Universidade Federal do Tocantins Campus de Gurupi Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal MÁRLLOS PERES DE MELO EFEITO DE FONTES E DOSES DE FÓSFORO EM GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS GURUPI-TO 2016 Universidade Federal do Tocantins Câmpus de Gurupi Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal MÁRLLOS PERES DE MELO EFEITO DE FONTES E DOSES DE FÓSFORO EM GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Produção Vegetal. Orientador: Prof. Dsc. Saulo de Oliveira Lima GURUPI-TO 2016 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Gurupi Melo, Márllos Peres de Título: Efeito de fontes e doses de fósforo em gramíneas forrageiras / Márllos Peres de Melo. -Gurupi, 2016. 112f. Tese de Doutorado – Universidade Federal do Tocantins, Programa de PósGraduação em Produção Vegetal, 2016. Linha de pesquisa: Manejo de solo e água. Orientador: Prof. Dsc. Saulo de Oliveira Lima. 1. Forragem. 2. Adubação fósfatada. 3. Regeito de rocha. I. Lima, Saulo Oliveira de (orientador) II. Universidade Federal do Tocantins. III. Título. CDD: 630 Bibliotecária: CRB-2 / 1309 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. Defesa nº 06/2016 ATA DA DEFESA PÚBLICA DA TESE DE DOUTORADO DE MÁRLLOS PERES DE MELO, DISCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS Aos 20 dias do mês de Maio do ano de 2016, às 09:00 horas, na Sala 15 do Bloco II, reuniu-se a Comissão Examinadora da Defesa Pública, composta pelos seguintes membros: Prof. Orientador Dsc. Saulo de Oliveira Lima do Câmpus Universitário de Gurupi/Universidade Federal do Tocantins, Prof. Dsc. Hélio Bandeira Barros do Câmpus Universitário de Gurupi/Universidade Federal do Tocantins, Prof. Dsc. Aloísio Freitas Chagas Júnior do Câmpus Universitário de Gurupi/Universidade Federal do Tocantins, Prof. Dsc. Tarcisio Castro Alves de Barros Leal do Câmpus Universitário de Gurupi/Universidade Federal do Tocantins, Prof. Dsc. Sabino Pereira da Silva Neto do Instituto Federal do Tocantins Câmpus de Gurupi, sob a presidência do primeiro, a fim de proceder à arguição pública da Tese de Doutorado de Márllos Peres de Melo, intitulada "Efeito de fontes e doses de fósforo em gramíneas forrageiras". Após a exposição, o discente foi arguido oralmente pelos membros da Comissão Examinadora, tendo parecer favorável à aprovação, habilitando-o (a) ao título de Doutor em Produção Vegetal. Nada mais havendo, foi lavrada a presente ata, que, após lida e aprovada, foi assinada pelos membros da Comissão Examinadora. Dsc. Hélio Bandeira Barros Primeiro examinador Dsc. Aloísio Freitas Chagas Júnior Segundo examinador Dsc. Tarcisio Castro Alves de Barros Leal Terceiro examinador Dsc. Sabino Pereira da Silva Neto Quarto examinador Dsc. Saulo de Oliveira Lima Universidade Federal do Tocantins Orientador e presidente da banca examinadora Gurupi, 20 de maio de 2016. Dsc. Rodrigo Ribeiro Fidelis Coordenador do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal Salve Rainha Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida e doçura esperança nossa salve! A vós bradamos degredados filhos de Eva. A vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa ó doce e sempre Virgem Maria. Rogai por nós Santa mãe de Deus, para que sejamos dignos da promessa de Cristo. Amém. Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada seria É só o amor! É só o amor Que conhece o que é verdade O amor é bom, não quer o mal Não sente inveja ou se envaidece O amor é o fogo que arde sem se ver... “Senhor, abri meus lábios a fim de que minha boca anuncie vossos louvores. ” “Jesus, te louvo e te bendigo pela minha família.” “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre.” Amém. AGRADECIMENTOS A DEUS, por ter me proporcionado saúde, coragem e discernimento para concluir este árduo mais frutífero trabalho. A minha esposa Luciana Ribeiro Fidelis de Melo e aos meus filhos Márllos Peres de Melo Filho e José Henrique Ribeiro de Melo filho, aos quais amo muito, pelo apoio, carinho, paciência e compreensão pelas horas ausentes. Aos meus pais José Pereira de Melo e Maria Luiza Peres de Abreu, e a todos os meus familiares e amigos por todo amor, apoio, compreensão e companheirismo. Ao meu orientador, Prof. Dr. Saulo de Oliveira Lima pela orientação dedicada, ensinamentos e paciência, meus sinceros agradecimentos. A todos os professores da Universidade Federal do Tocantins, em especial os professores Hélio Bandeira Barros, Tarcísio Castro Alves de Barros Leal, Aloísio Freitas Chagas Júnior, Manoel Mota dos Santos, Gil Rodrigues dos Santos, Rodrigo Ribeiro Fidelis e Ildon Rodrigues do Nascimento pela participação na banca examinadora e/ou a colaboração com esta pesquisa. Ao professor Sabino Pereira da Silva Neto do Instituto Federal do Tocantins Câmpus de Gurupi pela colaboração durante a banca examinadora. À Universidade Federal do Tocantins, pela oportunidade concedida para a realização do curso de graduação e pós-graduação. Á todos do Centro Universitário UnirG, pelo apoio e companheirismo durante todo esse período, principalmente aos acadêmicos e professores. A todos os amigos da pós-graduação, pela amizade e convívio. A todos os professores e funcionários da Universidade Federal do Tocantins A todos que, de alguma maneira, contribuíram para a realização desta conquista. “Deus eleve suas bênçãos a uma potência infinita”. SUMÁRIO CAPÍTULO 1: FONTE ALTERNATIVAS DE FÓSFORO PARA PASTAGENS UMA REVISÃO Resumo Abstract 1 INTRODUÇÃO 2 IMPORTÂNCIA DO FÓSFORO PARA AS PLANTAS 2.1 A eficiência da adubação fosfatada 2.2 Carência de fósforo nos solos sob pastagem 2.2.1 Teor de Fósforo 2.2.2 Interpretação da análise de solo para forrageiras 2.3 Fontes tradicionalmente empregadas 2.4 Fontes alternativas 2.4.1 Termofosfatos 2.4.2 Fosfatos naturais 2.4.3 Fosfatos naturais parcialmente acidulados 2.5 Mistura de fontes de diferentes solubilidades 3 SOLUBILIZAÇÃO DE ROCHA FOSFÁTICA POR MATERIAIS ORGÂNICOS 4 OUTRAS FONTES ALTERNATIVAS DE FÓSFORO 5 ADUBAÇÃO FOSFATADA E SUA INFLUÊNCIA NA PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAPÍTULO 2: EFEITO DE FONTES E DOSES DE FÓSFORO NA PRODUÇÃO DE CAPIM PIATÃ Resumo Abstract 1 INTRODUÇÃO 2 MATERIAL E MÉTODOS 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4 CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAPÍTULO 3: EFEITO DE FONTES E DOSES DE FÓSFORO NA PRODUÇÃO DE CAPIM MASSAI Resumo Abstract 1 INTRODUÇÃO 2 MATERIAL E MÉTODOS 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4 CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PÁGINA 1 1 2 3 5 6 10 14 15 17 21 21 26 31 35 37 40 41 43 58 58 59 60 62 65 77 78 81 81 82 83 85 88 99 100 LISTA DE TABELAS PÁGINA CAPÍTULO 1 Tabela 1 - Quantidade de elementos extraídos pelas forrageiras de acordo com a necessidade das plantas. 9 Tabela 2. Adaptação de gramíneas forrageiras às condições de fertilidade do solo 15 Tabela 3. Interpretação de resultados da análise de fósforo no solo, na profundidade de 0 a 20 cm, extraído pelo método Mehlich, para três grupos de exigência das forrageiras. 16 Tabela 4. Interpretação de resultados da análise de fósforo no solo na profundidade de 0 a 20 cm, extraído pelo método resina (P-resina), para três grupos de exigência das forrageiras 16 Tabela 5 – Teores de P2O5 total e solúvel em citrato neutro de amônio (CNA) contidos na rocha fosfática (RF) de Riecito e Monte Fresco, em estado natural e calcinadas a 900° C durante 3, 5 e 7 horas. Adaptado de Fernadéz e Noguera (2003) 24 CAPITULO 2 Tabela 1 - Resumo da análise da variância para as seguintes variáveis: Número de perfilhos (PERF; unidade), Massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1); Massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), Massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (MSR; g vaso-1) de capim Piatã submetido a fontes e doses de fósforo no primeiro, segundo e terceiro corte 66 Tabela 2. Valores médios do número de perfilhos (PERF, unidade), massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1), massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (MSR; g vaso-1) de plantas de capim Piatã submetido a fontes de fósforo no sul do estado do Tocantins em 2015. 68 CAPITULO 3 Tabela 1- Resumo da análise da variância para as seguintes variáveis: Número de perfilhos (PERF; unidade), Massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1); Massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), Massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (RAIZ; g vaso-1) de capim Massai submetido a fontes e doses de fósforo no primeiro, segundo e terceiro e quarto corte, no sul do estado do Tocantins em 2015 89 Tabela 2 - Valores médios do número de perfilhos (PERF, unidade), massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1), massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (RAIZ; g vaso-1) de plantas de capim Massai submetido a fontes de fósforo no sul do estado do Tocantins em 2015. 91 LISTA DE FIGURAS PÁGINA CAPITULO 2 Figura 1. Número de perfilhos da parte aérea (PERF- unidade) de três cortes do capim Piatã em função de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1 de P2O5) para as fontes STF (1A), FHP (1B), FRB (1C) e RFF (1D) no sul do Estado do Tocantins em 2015. 70 -1 Figura 1. Massa verde da parte aérea (MVPA ; g vaso ) de três cortes de capim Piatã em -1 funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha P2O5) para as fontes SFT (2A), FHP (2B), RFB (2C) e RRF (2D) no sul do Estado do Tocantins em 2015 73 -1 Figura 2. Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso ) de três cortes de capim Piatã em -1 funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha P2O5) para as fontes SFT (3A), FHP (3B), RFB (3C) e RRF (3D) no sul do Estado do Tocantins em 2015. 75 CAPITULO 3 Figura 1. Número de perfilhos da parte aérea (PERF; unidade) de quatro cortes de capim -1 Massai em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg P2O5) para as fontes SFT (1A), FHP (1B), RFB (1C) e RRF (1D) no sul do Estado do Tocantins em 2015 93 -1 Figura 2. Massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso ) de quatro cortes de capim Massai -1 em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha P2O5) para as fontes SFT (2A), FHP (2B), RFB (2C) e RRF (2D) no sul do Estado do Tocantins em 2015 -1 Figura 3. Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso ) de quatro cortes de capim Massai -1 em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg há P2O5) para as fontes SFT (3A), FHP (3B), RFB (3C) e RRF (3D) no sul do Estado do Tocantins em 2015. 95 97 10 CAPÍTULO 1 REVISÃO: FONTES ALTERNATIVAS DE FÓSFORO PARA PASTAGENS Resumo Denomina-se por fontes alternativas de fósforo aquelas de baixa solubilidade em água e entre os tratamentos alternativos que se têm submetido a rocha fosfática se enquadram os tratamentos térmicos a elevadas temperaturas, a acidulação parcial com ácido sulfúrico, a compactação ou mistura da rocha com materiais fosfáticos de maior solubilidade e a acidificação ou incubação com materiais orgânicos e microrganismos. Recomenda-se o uso das fontes fosfatadas de elevada solubilidade em água em condições de baixa à moderada capacidade de fixação de P pelo solo, culturas de ciclo curto e solos com pH elevado, ou seja, que foram corrigidos pela calagem. No Estado do Tocantins, pouco se vê, ou de forma muito tímida a correção e manutenção nutricional das pastagens, acarretando menor produtividade e degradação das mesmas em menor período de tempo, onerando ainda mais a atividade de bovinocultura, posto que constantes reformas de pastagens devem ser realizadas. Os termofosfatos e fosfatos naturais reativos podem ser mais eficientes em relação às fontes de P de elevada solubilidade em água em condições de elevada capacidade de fixação de P, solos ácidos e culturas de ciclo longo. Quanto às fontes alternativas fosfatos naturais parcialmente acidulados, fosfatos compactados e uso de materiais orgânicos para solubilizar as rochas fosfáticas, sugere-se o desenvolvimento de pesquisas em condições nacionais por serem escassos os dados na literatura que forneçam suporte à predição de uso dessas fontes. E, finalmente, é proposta a técnica da calcinação, empregada em fosfatos aluminosos e ferro-aluminosos, de reduzida eficiência agronômica, podendo, portanto, viabilizar a utilização desses fosfatos marginais. Assim, no sentido de otimização do uso das rochas fosfáticas, conclui-se que há necessidade de novos estudos em condições de casa-de-vegetação e campo envolvendo, entre outros fatores, situações distintas quanto à aplicação de fontes alternativas, tempo de condução dos ensaios, sistemas de cultivo e solos, acarretando no melhor uso dessas fontes com relação aquelas de elevada solubilidade em água. Palavras-chave: Fontes de fósforo 11 REVIEW: ALTERNATIVE SOURCES OF PHOSPHORUS Abstract It is called a phosphor alternative sources those with low water solubility and between alternative treatments which have been subjected to phosphate rock fall thermal treatments at high temperatures, partial acidulation with sulfuric acid, compaction or mixture of rock with materials phosphatic higher solubility and acidification or incubation with organic materials and microorganisms. It is recommended the use of phosphate sources of high solubility in water under low to moderate binding capacity of the soil P, annual crops and soils of high pH, ie that were corrected by liming. In the state of Tocantins, little is seen, or too timid nutritional correction and maintenance of pastures, resulting in lower productivity and degradation of the same in a shorter period of time, further burdening the cattle activity, since constant grazing reforms should be performed. The thermophosphates and reactive natural phosphates can be more efficient in relation to the sources of P high solubility in water under conditions of high P fixing ability, acidic soils, and long cycle crops. As for alternative rock phosphate sources partially acidulated, compressed phosphates and use of organic materials to solubilize the phosphate rocks, suggest the development of research in national conditions because they are few data in the literature to provide support to the prediction using these sources. And finally, it is proposed the technique of calcination, employed in aluminous phosphates and iron-aluminous, reduced agronomic efficiency and can thus enable the use of these marginal phosphates. Thus, in order to optimize the use of phosphate rock, it is concluded that there is need for further studies at home-a greenhouse and field conditions involving, among other things, different situations regarding the application of alternative sources, driving time of assays, and soil cultivation systems, resulting in better use of these sources with respect those of high solubility in water. Keywords: Sources of P. 12 1 INTRODUÇÃO Em diversas áreas dos trópicos a população e, consequentemente, a demanda por alimentos, estão aumentando rapidamente, levando à crescente necessidade de produção das culturas. Porém, a maior parte dos solos das regiões tropicais tem baixos níveis de fertilidade, freqüentemente causados pelos baixos níveis de fósforo (P) disponível, dentre outros fatores (SILVA; RESENDE; CINTRA, 2001; SANCHEZ, 2002; LANA et al., 2004; VAN DER EIJK; JANSSEN; OENEMA, 2006). O Estado do Tocantins, com área de 27,84 milhões de hectares, das quais 7,5 milhões de hectares são áreas de pastagens (SEAGRO, 2012). Essas pastagens são a principal fonte de alimentação do rebanho no Estado, com predominância das espécies Brachiaria brizantha, Brachiaria humidícula, Panicum sp e o Andropogon gayanus (SANTANA, 2009). No estado do Tocantins, há anos já se tem descrito que a maior parte das pastagens