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Ciência Florestal, Santa Maria, v. 17, n. 1, p. 65-69, jan-mar, 2007
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ISSN 0103-9954
PRIMEIRA OCORRÊNCIA DE Pythium sp. E Rhizoctonia sp. CAUSANDO PODRIDÃO-DERAÍZES EM ERVAIS NO RIO GRANDE DO SUL
FIRST OCCURRENCE OF Pythium sp. AND Rhizoctonia sp. CAUSING ROOT-ROT IN ERVA-MATE
PLANTATION IN RIO GRANDE DO SUL, STATE
Igor Poletto1 Marlove Fátima Brião Muniz2 Denise Ester Ceconi3
Maria Nevis Deconto Weber4 Elena Blume2
RESUMO
Em 2004, algumas plantações de erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil.) do Vale do Taquari, RS,
apresentaram estagnação do crescimento, amarelecimento, queda de folhas e necrose no sistema radicular,
sintomas típicos da podridão-de-raízes. Amostras de raízes de plantas foram coletadas, em propriedades dos
municípios de Ilópolis e Putinga, e enviadas ao Laboratório de Fitopatologia do Departamento de Defesa
Sanitária/CCR/UFSM para análise fitopatológica. Foi constatada a presença de fungos dos gêneros
Rhizoctonia e Pythium e estes se mostraram patogênicos quando inoculados em plantas de erva-mate. É a
primeira constatação desses dois fungos causando podridão-de-raízes em ervais no estado do Rio Grande do
Sul, Brasil.
Palavras-chave: Erva-mate; tombamento de mudas; patogenicidade.
ABSTRACT
In 2004, some plantations of Ilex paraguariensis A. St.-Hil. In Taquari Valley, state of Rio Grande
do Sul, started presenting growth stagnation, yellowing, leaf drop and necrosis in the root system, typical
symptoms of root rot. Roots samples were collected in farms of two cities and sent for analysis at the Plant
Disease Laboratory at the Department of Plant Protection/CCR/UFSM. The presence of Rhizoctonia and
Pythium was diagnosed and these were pathogenic when inoculated in plants of erva-mate. This is the first
observation of these two fungi causing root rot in erva-mate plantations in the state of Rio Grande do Sul,
Brasil.
Keywords: Erva-mate; damping-off; pathogenicity.
INTRODUÇÃO
A erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil.) é uma espécie florestal nativa do sul do Brasil,
Paraguai e Argentina. No Brasil, é cultivada de forma consorciada com culturas agrícolas anuais, em plantios
puros e em ervais nativos. Suas folhas e galhos finos são usados para os mais diversos fins: cosméticos,
medicamentos, fitoterápicos, mas o principal consumo é por meio de chás, tererê e chimarrão.
Nos últimos anos, produtores de erva-mate estão tendo perdas em seus ervais em conseqüência da
mortalidade ou estagnação de crescimento das erveiras, sintomas típicos de podridão-de-raízes. No estado do
Paraná, essa doença foi constatada por Grigoletti Júnior e Auer (2001) e é causada por Fusarium sp.,
provocando a destruição do sistema radicular e, conseqüentemente, a morte da planta. No Rio Grande do Sul,
esta doença foi constatada em ervais no ano de 2004 por Poletto et al. (2006), atingindo quatro municípios na
região do Vale do Taquari, sendo causada por várias espécies do gênero Fusarium.
A podridão-de-raízes é comum em viveiros de espécies florestais onde as situações de alta umidade e
temperatura criam condições ótimas ao aparecimento de patógenos. Grigoletti et al. (1995) relatam que os
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1. Engenheiro Florestal, Mestrando pelo programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Centro de Ciências
Rurais, Universidade Federal de Santa Maria, Campus Universitário, CEP 97105-900, Santa Maria (RS). Bolsista da
CAPES. [email protected]
2. Engenheira Agrônoma, Drª., Professora Adjunta do Departamento de Defesa Fitossanitária, Centro de Ciências
Rurais, Universidade Federal de Santa Maria Campus Universitário, CEP 97105-900, Santa Maria (RS).
[email protected]
3. Engenheira Florestal, Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Centro de Ciências Rurais,
Universidade Federal de Santa Maria Campus Universitário, CEP 97105-900, Santa Maria (RS). Bolsista da CNPq.
[email protected]
4. Farmacêutica, MSc., Técnica Administrativa do Departamento de Defesa Fitossanitária, Centro de Ciências Rurais,
Universidade Federal de Santa Maria, Campus Universitário, CEP 97105-970, Santa Maria (RS).
Recebido para publicação em 29/05/2006 e aceito em 18/10/2006.
