(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE IME 2015 MATEMÁTICA QUESTÃO 01 Determine os valores reais de x que satisfazem a inequação: QUESTÃO 02 Encontre as soluções reais da equação: x + 4x − 4 + x − 4x − 4 = x + 3 Resolução Elevando ambos os membros da equação ao quadrado, temos: 4 1 + logx > 1 log3 x 2 − 2 9 ( Resolução As condições de existência para um logaritmo são: • base positiva e diferente de 1; • logaritmando positivo. x + x + 4x − 4 + x − 4x − 4 ) =( 2 x+3 4x − 4 + 2 ⋅ x + 4x − 4 ⋅ x − 4x − 4 + x − ) 2 ⇔ 4x − 4 = x + 3 ⇔ 2 x − ( 4x − 4) = 3 − x Além disso, o denominador da primeira fração não pode ser nulo. Impondo todas essas condições simultaneamente, vem que: 2 Elevando novamente ambos os membros ao quadrado: ⎧0 < x ≠ 1 ⎧0 < x ≠ 1 ⎧0 < x ≠ 1 ⎧ x > 0 ⎪ 2 ⎪ ⎪ ⎪ 0 x > ⇔ ⇔ ⎨x ≠ 0 ⇔ ⎨x ≠ 1 ⎨ ⎨x ≠ 0 ⎪ x ≠ ±3 ⎪x ≠ 3 ⎪ ⎪ x 2 ≠ 32 2 ⎩ ⎩ ⎩ ⎩log3 x − 2 ≠ 0 ( ) 4 x 2 − 4 x + 4 = 9 − 6 x + x 2 ⇔ 3 x 2 − 10 x + 7 = 0 ⇔ x = 1 ou x = 7 3 Tendo elevado a equação ao quadrado (duas vezes, inclusive), devemos fazer a verificação de cada um desses valores. Sendo satisfeitas essas condições, temos que: 1 log3 4 1 4 9 + logx > 1 ⇔ + −1> 0 ⇔ log3 x 2 − 2 9 2 ⋅ log3 x − 2 log3 x (I) Verificação para x = 1 : Lado esquerdo: 2 −2 + −1> 0 log3 x − 1 log3 x 1+ 4 ⋅ 1− 4 + 1− 4 ⋅ 1− 4 = 1+ 0 + 1− 0 = 2 Lado direito: Fazendo log3 x = α , segue que: 1+ 3 = 4 = 2 2 −2 −α 2 + α + 2 + −1> 0 ⇔ >0 α −1 α α2 − α Tendo obtido a igualdade ⇒ x = 1 é solução! (II) Verificação para x = Fazendo o quadro de sinais para o quociente em função dos sinais do numerador e do denominador, temos: 7 : 3 Lado esquerdo: 7 7 7 7 7+4 3 7−4 3 + 4⋅ − 4 + − 4⋅ − 4 = + = 3 3 3 3 3 3 Sendo 7 ± 4 3 = 22 ± 2 ⋅ 2 ⋅ 3 + ( 3 ) = ( 2 ± 3 ) , segue que: −1 + + + + + + + + + + + + + + + + + 2 –––– –––– α 2 = 2+ 3 3 + 2 2− 3 3 = 4 3 Lado direito: 7 16 4 +3 = = 3 3 3 +++++++++ ++++++++++ Tendo obtido a igualdade ⇒ x = α 0––– –––1 7 é solução! 3 Assim: { } V = 1, –––– +++++ –––––– +++++ −1 0 1 –––– 2 QUESTÃO 03 Descreva o lugar geométrico do número complexo z que atende à equação α Assim: arg( z − z1 ) − arg( z − z2 ) − arg( z − z3 ) = k π , −1 < α < 0 ou 1 < α < 2 ⇔ −1 < log3 x < 0 ou 1 < log3 x < 2 ⇔ em que z1 é real, z2 e z3 são complexos conjugados com parte imaginária não nula e k é um número inteiro. log3 3 −1 < log3 x < log3 30 ou log3 31 < log3 x < log3 32 Sendo a base 3 maior do que 1, fazemos a comparação entre os logaritmandos mantendo os sinais das inequações inalterados: 3 −1 < x < 30 ou 31 < x < 32 ⇔ 7 3 Obs: arg(z) é o argumento do número complexo z. Resolução 1 < x < 1 ou 3 < x < 9 3 Como argumento não é definido para o complexo nulo, consideraremos z ∉ {z1, z2 , z3 } . Vamos denotar z2 = a + bi e Sendo as condições de existência todas satisfeitas para esses valores, ficamos com: z = x + yi . Então observe que ⎛ ⎞ z − z1 arg ( z − z1 ) − arg ( z − z2 ) − arg ( z − z3 ) = arg ⎜ =k π ⎜ ( z − z )( z − z ) ⎟⎟ 2 2 ⎠ ⎝ ⎤1 ⎡ V = ⎥ ,1 ⎢ ∪ ] 3,9 [ ⎦3 ⎣ 1 (19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE IME 2015 Resolução Primeiramente vamos descobrir a relação entre f ( x ) e x . Para isso Como k varia nos inteiros, isso é equivalente a falar que nosso z − z1 complexo é real, e portanto igual ao seu conjugado. ( z − z2 )( z − z2 ) devemos pensar em x 2 = 9 x + 9f ( x ) + (f ( x ))2 como uma equação de Igualando isso temos: segundo grau em f . Resolvendo ela temos: f 2 + 9f + ( 9 x − x 2 ) = 0 ⇒ Δ = 92 − 4 ⋅ 1⋅ ( 9 x − x 2 ) = 4 x 2 − 36 x + 92 ⇔ ⎛ ⎞ z − z1 z − z1 z − z1 =⎜ ⎟⎟ = ⎜ ( z − z2 )( z − z2 ) ⎝ ( z − z2 )( z − z2 ) ⎠ ( z − z2 )( z − z2 ) Δ = ( 2x − 9 ) ⇒ f = 2 Multiplicando em cruz obtemos: ( z − z1 )( z − z2 )( z − z2 ) = ( z − z1 )( z − z2 )( z − z2 ) única opção que f (x) = ( z − z1 ) ( z 2 − 2az + ( a2 + b2 ) ) = ( z − z1 ) ( z 2 − 2az + ( a2 + b2 ) ) ⇔ Mas a0cb > abc para qualquer valor positivo a . Então não é possível encontrar uma resposta com 3 algarismos. Vamos então tentar encontrar uma com 4 algarismos. chegamos na expressão 2 2 ( z − z ) + ( z − z ) ( a2 + b2 ) − z1 ( z 2 − z 2 ) + 2az1 ( z − z ) = 0 (z − z)( z 2 f ( abcd ) = badc = abcd − 9 Primeiro vamos considerar a e b . Para conseguirmos o menor valor possível, devemos ter a = 1 , o que significa b = 1 também. Pensando então nos nossos números temos: 1 1 c d − 9 1 1 d c ⇔ ) − ( a 2 + b 2 ) − z1 ( z + z ) + 2az1 = 0 ⇔ ( ) −2 xi x 2 + y 2 − 2z1x − ( a 2 + b 2 ) + 2az1 = 0 O menor que satisfaz isso acontece quando c = 1 e d = 0 . Assim o número procurado é x = 1110 . QUESTÃO 05 Um tetraedro regular, com arestas de comprimento igual a d, é cortado por 2 planos paralelos entre si e a uma das bases, dividindo-o em 3 sólidos de volumes iguais. Determina a altura de cada um destes 3 sólidos em função de d. Então temos duas opções possíveis: 1) 2 x = 0 , o que significa que nosso número é real. 2) = x −9 . f ( abc ) = a0cb = abc − 9 z z + z ( a 2 + b 2 ) − z1z 2 + 2az1z = z z + z ( a 2 + b 2 ) − z1z 2 + 2az1z ⇔ z 2 abc . Então: = zz 2 −2azz + z ( a 2 + b 2 ) − z1z 2 + 2az1z −z1 ( a2 + b 2 ) 2 −9 + ( 2 x − 9 ) Agora