encontram-se em estado de degradação (SEAGRO, 2011). Ou seja, áreas com acentuada diminuição da produtividade agrícola (DIASFILHO, 2005) e com consequente redução no valor nutritivo das plantas forrageiras. Dentre as alternativas consideradas viáveis em contornar essas dificuldades, a correção adequada dos solos e a obtenção e identificação de genótipos adaptados às condições adversas, constituem as mais importantes demandas dos pecuaristas de todo o país, sendo intensa a procura de cultivares de forrageiras adaptadas aos diferentes ecossistemas. O fósforo (P) é de fundamental importância à vida, incluindo humanos que dependem desse para uma vida saudável e produtiva, e é essencial à produção das culturas, não havendo substituto para o P na natureza (USGS, 2005; SHU et al., 2006). Estima-se que existam 7000 milhões de toneladas de P2O5 contidos em rochas fosfáticas remanescentes em reservas que poderiam ser economicamente mineradas. O consumo mundial anual de P é de 40 milhões de toneladas (SHU et al., 2006) e é previsto que a demanda aumentará em 1,5% ao ano (STEEN, 1998). De acordo com estimativas da Associação Européia de Produção de Fertilizantes (2000), as reservas mundiais de fósforo podem ser esgotadas no período de 100 a 13 250 anos. As reservas nacionais atingem 2,3 bilhões de toneladas, contendo 222 milhões de toneladas de P2O5, distribuídas, principalmente, nos estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo (LOPES, 2003). A maioria das rochas fosfáticas brasileiras, quando aplicadas diretamente ao solo, têm baixa eficiência agronômica devido à origem ígnea das mesmas, havendo, portanto, a necessidade de tratamento para aumentar a solubilidade e, conseqüentemente a eficiência (GOEDERT; LOBATO, 1980). Para tal, a técnica mais amplamente utilizada é a solubilização de concentrados apatíticos com ácidos, principalmente com ácidos sulfúrico e fosfórico, levando à produção dos superfosfatos, muito utilizados na agricultura brasileira (90% dos fosfatos utilizados). A principal característica desses fertilizantes fosfatados é a elevada solubilidade em água, porém apresentam inconvenientes industriais, como a exigência de enxofre para a acidulação (produto importado) e de concentrados fosfáticos como matéria prima com elevado teor de P 2O5 e baixo conteúdo de impurezas, levando a grandes perdas na fase de concentração do minério (RIEDER, 1986). Portanto, existe a necessidade do uso racional dos fertilizantes fosfatados na agricultura e para tal se fazem importantes os estudos para avaliar a viabilidade do uso de alternativas ao aproveitamento desses recursos não renováveis, que são as rochas fosfáticas, pois talvez somente dessa maneira seja possível a otimização do uso desse recurso. Visando contornar esses problemas, algumas opções têm sido sugeridas, como o uso de fontes alternativas de fósforo, tema central desse capítulo. Entendese por fontes alternativas aquelas de menor solubilidade relativa em água e pode-se exemplificar com o tratamento térmico, a acidulação parcial, a adição de materiais orgânicos às rochas fosfáticas, o emprego de microrganismos, de forma a ampliar a solubilidade dos materiais, acarretando em maior eficiência agronômica e custo relativo normalmente inferior. Essa revisão de literatura sobre fontes alternativas de fósforo foi realizada com o intuito de abordar, para cada fonte, o processo de produção, a filosofia de uso e resultados agronômicos, de modo a inferir sobre situações em que devem ser empregadas e sobre a necessidade de pesquisas a serem desenvolvidas. 14 2 A IMPORTÂNCIA DO FÓSFORO PARA AS PLANTAS O nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K) são os três elementos geralmente usados na adubação em maior proporção. A análise das plantas mostra, entretanto, que a quantidade de P nelas contida é muito menor que as correspondentes ao N e ao K, sendo assim a necessidade de P relativamente mais baixa (RAIJ, 1991). A biosfera apresenta relativamente pouco P na sua composição elementar (0,03% do total de átomos). Na prática agrícola as plantas dispõem de duas fontes de fósforo: o solo e o fertilizante. Nas regiões tropicais e subtropicais, como acontece no Brasil, o P é o elemento cuja falta no solo mais freqüentemente limita a produção, particularmente das culturas anuais. Segundo dados de Malavolta (2006), em 90% das análises de terra feitas no país encontram-se teores baixos de P disponível. A concentração de P nas plantas varia entre 0,1 e 0,5% e essas absorvem tanto H2PO4- como HPO4-2 (ortofosfato) dependendo do pH do solo. As plantas também absorvem compostos orgânicos solúveis de baixo peso molecular (por exemplo, ácido nucléico e fitina), que são produtos da decomposição da matéria orgânica do solo (HAVLIN; BEATON; TISDALE, 2005). Assim como o nitrogênio, o P está envolvido em muitos processos vitais para o desenvolvimento das plantas. A função mais essencial está no armazenamento e transferência de energia. Os di e trifosfatos de adenosina (ADP e ATP) agem como “moedas de energia” dentro das plantas. Quando moléculas fosfáticas tanto do ADP como do ATP se quebram, uma grande quantidade de energia é liberada. A energia proveniente da fotossíntese e do metabolismo de carboidratos é estocada em compostos fosfáticos para subseqüente uso nos processos vegetativos e reprodutivos. Como resultado, a deficiência de P está associada com a restrição do crescimento e desenvolvimento das plantas (GRANT et al., 2001). O fósforo é um elemento essencial nos ácidos desoxi (DNA) e ribonucléicos (RNA), que contêm o código genético das plantas para produção de proteínas e outros compostos essenciais para estruturação das plantas, produção de sementes e transferência genética (RICHARDS; JOHNSTON, 2001). Vale também ressaltar a importância desse nutriente no crescimento do 15 sistema radicular, ampliando a área de exploração das raízes no solo e, conseqüentemente, a eficiência de absorção de nutrientes e água pelas plantas (BAHL; PARISCHA, 1998). De acordo com Malavolta (1980) citado por Faquin (2005), o fósforo é constituinte das proteínas citoplasmáticas e nucleares e tem um papel importante no metabolismo dos carboidratos e das transferências de energia. Baixas concentrações de fósforos nas proteínas citoplasmáticas reduzem o crescimento da planta. Havendo uma diminuição no crescimento, as folhas mais velhas das plantas carentes em fósforo mostram, a princípio, uma coloração verde escuro azulada, causada pela maior concentração relativa da clorofila, podendo ocorrer tonalidades roxas nas folhas e no caule. Como o fósforo se redistribui facilmente na planta, os sintomas da deficiência, inicialmente, ocorrem nas folhas mais velhas (MALAVOLTA, 1980; MALAVOLTA, 1987; FAQUIN, 2005). A literatura reporta que o fósforo é um dos macronutrientes menos exigidos pelas plantas e que para o ótimo crescimento das plantas, este nutriente varia, dependendo da espécie e do órgão analisado, de 0,1 a 0,5% na matéria seca (FAQUIN, 2005). Santos-Filho et al. (2007), cita que os níveis adequados para este nutriente fica em torno de 1,0 a 2,3 g kg-1. Já Souza et al. (1999), estabelece valores de 0,11 a 0,30 g kg-1. Faixa de teor adequado de P na parte aérea das forrageiras é de 0,8 a 3 g kg-1. 2.1 A eficiência da adubação fosfatada A grande maioria dos solos submetidos ao clima tropical contém baixo teor de fósforo total e muito baixo teor de fósforo disponível às plantas. A deficiência desse nutriente nos solos tropicais é intensa devido ao baixo pH desses solos e à presença de grandes proporções de argila sesquioxídica, o que aumenta muito a adsorção de fosfatos e a formação de precipitados com ferro e alumínio, reduzindo a disponibilidade de P às plantas (SANCHEZ; SALINAS, 1981; CARDOSO; KUYPER, 2006). De acordo com Sanches e Uehara (1980) os principais fatores que afetam a fixação de P são a mineralogia da fração argila, o conteúdo de argila, o conteúdo de colóides amorfos, o conteúdo de alumínio trocável, o conteúdo de matéria orgânica e 16 o potencial de oxirredução do solo. Como conseqüência, doses elevadas de fertilizantes fosfatados são necessárias para que o teor de fósforo disponível se mantenha em níveis adequados ao desenvolvimento das plantas (BARROW, 1978; GOEDERT; LOBATO, 1984). A necessidade de grandes quantidades de fertilizantes fosfatados, os elevados custos desta prática, e o fato dos jazimentos fosfáticos dos quais são produzidos estes fertilizantes se constituírem em recurso natural relativamente escasso no Brasil, não renovável, sem sucedâneo e indispensável à agricultura, levam à busca de maior eficiência agronômica do seu uso (LOPES; GOEDERT, 1987; BAHL; PARISHA, 1998). Sabe-se que as características de solubilidade das fontes de P são de grande importância em relação à sua eficiência: os fosfatos de maior solubilidade, sendo mais prontamente disponíveis, favoreceriam a absorção e o aproveitamento do nutriente, principalmente pelas culturas de ciclo curto (rápido crescimento). No entanto, essa rápida liberação do P pode também favorecer o processo de adsorção e precipitação das formas solúveis pelos componentes do solo, originando compostos fosfatados de baixa solubilidade e indisponibilizando o nutriente às plantas, sendo tal fenômeno tanto mais expressivo quanto mais argiloso for o solo (NOVAIS; SMYTH, 1999). Dessa maneira, os fertilizantes de menor solubilidade, ao disponibilizarem mais lentamente o P, poderiam minimizar os processos de fixação e proporcionar maior eficiência de utilização do nutriente pelas culturas ao longo do tempo (NOVAIS; SMYTH, 1999). Lopes et al. (2003) fazem uma comparação da evolução do perfil de consumo de fertilizantes fosfatados na agricultura brasileira em 1990 e depois em 2000, o que permite a observação de alguns pontos interessantes. Em 1990, o uso de fosfatos naturais para aplicação direta no solo representava menos de 3% do total de P 2O5 consumido na agricultura brasileira, sendo a quase totalidade na forma de fosfatos naturais nacionais de baixa reatividade. Em 2000 esse percentual aumentou para 4,2%, sendo praticamente todo na forma de fosfatos naturais reativos importados. Embora o percentual de consumo de P2O5 na forma de superfosfato simples se mantivesse em torno de 30% do total de P 2O5 consumido na agricultura brasileira em 1990 e 2000, em valores absolutos houve aumento sensível nesse período, 17 passando de 371 mil para 810 mil toneladas de P2O5. Alguns estudos têm mostrado um quadro positivo para o futuro crescimento do consumo de fertilizantes fosfatados no Brasil até o ano de 2010. As perspectivas são de que o Brasil estará produzindo 80,3% e 81,6% do consumo esperado de rocha fosfática e ácido fosfórico, respectivamente (REIS, 2002). No mesmo estudo realizado por Reis (2002), em relação às perspectivas de consumo aparente de P2O5 para todo o Brasil, os dados mostram um aumento de 30% para o período de 2000 a 2010, passando de 2,59 para 3,37 milhões de toneladas, com aumento considerável na participação da produção nacional. Para viabilizar esse processo, o autor estima a necessidade de grandes investimentos para extração, beneficiamento e solubilização de rochas fosfáticas. Os dados mostram ainda que o aumento de consumo será mais acentuado nas regiões nortenordeste e centro-oeste do que nas regiões sudeste e sul do Brasil. De acordo com Lana et al. (2004), a baixa eficiência das adubações fosfatadas evidencia a necessidade de novos métodos de adubação no que diz respeito a fontes, épocas de aplicação e localização do adubo. Assim, há necessidade de priorizar trabalhos de pesquisa com a finalidade de aumentar a eficiência de utilização de P pelas plantas, com o objetivo maior de aumentar a vida útil das jazidas de rochas fosfáticas em exploração e as que venham a ser exploradas no futuro. Por motivos estratégicos deve-se dar prioridade à continuidade de pesquisas no Brasil, à busca de novas reservas e recursos de rochas fosfáticas no país e, inclusive, de métodos que possam tornar factível a exploração de depósitos que hoje são considerados inadequados para a exploração. Nesse contexto, provavelmente deveria ser aberto espaço na legislação vigente para a produção de outros fertilizantes fosfatados alternativos que, pelas características de certas rochas, atualmente não atendem às especificações mínimas para fabricação de fertilizantes fosfatados convencionais (LOPES et al., 2003). As pastagens constituem a base fundamental da exploração agropecuária seja de leite ou de corte. Para garantir altos rendimentos, em sistemas intensivos de produção de bovinos, a pastagem, uma vez estabelecida, precisa ser manejada adequadamente para expressar seu potencial produtivo. 18 Entre os aspectos a serem considerados para se obter alta produção sob pastejo, está o adequado suprimento de nutrientes. Com altos rendimentos de forragem a retirada de nutrientes do solo tende a ser elevada (FAQUIN, 2000). A manutenção dos níveis de fertilidade do solo depende da reciclagem de nutrientes e da adição de mais insumos ao sistema. Com isso, é necessário maior conhecimento sobre a extração de nutrientes pelas forrageiras, especialmente em sistemas intensivos que utilizam elevadas doses de fertilizantes, a fim de orientar adubações futuras e evitar prejuízos conseqüentes de desequilíbrios nutricionais. Todas as culturas necessitam de uma quantidade adequada de nutrientes para atingir melhores resultados de produtividade. De acordo com a Lei do Mínimo, se há falta de um ou mais nutrientes no solo, a produtividade será reduzida, mesmo que haja uma quantidade adequada de outros nutrientes disponível. A produtividade pode ser limitada pelo elemento que está menos disponível no solo, então é importante entender quais os nutrientes necessários para fazer sua safra triunfar. Nota-se na Tabela 1, que há uma ordem decrescente para os macronutrientes com maior acúmulo, onde: N >K > Ca > Mg > P >S e para os micronutrientes a ordem de acumulo è: Fe > Mn > Cl > B > Cu > Mo > Ni > Zn. E que os valores na planta são próximos aos encontrados por Macedo (1993). Tabela 1 - Quantidade de elementos extraídos pelas forrageiras de acordo com a necessidade das plantas. Fonte: Adaptado de Santos-Filho et al. (2007). 19 Apesar das quantidades apresentadas serem superiores as recomendadas para a cultura e preconizada por vários autores vale salientar que são valores com os quais a planta poderá expressar todo o seu vigor produtivo, o que não acontece quando se aplica quantidades inferiores às que a cultura responde. Os valores acumulados para os macronutrientes na parte aérea com a seguinte ordem de acúmulo: N > K > P > S > Ca > Mg. Dentre os micronutrientes, na parte aérea a ordem decrescente das quantidades acumuladas ocorreu para Mn > B > Fe > Zn > Cu. A ordem no acúmulo de macronutrientes na parte aérea da forrageira na melhor combinação de adubos minerais e adubos organicos foram similares àquela observada por Braga et al, (2004) em capim braquiária e mombaça. Por outro lado, os acúmulos de macronutrientes foram superiores na forrageira conhecida como capim-pé-de-galinha em ambiente não degradado e a mesma sequência de acúmulo de K, Ca e Mg nas forrageiras (FRANCISCO et al., 2007). 