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Poletto, I. et al.
mais importantes fungos associados à mudas de erva-mate em viveiros são dos gêneros Rhizoctonia,
Fusarium e Pythium. Poletto et al. (2005), em um levantamento dos fungos envolvidos com a podridão-deraízes em viveiros da região do Vale do Taquari-RS, constataram quatro espécies de Fusarium: Fusarium
avenaceum, Fusarium semitectum, Fusarium sporotrichioides e Fusarium merismoides. Segundo Andrade
(1999), Fusarium sp., Rhizoctonia sp. e Pythium sp. são os principais gêneros de fungos associados à
podridão de raízes de erva-mate em sementeiras ou em mudas já transplantadas nas embalagens.
O objetivo deste trabalho foi identificar os agentes patogênicos associados às plantas de erva-mate
com sintomas de podridão de raízes, em ervais localizados na região alta do Vale do Taquari, RS.
MATERIAL E MÉTODOS
A região alta do Vale do Taquari, RS está localizada na Encosta Inferior do Nordeste, com altitudes
variando de 200 a 800 m. O relevo é ondulado a montanhoso (Brasil, 1973), e, em relevos mais acidentados,
predominam os Neossolos Litólicos e Chernossolos Argilúvicos. Onde o relevo é mais suave, predominam
Argissolos Vermelhos e Nitossolos Vermelhos (Streck et al., 2002). O clima, segundo a classificação
climática de Köpen, é Cfa, subtropical, com temperatura média do mês mais frio compreendida entre 3º e
18ºC e temperatura média do mês mais quente superior a 22ºC. A precipitação média anual é de 1800 mm
(Moreno, 1961).
Foram coletadas amostras de raízes em ervais com sintomas de podridão-de-raízes nos municípios de
Ilópolis e Putinga. Em cada erval analisado, foram arrancadas três erveiras, tendo-se o cuidado de retirar o
máximo de raízes, e, destas, foram coletadas dez amostras de diversas posições do sistema radicular, com
cerca de 5,0 cm cada. As amostras foram embaladas em sacos plásticos, etiquetadas e conduzidas ao
Laboratório de Fitopatologia da Universidade Federal de Santa Maria, RS para análise. As amostras foram
lavadas em água corrente, desinfestadas com hipoclorito de sódio a 1% e lavadas duas vezes com água
destilada esterilizada. Após, foram transferidas para caixas gerbox para formação de uma câmara úmida e
incubadas. Porções do micélio desenvolvido foram transferidas com auxílio de uma agulha para placas de
Petri contendo o meio de cultura Batata-Dextrose-Ágar (BDA) e então, novamente incubadas a 25°C sob
fotoperíodo de 12 horas. Cada colônia de fungo desenvolvida em BDA foi purificada conforme metodologia
descrita por Fernandes (1993) e incubada novamente.
Após 8 dias de incubação, porções dessas colônias foram analisadas em microscópio para
identificação dos fungos isolados e, para isso, foram seguidas as descrições feitas por Barnett e Hunter
(1998).
Para comprovar a patogenicidade dos fungos isolados, mudas de erva-mate, com aproximadamente
um ano de idade, foram cultivadas em sacos plásticos. Colônias puras desses fungos foram cultivadas em
meio BDA por 15 dias, em seguida, seccionadas em porções de 1 cm2 e inoculadas quatro porções por planta,
dispostas em cruz, enterrando-as logo abaixo da superfície do solo, junto às raízes. Cada espécie identificada
foi inoculada em quatro mudas, mantidas em viveiro com temperatura ambiente, sombreamento de 30% e
umedecidas regularmente.
Para avaliar a incidência e severidade dos fungos nas mudas, foram feitas avaliações semanais a
partir do primeiro mês de inoculação, a parte aérea da muda foi analisada visualmente, a cada semana, e os
sintomas foram anotados, atribuindo-se notas para o grau de severidade (Tabela 1).
Aos 180 dias, as mudas foram arrancadas, lavadas em água corrente, desinfestadas com hipoclorito
de sódio a 1% e lavadas duas vezes em água destilada esterilizada e, então, analisadas para verificação da
existência de lesões necróticas nas raízes. Após, foram transferidas para caixas “gerbox”, colocadas em
câmara úmida, incubadas a 25ºC e mantidas sob fotoperíodo de 12 horas. Aos quatro dias, foram examinadas
com auxílio de microscópio estereoscópico. Mudas que receberam nota cinco pelo grau de sintoma foram
arrancadas e analisadas antes do fim do experimento. As colônias de fungos desenvolvidas foram transferidas
para meio BDA e identificadas.
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Primeira ocorrência de Pythium sp. e Rhizoctonia sp. causando podridão-de-raízes em ervais ...
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TABELA 1: Notas atribuídas aos graus de severidade dos sintomas da doença de podridão-de-raízes de ervamate.
TABLE 1: Score given to the severity symptoms of erva-mate root-rot disease.
Notas
Severidade
0
Nenhum sintoma
1
até 20%
2
20 a 40%
3
40 a 60%
4
60 a 80%
5
80 a 100%
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas amostras de raízes coletadas, foram constatados os fungos dos gêneros Pythium e Rhizoctonia
nos municípios de Ilópolis e Putinga. Também foi observada a presença de Fusarium, que já havia sido
constatado por Poletto et al. (2006) em estudos anteriores.