devemos encontrar o menor número maior que 99 que satisfaz f ( x ) = x − 9 . Vamos considerar primeiro um número de 3 algarismos zz 2 −2azz + z ( a 2 + b 2 ) − z1z 2 + 2az1z − z1 ( a 2 + b2 ) = 2 2 Agora, observe que f ( x ) deve ser positivo e que x > 99 , nos dando a ⇔ ( z − z1 ) ( z 2 − ( z2 + z2 ) z + z2z2 ) = ( z − z1 ) ( z 2 − ( z2 + z2 ) z + z2 z2 ) ⇔ Lembrando que zz = z −9 ± 2 x − 9 x 2 + y 2 − 2z1x − ( a 2 + b 2 ) + 2az1 = 0 . Colocando a equação na forma reduzida temos: x 2 + y 2 − 2z1x − ( a 2 + b 2 ) + 2az1 = 0 ⇔ ( x − z1 ) 2 + y 2 = ( a − z1 ) + b 2 2 Resolução Segue abaixo um tetraedro regular de aresta d. Que é a equação de uma circunferência de centro no afixo de z1 que A passaria pelo afixo de z2 , no entanto temos esse ponto excluído do lugar geométrico pela definição de argumento complexo. H Im z2 D z1 B G Re C z3 = z2 Lembrando que a altura desse tetraedro intercepta a base triangular em seu baricentro (G) e que o segmento BG mede dois terços da altura do triângulo BCD. Segue que: QUESTÃO 04 Seja n um inteiro positivo cuja representação decimal é am...a1a0 e f a função que troca a posição dos dígitos a2i e a2i+1 de forma que f (a2k +1a2 k ...a1a0 ) = a2 k a2k +1...a0a1 . Por exemplo: 2 ⎛ ⎞ ( AG )2 = ( AB )2 − ( BG )2 ⇔ ( AG )2 = d 2 − ⎜ 2 ⋅ d 3 ⎟ ⇔ ⎝3 2 ⎠ f (123456) = 214365 ( AG )2 = d 2 ⋅ 2 ⇒ AG = d 6 = H 3 3 f (1034) = 143 f (123) = 1032 f (10) = 1 Determine o menor número maior que 99 que satisfaça à equação x 2 = 9 x + 9f ( x ) + (f ( x ))2 Tomando os planos paralelos que cortam o tetraedro em três sólidos de volumes iguais, temos a seguinte ilustração: 2 (19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE IME 2015 2 ⎪⎧ y = 2 x ⎨ ⎪⎩ y = m ⋅ ( x + 1) h1 h2 Substituindo uma equação na outra, segue que: 2 2 2 2 ⎣⎡ m ⋅ ( x + 1) ⎦⎤ = 2 x ⇔ m ⋅ x + 2 ⋅ ( m − 1) ⋅ x + m = 0 2 h3 Para que cada reta seja tangente à parábola, tal equação do segundo grau só deve retornar uma raiz real, de modo que existe somente um ponto comum entre as duas curvas. Assim, o discriminante dessa equação deve ser nulo: Pela relação de semelhança entre sólidos, temos: 3 Δ = 0 ⇔ 22 ⋅ ( m 2 − 1) − 4 ⋅ m 2 ⋅ m 2 = 0 ⇔ m 2 = 2 3 v1 1 1 1 d 6 ⎛ h1 ⎞ ⎛ h1 ⎞ ⇔ ⎜ ⎟ = ⇔ ⎜ ⎟ = ⇔ h1 = 3 ⋅ H ⇔ h1 = 3 ⋅ V ⎝H ⎠ ⎝H ⎠ 3 3 3 3 h1 = A equação do segundo grau, por sua vez, fica como: 1 2 1 2 ⎛1 ⎞ ⋅ x + 2 ⋅ ⎜ − 1⎟ ⋅ x + = 0 ⇔ x 2 − 2 x + 1 = 0 ⇔ ( x − 1) = 0 ⇔ x = 1 2 2 ⎝2 ⎠ d 6⋅39 9 Assim, a abscissa (comum) dos pontos A e B é 1. Substituindo-se, por exemplo, na equação da parábola, vem que: Analogamente, tomando o tetraedro de altura h1 + h2 , temos: y 2 = 2 ⋅1 ⇔ y = ± 2 3 3 3 2 2 2 d 6 ⎛ h1 + h2 ⎞ ⇔ ⎜ ⎟ = ⇔ h1 + h2 = 3 ⋅ H ⇔ h1 + h2 = 3 ⋅ 3 ⎝ H ⎠ 3 3 3 Assim, fazendo a correspondência com o desenho, temos os pontos: A = (1, 2 ) e B = (1, − 2 ) 3 2 ⋅ 3 9 ⋅d 6 d 6⋅39 d 6⋅39 3 + h2 = ⇔ h2 = ⋅ ( 2 − 1) 9 9 9 Seja s' a reta paralela à reta s pelo ponto A. Pelo paralelismo, seus coeficientes angulares devem ser iguais: E, por fim, segue que: h3 = H − h2 − h1 ⇔ h3 = 1 2 ⇔m=± 2 2 ms ' = ms = − d 6 d 6⋅ 9 3 d 6⋅ 9 − ⋅ ( 2 − 1) − ⇔ 3 9 9 3 3 2 1 =− 2 2 Assim, s' tem por equação: 3 3 d 6 ⎛ 9 ⋅ ( 3 2 − 1) 3 9 ⎞ d 6 ⎛ 18 ⎞ h3 = ⋅ ⎜1 − − ⎟ ⇔ h3 = ⋅ ⎜1 − ⎟ 3 ⎝ 3 3 ⎠ 3 ⎝ 3 ⎠ y − y A = ms '⋅ ( x − x A ) ⇔ y − 2 = − 1 2 ⋅ ( x − 1) Fazendo a intersecção com a equação da parábola, temos que: QUESTÃO 06 Pelo ponto P de coordenadas (−1, 0) traçam-se as tangentes t e s à parábola y2 = 2x. A reta t intercepta a parábola em A e a reta s intercepta a parábola em B. Pelos pontos A e B traçam-se paralelas às tangentes encontrando a parábola em outros pontos C e D, respectivamente. Calcule o valor da razão AB/CD. Resolução Temos a seguinte ilustração para a situação descrita: ⎧ y2 ⎪x = 2 ⎨ ⎪ 2 ⋅ y − 2 = 1− x ⎩ Substituindo uma equação na outra: 2 ⋅ y − 2 = 1− y D y2 ⇔ y 2 + 2 2 ⋅ y − 6 = 0 ⇔ y = 2 ou y = −3 2 2 Sendo y = 2 a ordenada do ponto A, a ordenada do ponto C deve ser: t y C = −3 2 t' Analogamente para a ordenada do ponto D, devemos ter: A yD = 3 2 Portanto: x −1 AB 1 AB y A − y B 2 2 = = = ⇔ CD 3 CD y D − y C 6 2 B QUESTÃO 07 Num triângulo ABC isósceles, com ângulos iguais em B e C, o seu incentro I se encontra no ponto médio do segmento de reta que une o seu ortocentro H a seu baricentro G. O segmento de reta AG é menor que o segmento de reta AH. Os comprimentos dos segmentos de reta HI e IG são iguais a d. Determine o perímetro e a área desse triângulo em função de d. s' s C As retas que passam pelo ponto ( −1,0 ) e são tangentes à parábola têm equações dadas por: Resolução Lembrando que em um triângulo isósceles o ortocentro (H), o baricentro (G), o circuncentro (O) e o incentro estão alinhados e fazem parte da reta de Euler, segue ilustração da situação descrita no enunciado. y − 0 = m ⋅ ( x − ( −1) ) ⇔ y = m ⋅ ( x + 1) Fazendo a intersecção dessas retas com a parábola, temos: 3 (19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE IME 2015 Sendo BD = a , DH = x e lembrando que A OB = AO = 2 ⋅ GD − OG ⇔ OB = 2 ⋅ ( 2d + x ) − d ⇔ OB = 3d + 2 x , Portanto, OB = 2 ⋅ BH ⇔ BH = 3d + 2 x 