2.2 Carência de fósforo nos solos sob pastagem As pastagens cultivadas ocupam grande parte do território brasileiro. Até recentemente, pastagens não eram consideradas culturas e não recebiam os devidos cuidados com relação ao estado nutricional e ao manejo. Isso resultou em imensas áreas de pastagens degradadas e originou um grande problema nacional, porque grande parte dessas pastagens ocupam terras agricultáveis. Uma das conseqüências dessa situação tem sido o aumento da pressão sobre áreas de reserva florestal, culminando em desmatamento desnecessário, para ocupação com pecuária extensiva e insustentável. O uso de técnicas de cultivos hidropônicos com soluções de composição química bem definida e a possibilidade de obtenção de compostos químicos de alto grau de pureza foram fatores que contribuíram muito para os avanços nas pesquisas em nutrição mineral de plantas, já que possibilitaram o crescimento normal das plantas e permitiram um controle mais preciso no fornecimento de nutrientes às raízes. O alemão Justus von Liebig compilou em seus livros e cartas publicadas entre 1840 e 1855, informações da época quanto a importância dos elementos minerais para as plantas, referindo-se que os elementos minerais essenciais para as plantas 20 eram: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), silício (Si), sódio (Na) e ferro (Fe), todos retirados do solo, além dos elementos essenciais carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), retirados da água e doar. Os teores (ou concentração) dos nutrientes no tecido vegetal são sempre expressos na forma elementar: N, P, K, Fe, Zn, etc. As unidades usadas nos padrões e nos resultados analíticos para expressar os teores eram até recentemente, % para os macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) e ppm para os micronutrientes (B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn). Atualmente, essas unidades foram substituídas por outras do Sistema Internacional: % por g/kg ou dag/kg de matéria seca (MS) e ppm por mg/kg de MS. O teor refere-se à concentração, (por exemplo, %, g/kg, mg/kg), enquanto que o conteúdo refere-se à quantidade do elemento em um órgão, parte aérea, raízes, toda a planta (por exemplo, g/planta, mg/planta). A interpretação da análise química dos tecidos da amostra é feita, basicamente, comparando-se os resultados emitidos pelo laboratório com os valores estabelecidos nos padrões da literatura. Na interpretação, é importante lembrar, que uma série de fatores do clima, do solo, da cultura, práticas culturais, pragas, doenças, dentre outros, influenciam a composição mineral dos tecidos vegetais. Assim, o teor de um nutriente dentro da planta é um valor integral de todos os fatores que interagiram para afetá-lo. Portanto, é fundamental na interpretação, que o técnico use toda sua experiência e conhecimento desses fatores local e regionalmente, visto que os padrões podem ter sido estabelecidos em condições bem diferentes daquela onde a amostra foi obtida. Componentes da fertilidade do solo Os solos do Brasil Central são altamente intemperizados, em sua maioria ácidos e de baixa fertilidade natural (COSTA e BORGES, 1992). As limitações de fertilidade são caracterizadas pelos altos teores de alumínio e manganês, baixos teores de bases trocáveis e de fósforo e a reduzida disponibilidade de água (MACEDO, 2001; SILVA E RESCK, 1997; VARGAS E HUNGRIA, 1997). A capacidade de ciclagem de nutrientes das pastagens tem grande importância nas práticas culturais de manutenção, o que leva a doses maiores de fertilização na implantação e menores na fase de manutenção. Existe um nível mínimo do nutriente exigido pelas plantas, o Quadro 1 apresenta esses níveis críticos no solo e na planta, sugeridos para a região dos Cerrados (MACEDO, 2001). 21 Segundo Marques et al. (1995), em um Cambissolo álico, omissões de N, P e K na adubação, promovem significativa redução na produção de matéria seca da parte aérea de Brachiaria brizantha e Andropogon gayanus; sendo este um indicativo da baixa capacidade do solo em suprir as exigências nutricionais da forrageira e da necessidade de aplicações desses elementos para a obtenção de maiores produções e manutenção da produtividade em sistema de pastejo. Os teores foliares dos nutrientes são influenciados por diversos fatores, e isso dificulta o diagnóstico do estado nutricional da lavoura, comparando os valores da amostra com um único valor numérico do padrão, definido como nível crítico. Assim, para boa parte das culturas, os padrões da literatura têm apresentado não apenas um valor crítico dos nutrientes nas folhas, mas um estreito intervalo de teores denominado de “faixas de teores adequados” ou “faixas de suficiência”. Em relação ao nível crítico, a adoção de faixas de suficiência melhora a flexibilidade na diagnose, embora haja perda na exatidão, principalmente quando os limites das faixas são muito amplos. Uma possibilidade para o estabelecimento das faixas de suficiência, seria estimar os níveis críticos para 90 e 95% da produção máxima através das equações de regressão, e considerar a faixa entre eles como teores adequados ou de suficiência. Embora muito esteja por ser feito em relação ao estabelecimento de padrões nutricionais, e que os valores obtidos regionalmente são cada vez mais importantes, reduzindo-se os efeitos de fatores tais como clima, solo, dentre outros, 22 já existem muitas informações sobre níveis críticos e faixas de suficiência para as culturas mais importantes do Brasil. O fato do fósforo ser o nutriente aplicado em maiores quantidades em adubação no Brasil está relacionado com o baixo teor de P na maioria dos solos brasileiros e, também, com a forte tendência do P aplicado ao solo reagir com componentes do mesmo, adsorvendo aos colóides (adsorção) ou formando compostos de baixa solubilidade (precipitação) com outros íons presentes no complexo de troca (fixação do fósforo) (BEDIN et al., 2003). Então, a quantidade de P total nos solos tem pouca ou nenhuma relação com a disponibilidade de P às plantas (HAVLIN; BEATON; TISDALE, 2005). De acordo com Gikonyo et al. (2006), a maioria dos solos submetidos ao clima tropical (aproximadamente 23% - 109 ha) pode fixar grandes quantidades de P aplicado. As formas de P na solução do solo dependem diretamente da acidez da mesma, conforme as reações de dissociação do H3PO4 (LINDSAY, 1979; RAIJ, 1991): H3PO4 ↔ H+ + H2PO4- log K1=2,12 H2PO4- ↔ H+ + HPO4-2 log K2=7,20 HPO4-2 ↔ H+ + PO4-3 logK3=12,33 Considerando que a maioria dos solos agricultáveis brasileiros apresenta pH na faixa de 3 a 6, a forma predominante é de íons H 2PO4-. Em geral, esses íons são considerados mais disponíveis para os vegetais (MALAVOLTA, 1985). A precipitação em solos ácidos ocorre com íons alumínio (Al) ou ferro (Fe) presentes na solução e, no caso de solos alcalinos com íons cálcio (Ca). A grande maioria dos solos tropicais é caracterizada pelo elevado grau de intemperismo, pela remoção de bases por lixiviação e pela presença de óxi-hidróxidos de ferro e alumínio. Esses óxi-hidróxidos têm a propriedade de reter diversos tipos de ânions, preferencialmente os íons fosfatos (BEDIN et al., 2003). Assim, no caso de solos ácidos, a calagem prévia, ao promover a neutralização do Al e de grande parte do Fe, reduz a fixação do fosfato via precipitação com Fe e Al (BORGGAARD et al., 1990). Por outro lado, o uso excessivo de calcário promoveria, a pH acima de 7,0, novo aumento da fixação, via precipitação do fosfato com cálcio. Portanto, a proporção relativa dos compostos 23 inorgânicos de fósforo com ferro, alumínio e cálcio, é condicionada pelo pH e também pelo tipo e quantidade de minerais existentes na fração argila (NOVAIS; SMYTH, 1999). De acordo com Lopes (1984), a adsorção dos fosfatos ocorre através de ligação covalente, de alta energia, fazendo com que a fixação de P tenha grande relevância no manejo da fertilidade do solo, visando maior eficiência de uso de fertilizantes fosfatados. Fosfatos de elevada solubilidade em água adicionados ao solo como fertilizantes dissolvem-se, passando rapidamente para a solução do solo. Devido à baixa solubilidade dos compostos de P formados no solo e às interações com os colóides, grande parte do elemento pode passar para a fase sólida, onde ficará em parte como fosfato lábil, passando gradativamente a fosfato não lábil. O fosfato lábil pode redissolver-se, caso haja abaixamento do teor em solução, para manutenção do equilíbrio (RAIJ, 1991). Em outras palavras, fosfatos solúveis adicionados ao solo apresentam a sua eficiência diminuída ao longo do tempo (GHOSAL et al., 2003). Assim, compreender as relações e interações das variadas formas desse nutriente nos solos e os numerosos fatores que influenciam sua disponibilidade é essencial para o manejo eficiente de fósforo (HAVLIN; BEATON; TISDALE, 2005). 2.2.1 Teor de fósforo De acordo com Malavolta (1980) citado por Faquin (2005), o fósforo é constituinte das proteínas citoplasmáticas e nucleares e tem um papel importante no metabolismo dos carboidratos e das transferências de energia. Baixas concentrações de fósforos nas proteínas citoplasmáticas reduzem o crescimento da planta. Havendo uma diminuição no crescimento, as folhas mais velhas das plantas carentes em fósforo mostram, a princípio, uma coloração verde escuro azulada, causada pela maior concentração relativa da clorofila, podendo ocorrer tonalidades roxas nas folhas e no caule. Como o fósforo se redistribui facilmente na planta, os sintomas da deficiência, inicialmente, ocorrem nas folhas mais velhas (MALAVOLTA, 1980; MALAVOLTA,1987; FAQUIN 2005). A literatura reporta que o fósforo é um dos macronutrientes, menos exigidos pelas plantas e que para o ótimo crescimento das plantas, este nutriente varia, 24 dependendo da espécie e do órgão analisado, de 0,1 a 0,5% na matéria seca (FAQUIN, 2005). Santos-Filho et al. (2007), cita que os níveis adequados para este nutriente fica em torno de 1,0 a 2,3 g/kg. Já Souza et al. (1999), estabelece valores de 0,11 a 0,30 g/kg. Faixa de teor adequado de P na parte aérea de capins é de 0,8 a 3 g/kg. 2.2.2 Interpretação da análise de solo para forrageiras As espécies de gramíneas foram separadas em grupos segundo seu grau de exigência de fertilidade de solo. Assim, na Tabela 2 observa-se que existem graus diferenciados de adaptação das plantas às condições adversas do solo ou exigências diferentes quanto à fertilidade do solo entre as espécies e dentro delas. Para a definição da adubação fosfatada de estabelecimento é importante conhecer o resultado da análise de solo de modo a definir as condições de disponibilidade do nutriente. Na Tabela 3 e na Tabela 4 são apresentadas as interpretações de resultados de análise de P extraído pelos métodos Mehlich 1 e da resina, respectivamente. Pelo método da resina, o nível de P considerado adequado deve ser superior a 8 mg dm-3 para espécies pouco exigentes e de 11 mg dm -3 para espécies exigentes e, nesse caso, não se recomenda adubação fosfatada. Tabela 2. Adaptação de gramíneas forrageiras às condições de fertilidade do solo Tabela 3. Interpretação de rtesultados da análise de fósforo no solo, na profundidade de 0 a 20 cm, extraído pelo método Mehlich, para três grupos de exigência das forrageiras. 25 Tabela 4. Interpretação de resultados da análise de fósforo no solo na profundidade de 0 a 20 cm, extraído pelo método resina (P-resina), para três grupos de exigência das forrageiras. 2.3 Fontes tradicionalmente empregadas As fontes de fósforo podem ser divididas basicamente em solúveis, pouco 26 solúveis e insolúveis e as mais utilizadas, tradicionalmente empregadas na agricultura (90%), são os fosfatos solúveis em água (MOREIRA et al., 1997; LANA et al., 2004). O maior emprego das fontes solúveis ocorre, principalmente, por sua elevada quantidade de P considerada disponível às plantas e pelo menor custo por unidade de P presente nestes produtos, considerando-se o transporte, o manuseio e o armazenamento (PROCHNOW; ALCARDE; CHIEN, 2003). Os fosfatos solúveis em água mais comumente utilizados são o superfosfato simples (SPS), o superfosfato triplo (SPT) e os fosfatos de amônio (monoamônico – MAP e diamônico – DAP) e são amplamente utilizados como fonte padrão de fósforo em experimentos que avaliam a eficiência agronômica relativa de fontes de P (BOLAN; WHITE; HEDLEY, 1990). O superfosfato simples é obtido do tratamento da rocha fosfática com ácido sulfúrico concentrado, portanto, uma mistura de fosfato monocálcico com gesso. Assim, uma fosfatagem corretiva com SPS, indiretamente, promove gessagem parcial ou total, dependendo do tipo de solo. Contém em torno de 18% de P 2O5 solúvel em citrato neutro de amônio mais água (CNA + água), dos quais cerca de 90% é solúvel em água. Em adição, apresenta cerca de 12% de enxofre e 26% de CaO. Podem ser citadas como principais vantagens desse produto: (i) fornece, além do P, cálcio e enxofre; (ii) há formação do gesso agrícola como resíduo, que pode corrigir áreas sódicas e melhorar o ambiente radicular em profundidade; e (iii) apresenta elevada solubilidade em água (VITTI; WIT; FERNANDES, 2003). O tratamento da rocha fosfática com elevada quantidade de ácido sulfúrico resulta na produção de ácido fosfórico e gesso. O gesso acumula como subproduto, enquanto que o ácido fosfórico é separado por filtragem para ser usado na produção do superfosfato triplo (SPT) e de fosfatos de amônio (MAP e DAP). Pela separação do gesso e acidulação de novo lote de rocha com ácido fosfórico, obtém-se um fertilizante (SPT) com aproximadamente 41% de P2O5 solúvel em CNA + água, dos quais cerca de 90% é solúvel em água. Apesar da vantagem do elevado teor de fósforo, o SPT apresenta as desvantagens em relação ao SPS de um menor teor de CaO (15%) e de não conter enxofre (VITTI; WIT; FERNANDES, 2003). Os fosfatos de amônio são fertilizantes obtidos pela reação da amônia com ácido fosfórico, produzindo o monoamônio fosfato (MAP) ou o diamônio fosfato 27 (DAP), conforme as reações a seguir: (GOEDERT; SOUSA, 1984) NH3 + H3PO4 → NH4H2PO4 (MAP) 2NH3 + H3PO4 → (NH4)2HPO4 (DAP) O MAP apresenta, aproximadamente, 11% de N e 48% de P 2O5 solúvel em CNA + água, enquanto que o DAP apresenta, aproximadamente, 18% de N e 45% de P2O5 solúvel em CNA + água. Ambos têm tido seu consumo muito aumentado nos últimos anos, tanto para uso como fertilizante simples quanto para preparar formulados sólidos de alta concentração (ANGHINONI; BARBER, 1980). Também, por serem quase completamente solúveis em água, são usados para preparo de fertilizantes fluidos e em fertirrigação (APTHORP et al., 1987; SENGIK; KIEHL, 1995). Bolland e Bowden (1982) relatam que as fontes de fósforo de elevada solubilidade em água são mais eficientes a curto prazo. Porém, é bastante reportado na literatura que essas fontes fosfatadas de elevada solubilidade, quando adicionadas aos solos tropicais ácidos, de alta capacidade de fixação de P, são rapidamente convertidas a formas indisponíveis às plantas, podendo ter sua eficiência diminuída ao longo do tempo (BOLLAND, 1985; KORNDÖRFER; LARACABEZAS; HOROWITZ, 1999; GHOSAL et al., 2003; PROCHNOW et al., 2003). Baseando-se em estudos realizados por Bolland (1986) e Bolland, Weatherley e Gilkes (1998), que comparam o efeito residual dos superfosfatos com outras fontes de lenta liberação de P, pode-se inferir que a elevada eficiência inicial do superfosfato é seguida por um decréscimo marcante em eficiência ao longo do tempo. Utilizando fontes de menor solubilidade, a eficiência inicial foi inferior, porém o declínio em eficiência com o passar do tempo foi menos significativo. Esse fato da indisponibilização de P liberado ocorrer de forma mais intensa no caso das fontes de elevada solubilidade em comparação às de baixa que, ao liberarem o nutriente de forma mais lenta, minimizam o processo de fixação, também foi observado em estudo realizado por Resende et al. (2006). Com relação ao processo de produção das fontes de P de elevada solubilidade em água, sabe-se que o processo químico de solubilização de rochas fosfáticas com ácido sulfúrico ou fosfórico aumenta o custo do fertilizante, tornando 28 seu uso limitado à parte dos agricultores, levando à necessidade de alternativas para o uso desse nutriente (BOLAN; WHITE; HEDLEY, 