doenças
Shigelose
• Baixa dose infecciosa – 10 e 100 células.
• Sintomas: 1 a 3 dias após a infecção (Int. delgado – enterotoxina – diarreia
aquosa)
• Cólicas abdominais, febre e fezes sanguinolentas e com pus.
• Geralmente autolimitada.
• Antibioticoterapia recomendada para reduzir o risco de disseminação
secundária (outras pessoas).
Patogênese
Íleo terminal
e cólon
Microrganismo
Klebsiella
pneumoniae
Enterobacter
Serratia
Citrobacter
Proteus mirabilis
Características
Síndromes
Apresenta cápsula; Plasmídeos
Pneumonia. Pode causar uma variedade de
que conferem resistência múltipla infecções extrapulmonares, incluindo enterite
a drogas
e meningite (em lactentes), infecções
urinárias (em crianças e adultos) e septicemia.
Fatores de virulência: adesinas e Infecções urinárias, septicemia e bacteremias.
fimbrias; Resistência aos
antimicrobianos
-Infecções
oportunistas,
em
particular
pneumonia e septicemia.
Pode produzir enterotoxinas
Infecções do trato urinário, meningite
neonatal e abscessos cerebrais.
Produz grande quantidade de
infecções urinárias e infecções em feridas
urease → aumento do pH da
urina, o que pode resultar em
cálculos nos rins pela precipitação
de cristais de Mg e Ca.
Outros bastonetes Gram- de importância no TGI
Vibrio cholerae
•
Bacilos Gram-negativos, em forma de vírgula
• Anaeróbios facultativos
• Móveis
• Halotolerantes
• Habitat: TGI de homens e animais, água oceânicas e costeiras
Vibrio cholerae - Coléra
•
•
•
•
Agente etiológico do cólera – toxina colérica
Transmitido por contaminação fecal (água e alimentos)
Reservatórios: Frutos do mar (camarão, ostra)
Dose infecciosa: 106 → bactérias são sensíveis aos ácidos
do estômago
Vibrio cholerae - Coléra
• Sete pandemias registradas.
• Incubação: 6 horas a 5 dias
• Sintomas: diarreia moderada ou intensa, dores abdominais, câimbras,
náuseas, vômitos, tonturas. Autolimitada (1 a 5 dias).
• Casos mais severos: perda de mais de 1 litro de fezes por hora, levando
à perda rápida de líquidos e morte na ausência de terapia.
Enterotoxina – Vibrio cholerae
Aumento da secreção de líquidos e eletrólitos
pelas células
intestinais – diarreia intensa
Vibrio cholerae
Duodeno - adesão aos enterócitos
Proliferação
toxina colérica
Diarréia secretora
Diarréia “água de arroz” não hemorrágica,
desidratação → falhas cardíacas e renais
(perda de eletrólitos).
Enzima mucinase: dissolve a capa
protetora de células intestinais,
permitindo aderência.
Yersinia enterocolitica
• Bastonetes Gram-negativos
• Anaeróbios facultativos
• Móveis
• Psicrotróficos
• Habitat: Ambiente terrestre e águas de lagos, nascentes e rios,
homem e outros animais.
Yersinia
Crescimento:
• Temperatura: -2°C a 45°C – ótimo de 22°C a 29°C
• Resistente ao congelamento.
• Não sobrevive à pasteurização.
• pH: faixa entre 4,5 e 9;
• Salinidade: crescimento a 5%.
Yersinia enterocolitica
Ocorrência em Alimentos:
• Tortas, carne, frutos do mar, vegetais, leite e outros produtos
alimentícios.
Gastroenterite
• Sintomas: febre, diarréia, fortes dores abdominais, vômitos, dor de
cabeça. Vários dias após a ingestão dos alimentos.
• Toxina termoestável – ST (20’/100°C).
• Resistente a lipases e proteases: estimula a adenilato-ciclase e a
resposta cAMP no intestino. Produzida abaixo de 30°C.
Campylobacter
• Bastonete curvo, espiral, flagelo polar em uma ou ambas as
extremidades;
• Microaerófilo (3 a 6% de O2);
• Não crescem na presença de 3,5% NaCl ou a 25°C.
• Habitat: intestino de aves, roedores e gado.
Campylobacter
• C. jejuni e C. coli
• Infecções são zoonóticas (cabras, galinhas e cachorros)
• Transmissão: via fecal-oral; consumo de água e alimentos
contaminados
• Causa frequente de gastrenterites, especialmente crianças e lactentes
→ autolimitada.