2 Logo, por Pitágoras no triângulo CBH, segue que: 2 2 ⎛ 3d + 2 x ⎞ 2 a2 = ( BH ) − x 2 ⇔ a2 = ⎜ ⎟ −x ⎝ ⎠ 2 Além disso, pela semelhança entre os triângulos HBD e CAD segue que: HD CD x a = ⇔ = ⇔ a2 = x ⋅ ( 6d + 3 x ) BD AD a 6d + 3 x O Logo, igualando as duas equações, temos: G 2 ⎛ 3d + 2 x ⎞ 2 2 2 2 2 ⎜ ⎟ − x = x ( 6d + 3 x ) ⇔ 24 xd + 12 x = 9d + 12 xd + 4 x − 4 x ⇔ ⎝ ⎠ 2 d ⎛ −12 + 24 ⎞ 12 x 2 + 12 xd − 9d 2 = 0 ⇒ x = d ⋅ ⎜ ⎟⇒ x = ⎝ 24 ⎠ 2 I H B D E Portando, AD = 6d + 3 x ⇔ AD = 6d + C l = DAC l . Sendo Podemos notar que ΔBEC ~ ΔADC . Logo, EBC assim, temos: 3d 15d ⇔ AD = 2 2 Substituindo, a2 = x ⋅ ( 6d + 3 x ) ⇒ a2 = l = 90° − DAC l ACD d 15 ⋅ d 15d ⋅ ⇔a= 2 2 2 Logo, a área do triângulo é: Como I é incentro, segue que: l l = 1 ⋅ ACD l ⇔ DBI l = 90° − DAC ⇒ DBI 2 2 . l 90° − 3 ⋅ DAC l l l l HBI = DBI − DAC ⇒ HBI = 2 S= ( BC ) ⋅ ( AD ) 15d 1 15 ⋅ d 2 15 ⇔ S = 2a ⋅ ⋅ ⇔ S= 2 2 2 4 Como, S = p ⋅ r ⇔ S = p ⋅ ( ID ) ⇔ Por outro lado, temos que O é ortocentro, portanto o triângulo BOA é isósceles. Deste modo: 15 ⋅ d 2 15 d⎞ ⎛ = p ⋅⎜d + ⎟ ⇔ 4 2⎠ ⎝ 15 ⋅ d 2 15 3d 30 ⋅ d 15 = p⋅ ⇔ 2p = ⇔ 2 p = 5 ⋅ d 15 4 2 6 QUESTÃO 08 De quantas maneiras podemos decompor um eneágono convexo em triângulos traçando suas diagonais, de forma que essas diagonais não se cortem. l = OAB l = DAC l ⇒ OBI l = ABI l − OAB l ⇒ OBI l = DBI l − DAC l ⇒ OBA l l = 90° − 3 ⋅ DAC OBI 2 Desse modo, concluímos que: Resolução Vamos primeiramente considerar um caso geral com um polígono de n lados. Vamos chamar o número de maneiras de realizar a divisão desejada de Pn . Considere agora um lado específico do polígono: l = HBI l OBI l . E, portanto, BI é bissetriz do ângulo OBH Pelo teorema da bissetriz interna, temos: OB BH = OI HI Lembrando que 2 ⋅ GO = GH , segue que: 2 ⋅ GO = 2d ⇔ GO = d Portanto, voltando ao teorema da bissetriz interna, temos: OB BH = ⇔ OB = 2 ⋅ BH 2d d 4 (19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE IME 2015 Pn = Pn −1 + P3 ⋅ Pn − 2 + P4 ⋅ Pn − 3 + ... + Pn − 2 ⋅ P3 + Pn −1 Esse segmento será lado de um dos triângulos formados. Devemos então ver as possibilidades que podem acontecer. A primeira é esse triângulo ser formado com dois lados consecutivos do polígono Se considerarmos por conveniência o valor P2 = 1 , podemos escrever isso como a soma: n −1 Pn = ∑ ( Pk ⋅ Pn +1− k ) k =2 Calculando os valores então: P4 = P2 ⋅ P3 + P3 ⋅ P2 = 1⋅ 1 + 1⋅ 1 = 2 P5 = P2 ⋅ P4 + P3 ⋅ P3 + P4 ⋅ P2 = 1⋅ 2 + 1⋅ 1 + 2 ⋅ 1 = 5 P6 = P2 ⋅ P5 + P3 ⋅ P4 + P4 ⋅ P3 + P5 ⋅ P2 = 5 + 2 + 2 + 5 = 14 P7 = P2 ⋅ P6 + P3 ⋅ P5 + P4 ⋅ P4 + P5 ⋅ P3 + P6 ⋅ P2 = 14 + 5 + 4 + 5 + 14 = 42 P8 = P2 ⋅ P7 + P3 ⋅ P6 + P4 ⋅ P5 + P5 ⋅ P4 + P6 ⋅ P3 + P7 ⋅ P2 = = 42 + 14 + 10 + 10 + 14 + 42 = 132 P9 = P2 ⋅ P8 + P3 ⋅ P7 + P4 ⋅ P6 + P5 ⋅ P5 + P6 ⋅ P4 + P7 ⋅ P3 + P8 ⋅ P2 = = 132 + 42 + 28 + 25 + 28 + 42 + 132 = 429 Então temos P9 = 429 modos de dividir o eneágono. Nesse caso, resta dividir o polígono restante (à direita), e com nosso triângulo formado teremos Pn −1 modos. QUESTÃO 09 Sejam S = a + b + c e P = a ⋅ b ⋅ c . Calcule o determinante abaixo unicamente em função de S e P. Se considerarmos o triângulo formado com o vértice seguinte ao lado consecutivo, temos: a2 + ( b + c ) 2 2a 2 (a + c ) a2 b2 (a + b ) + c 2 2 (a + b ) + c 2 2 (a + b) 2 2b 2 2 + b2 Resolução Seja D o determinante considerado. Denotemos por Li a i-ésima linha e por Ci a i-ésima coluna (i = 1, 2, 3). Pelo teorema de Jacobi, somando −2L3 a L1 e a L2 , vem que: a2 + ( b + c ) D= 2 (a + c ) 2a 2 a (b + c ) 2 2 b − a2 2 + b2 2 c 2 − (a + b ) 0 Nesse caso, resta um triângulo a esquerda (que tem apenas P3 = 1 0 (a + c ) modo de ser dividido) e um polígono de n − 2 lados à direita, com Pn − 2 modos de ser dividido. a2 b2 2 (a + b) + c 2 2 (a + b) + c 2 2 (a + b ) 2 2b 2 = 2 c 2 − (a + b ) = 2 − b2 (a + b ) 2 Fatorando as diferenças de quadrados, vem que: D= Com o vértice seguinte: (b + c + a) ⋅ (b + c − a) 0 a 2 0 (c + a + b ) ⋅ (c − a − b ) (a + c + b ) ⋅ (a + c − b ) (c + a + b ) ⋅ (c − a − b ) 2 b2 (a + b ) (a + b + c ) 2 ⋅ = b+c −a 0 c −a−b 0 a+c −b c −a−b a2 b2 (a + b ) 2 Agora, somando − (C1 + C2 ) a C3 e sendo a + b + c = S , vem que: D = S2 ⋅ b+c −a 0 −2b b+c −a 0 −b a + c − b −2a = 2S 2 ⋅ a + c − b −a 0 0 a2 b2 2ab a2 b2 ab Somando b ⋅ L2 a L3 , temos: Ficamos com um polígono de 4 lados a esquerda ( P4 modos de ser b+c −a 0 −b D = 2S ⋅ a + c − b −a 0 a2 b ⋅ (a + c ) 0 dividido) e com um de n − 3 lados à direita ( P n − 3 modos de ser 2 dividido). Podemos continuar esse argumento até chegar na ultimo vértice à direita. Assim temos a relação de recorrência: Expandindo agora esse determinante por Laplace na primeira linha, temos: 5 (19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE IME 2015 D= 1+1 1+ 3 ⎡ 2 ⋅ S ⋅ ⎣( b + c − a ) ⋅ ( −1) ⋅ a ⋅ b ⋅ ( a + c ) + ( −b ) ⋅ ( −1) ⋅ ( −a 2 ) ⋅ ( a + c − b ) ⎤⎦ = 2 2 ⋅ S 2 ⋅ a ⋅ b ⋅ ⎡⎣( b + c − a ) ⋅ ( a + c ) + a ⋅ ( a + c − b ) ⎤⎦ = Equipe desta resolução 2 ⋅ S 2 ⋅ a ⋅ b ⋅ ⎡⎣ ab + bc + ac + c 2 − a 2 − ac + a 2 + ac − ab ⎤⎦ = 2 ⋅ S 2 ⋅ a ⋅ b ⋅ [ bc + c 2 + ac ] = 2 ⋅ S 2 ⋅ a ⋅ b ⋅ c ⋅ [ b + c + a ] Sendo a + b + c = S e a ⋅ b ⋅ c = P , temos que: Matemática 3 D = 2 ⋅ S2 ⋅ P ⋅ S ⇔ D = 2 ⋅ S ⋅ P Alessandro Fonseca Esteves Coelho Darcy Gabriel Augusto de Camargo Cunha Thais de Almeida Guizellini QUESTÃO 10 Os coeficientes a0, ... , a2014 do polinômio P ( x ) = x 2015 + a2014 x 2014 + ... + a1x + a0 são tais que ai ∈ {0,1} , para 0 ≤ i ≤ 2014 . a) Quais são possíveis raízes inteiras de P(x)? b) Quantos polinômios da forma acima têm duas raízes inteiras distintas? Resolução a) Observe que pelo enunciado, todos os coeficientes de nosso polinômio P são números inteiros. Sendo assim podemos aplicar a pesquisa de raízes racionais. Se nosso polinômio tiver alguma raiz p irredutível, então q é um divisor do coeficiente dominante racional q Revisão Danilo José de Lima Fabiano Gonçalves Lopes Felipe Eboli Sotorilli Digitação, Diagramação e Publicação (que nesse nosso exercício vale 1) e p é um divisor de a0 . Então temos dois possíveis casos: Lucas Rubi Rosa Toky Popytek Coelho 1) a0 = 1 . Nesse caso os candidatos a raiz são os números 1 e −1 . 2) a0 = 0 . Nesse caso x = 0 é raiz e ao dividir o polinômio P por x obtemos uma situação igual a inicial, mas com um grau menor. Por causa desse procedimento, nossos únicos candidatos a raiz são os números 0 , 1 e −1 . No entanto, observe que P (1) = 1 + a2014 + a2013 + ... + a1 + a0 ≥ 1 + 0 + 0 + ... + 0 = 1 Dessa forma, x = 1 não pode ser raiz e os candidatos possíveis são 0 e −1 b) Como queremos ter 2 raízes distintas, elas devem ser 0 e −1 . Então: P ( 0 ) = a0 = 0 P ( −1) = −1 + a2014 − a2013 + a2012 − ... + a2 − a1 = ( a2014 + a2013 + .... + a2 ) − ( a2013 + a2011 + ... + a1 ) − 1 1007 termos 1007 termos Vamos então considerar que na parte positiva de P ( −1) temos k valores iguais a 1. Dessa forma para completar uma raiz, devemos ter k − 1 valores iguais a 0 na parte negativa. Podemos escolher os ⎛ 1007 ⎞ ⎛ 1007 ⎞ valores que serão então iguais a 1 de ⎜ ⎟⋅⎜ ⎟ modos. O ⎝ k ⎠ ⎝ k −1⎠ valor de k pode variar de 1 até 1007 . Somando as possibilidades obtemos: ⎛ 1007 ⎞ ⎛ 1007 ⎞ 1007 ⎛ 1007 ⎞ ⎛ 1007 ⎞ ⎟⋅⎜ ⎟ = ∑⎜ ⎟⋅⎜ ⎟ k ⎠ ⎝ k − 1 ⎠ k =1 ⎝ 1007 − k ⎠ ⎝ k − 1 ⎠ k =1 ⎝ 1007 ∑⎜ E então pela convolução de Vandermonde, que afirma que h ⎛m⎞ ⎛ n ⎞ ⎛m + n⎞ ⎜ ⎟⋅⎜ ⎟=⎜ ⎟ , obtemos que ∑ k =0 ⎝ k ⎠ ⎝ h − k ⎠ ⎝ h ⎠ 1007 ⎛ 1007 ⎞ ⎛ 1007 ⎞ ⎛ 1007 + 1007 ⎞ ⎛ 2014 ⎞ ⎟=⎜ ⎟ ⎝ 1007 − 1 ⎠ ⎝ 1006 ⎠ ∑ ⎜ 1007 − k ⎟ ⋅ ⎜ k − 1 ⎟ = ⎜ k =1 ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎛ 2014 ⎞ Ou seja, temos ⎜ ⎟ polinômios satisfazendo as restrições. ⎝ 1006 ⎠ 6