1990; REDDY et al., 1999; ZAPATA; ROY, 2004; STAMFORD et al., 2007). A rota sulfúrica, única seguida no Brasil para a produção de ácido fosfórico, apresenta alguns problemas, tais como: formação de grande volume de rejeitos, o fosfogesso (5 a 6 toneladas para cada tonelada de ácido fosfórico produzido), associado à drenagem ácida e, por vezes, à radioatividade, o que limita sua utilização. Além disso, a rota sulfúrica não permite a recuperação de produtos de valor comercial, como os elementos terras-raras. Portanto, rotas e metodologias alternativas à rota sulfúrica vêm sendo estudadas visando a escolha daquela que ofereça maiores vantagens técnicas, econômicas e ambientais no contexto brasileiro, vislumbrando a criação de novos pólos industriais de fertilizantes fosfatados (CETEM, 2000). A utilização de ácido nítrico e do ácido clorídrico para o tratamento de rochas fosfáticas vem sendo estudada com o objetivo de encontrar rotas alternativas de produção de fertilizantes com o mínimo de poluição, associadas à possibilidade de aproveitamento dos produtos rejeitados e de recuperação de subprodutos de valor comercial (BANDEIRA et al., 2002). Outra limitação dos processos de solubilização completa das RFs é a exigência de concentrados fosfáticos como matéria-prima com elevado teor de P2O5 e baixo conteúdo de impurezas, o que tem levado à perdas de até 40% do P2O5 extraído nas jazidas na fase de concentração do minério (GOEDERT; REIN; SOUZA, 1990). Os materiais utilizados ultimamente para produção dos fertilizantes fosfatados solúveis são de baixa qualidade e contêm elevados níveis de impurezas que, geralmente são insolúveis em água e, sua composição depende da constituição mineralógica da fonte e do processo utilizado para produzir o fertilizante fosfatado. Devido ao incremento no teor de impurezas dos compostos fosfatados e, conseqüentemente à redução na eficiência agronômica dos mesmos, estudos foram conduzidos no sentido de avaliar a eficiência do SPS contendo concentrações variáveis de impurezas como ferro e alumínio. Prochnow et al. (2003) comentam em seu trabalho que uma possibilidade para melhorar a disponibilidade de P de fertilizantes contendo altas concentrações de compostos com ferro e alumínio (insolúveis em água, porém solúveis em citrato 29 neutro de amônio) seria a aplicação desses em solos inundados, situação em que há redução de Fe+3 para Fe+2, o que pode resultar em aumento de disponibilidade de P. Nesse sentido, realizaram estudo para obter informações sobre a eficiência de fontes de SPS contendo diferentes concentrações de impurezas com Fe e Al na cultura do arroz de sequeiro e inundado e para tal usaram materiais provenientes de Araxá. Os dados mostraram que o superfosfato simples obtido com a rocha fosfática de Araxá (46% de P solúvel em água + citrato em relação ao total) apresentou 91% de eficiência em relação à fonte de elevada solubilidade em água (fosfato monocálcico) em aumentar a produção de matéria seca de arroz de sequeiro, sugerindo que esses materiais não deveriam ser descartados baseado somente no critério de baixa solubilidade em água, conforme estipulado pela legislação que requer de 90 a 93% do P solúvel em água. Prochnow, Alcarde e Chien (2003) relatam que a maior parte das pesquisas tem se concentrado na purificação da rocha fosfórica e na opinião desses deve-se investir de forma decisiva em pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos, já que as indústrias brasileiras têm optado por processos industriais onerosos para eliminar os contaminantes. Para contornar o problema dos custos dos fosfatos solúveis obtidos pelos processos convencionais de solubilização, além da questão de fixação do nutriente pelo solo, vem sendo proposto o uso de fontes alternativas de fósforo, como os fosfatos parcialmente acidulados, os fosfatos de fusão (termofosfatos) e os fosfatos naturais (GOEDERT; REIN; SOUZA, 1990; REDDY et al., 1999; KLIEMANN; LIMA, 2001; LANA et al., 2004), dentre outras. Assim, sugere-se que fontes fosfatadas de elevada solubilidade em água sejam usadas em solos com baixa à moderada capacidade de fixação de P, em culturas de ciclo curto e solos com pH elevado, ou seja, que foram corrigidos pela calagem. Em solos ácidos, que fixam grandes quantidades de P, a aplicação de fontes de P menos solúveis pode ser mais eficiente e econômica em relação às fontes de elevada solubilidade. A mistura desses dois tipos de fontes de fósforo pode ser uma alternativa viável. 2.4 Fontes alternativas 30 Nos últimos 30 anos têm ocorrido importantes avanços relacionados ao desenvolvimento e tendências que começam a reformular os padrões tradicionais de produção e uso de fertilizantes fosfatados. A aplicação direta de fontes de baixa solubilidade em água tem surgido como uma alternativa de menor custo, o que favoreceu o aumento do seu uso no Brasil (BRASIL, 2004). O fator principal que leva a isto é o início de um declínio mundial na qualidade das matérias-primas fosfatadas, não somente nos principais depósitos, mas também nos mais recentemente descobertos, resultando em materiais de composição mineral muito divergentes. Isso terá impacto nos processos químicos de tecnologias existentes, desenvolvidas inicialmente para a formação de concentrados fosfáticos de elevada qualidade (KHASAWNEH; SAMLE; KAMPRATH, 1980). Apesar da antiga citação, essa informação ainda é válida nos tempos atuais. Outro fator apontado é a expansão do mercado agrícola tropical e subtropical que, para tal requer novas formulações de fosfatos, diferindo em propriedades relacionadas à solubilidade e composição dos fertilizantes químicos amplamente produzidos. A abrupta elevação dos custos tanto de energia como de matéria-prima fosfatada levam à necessidade de estudos para mudanças na tecnologia química corrente baseada na indústria mundial de fertilizantes fosfatados. É reportado que durante muito tempo a adubação fosfatada se realizou quase exclusivamente com fontes de elevada solubilidade em água, porém, além dos fatores acima citados, a redução de subsídios à agricultura e o aumento dos preços dos fertilizantes têm servido de estímulo aos pesquisadores para avaliar alternativas mais econômicas para suprir a demanda de P durante os cultivos (HAQUE; LUPWAYI; SSALI, 1999; FERNANDÉZ; MEZA, 2004). 2.4.1 Termofosfatos Os termofosfatos são definidos como fertilizantes resultantes do tratamento térmico de rochas fosfatadas, com ou sem adição de outros materiais (silicato de magnésio), visando converter o fósforo de modo que se torne disponível às plantas. No caso do termofosfato magnesiano é necessária a adição de componentes magnesianos e silícicos (VITTI; WIT; FERNANDES, 2003). Esses componentes, como é o caso dos silicatos, concorrem para diminuir a fixação do fósforo 31 solubilizado por competirem com os fosfatos pelos sítios de adsorção, contribuindo para a manutenção do P adsorvido em sua forma lábil. Existem diversos trabalhos na literatura que relatam incremento na disponibilização de fósforo proporcionado pela adição de silício e a seguir serão citados dois exemplos. Carvalho et al. (2001) avaliaram a interação silício-fósforo em um Cambissolo com a cultura do eucalipto. Verificaram que o maior valor de P extraído (28,0 mg vaso-1) foi obtido com a dose de 140 mg dm -3 de silício (Si). O valor de P no tratamento controle (sem adição de Si) foi de 24,3 mg vaso -1, representando, portanto, um ganho de 15,3% em P com a adição de silício. O autor sugere que uma fração do Si aplicado migrou para as superfícies oxídicas da fração argila, onde foi adsorvida. Esta adsorção provocou dessorção de parte do P, que foi absorvida pelas plantas. Prado e Fernandes (2001) avaliaram o efeito da escória de siderurgia e calcário na disponibilidade de fósforo em um Latossolo Vermelho Amarelo cultivado com cana-de-açúcar. A maioria das pesquisas desenvolvidas no Brasil com a escória analisou apenas seu efeito corretivo e como fonte de alguns nutrientes presentes na sua constituição, entretanto são escassos os trabalhos que avaliaram o efeito destes resíduos no P disponível do solo. Tratando-se de um produto conhecido como corretivo de acidez, torna-se difícil afirmar se os ganhos na redução da adsorção do P são uma ocorrência apenas do incremento do pH ou do efeito do silicato em deslocar ou saturar os sítios de adsorção de P do solo. Assim, conduziram experimento com a finalidade de isolar o efeito do pH do efeito do silicato. A aplicação da escória de siderurgia incrementou os níveis de P disponível do solo de maneira linear, ao passo que a aplicação do calcário não apresentou uma relação significativa, tanto aos 12 como aos 24 meses após a aplicação. A maior eficiência da escória sobre o calcário no aumento do P disponível do solo deve-se mais ao efeito do silicato contido na escória, exercendo uma competição dos ânions de silicato com o P pelos mesmos sítios de adsorção (SMYTH; SANCHEZ, 1980), do que ao efeito do pH propriamente dito. Por outro lado, é citado que a eficiência do silicato em aumentar o P disponível do solo não está na capacidade de troca dos ânions silicato pelo fosfato no solo e, sim, na saturação ou bloqueio destes sítios de adsorção de P pelo ânion silicato. 32 Com relação à fabricação dos termofosfatos, na primeira etapa prepara-se a rocha fosfatada e os materiais contendo silício e magnésio, os quais são fundidos em fornos, com temperatura de operação entre 1400 oC e 1500oC. Tanto a alimentação do forno quanto sua descarga podem ser operações contínuas e intermitentes. Ao sair do forno, o material é resfriado imediatamente com jatos de água, formando, nessa operação, grãos inferiores a 2 mm, de aspecto vítreo e de coloração, em geral, enegrecida. Esses grãos são então separados da água e levados a um pátio para drenagem do excesso de umidade (produto semi-acabado), seguindo para o secador rotativo e o moinho de bolas. Posteriormente, o produto é ensacado, adicionando-se ou não micronutrientes e enxofre. O produto apresenta teor de P2O5 total em torno de 16% (VITTI; WIT; FERNANDES, 2003), sendo praticamente todo solúvel em ácido cítrico (KLIEMANN; LIMA, 2001). A elevada solubilidade dos termofosfatos em citrato neutro de amônio e em ácido cítrico a 2% pode ser explicada pelo aquecimento e destruição da rede cristalina do mineral, incrementando a solubilidade do material e, conseqüentemente, aumentando a quantidade de fósforo assimilável às plantas (BÜLL; LACERDA; NAKAGAWA, 1997; FERNANDÉZ; NOGUERA, 2003). Com a finalidade de produzir um novo fertilizante fosfatado com os fosfatos naturais de maior uso na Venezuela (Riecito e Monte Fresco), Fernandéz e Noguera (2003) submeteram esses fosfatos à temperatura de cerca de 900 oC por 3, 5 e 7 horas e observaram, conforme demonstrado na tabela 5, incremento significativo no teor de P total e solúvel em citrato neutro de amônio nos três períodos de tempo avaliados. Os autores justificam os resultados relatando que elevadas temperaturas rompem a estrutura cristalina da rocha fosfática ocasionando perda de flúor e outras impurezas na forma gasosa, aumentando, portanto, o teor de P total e solúvel dos materiais. As diferenças de resultados entre as rochas fosfáticas provavelmente se devem à RF de Monte Fresco ser um material com estrutura cristalina de maior rigidez em relação à RF de Riecito e, portanto, apresentar menor solubilidade relativa. Tabela 5 – Teores de P2O5 total e solúvel em citrato neutro de amônio (CNA) contidos na rocha fosfática (RF) de Riecito e Monte Fresco, em estado natural e calcinadas a 900° C durante 3, 5 e 7 horas. Adaptado de Fernadéz e Noguera 33 (2003) Tempo de calcinação Total RF de Riecito CNA RF de Monte Fresco Total CAN (horas) (%) (%) (%) (%) 0 28,8 c 1,5 b 22,3 b 0,4 a 3 30,0 b 2,4 b 25,2 a 0,5 a 5 30,9 ab 3,7 a 26,1 a 0,8 a 7 31,2 a 4,0 a 26,1 a 1,7 a Médias seguidas por letras distintas na mesma coluna diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Avaliando a resposta do milho a fontes de fósforo durante três cultivos sucessivos em solo da região do cerrado, Resende et al. (2006) utilizaram como tratamentos superfosfato triplo (SPT), termofosfato magnesiano (TM), fosfato reativo de Arad (FR), fosfato natural de Araxá (FA) e testemunha. Concluíram que nas duas primeiras safras, as fontes de maior solubilidade (SPT e TM) ocasionaram as maiores produções. O FA, com solubilidade limitada, apresentou baixa eficiência ao longo dos cultivos. Na média dos cultivos, o uso das fontes SPT, TM, FR e FA correspondeu, respectivamente, à recuperação de cerca de 49, 54, 46 e 33% do P fornecido. Stefanutti, Malavolta e Muraoka (1995) avaliaram a recuperação do P residual de um termofosfato magnesiano (TM) com diferentes granulometrias, comparando-o com o superfosfato simples (SPS) granulado, em amostras de solo de textura média argilosa, por sete cultivos. Inferiram que com o uso do termofosfato na forma de pó houve recuperação de 15,9 mg vaso-1 de P na média dos 7 cultivos, apresentando efeito residual semelhante ao do SPS granulado (18,2 mg vaso -1 de P) e a granulometria mais grosseira do termofosfato resultou em menor recuperação do fósforo residual (13,9 mg vaso-1 de P). Os adubos fosfatados solúveis são aplicados na forma de grânulos e, ao entrarem em contato com o solo, ocorre uma rápida absorção de umidade, ocasionando a dissolução do P. No caso dos termofosfatos, o processo de dissolução do fósforo é mais lento, entretanto, com o tempo, o fósforo residual poderá equiparar ou mesmo até superar os resultados da fonte solúvel em água (STEFANUTTI; MALAVOLTA; MURAOKA, 1995). Visando avaliar as alterações químicas decorrentes da aplicação de termofosfatos em solo típico da região dos cerrados e a eficiência agronômica 34 desses fertilizantes, Büll, Lacerda e Nakagawa (1997) conduziram um experimento em que os tratamentos foram: controle (sem fósforo), superfosfato triplo (SPT), termofosfato em pó (TMpó), e granular (TMgr), aplicados na dose de 200 mg dm -3 de P. Os índices de eficiência agronômica para TMpó e TMgr foram de, respectivamente, 100% e 22%, em relação à fonte de elevada solubilidade em água (SPT), mostrando que o produto com maior tamanho de partículas foi menos eficaz tanto no acúmulo de fósforo pela planta como na produção total de biomassa. Nakayama et al. (1998) realizaram experimento em casa-de-vegetação com plantas de arroz para verificar se os fosfatos de baixa solubilidade em água, porém solúveis em ácido cítrico a 2%, apresentavam a mesma eficiência agronômica que os fosfatos solúveis em água. Para tal utilizaram como fontes: superfosfato simples (padrão), multifosfato magnesiano (Fosmag - MFM), termofosfato magnesiano (TM), fosfato de Gafsa (FG) e fosfato de Araxá (FA), nas doses de 0, 50 e 150 mg dm -3 de P. Para a dose de 50 mg dm-3 de P obtiveram os seguintes índices de eficiência agronômica (IEA) em relação ao SPS (IEA = 100%): 106%, 98%, 95% e 16%, respectivamente. Para a dose de 150 mg dm -3 de P, os IEA foram de 86%, 82%, 84% e 22% para as fontes, na mesma ordem anterior, sendo as três primeiras estatisticamente iguais ao SPS, demonstrando que os fosfatos solúveis em ácido cítrico apresentaram eficiência agronômica similar à do fosfato solúvel em água. Assim, considerando-se a diversidade de solos, climas e culturas abrangidas pela agropecuária brasileira, são perfeitamente válidos a produção e o consumo de várias formas de fertilizantes fosfatados. Sabe-se que para culturas de ciclo curto (anuais e bianuais) a eficiência dos fertilizantes fosfatados é proporcional à parcela do fósforo solúvel no mesmo. Por outro lado, não é menos verdade que existe efeito residual, ou seja, a parcela não solúvel (ou parte dela) que acaba sendo aproveitada a longo prazo por