Nos ervais onde foram coletadas amostras, as árvores apresentavam sintomas de amarelecimento das
folhas e estagnação do crescimento, seguidos de queda excessiva das folhas mais velhas. As raízes, tanto as
superficiais como as mais profundas, encontravam-se podres e/ou com manchas azuladas na superfície e, em
casos mais avançados da doença, verificou-se a morte das plantas. Na maioria das vezes, observou-se em
reboleiras de tamanho variável envolvendo de cinco até duzentas árvores. Em alguns casos, erveiras mortas
ou com sintomas apareceram isoladas no erval.
Colônias de Pythium sp., purificadas em BDA, apresentaram crescimento de 0,8 cm de diâmetro
após 3 dias a 25ºC, com coloração variando do laranja ao marrom acinzentado. As hifas são hialinas e não
septadas, com exceção das próximas às estruturas de frutificação. Zoosporângios são produzidos em posição
terminal (Figura 1). Nos testes de patogenicidade, as mudas inoculadas com o fungo receberam nota 3 (40 a
60%) pelo grau de severidade. As mudas apresentaram sintomas como estagnação do crescimento, murcha
repentina das folhas, amarelecimento e queda excessiva das folhas mais velhas e necrose acentuada de todo o
sistema radicular. Pedaços de raízes e da parte aérea foram colocados em câmara úmida, e, após três dias,
pôde-se observar desenvolvimento de colônias que, analisadas ao microscópio, apresentavam estruturas
típicas desse fungo.
a
FIGURA 1: Estruturas microscópicas de Pythium sp. (a) zoosporângios (1000x).
FIGURE 1: Microscopic structures of Pythium sp. (a) zoosporangia (1000x).
Rhizoctonia sp. caracterizou-se por apresentar micélio septado e hialino, de coloração branca a
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Poletto, I. et al.
creme, com ramificações em ângulo reto (Figura 2). Seu crescimento em BDA após 3 dias a 25ºC foi de 5 a 8
cm de diâmetro em placa de Petri. Nos testes de patogenicidade, observram-se sintomas de estagnação do
crescimento, diminuição do tamanho das folhas, ficando mais arredondadas e encrespadas, de coloração
esbranquiçada a amarelada. O sistema radicular apresentava-se com coloração escura e partes necrosadas. As
mudas receberam nota 2 (20 a 40%) pelo grau de severidade.
b
a
FIGURA 2: Estruturas microscópicas de Rhizoctonia sp. (a) ramificações em ângulo reto, (b) micélio
septado (1000x).
FIGURE 2: Microscopic structures of Rhizoctonia sp. (a) right angle branching, (b) septate mycelium
(1000x).
Rhizoctonia sp. é um fungo que pode sobreviver no solo, em restos de cultura ou material orgânico,
na forma saprofítica ou também pela produção de escleródios que germinam estimulados por exsudatos de
hospedeiros (Barreto, 1997). Está associado ao tombamento de mudas da maioria das espécies florestais,
como o eucalipto (Krugner e Auer, 1997) e também em várias culturas agrícolas.
Krugner e Auer (1997) citam o Pythium sp. como um dos principais causadores do “damping-off”
em mudas de eucalipto (Eucalyptus spp.). Esse fungo ataca sementes em germinação, destruindo-as e
plântulas recém-emergidas, atacando tecidos tenros e suculentos e a destruição dos tecidos acaba derrubando
a muda. A penetração do fungo no hospedeiro dá-se diretamente por meio das paredes celulares da epiderme
da raiz ou hipocótilo, com a subseqüente invasão do micélio nos tecidos da planta, que acabam por serem
degradados pela ação de enzimas e/ou toxinas.
Pythium sp. é agente causal da podridão-radicular na cultura do feijão, produzindo “damping-off”
em pré e pós-emergência. Em plantas jovens, provoca lesões iniciais aquosas e depois necróticas no colo,
destruindo as raízes e matando a planta. É um habitante natural do solo, sobrevivendo saprofiticamente,
sobretudo na forma de oósporos (Bianchini et al., 1997).
CONCLUSÃO
Foi constatada a presença dos fungos do gênero Pythium e Rhizoctonia associados à podridão-deraízes de erva-mate, em ervais, nos municípios de Ilópolis e Putinga.
Os testes de patogenicidade comprovaram o potencial dos fungos em causar a podridão-deraízes em erva-mate.
AGRADECIMENTOS
Aos técnicos da EMATER dos municípios de Arvorezinha, Ilópolis, Anta Gorda e Putinga, pela
ajuda e dedicação prestada.
À Ervateira XIMANGO, pela colaboração financeira e dedicação.
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Primeira ocorrência de Pythium sp. e Rhizoctonia sp. causando podridão-de-raízes em ervais ...
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