• Inicialmente diarréia aquosa, seguida pela presença de sangue e fortes
dores abdominais.
Doença
Gastroenterite
• Enterotoxina termoestável: aumenta níveis de cAMP, provoca acúmulo
de fluidos no lúmen intestinal. Citotoxina
• Sintomas: dores abdominais ou câimbras, diarreia, mal estar, dor de
cabeça e febre.
• Autolimitada. 1 a 4 dias
• Casos graves: fezes sanguinolentas e colite ulcerativa.
Prevenção Vibrio, Yersinia e Campylobacter
• Saneamento básico adequado
• Boas práticas de higiene
• Cocção adequada de alimentos marinhos
• Água tratada e leite pasteurizado e/ou processado
• Refrigeração e congelamento adequados
Helicobater
• H. pylori
• 85% das úlceras gástricas e 95% das
úlceras duodenais.
• Habitat natural: Estômago humano:
microrganismo é adquirido
provavelmente por ingestão
• Transmissão: em geral na infância,
membros da mesma família
Helicobacter pyroli
Motilidade
Produção de urease
Fuga do suco gástrico e proteção sob a Mucina
• Bactéria se acopla às células secretoras de muco
da mucosa gástrica
• Produz amônia (neutraliza acidez estomacal),
induz resposta inflamatória – dano da mucosa.
Helicobacter pyroli
• Perda da capa mucosa protetora provoca gastrite e úlceras gástricas –
dores abdominais recorrentes podendo ser acompanhadas por
sangramentos.
• Sem bacteremia ou disseminação da doença.
• Diagnóstico: esfregaços de biópsia da mucosa corada pelo Gram,
cultura e sorologia.
• Prevenção: não existe vacina ou outras medidas preventivas
específicas.
Bactérias Gram-positivas formadoras de endósporos
Clostridium botulinum
• Agente etiológico
do botulismo
• Amplamente distribuídos na natureza – solo e ambiente aquático
• Endósporos são altamente resistentes
• Surtos – produtos cárneos, conservas vegetais e mel
Clostridium botulinum
• Crescimento vegetativo não ocorre em pH < 4,5
• Temperatura de crescimento entre 12 e 50°C
• Aw mínima > 0,94
•
•
•
•
Toxinas
Neurotoxinas A, B, C, D, E, F e G
São destruídas pelo calor (80°C por 10 minutos)
Podem ser absorvidas pela corrente sanguínea através das mucosas
respiratória e do TGI.
Está entre as substâncias mais tóxicas na natureza.
Neurotoxina – Clostridium botulinum
Toxina botulínica – age nas junções neuromusculares e impede a transmissão
de impulsos para músculo (não se contrai)
Clostridium botulinum
Clostridium botulinum
Endósporos contaminam alimento
Alimentos enlatados e embalados a vácuo sem
esterilização comercial
Endósporos sobrevivem, germinam
ambiente anaeróbio e produzem a toxina
Ingestão da toxina pré-formada
Botulismo
alimentar ou clássico
Toxina alcança o sistema nervoso
no
Clostridium botulinum
Botulismo alimentar ou clássico
• Período de incubação: 12-72 horas
• Sintomas iniciais - náuseas, vômitos e diarréia
• Fadiga, fraqueza, alterações de visão (diplopia), xerostomia, disfagia,
constipação, paralisia muscular flácida, paralisia da musculatura
respiratória (parada respiratória)
•
Morte em 3-5 dias (pode ocorrer)
Clostridium botulinum
Medidas de controle e tratamento
• Esterilização - alimentos enlatados e embalados a vácuo (inativar o
esporo)
• Evitar o consumo de mel por crianças menores de 2 anos
• Soroterapia - neutralização da toxina
• Aquecimento a 80 oC por 10-30’ – destruição da toxina
Clostridium perfringes
• Um dos agentes mais frequentemente envolvido em surtos de
toxinfecções
alimentares,
no
mundo,
perdendo
apenas
para
salmoneloses.
• Anaeróbio (microaerófilo) e formador de endósporos.
• A inativação térmica da enterotoxina em caldo de carne dá-se entre 59 oC
e 65 oC, variando o tempo de cocção entre 1,5 e 72,8 minutos.
Clostridium perfringes
• Fração ingerida do alimento contaminado  > 108 células vegetativas;
• A toxina é produzida no trato digestivo e está associada com a
esporulação;
• A contaminação faz-se pelas mãos dos manipuladores, pelos roedores
e pelas moscas;
• A ingestão de toxina pré-formada
nos alimentos é muito rara.