culturas perenes ou por cultivos sucessivos. Além disso, o Brasil é altamente dependente do mercado internacional no que se refere ao enxofre, matéria-prima para a produção de ácido sulfúrico utilizado no processo tradicional, a via úmida, uma vez que importa 85% de suas necessidades, tornando-se vulnerável em relação a este material considerado estratégico (CARVALHO et al., 2000). Carvalho et al. (2000) realizaram um trabalho que visou estabelecer os custos completos dos recursos energéticos mais factíveis para a geração de energia 35 elétrica para a produção de termofosfato na região do Médio Paranapanema, dentro do contexto do Planejamento Integrado de Recursos. Buscaram dessa maneira, as melhores opções de suprimento energético para uma determinada necessidade industrial, atentando-se para o desenvolvimento sustentável da região. Foi um trabalho preliminar, que buscou contribuir com a discussão acerca de uma nova forma de planejamento energético onde os custos sócio-ambientais fossem efetivamente considerados. Registraram por fim que a maior restrição feita ao aumento da produção de termofosfatos no Brasil é o alto consumo de energia elétrica pelos processos produtivos, sendo um dos principais fatores a ser considerado na viabilização técnico-econômica desse produto. Assim, a utilização dos termofosfatos, principalmente, em solos que apresentam condições adversas ao emprego dos fertilizantes tradicionais, como elevada capacidade de fixação de fósforo, pode ser uma opção agronômica, o que justifica o desenvolvimento de mais pesquisas e incentivos para sua possível produção em maior escala no país. 2.4.2 Fosfatos naturais Fosfatos naturais são concentrados apatíticos obtidos a partir de minérios fosfáticos ocorrentes em jazimentos localizados, os quais podem ou não, passar por processos físicos de concentração, como lavagem e/ou flotação, para separá-los dos outros minerais com os quais estão misturados na jazida (IFDC/UNIDO, 1979). A denominação fosfato natural ou rocha fosfática cobre ampla variação nesses tipos de minérios, em composição, em textura e em origem geológica (GREMILION; Mc CLELLAN, 1980; KAMINSKI, 1983). Os depósitos de rocha fosfática são divididos em três classes, de acordo com a composição mineral: fosfato de ferro-alumínio (Fe-Al-P), fosfato de cálcio-ferroalumínio (Ca-Fe-Al-P) e fosfatos de cálcio (Ca-P). Estas três classes constituem uma seqüência natural de intemperização dos depósitos de rocha fosfática, na qual as formas estáveis de fosfatos de ferro-alumínio representam o estágio mais avançado de intemperismo e o fosfato de cálcio representa a rocha matriz (KHASAWNEH; SAMPLE; KAMPRATH, 1980). A classe de maior importância econômica é a dos fosfatos de cálcio devido ao 36 uso industrial para os mais variados fins, mas especialmente na indústria de fertilizantes, enquanto que as demais classes têm escassa possibilidade de utilização. Estudos têm sido conduzidos no sentido de avaliar e aumentar a eficiência agronômica dessas outras classes como fontes de P (KLIEMANN; LIMA, 2001). Normalmente, as jazidas de minério de fosfato possuem teores de P 2O5 inferiores aos necessários para seu processamento industrial (LEHR, 1980). Por isso, precisam ser beneficiados, separando-os dos minerais com os quais estão misturados para obter o concentrado fosfático, dito fosfato natural concentrado, com teor de P adequado ao processo industrial subseqüente, que resultará no fertilizante (GREMILION; Mc CLELLAN, 1980). Os depósitos de fosfatos de origem ígnea ou magmática são, geralmente, pobres em sílica, possuem textura simples e contém rochas associadas do tipo carbonatitos e ultrabásicas, em que a fluorapatita é o principal mineral fosfático, como Jacupiranga e Catalão no Brasil e Tennessee nos EUA. Estes fosfatos representam aproximadamente, 17% das reservas mundiais e cerca de 50% das reservas brasileiras (HAMMOND, 1997; KAMINSKI, 1990). Os fosfatos de origem sedimentar possuem geologia complexa e variada, podendo ser detríticos, precipitados químicos ou conter quantidades significativas de apatita fóssil (orgânica). Os minerais predominantes são apatitas com alto grau de substituições isomórficas de fosfato e carbonato, e são encontradas em áreas desérticas ou de clima seco. São muitas vezes identificados como francolitas e fosforitas (KLIEMANN; LIMA, 2001). Esses fosfatos são oferecidos no mercado de fertilizantes como fosfatos naturais reativos que permitem sua utilização diretamente na agricultura, como os fosfatos naturais da Carolina do Norte – EUA, de Gafsa – Tunísia, de Sechura – Peru e de Arad – Israel (HAMMOND, 1997). A legislação brasileira determina, para fosfatos naturais reativos, o teor mínimo de P2O5 total de 27% , 28% de Ca e 30% do P2O5 total solúvel em ácido cítrico a 2% (BRASIL, 2004). Os fosfatos de origem metamórfica representam uma categoria intermediária entre as rochas sedimentares e ígneas e apresentam outros minerais misturados entre si (KLIEMANN; LIMA, 2001). Para que um composto fosfático seja um fertilizante eficiente, um dos 37 requerimentos é que seja solúvel na solução do solo. A amplitude de dissolução da rocha fosfática é dependente tanto das características da rocha de origem como do solo em que será aplicado (HUGHES; GILKES, 1986; GOVERE; CHIEN; FOX, 2004; HE et al., 2005; YAMPRACHA et al., 2006), além das plantas a serem cultivadas. A aplicação direta de rochas fosfáticas no solo como fonte de P é uma prática que tem sido empregada com variados graus de popularidade ao longo dos anos. Numerosos experimentos têm sido conduzidos nos últimos anos para determinar as melhores condições de solo e da cultura para o seu uso (KHASAWNEH; DOLL, 1978; ZAPATA; ZAHARAH, 2002; CASANOVA; SALAS; TORO, 2002). A eficiência agronômica de uma rocha fosfática é diretamente relacionada com a reatividade química da apatita, que é determinada pelo grau de substituição isomórfica de fosfato por carbonato no cristal da apatita (LEHR; Mc CLELLAN, 1972; CHIEN; BLACK, 1976; KHASAWNEH; DOLL, 1978; ANDERSON; KUSSOW; COREY, 1985). É reportado que alguns fosfatos naturais apresentam eficiência agronômica semelhante à das fontes solúveis, o que pode ser compensador pelo menor custo por unidade do nutriente. A seguir será apresentado um exemplo. Korndörfer, Lara-Cabezas e Horowitz (1999) avaliaram o comportamento agronômico de fosfatos naturais (Arad-FNA, Marrocos-FNM e Gafsa-FNG) quanto à produção de grãos de milho comparando com o superfosfato triplo (SFT). Concluíram que a capacidade do FNA, FNM e FNG em fornecer P para o milho foi de 60, 80 e 97%, respectivamente, quando comparados com o SFT. Os autores sugerem que com o passar do tempo os fosfatos naturais melhorem ainda mais sua eficiência em relação à fonte de alta solubilidade, devido ao maior efeito residual. A lei da ação das massas indica que a dissolução da RF é favorecida pelas condições do solo que mantêm baixas concentrações de Ca e P na solução do solo. Em estudo de incubação, Mackay e Syers (1986) verificaram que menores níveis de Ca trocável associados com reduzida saturação por Ca na capacidade de troca de cátions do solo, que leva a menores concentrações de Ca na solução do solo, estão relacionados com incrementos na taxa de dissolução das rochas fosfáticas. Estudos no campo e observações de laboratório mostram que condições do solo como baixo pH, teores baixos de P e Ca trocáveis na solução, alta capacidade de fixação de P, clima úmido e ameno, culturas com extenso sistema radicular e 38 longos períodos de crescimento são interessantes para obter elevada eficiência agronômica da RF, já que contribuem à dissolução das mesmas (HAMMOND; CHIEN; EASTERWOOD, 1986; APTHORP; HEDLEY; TILLMAN, 1987; KANABO; GILKES, 1987; AKINTOKUN; ADETUNJI; AKINTOKUN, 2003). Em experimentos de longa duração, realizados em Latossolo VermelhoAmarelo textura argilosa, com gramíneas forrageiras tolerantes à acidez, têm-se obtido resultados razoáveis de eficiência agronômica com vários fosfatos naturais brasileiros, da ordem de 45% em relação à fonte de elevada solubilidade em água (GOEDERT; LOBATO, 1984; SANZONOWICKZ; LOBATO; GOEDERT, 1987; SOUSA et al., 1987). Com relação à calagem, prática comumente recomendada para solos ácidos, essa aumenta o pH do solo e, também reduz a toxidez por alumínio, eleva o teor de cálcio trocável do solo, prejudicando, portanto, a dissolução da RF. Assim, as doses de calcário devem ser cuidadosamente recomendadas para reduzir a toxidez por Al e simultaneamente evitar efeitos adversos na dissolução das RFs em solos ácidos, caso se deseje a utilização destes materiais (LOPES; GUILHERME, 1992). Um outro fator que interfere na eficiência agronômica das rochas fosfáticas é o sistema radicular da espécie cultivada. A absorção de P pelas plantas é proporcional à densidade das raízes; assim, o incremento da área superficial da massa radicular aumenta a condição da planta em acessar e absorver o P do solo (HOPPO; ELLIOT; REUTER, 1999). Moreira, Malavolta e Moraes (2002) avaliando a eficiência de fontes e doses de P na alfafa e centrosema cultivadas em Latossolo Amarelo, concluíram que com a seqüência de cortes, a produção de matéria seca obtida com os fosfatos naturais reativos tende a equiparar-se à das fontes mais solúveis. Atribuíram esses resultados à ampliação do sistema radicular das culturas ao longo dos cultivos, possibilitando maior exploração das raízes e, consequentemente, maior absorção de fósforo pelas culturas. Em relação ao tamanho das partículas dos fosfatos naturais, é citado na literatura que a eficiência agronômica dessas fontes aumenta com a redução do tamanho das partículas. Horowitz e Meurer (2003), avaliando a eficiência de dois fosfatos naturais (Gafsa e Gantour Black) farelados em função do tamanho de partícula, notaram que essas fontes apresentaram maior índice de eficiência 39 agronômica quando foram moídos finamente (partículas < 0,074 mm), e que medida que o tamanho das partículas foi aumentado, a eficiência foi reduzida. Comentado por Savant e Chien (1990) que para obter maior eficiência de uso pelas culturas, a RF deve ser aplicada a lanço em área total e incorporada ao solo para maximizar o contato das partículas da RF com o solo. Portanto, generalizadamente sugere-se o uso dos fosfatos naturais em solos que apresentem baixo a médio pH e baixos teores de cálcio e fósforo em solução e elevada capacidade de fixação de P, e em culturas de ciclo longo e com extenso sistema radicular, de modo a ampliar a eficiência agronômica dessa fonte. A consulta à literatura permite verificar que existem diversas áreas ainda a serem estudadas para intensificar o uso de fosfatos naturais, entre elas: (i) avaliação da eficiência agronômica dessas fontes conforme variação de características do solo como teor de matéria orgânica, pH, teor de argila; (ii) quantificação da eficiência de diversas fontes para culturas tolerantes ao baixo nível de P no solo; (iii) avaliação dos efeitos da época de aplicação em relação ao calcário, localização e tamanho de grânulos; e (iv) avaliação do efeito residual dessas fontes em relação aos fosfatos de elevada solubilidade em água. Finalmente, existe a necessidade de desenvolvimento da modelagem adequada para utilização de rochas fosfáticas pelas culturas, baseado em ensaios agronômicos em condições de campo, objetivando analisar a viabilidade econômica do uso de RF, em relação a fontes de elevada solubilidade em água, por produtores agrícolas Um dos maiores problemas no estabelecimento e na manutenção de pastagens nos Latossolos brasileiros reside nos níveis extremamente baixos de fósforo disponível e total. Além da grande deficiência desse elemento em nossos solos, acrescenta-se a alta capacidade de adsorção do fósforo em consequência da acidez e altos teores de óxidos de ferro e de alumínio (GUEDES et al., 2009). Nessa situação, a adubação fosfatada é fundamental, independente do sistema de exploração, seja extensivo ou intensivo, para que esse elemento não seja limitante na resposta da planta forrageira. Segundo Novais e Smyth (1999), os níveis críticos no solo e na planta diminuem com a idade da mesma, sendo as variações mais acentuadas em plantas perenes como as forrageiras. Por estes motivos é essencial estabelecer os níveis críticos de fósforo para cada estádio de 40 crescimento da planta. Esse conhecimento é imprescindível ao manejo da adubação, seja no plantio ou na manutenção, com vistas a suprir a demanda das plantas ao longo do seu ciclo e favorecer a sustentabilidade da produção. O requerimento de grandes quantidades de fosfatos na correção da fertilidade dos solos brasileiros, e a ausência de reservas abundantes de rochas fosfatadas de boa qualidade no País, associado ao elevado custo dos fertilizantes, justificam estudos para aperfeiçoar a eficiência no uso de adubos fosfatados (RESENDE et al., 2006). A produção de fertilizantes fosfatados gera grandes quantidades de rejeito com quantidades consideráveis de P, a utilização destes rejeitos na agricultura pode ser uma das soluções para este problema (OBA, 2004). A utilização de pós de rochas como produto alternativo na fertilização de solos tem sido relatada há várias décadas, com o intuito de reduzir o custo de produção das culturas pelo uso de adubos minerais (MADELEY, 1999). Os pós de rocha apresentam como características a composição multielementar e a capacidade de solubilização lenta, que são apropriadas para a utilização em sistemas de produção alternativos, principalmente em solos tropicais degradados (VAN STRAATEN, 2006). Guedes et al. (2009) relatam que a utilização de fosfato natural aumenta a produção de matéria seca e perfilhamento do capim braquiarão, e que com o passar do tempo de implantação da pastagem torna-se mais eficiente que o superfosfato triplo. Em trabalho realizado por Silverol e Machado Filho (2007) estudando a utilização do pó de granito para a fertilização de solos, observaram que nos tratamentos que tinham quantidades significativas de pó de rocha, as plantas de milho se desenvolveram adequadamente em comparação à testemunha. Embora esse resultado seja inferior à adubação química altamente solúvel, evidencia a importância a longo prazo, na melhoria da fertilidade de solos que apresentam sinais de degradação, especialmente nas pastagens. 2.4.3 Fosfatos naturais parcialmente acidulados (FNPAs) Em muitos países em desenvolvimento, diversos impostos têm restringido a importação de fertilizantes e isso tem criado uma situação em que os fertilizantes não estão disponíveis a parte dos produtores ou são muito caros. A alternativa em 41 depender de fertilizantes importados é explorar os recursos nativos, como as rochas fosfáticas, de modo a ampliar a eficiência dessas. Uma possibilidade é a acidulação parcial (HAMMOND; CHIEN; MOKWUNYE, 1986), em um custo inferior aquele necessário à produção dos fertilizantes convencionais, totalmente acidulados (BATIONO et al., 1990). Para tal, é necessário que as rochas fosfáticas não apresentem quantidades substanciais de óxidos de ferro e alumínio como impurezas em sua composição (MENON; CHIEN, 1990), para que não formem compostos fosfatados de baixa solubilidade durante o processe de acidulação. Os fosfatos naturais parcialmente acidulados (FNPA) são obtidos reagindo rochas fosfáticas, geralmente, com ácido sulfúrico (H2SO4) ou ácido fosfórico (H3PO4), em quantidades inferiores àquelas necessárias para produção do superfosfato simples ou triplo, respectivamente. O uso de FNPAs tem sido difundido na Europa e América do Sul desde Nordengen (1957), o pioneiro a reportar seu uso (RAJAN; MARWAHA, 1993; ZAPATA; ROY, 2004). A acidulação parcial das rochas fosfáticas pode ser um econômico meio de incrementar a eficiência agronômica de materiais de baixa solubilidade, impróprios para serem aplicados diretamente aos solos (MENON; CHIEN, 1990; DI et al., 1994). Por essa razão, extensos estudos foram e têm sido conduzidos em diversas regiões do mundo avaliando a eficiência de uso desses fertilizantes, entretanto, são escassos estudos envolvendo rochas fosfáticas nacionais. É relatado que os FNPAs são mais baratos em relação aos fosfatos totalmente acidulados devido à menor utilização de energia e reagentes por unidade de P no produto e, freqüentemente, são mais concentrados que o superfosfato simples (HAMMOND; CHIEN; MOKWUNYE, 1986; CHIEN; MENON, 1995). O nível de acidulação da rocha fosfática é usualmente expresso em termos de porcentagem. Por exemplo, quando 1/5 do ácido sulfúrico necessário para produzir superfosfato a partir de determinada RF é usado, o produto é denominado FNPA 20% H2SO4. O termo FNPA 20% H3PO4 refere-se ao produto utilizando 1/5 do ácido fosfórico requerido para produção do superfosfato triplo. É relatado por Zapata e Roy (2004) que a acidulação parcial com H3PO4 resulta em FNPAs contendo maior teor total e solúvel de P em relação à RF não acidulada. A acidulação parcial com H 2SO4 resulta em decréscimo no teor total de P devido à formação de sulfato de cálcio no 42 produto. De qualquer modo, o teor de P solúvel em água aumenta com o incremento do grau de acidulação, aumentando a eficiência do FNPA (RAJAN, 1986; GOEDERT; SOUSA, 1986; GOEDERT; REIN; SOUZA, 1990; HAGIN; HARRISON, 1993), porém, é necessário considerar o incremento no custo de produção do fertilizante. O custo dos FNPAs aumenta com o incremento no grau de acidulação, porém o teor de P do produto não aumenta proporcionalmente, devido à formação de compostos fosfatados insolúveis em água durante o processo de acidulação. Portanto, é desejável produzir um fertilizante com o menor grau de acidulação, de forma a não encarecer muito o produto, mas agronomicamente eficiente (RAJAN, 1986). Dados de pesquisas sobre a eficiência agronômica de fosfatos parcialmente acidulados mostram que alguns FNPAs de 40 a 50% de acidulação com H2SO4 ou 20 a 30% de acidulação com H3PO4 são tão eficientes quanto os fosfatos totalmente acidulados (HAMMOND; CHIEN; MOKWUNYE, 1986; BOLAN et al., 1990; RAJAN; MARWAHA, 1993; CHIEN; MENON, 1995; GHOSAL et al., 2003). As possíveis causas para a elevada eficiência agronômica dos FNPAs são: (i) o “priming effect” proporcionado pelo fosfato monocálcico (FMC) contido no FNPA e a maior exploração do sistema radicular por P; e (ii) a dissolução do FMC levando à formação de ácido fosfórico e, consequentemente, a reação desse ácido com parte da RF que ainda não havia reagido (acidulação secundária) (RAJAN, 1986; RAJAN; WATKINSON, 1992). Hammond, Chien e Mokwunye (1986) descrevem a possibilidade de obtenção de FNPA a partir de RF de baixa solubilidade, desde que não haja presença de elevados teores de óxidos de ferro e alumínio na estrutura, o que levaria a reversão do P solúvel a formas insolúveis durante o processo de acidulação com H 2SO4, ou seja, a precipitação de compostos do tipo Fe-Al-P. Vale ressaltar que as opiniões quanto à eficiência dos FNPAs são bastante contraditórias (STEPHEN, 1985; STEPHEN; CONDRON, 1986; RESSELER; WERNER, 1989; DI et al., 1994). De acordo com Stephen e Condron (1986), essas diferenças nas eficiências agronômicas relativas observadas se devem às distintas combinações de fatores dos fertilizantes, solos e plantas a que são submetidos os 43 experimentos. Experimentos foram conduzidos por Rajan (1986) usando três tipos de solos para determinar a biodisponibilidade de P a partir da RF da Carolina do Norte in natura e tratada com 20 e 50% de H3PO4 requerido para acidulação completa. Como planta teste foi utilizado o centeio e como fonte padrão de P foi usado o superfosfato triplo. Os dados de produção de matéria seca e de P absorvido mostraram que a eficiência das RFs parcialmente aciduladas foi significativamente superior à RF aplicada in natura e ao SFT. Chien e Hammond (1989) realizaram um estudo em casa-de-vegetação para comparar o efeito da capacidade de fixação de P do solo na eficiência agronômica relativa do fosfato de rocha de Huila (Colômbia), parcial e completamente acidulado. Os solos apresentavam capacidade de fixação de P entre 5,6% e 56,1%. Os resultados mostraram que a eficiência relativa do FNPA em aumentar a produção de matéria seca e absorção de P aumentou linearmente com o incremento na capacidade de fixação de P do solo, sendo superior à da fonte solúvel em água em solos de elevada capacidade de fixação de P. Vale salientar que o aumento na fixação reduziu a disponibilidade de P tanto do FNPA como da fonte solúvel, entretanto a redução foi menos significativa na fonte de menor solubilidade. Stephen e Condron (1986) relatam que o teor de fosfato monocálcico no FNPA é inferior aquele do superfosfato, assim há menor quantidade de P solúvel para ser fixada em um solo com alta capacidade de fixação do nutriente. Para Zapata e Roy (2004), idealmente, a acidulação parcial de determinada RF deveria ser considerada após o desenvolvimento de estudos que variam o tipo, a quantidade e concentração do ácido, a temperatura, o tipo de processo de mistura com o objetivo de solubilizar a maior quantidade de RF por um dado nível de adição de ácido. Segundo Bolland, Clarke e Yeates (1995), os fatores que ampliam a eficiência dos FNPAs são média a elevada reatividade das rochas fosfáticas e partículas de pequeno tamanho da RF, solos ácidos, de elevada capacidade de fixação de fósforo, cultivos de ciclo longo e, rotação de culturas. Porém, devido à relativa escassez de dados, principalmente em condições brasileiras, e à multiplicidade de fatores que interferem na determinação do grau de eficiência relativa de uma rocha fosfática parcialmente acidulada, definir conclusões 44 é extremamente difícil, mas admite-se que a acidulação parcial pode ser uma maneira de incrementar a eficiência das rochas fosfáticas em determinadas condições (STEPHEN; CONDRON, 1986), desde que essas não apresentem elevados teores de ferro e alumínio em sua composição (impurezas catiônicas), o que interferiria na eficiência agronômica dessas fontes devido à formação de compostos insolúveis desses elementos com o fósforo durante o processo de acidulação. 2.5 Mistura de fontes de diferentes solubilidades Fertilizantes que são similares em composição química aos FNPAs podem ser preparados pela compactação a seco sob pressão ou através de mistura da rocha fosfática com fertilizantes fosfatados solúveis, como superfosfatos simples, triplo, fosfatos mono e diamônicos (MENON; CHIEN, 1990; RAJAN; MARWAHA, 1993; CHIEN; MENON, 1995). Esses procedimentos são realizados com custo inferior ao necessário para produzir os fertilizantes convencionais, totalmente acidulados, a partir da mesma rocha, porém o teor de P solúvel em água dos produtos dependerá da relação entre RF e fertilizante fosfatado solúvel em água utilizada. A tecnologia de compactação ou mistura dos materiais fosfáticos de distintas solubilidades oferece a vantagem de utilizar rochas fosfáticas que não são adequadas para a acidulação parcial direta com H2SO4 devido à presença em sua composição de elevado teor de óxidos de ferro e alumínio, pois não há utilização do ácido sulfúrico nesta técnica, o que desfavorece a formação dos compostos fosfatados insolúveis. Existem evidências de que a eficiência das RFs, mesmo daquelas de baixa reatividade, é aumentada após compactação ou mistura com fósforo solúvel em água (CHIEN et al., 1987; MENON; CHIEN; GADALLA, 1991; PROCHNOW et al., 2004). É reportado por Zapata e Roy (2004) que, nessas condições, a compactação ou mistura da RF com fertilizantes fosfatados solúveis em água com relação de P de aproximadamente 50:50 pode levar ao uso agronômico e economicamente viável das RFs marginais em países em desenvolvimento. Prochnow et al. (2004) conduziram um estudo com o objetivo de investigar 45 sobre a eficiência agronômica potencial de fontes de P de baixa solubilidade produzidas a partir da RF de Patos de Minas (PM), a qual não é recomendada para aplicação direta nos solos devida à baixa reatividade e para produção comercial de fertilizantes fosfatados devido aos elevados teores de ferro, alumínio e silício em sua constituição. Para tal, realizaram experimento em casa de vegetação e os tratamentos foram: (i) superfosfato simples de elevada solubilidade (SSP); (ii) RF de PM; (iii) “low grade superphosphate” – produzido a partir da RF de PM, portanto de baixa solubilidade (LG SSP); (iv) RF de PM e SSP compactados na razão de P de 50:50 [RF + SSP(C)]; e (v) RF de PM e SSP misturados na razão de P de 50:50 [RF + SSP(M)]. As fontes de P foram aplicadas em solo com pH igual a 5,3 nas doses de 0, 10, 25, 50 e 100 mg kg-1 de P. Os autores verificaram que a EAR da RF de PM foi muito baixa devido à baixa reatividade dessa fonte. Não houve diferença significativa entre SSP, RF+SSP(C) e LG SSP em termos de produção de matéria seca, entretanto o tratamento RF+SSP(M) foi menos eficiente. Isso foi atribuído à eficiência reduzida do SSP em pó no tratamento RF+SSP(M) devido à maior fixação de P comparado com o SSP compactado em RF+SSP(C). Obtiveram as seguintes EARs para produção de matéria seca: SSP = 100%, RF de PM = 30%, LG SSP = 99%, RF+SSP(C) = 95%, RF+SSP(M) = 86%. Realizando algumas comparações observaram que o P absorvido da RF no tratamento RF+SSP(C) foi muito maior em relação à aplicação da RF somente na mesma dose RF-P aplicada. Por exemplo, o P absorvido na dose de 25 mg kg-1 de P aumentou de 1 mg kg-1 de P com a aplicação da RF somente para aproximadamente 9 mg kg-1 de P com a RF aplicada em RF+SSP(C). Portanto, foi possível inferir que o SSP estimulou a eficiência da RF na mistura. Dessa maneira, verifica-se que grande parte dos produtos parcialmente acidulados, seja por ácidos, pela compactação ou pela mistura com fertilizantes fosfatados solúveis em água, contendo, portanto, componentes fosfáticos solúveis em água e também de lenta liberação de P, têm sido tão eficientes quanto os superfosfatos logo a partir da aplicação. Assim, existe a necessidade de avaliar se os componentes fosfatados de lenta liberação de P contidos nesse tipo de fertilizante oferecem vantagens a longo prazo sobre o uso dos superfosfatos (MACKAY; WEWALA, 1990). Em relação ao efeito residual, Mackay e Wewala (1990) desenvolveram um 46 estudo por dois anos comparando as fontes de P de menor solubilidade (RF reativa da Carolina do Norte compactada com superfosfato simples; RF reativa da Carolina do Norte parcialmente acidulada; fosfato natural da Carolina do Norte) com superfosfato simples no cultivo de trevo. Concluíram que no primeiro ano, tanto a acidulação como a compactação estimulou muito mais significativamente o desenvolvimento das plantas em relação à aplicação do fosfato natural. Entretanto, no segundo ano de cultivo observaram maior efeito residual do fosfato natural em relação ao superfosfato simples e às fontes parcialmente aciduladas. No caso da RF apresentar a mesma eficiência agronômica quando aplicada compactada com fonte solúvel de P ou parcialmente acidulada, a escolha pela modificação dependerá de considerações econômicas, ou seja, de qual processo é menos oneroso, a compactação ou a acidulação. Segundo Zapata e Roy (2004), a acidulação parcial e granulação química são processos mais dispendiosos do que a compactação, que não envolve nenhum processo de secagem, reduzindo o preço e a energia necessários ao processo de produção. De acordo com Bolan, White e Hedley (1990), para países em desenvolvimento, a adição de superfosfatos às rochas fosfáticas nativas pode ser uma alternativa para prover uma fonte solúvel de P no estabelecimento das culturas. Assim, sugere-se a técnica de compactação ou mistura de rochas fosfáticas com fonte fosfatada de elevada solubilidade em água como uma alternativa para incrementar a eficiência agronômica de materiais fosfáticos de baixa reatividade, impróprios ao processo tradicional de acidulação por conter elevados teores de ferro e alumínio, que poderão ser agronomicamente eficientes em solos com elevada capacidade de fixação de P, como é o caso da maioria dos solos brasileiros. 3 SOLUBILIZAÇÃO DE ROCHA FOSFÁTICA POR MATERIAIS ORGÂNICOS No decorrer da pedogênese e em ecossistemas com baixa disponibilidade de fósforo, as comunidades de microrganismos e de plantas devem ser capazes de absorver o P a partir de baixas concentrações na solução do solo. Desse modo, é necessário o desenvolvimento de mecanismos próprios e de naturezas diversas, como a solubilização de minerais contendo fosfatos, a produção e liberação de ácidos orgânicos, a formação de substâncias complexantes ligadas ao P ou de 47 ânions que possam competir pelos sítios de adsorção (AE et al., 1990), além de outros mecanismos, de forma a disponibilizar maior quantidade do nutriente às culturas. Gikonyo et al. (2006) relatam que várias técnicas têm sido utilizadas no intuito de aumentar a eficiência das RFs e uma bastante atrativa inclui integrar RF com materiais orgânicos. Estes autores citam trabalhos que têm mostrado estímulo na dissolução da RF com adição de material orgânico, incluindo Gaur e Ostwall (1972), Dhliwayo (1999) e Ikerra, Mnkeni e Singh (2004). Gikonyo et al. (2006) avaliaram o efeito residual de diferentes fertilizantes fosfatados, dentre eles o superfosfato triplo, RF de Gafsa (elevada reatividade) e RF de Christmas Island (baixa reatividade), com e sem adição de resíduo orgânico em pastagens. Verificaram que para a RF de baixa reatividade houve incremento significativo na produção de massa seca quando foi adicionado resíduo orgânico a essa fonte em relação à aplicação da RF somente, sugerindo efeito do material orgânico na solubilização do P contido na RF. De acordo com Kpomblekou-A e Tabatabai (2003), os ácidos orgânicos desempenham uma importante função na dissolução, transporte e concentração de elementos na superfície da Terra, assim como na formação de solos e na nutrição de plantas, devido à formação de complexos solúveis com elementos provenientes das rochas e minerais. Nesse sentido, esses pesquisadores realizaram um trabalho com ácidos orgânicos de baixo peso molecular (AOBPM) de livre ocorrência, ou seja, produzidos no solo como metabólitos microbianos ou exsudatos de plantas, originados de células vivas ou mortas, representando uma nova perspectiva nas pesquisas sobre rochas fosfáticas. Estudaram a liberação de P de diversas rochas fosfáticas, de distintas reatividades, usando alguns AOBPM, além do ácido sulfúrico. Concluíram que os ácidos orgânicos foram eficientes na liberação de P das rochas fosfáticas de baixa (65,5 mmol kg-1 de RF) e média (55,1 mmol kg-1 de RF) reatividades e ineficientes para aquelas de alta reatividade (11,1 mmol kg-1 de RF). Esses resultados concordam com pesquisa realizada por Harold e Tabatabai (2006), em que as liberações de P foram positivamente correlacionadas com a presença de ácidos orgânicos, sugerindo serem promissores em relação à obtenção de incrementos nos teores de P biodisponíveis em solos adubados com rochas 48 fosfáticas. Os ácidos orgânicos de baixo peso molecular contêm vários grupos funcionais que podem exercer função significativa na dissolução de rochas fosfáticas (BOLAN et al., 1994; HAROLD; TABATABAI, 2006). A eficiência desses ácidos em aumentar a disponibilidade de P às plantas depende do valor de pH do solo, do tipo de ânion orgânico e da persistência destes ânions no solo (KIRK, 1999; SINGH; AMBERGER, 1995). Bhatti, Comeford e Johnston (1998) observaram que a adsorção do fosfato do solo diminui na presença de oxalato e matéria orgânica. Lopes