Clostridium perfringes
Bactérias Gram-positivas formadoras de endósporos
Bacillus cereus
• Bacilos Gram positivos
• Aeróbios, mesófilos
• Síndrome diarreica e síndrome emética
• Amplamente distribuído na natureza - solo, poeira, água
• Contaminam arroz, vegetais, carnes, laticínios
B. cereus - Doenças características
Síndrome diarréica
•
•
•
•
Enterotoxina termolábil
Período de incubação: 8 a 16 h
Sintomas: náusea, diarreia intensa, dores abdominais.
Associada a ingestão de alimentos a base de cereais e e purê de batatas, vegetais,
carnes, massas, sorvete, leite
Síndrome emética
 Enterotoxina termorresistente
 Mais grave que a diarreica
 Período de incubação curto: 1 a 6 h
 Sintomas: náuseas, vômitos e mal estar geral.
 Associada a ingestão de alimentos a base de cereais e e purê de batatas.
B. cereus - Medidas de controle
• Cozimento em vapor sob pressão, forno ou fritura destrói células
vegetais e esporos;
• Importância do armazenamento adequado pós-preparo;
• Consumo de alimentos recém preparados não oferece risco.
Bactérias Gram-positivas não formadoras de endósporos
Staphylococcus aureus
Doenças
• Invasão direta e destruição tecidual – infecções cutâneas,
endocardite, pneumonia
• Mediadas por toxina - síndrome da pele escaldada, intoxicação
alimentar e síndrome do choque toxico
Staphylococcus aureus
• Intoxicação alimentar
- Doença de origem alimentar de maior prevalência no Brasil
- Enterotoxinas
- Superantígenos – liberação de grande quantidade de citocinas, dano
tecidual
- Sintomas: após a ingestão do alimento contaminado; náusea, vômitos,
diarréia, dor abdominal; dor de cabeça, sudorese.
- Tratamento: reposição de fluidos
Intoxicação alimentar
estafilocócica
(enterotoxicose
estafilocócica)
Doenças - características
• S. aureus provoca intoxicação pela ingestão de alimento contendo
toxinas pré-formadas.
• No intestino, as toxinas (superantígenos) ativam uma resposta
inflamatória geral - destruição tecidual, gastroenterite e significativa
perda de fluidos (diarreia e vômitos).
• Sintomas: náusea, vômito, dores abdominais, diarreia,
prostração.
sudorese e
Tratamento
controle
Tratamentoeemedidas
medidas dedecontrole
• Tratamento - reposição de líquidos.
• Quando alimentos assados são refrigerados imediatamente após o
preparo, geralmente permanecem seguros, uma vez que o crescimento é
reduzido em temperaturas baixas.
• Evitar este tipo de intoxicação – deve-se evitar a contaminação com S.
aureus, pois o tratamento térmico posterior não destrói as
enterotoxinas.
Listeria monocytogenes
•
Bastonete Gram-positivo
•
Anaeróbio facultativo
•
Movimenta-se por flagelos peritríquios
•
Bactéria patogênica oportunista  Listeriose
•
Nos animais e no homem multiplica-se intracelularmente.
•
Invade o intestino humano onde são fagocitadas por macrófagos, ficando
protegidas contra a ação de leucócitos polimorfonucleares.
Listeria monocytogenes
Doenças - características
Ingestão
Acidez do
estômago
Intestino
Sistema
sanguíneo
Placenta
Resíduos α-D-galactose na superfície bacteriana
ligam-se aos receptores α-D-galactose das
células
Internalinas
Fosfolipases
Listeriolisina
Cauda de actina (actA)
Fatores de Virulência
Tecido

Listeria monocytogenes
•
Atividade de água: 0,920
•
Faixa de pH: 4,5 a 9,5
•
Psicrotróficos: 2,5 a 44°C
•
Suporta repetidos ciclos de congelamento e descongelamento
•
Problema na indústria da carne: sobrevive aos níveis recomendados de nitrato de
sódio e cloreto de sódio.
Rocourt & Bille, 1997
Listeria monocytogenes
Doenças - características
•
Rara em indivíduos que não apresentam nenhuma condição
predisponente.
•
Recém-nascidos, idosos, pacientes transplantados ou em
hemodiálise, portadores de câncer, hepatite crônica, diabetes,
AIDS.
•
Em gestantes: aborto, nascimento prematuro, natimorto e
septicemia neonatal.
•
Sintomas dependem do estado do hospedeiro.
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