Hernandez, Siegert e Rodriguez (1986), trabalhando com amostras de solos tropicais, concluíram que malato e oxalato eram mais rapidamente adsorvidos pelo solo do que o fosfato, e que esses ânions, quando presentes na rizosfera, podem aumentar a disponibilidade de P para as plantas. A redução na adsorção de P pelo solo, segundo esses autores, depende da forma como são adicionados o fosfato e os ânions orgânicos. A máxima redução na adsorção de P pelo solo ocorreu quando o fosfato e o ânion orgânico foram aplicados juntos, ou quando a adição do ânion orgânico precedeu à do fosfato. Os efeitos da aplicação de rochas fosfáticas tratadas com ácidos orgânicos (AO) no desenvolvimento e absorção de nutrientes pela grama italiana foram avaliados por Sagoe et al. (1998) em experimento conduzido em casa-de-vegetação. As RFs foram provenientes de diversos países (China, EUA, Jordânia, Sri Lanka, Togo e Tanzânia) e foram tratadas com 1 M de ácido tartárico ou oxálico na proporção de 2,5 mL g-1 de RF. As RFs tratadas com ácido organic continham de 12 a 31% de P solúvel em água e foram aplicadas na dose de 50 mg vaso -1 de P. Foram incluídos mais dois tratamentos: as RFs não tratadas e superfosfato simples. Observaram que a recuperação de P das RFs tratadas com AO, calculada por unidade aplicada de P solúvel em água, foi de 52 a 111%, comparado com 52% obtido a partir do SPS. Verificaram também que as RFs tratadas com AO aumentaram significativamente tanto a produção de matéria seca como a absorção de P em relação à testemunha e às RFs aplicadas sem tratamento e a quantidade de P solúvel em água foi positivamente correlacionada com essas duas variáveis. Esses incrementos em matéria seca e absorção de P não foram equivalentes ao SPS, porém essas RFs tratadas com AO supriram adequadamente o P inicial 49 requerido pelas plantas. Wolthoorn et al. (2004), em estudos de laboratório, confirmam que em um meio onde estão presentes compostos orgânicos, Fe +2 e PO4-3, os ácidos orgânicos presentes atraem os íons Fe2+, preferencialmente aos íons PO4-3, deixando esses livres para serem absorvidos pelas plantas. Guppy et al. (2005) apontam a necessidade de pesquisas focadas nas interações entre o P e o carbono orgânico em solos altamente intemperizados usando matéria orgânica, ácidos orgânicos de baixo e alto peso molecular, e aplicação de fertilizantes fosfatados em doses adequadas em condições de campo. São escassas as pesquisas que avaliam a eficiência agronômica de rochas fosfáticas misturadas a materiais orgânicos, tornando-se difícil a recomendação dessa técnica para ampliar a solubilidade dos compostos fosfatados presentes. 4 OUTRAS FONTES ALTERNATIVAS DE FÓSFORO Outra alternativa bastante reportada é a utilização de microrganismos com possibilidade de promover a solubilização de rochas fosfáticas (ARCAND; SCHNEIDER, 2006; STAMFORD et al. 2007). Por exemplo, espécies de Acidithiobacillus reagem com enxofre elementar produzindo ácido sulfúrico, podendo incrementar a disponibilidade de P no solo pela elevação da solubilidade da RF, fornecendo fósforo para o processo de desenvolvimento das plantas. Uma vez que resultados prévios indicaram que somente a mistura de RF com enxofre elementar não aumentava significativamente a disponibilidade de P, a adição de um componente biológico se faz necessária, levando à denominação do produto final de biofertilizante. De acordo com Nahas (1999), os efeitos da aplicação de enxofre elementar inoculado com Acidithiobacillus na solução do solo necessitam ser avaliados e comparados com aqueles proporcionados pelos fertilizantes fosfatados solúveis e pelos fosfatos naturais, pois o ácido sulfúrico produzido nas reações biológicas pode reduzir o pH do solo, introduzindo ou ampliando problemas relacionados à toxidez por alumínio. A inoculação dos microrganismos pode ser realizada também através da peletização, porém Santos (2002) observou menores vantagens promovidas pelo 50 processo, já que esse parece reduzir a produção de ácido sulfúrico devido ao limitado “input” de oxigênio e água, essenciais à oxidação do enxofre. 5 ADUBAÇÃO FOSFATADA E SUA INFLUÊNCIA NA PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS O fósforo (P) é o nutriente mais limitante da produtividade de biomassa em solos tropicais. Os solos brasileiros são carentes de P, em consequência do material de origem e da forte interação do P com os coloides do solo, uma vez que menos de 0,1% deste elemento encontra-se na solução do solo (CORRÊA, 2004). É um nutriente importante no metabolismo das plantas, desempenhando papel na transferência de energia da célula, na respiração e na fotossíntese (GRANT et al., 2001). Para gramíneas tropicais, o fósforo é um nutriente importante para o desempenho na produção de forragem, principalmente na fase de estabelecimento da pastagem (WERNER, 1986), influenciando principalmente no crescimento das raízes e perfilhamento das plantas (LOBATO et al, 1986). Segundo Nascimento et al. (2002) as forrageiras respondem expressivamente à adubação fosfatada, resultando em prática economicamente viável no estabelecimento e na manutenção de pastagens. O desenvolvimento e estabelecimento das forrageiras são influenciados pela disponibilidade de P no solo. A deficiência desse elemento causa distúrbios no metabolismo e desenvolvimento das plantas, tais como, crescimento lento, perfilhamento reduzido e sistema radicular pouco desenvolvido, comprometendo a produtividade das plantas forrageiras (WERNER, 1986). Assim, a presença de P (adubação fosfatada) é essencial para o estabelecimento de pastagens (CORRÊA et al.,1993). A eficiência do fósforo é influenciada por diversos fatores como, classe de solo, fonte, forma de aplicação, dose, entre outros. Assim, o manejo da adubação deve favorecer a absorção e diminuir os processos de fixação pelo solo e, consequentemente, aumentar o aproveitamento do P pelas plantas (NOVAIS; SMYTH, 1999). A adubação fosfatada é considerada importante para o desenvolvimento da planta, ocorrendo, de modo geral, maiores respostas em produção até a faixa de 51 200 kg de P2O5 ha-1 (CORRÊA et al., 1997a; CORRÊA et al., 1997b). As fontes mais eficientes são as solúveis, tais como o superfosfato simples (20% de P 2O5), o superfosfato triplo (46% de P2O5), o fosfato monoamônio - MAP (50% de P2O5), e o fosfato diamônio - DAP (46% de P2O5), seguido dos termofosfatos (18% de P2O5) e dos fosfatos parcialmente acidulados (25 a 30% de P2O5). O fósforo total, presente no solo, pode ser encontrado em formas inorgânicas e orgânicas (OLIVEIRA et al., 2009). Quando em forma inorgânica (ânions fosfato) pode ser retirado da solução do solo por meio das reações de retenção (fixação + precipitação) (MARSCHNER; SOLAIMAN; RENGEL, 2007). Os baixos teores de P existentes no solo e a elevada capacidade de reagir no solo, formando compostos insolúveis, explicam sua baixa disponibilidade na solução do solo (THANHNGUYEN; MARSCHNER, 2005; RESENDE et al., 2011). 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMOWSKI, E. V.; BOLDRINI, K. R.; PAGLIARINI, M. S.; VALLE, C. B. Caracterização citogenética de acessos de Brachiariahumidicola (Gramineae). 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O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, em um arranjo fatorial 4 x 4 , composto por quatro fontes de P: Superfosfato Triplo (SFT), FH Pastagem (FHP), Rejeito de Rocha Fosfática (RRF) e Fosfato Reativo de Bayóvar (FRB) e quatro doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg de P2O5). O capim Piatã foi cultivado durante três cortes para caracterização do número de perfilhos, produção de massa verde, massa seca do colmo, da folha e total, e massa das raízes. A aplicação do fósforo pelas quatro fontes avaliadas promoveu incrementos diferentes na produção de massa seca da parte aérea e das folhas, massa verde da parte aérea, massa da raiz e número de perfilhos do capim Piatã, indicando aumento da produção de forragem. Os melhores resultados no corte 1, corte 2 e corte 3 foram obtidos com a utilização das fontes FHP e FRB. O capim Piatã apresenta respostas positivas à aplicação do RRF como fonte de fósforo, podendo ser uma alternativa para adubação fosfatada, pois o mesmo conseguiu suprir as necessidades da planta. Palavras-chave: adubação fosfatada; rochagem; superfosfato triplo; fosfato Bayòvar; 68 EFFECT OF SOURCES AND PHOSPHORUS DOSES ON GRASS PRODUCTION PIATÃ Abstract The cerrado soils have mostly high capacity phosphorus fixation (P) depending on the acidity and the source material. This causes the phosphorus fertilization is essential for this is not a limiting factor in the establishment of pastures thus improving the quality and production of Piata grass. The objective of this study was to evaluate the production of grass Piatãsubmetido to phosphorus sources and doses. The experiment was conducted in a greenhouse, each plot was formed by a vessel containing 5.0 dm3 of soil, totaling 64 vessels. The experimental design was completely randomized, with four replications, in a factorial arrangement 4 x 4, consisting of four P sources: Triple superphosphate (TSP), FH Grasslands (FHP), Waste of Phosphate Rock (RRF) and Reactive Phosphate Bayóvar (FRB) and four phosphorus doses (45, 90, 135 and 180 kg P2O5). The Piata grass was grown for three cuts to characterize the number of tillers, green mass yield, dry matter of the stem, leaf and total and mass of raízes.A application match the four evaluated sources promoted different increases in mass production shoot dry and leaves, shoot fresh weight, root mass and number of tillers Piata grass, indicating an increase in forage production. The best results in cutting 1, cut 2 and cut 3 were obtained with the use of FHP and FRB sources. The grass Piata presents positive responses to the application of the RRF as phosphorus source and may be an alternative to phosphate fertilizer, because it could meet the needs of the plant. Keywords: phosphate. phosphate fertilizer; stonemeal; triple superphosphate; Bayovar 69 1 INTRODUÇÃO A cada ano a pecuária brasileira ganha mais espaço e força tanto no mercado nacional como no exterior. Essa afirmação é baseada em números: de acordo com dados divulgados no Relatório Anual 2015 sobre o Perfil da Pecuária no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ANUALPEC, 2015) o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro representou 22% no PIB total do País. Somente a pecuária gerou riqueza de R$ 333 bilhões e foi responsável por cerca de 30% do PIB do agronegócio, valor que representa 6,9% do total brasileiro. O cultivo de espécies forrageiras apresenta grande importância para a pecuária brasileira, sendo 20% do território nacional ocupado por pastagens (ANUALPEC, 2015). As pastagens são a principal fonte de alimentação para os ruminantes no Brasil. Gramíneas forrageiras do gênero Brachiarias e destacam por serem cultivadas em grandes áreas e são responsáveis pela maior parte do mercado de sementes e pelo incremento na produtividade animal. No Brasil, grande parte das áreas de pastagens apresenta problemas relacionados à fertilidade do solo, principalmente, quanto ao manejo da adubação com fósforo (P). Dentre os fatores que mais limitam a qualidade das pastagens, a baixa disponibilidade de nutrientes, principalmente o fósforo, destaca-se interferindo na produtividade e na qualidade das forrageiras tropicais (MESQUITA et al., 2004). Atualmente, existem diversos fertilizantes fosfatados, nos quais o P tem solubilidade diferenciada, bem como, eficiência agronômica. A forrageira Brachiaria brizantha (Urochloa brizantha) cv. Piatã vem ganhando espaço nas áreas destinadas ao cultivo de pastagens por ser considerada produtiva, apresentar maior acúmulo de folhas, maior tolerância a solos com má drenagem (PIMENTA, 2009) e apresentar boa aceitação pelos animais, dentre as diversas espécies do gênero (VALLE ., 2007). 70 No entanto, em sistemas mais produtivos alguns fatores de produção, como a adubação fosfatada equilibrada para a forrageira, ainda podem ser considerados indefinidos. Em solos ácidos, típicos de regiões do Cerrado, altas produtividades de culturas perenes, como as pastagens, dependem da aplicação de doses de P várias vezes maiores que aquela exigida pela cultura (BULL et al., 2004). Isso ocorre porque apenas uma pequena fração do P aplicado torna-se disponível para as plantas em virtude da alta capacidade de adsorção em grande parte dos solos tropicais (PHEAV et al., 2003). A interação específica do fósforo com os solos de clima tropical e sua importância no aumento da produção de forrageiras, condicionam a necessidade do uso eficiente de P para uma produção satisfatória e sustentável (ARAÚJO et al., 2005). A utilização de fontes de P de alta solubilidade (fosfatos reativos) vinculadas a fosfatos de baixa solubilidade (fosfatos naturais) pode equilibrar a nutrição fosfatada em forrageiras perenes aumentado a qualidade e a produção de forrageiras (SOARES et al., 2007) reduzindo o custo monetário de produção. Os fertilizantes fosfatados são classificados quanto a sua solubilidade em água ou ácido fraco (CAIONE et al., 2011). As fontes de P mais solúveis possuem maior eficiência agronômica em curto prazo, mas apresentam maior tendência a perdas por retenção no solo à medida que aumenta o tempo de contato do fertilizante no solo (BHATTI; YAWAR, 2010). Efeito contrário pode ser observado em fontes de menor solubilidade (PRADO et al., 2011). O requerimento de grandes quantidades de fosfatos na correção da fertilidade da maioria dos solos brasileiros, e a ausência de reservas abundantes de rochas fosfatadas de boa qualidade no País, associados ao elevado custo dos fertilizantes, justificam estudos para otimizar a eficiência no uso de adubos fosfatados. A grande variação na solubilidade dos fosfatos, seja ele natural, ou industrializado, a interação do fertilizante com os componentes do solo, a forma de utilização, e as características da planta cultivada, são fatores que reforçam ainda mais a necessidade de estudos voltados para adubação fosfatada. Objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito de diferentes fontes e doses de fósforo na produção do capim Piatã no sul do estado do Tocantins. 71 2 MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado em casa de vegetação, no Campus Universitário de Gurupi, da Universidade Federal de Tocantins (UFT), localizada na latitude 11º43’45”S e longitude 49º04’07”W e altitude de 280 m, no município de Gurupi. A classificação climática, segundo Köppen. (1931) é do tipo B1wA‟a‟ úmido com moderada deficiência hídrica. A temperatura média anual varia de 22 a 32ºC, com umidade relativa média do ar em torno de 76%, precipitação anual média de 1.400 mm. O período para realização do trabalho foi de janeiro a agosto de 2015. O experimento foi implantado em casa de vegetação, em vasos. O solo utilizado para o preenchimento dos vasos foi um Latossolo Vermelho Amarelo distrófico, franco argiloso (EMBRAPA, 2013), retirado da camada sub superficial, que após a análise apresentou os seguintes resultados: pH CaCl 2 = 5,8; MO = 0,7 dag kg-1, P-Mehlich = 0,5 mg dm-3; K = 19 mg dm-3; Ca = 0,1cmolc dm-3; Mg = 0,1 cmolcdm-3; Al= 0,0 cmol dm-3; (H + Al) = 1,30 cmolcdm-3; SB = 0,25 cmolc dm-3; V = 16,0 %, T = 1,55 cmolc dm-3; Zn = 0,1 mg dm-3; Fe = 4 mg dm -3; Mn = 0,4 mg dm-3 ; Cu = 0,1 mg dm-3; B = 0,1 mg dm-3; S = 2,0 mg dm-3; argila = 448 g kg-1, silte = 62 g kg-1 e areia = 490 g kg-1. Cada parcela experimental foi formada por um vaso, contendo 5,0 dm 3 de solo, totalizando 64 vasos. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, em um arranjo fatorial 4 x 4 , composto por quatro fontes de P: superfosfato triplo (SFT), FH Pastagem (FHP), rejeito de rocha fosfática (RRF) e fosfato reativo de Bayóvar (FRB) e quatro doses de fósforo, sendo utilizadas o equivalente a: 45, 90, 135, 180 kg ha -1de P2O5, obtidas conforme as recomendações (VILELA et al., 2007), a partir dos resultados da análise de solo e da necessidade do capim, sendo considerado 90 kg ha-1 a dose ideal. As fontes foram escolhidas por conveniência de mercado e por sua solubilidade, onde a SFT possui alta solubilidade, o FHP sendo uma mistura de superfosfato simples e fosfato natural reativo de Djebel também tem solubilidade inicial alta, o FRB sendo parcialmente soluvel e o RRF de baixa solubilidade. As doses foram escolhidas levando em consideração a dose recomendada por Vilela et al.(2007). 72 Segue a descrição das fontes utilizadas no trabalho: O superfosfato triplo (SFT), na forma granulado possui de 41% P 2O5 total, 38% de P2O5 solúvel em água, 3% de P2O5 solúvel em citrato de amônia e 7% de Ca. É um fertilizante considerado de alta solubilidade, obtido por uma mistura estequiométrica de H3PO4 com fosfatos naturais (apatitas), dissolvendo rapidamente no solo (NOVAIS et al., 2007). O fosfato reativo de Bayóvar (FRB), na forma farelado possui 26% P 2O5 total, é de origem sedimentar e orgânica, formado pela deposição e posterior decomposição de restos de animais marinhos, sendo proveniente da região de Bayòvar (Sechura) no Peru. O rejeito de rocha fosfática (RRF), na forma de pó possui 23,6% de P 2O5 total, contendo 11,3% de CaO e 4,68% de Fe2O3, oriundo da região de Luís Eduardo Magalhães-BA. O FH pastagem (FHP), na forma farelada possui 31% de P 2O5 total, 16% de P2O5 Solúvel Ácido Cítrico e 10% de P2O5 Solúvel em água além de 23% de Ca e 6,5% de S, sendo uma mistura comercial de superfosfato simples e fosfato natural reativo Djebel. Todas as parcelas receberam calagem, calculada através do método da saturação por bases visando elevar a saturação por base para 45%, de acordo com orientações de Vilela et al. (2007). Os tratamentos com fertilizantes fosfatados foram aplicados às parcelas após 40 dias da aplicação do calcário no solo. A quantidade aplicada de cada fonte de fósforo foi determinada levando-se em conta o teor de P2O5 total. A semeadura foi realizada em 28 de dezembro de 2014, com aproximadamente 20 sementes por vaso da Brachiaria brizanta cv. Piatã, na profundidade de 2 cm abaixo da superfície do solo, na mesma ocasião da adubação fosfatada. A irrigação foi realizada adotando-se um turno de rega de dois dias, onde se aplicou 800 mL de água em cada vaso, quantidade (60%) necessária para deixar o solo em sua capacidade de campo. Aos 15 dias após a semeadura foi realizado o primeiro desbaste eliminando 50% das plantas presentes no vaso; aos 21 dias após a semeadura foi realizado o segundo desbaste no final do qual permaneceram apenas as 7 plantas por vaso e os 73 parâmetros utilizados para a seleção das plantas foram homogeneidade, tamanho e a posição dentro do vaso. Aos 60 dias após a semeadura foi realizado o corte de uniformização a 15 cm de altura do solo. Durante o desenvolvimento das forrageiras, foram realizadas adubações nitrogenadas e potássica em cobertura, aplicando-se o equivalente a 150 e 100 kg ha-1 de cada nutriente, respectivamente, parceladas em três aplicações no período compreendido entre cada corte. A partir do corte de uniformização foram realizados três cortes, com intervalos de 40 dias e a 15 cm de altura do solo. Em cada corte avaliou-se o número de perfilho por vaso (PERF), a massa verde da parte aérea (MVPA) e a massa seca da parte aérea (MSPA), que foi subdividida em massa seca das folhas (MSF) e massa seca do colmo (MSC). A forrageira coletada foi seca em estufa de circulação forçada a 65ºC, até atingir massa constante. Após o último corte foi determinada a massa seca de raiz (RAIZ). As raízes foram separadas do solo, lavadas com água deionizada, secas em estufa de circulação forçada a 65ºC, até atingir massa constante e pesadas. As análises estatísticas foram realizadas, utilizando o SISVAR (FERREIRA, 2008). Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F), teste de comparação de médias (teste de Tukey) e análise de regressão. A interação fontes e doses foi desdobrada, quando significativa (p ≤ 0,05). O efeito das doses de adubo fosfatado foi avaliado por análise de regressão. A escolha dos modelos baseou-se na significância dos coeficientes linear e quadrático, por meio do teste “t”, de Student (P ≤ 0,05) e no coeficiente de determinação, Para os gráficos, a escolha do modelo ao qual os resultados mais se ajustavam baseou-se no nível de significância de 5% e nos coeficientes de determinação (R2). 74 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 está apresentado o resumo das análises de variância de três cortes do capim Piatã referente a número de perfilhos (PERF), massa verde da parte aérea (MVPA), massa seca do colmo (MSC); massa seca das folhas (MSF); massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca da raiz (MSR) em função de fontes e doses de fósforo, pelo teste F. Tabela 1 - Resumo da análise da variância para as seguintes variáveis: Número de perfilhos (PERF; unidade), Massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1); Massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), Massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (MSR; g vaso-1) de capim Piatã submetido a fontes e doses de fósforo no primeiro, segundo e terceiro corte. F.V. GL Fonte (F) 3 PERF 357,7** Dose (D) 3 163,1** ns MVPA 2334,4** 975,3** 72,1 0,96 0,74 13,3 24,4 5,8 4,3 1,5 27,8 34,7 33,1 31,1 55,9 Resíduo 48 13,6 Média - CV(%) - F.V. GL Fonte (F) 3 PERF 975,3** MVPA 17330,1** Dose (D) 3 279,8** 3086,2** FxD 9 Resíduo 48 31,6 Média - 25,0 F.V. GL 18,6 54,1 ns 22,5 Fonte (F) 3 PERF 892,2** Dose (D) 3 202,8** FxD 9 Resíduo 48 ns 7,2** 1,7 9 - MSC 9,8** 2,7* 12,3** 3,7 FxD CV(%) Corte 1 Quadrados Médios MSPA MSF 116,3** 60,4** 54,4** 33,6** 59,9 ns 41,9 220,2** Corte 2 Quadrados Médios MSPA MSF 460,9** 333,1** MSC 13** ns 131,2** * 50,6 * 52,7* ns 17 1,4 4,9** 724,2 21,9 14,7 1,7 86,7 19,7 14,9 4,1 31 23,7 25,7 32,1 1022,5 ns MVPA 6522,8** 1719,6** 505,9* 183,2 Corte 3 Quadrados Médios MSPA MSF 306,2** 273,5** 93,3** 79,6** 27,2 ns 20,8 14,7 ns 15,7 MSC ns 0,93 ns 0,95 2,7 ns 1,3 MSR 315,1** 164,5** 196,6** 44,3 22,4 18,8 3,6 21,9 Média 24,9 59,7 CV(%) 25,9 22,7 20,3 21,1 32 30,3 ns * ** valor não significativo ao nível de 5% de probabilidade de erro, pelo teste F. e valor significativo ao nível de 5% e 1% de probabilidade de erro, respectivamente pelo teste F. GL = graus de liberdade, CV = coeficiente de variação. 75 No corte1 verifica-se que houve diferença significativa (p≤0,05) para MSC com relação à dose, para os demais parâmetros avaliados em relação às fontes e doses aplicadas houve diferença significativa (p ≤ 0,01), já a interação dessas foi significativa com exceção do PERF e da MSC que não houve significância (Tabela 1). No corte 2 o efeito da fonte foi significativo para todas as variáveis estudadas (p ≤ 0,01). No que diz respeito às doses, apenas na MSC não se observou diferença significativa. A interação fonte x dose foi significativa apenas para MSC e MSPA (Tabela 1). No corte 3 analisando a fonte e a dose separadamente, apenas na MSC não houve diferença significativa (p ≤ 0,01). Com respeito à interação fonte x dose apenas a MVPA (p ≤ 0,05) e a MSR (p ≤ 0,01) apresentaram diferença estatística significativa. Os coeficientes de variação no corte 2 e no corte 3 foram menores em relação ao corte 1(Tabela 1). Constatou-se ainda que o coeficiente de variação (CV) de alguns parâmetros está elevado, o que não é considerado como inadequado, pois, segundo Blum (1988) estudo englobando estresse mineral podem apresentar valores mais elevados de coeficiente de variação (Tabela 1). Os resultados da Tabela 1 demonstram que com a adubação fosfatada houve um incremento na produção em relação aos parametros avaliados. Segundo Malavolta (2006), o P promove maior crescimento da forrageira principalmente por desempenhar função estrutural na planta além de fazer parte de compostos orgânicos como o ATP, os aminoácidos e de todas as enzimas e assim participa de diversos processos metabólicos, em especial no processo de transferência e de armazenamento de energia. Os resultados do número de perfilhos (PERF), produção de massa verde da parte aérea (MVPA), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca de folhas (MSF), massa seca de colmos (MSC) e massa seca de raiz (MSR) mostraram haver diferenças significativas (p≤0,05) entre as fontes de fósforo avaliadas (Tabela 2). 76 Tabela 2. Valores médios do número de perfilhos (PERF, unidade), massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1), massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (MSR; g vaso-1) de plantas de capim Piatã submetido a fontes de fósforo no sul do estado do Tocantins em 2015. Variáveis Analisadas MSPA MSF MSC MSR Corte 1 SFT 14,7a 35,1a 8,1a 5,7a 2,4a FHP 15,7a 29,2a 6,8a 5,2a 1,6a FRB 16,3a 26,1a 6,5a 4,8a 1,7a RRF 6,3b 7,2b 1,9b 1,4b 0,5b Corte 2 SFT 24,1b 83,3b 18,2b 13,7b 4,5a FHP 31,1a 117,0a 24,5a 19,4a 5,1a FRB 30,5a 104,6ab 21,5ab 17,5ab 4,0ab RRF 14,3c 42,1c 12,1c 9,1c 2,9b Corte 3 SFT 21,1b 40,8b 18,1b 14,8b 3,4a 24,2a FHP 31,1a 83,9a 26,9a 23,2a 3,8a 24,0a FRB 31,4a 68,6a 25,3a 21,5a 3,8a 24,3a RRF 16,4b 45,5b 19,3b 15,9b 3,4a 15,3b Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. SFT (superfosfato triplo); FHP (FH pastagem); FRB (fosfato reativo de Bayóvar); e RRF (rejeito de rocha fosfática). Fontes de P PERF MVPA No corte 1 com relação ao PERF, MVPA, MST, MSF e MSC, somente a fonte rejeito de rocha fosfática (RRF) diferiu estatisticamente (p≤0,05) das demais. Isso pode ser explicado pela baixa solubilidade da fonte rejeito de rocha fosfática (RRF) em relação às demais fontes, mesmo com uma baixa demanda por P nesta fase de desenvolvimento da cultura (Tabela 2). Indicando que a adubação fosfatada proporciona grande influência no estabelecimento das pastagens sendo sua aplicação responsável por 80% do perfilhamento de espécies forrageiras (MESQUITA et al., 2010). No corte 2 com relação ao número deperfilhos (PERF) as fontes FHP e FRB proporcionaram maior perfilhamento (p≤0,05) ao capim Piatã, sendo superior ao SFT. A fonte RRF foi a que promoveu menor (p≤0,05) perfilhamento ao Piatã. O efeito das fontes nas variáveis MVPA, MSPA, MSF e MSC apresentou o mesmo comportamento, observa-se que a fonte FHP foi superior (p≤0,05) nas variáveis citadas e a fonte RRF foi a que apresentou menor efeito (p≤0,05) (Tabela 2). No corte 3 as fontes que proporcionaram maior PERF, MVPA, MSPA e MSF foram FHP e FRB, sendo significativamente (p≤0,05) superiores às fontes SFT e RRF, que não diferiram entre si. Mesmo a fonte SFT sendo a mais solúvel das fontes 77 testadas, no corte 3 isto não foi verificado para as variáveis acima listadas, pois o efeito dessa fonte foi igual ao da fonte menos solúvel que é a RRF, isto pode ser explicado pela alta solubilidade do P que pode ter sido utilizado pelas plantas nos cortes 1 e 2, ficando assim menos disponível no corte 3. Destaca-se a fonte RRF neste corte 3 por apresentar efeito semelhante à fonte SFT. Fontes de baixa solubilidade necessitam de um maior tempo para liberação do P à solução do solo para então ser absorvido pelas plantas (Tabela 2). No corte 3, a eficiência das fontes FHP e FRB já pôde ser perceptível, contribuindo para o acréscimo no PERF, MVPA, MSPA e MSF. Essa resposta do capim Piatã corrobora com os resultados observados por Soares e Macedo (1988), onde afirmam que, com o decorrer do tempo, as fontes menos solúveis de fósforo tendem a aumentar a produção pelo aumento de sua reatividade e por apresentarem maior efeito residual. Em relação a MSR, avaliada após o corte 3, observa-se que as fontes SFT, FHP e FRB propiciaram maiores MSR ao capim Piatã, não havendo diferença significativa entre elas. A fonte RRF foi a que menor MSR proporcionou (Tabela 2). O fósforo proporciona aumento de raízes e desenvolvimento de plantas, melhorando a eficiência na utilização de água, pois tem um papel importante no desenvolvimento radicular e perfilhamento das gramíneas, principalmente na fase de implantação (REZENDE et al., 2011). Os fosfatos de baixa solubilidade, por apresentarem menor disponibilidade imediata no solo, tornam-se insuficientes para manter uma concentração mínima de P na solução do solo e junto à raiz. Isso proporciona um menor desenvolvimento radicular (NOVAIS et al., 2007). Associado a este fato, a presença de calcário promove a neutralização dos íons hidrogênio em solução, causando menor solubilização do FRB, liberando menos fósforo para a solução do solo (RAIJ, 2011). Esses resultados da Tabela 2 indicam que, nas condições avaliadas a fonte de Pcom alta solubilidade (SFT); a fonte que na sua composição tem mistura de P solúvel e parcialmente solúvel (FHP); e a fonte de P, que é um fosfato natural reativo de origem sedimentar e orgânica (FRB), favoreceram mais o desenvolvimento do capim Piatã que uma fonte de P de baixa solubilidade (RRF).A fonte RRF foi a que proporcionou menor desenvolvimento ao capim Piatã, observado nos menores 78 valores das variáveis estudadas. Isto está relacionado com a origem dessa fonte de P, que é um rejeito de rocha fosfática, material este de baixa solubilidade, pois não sofre qualquer tratamento químico para aumentar a solubilidade do P, sendo apenas triturado e moído. Acreditamos que essa fonte (RRF) pode ser uma boa opção para ser utilizada em mistura com uma fonte solúvel de P, pois se observou que com o tempo houve um provável aumento da solubilidade, evidenciado pelos resultados da Tabela 2. Existe ainda o fator ambiental pois se trata de um rejeito que pode vir a se tornar um problema nas indústrias produtoras de fertilizantes fosfatados (Tabela 2), pois segundo Benício et al (2013), ao avaliar diferentes doses de rejeito de rocha fosfática na ausência e presença de calagem concluiu que as plantas apresentam respostas positivasà aplicação do rejeito de rocha fosfática comofonte de P podendo ser uma alternativa paraadubação fosfatada. A utilização de fontes solúveis de fósforo, tais como os superfosfatos, ocasiona uma disponibilidade imediata desse nutriente no solo, o que leva à sua preferencial utilização nas adubações. Entretanto, estas fontes apresentam maior custo devido ao seu processo de industrialização, além de que grande parte do fósforo estará sujeita à fixação no solo, reduzindo a sua disponibilidade às plantas (LIMA et al., 2007). O requerimento de grandes quantidades de fósforo na correção da fertilidade dos solos brasileiros, déficit de reservas de rochas fosfatadas de qualidade no país e o elevado custo dos fertilizantes justifica a condução de pesquisas para melhorar a eficiência na utilização de adubos fosfatados (RESENDE et al., 2006). 79 A Figura 1 apresenta o número de perfilhos (PERF) do capim Piatã em função das doses de fósforo. Figura 3. Número de perfilhos da parte aérea (PERF- unidade) de três cortes do capim Piatã em função de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1 de P2O5) para as fontes STF (1A), FHP (1B), FRB (1C) e RFF (1D) no sul do Estado do Tocantins em 2015. Para a fonte SFT (Figura 1A), o PERF em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2 e 3, com R2 com valores acima de 89% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrando que o aumento da dose resulta em aumento do PERF, e que o aumento no PERF ocorrido da dose de 45 kg ha-1 de P2O5 para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 280,3, 268,1 e 260,2%, para o corte 1, 2 e 3 respectivamente, demonstra que o aumento da dose provocou aumento do PERF. 80 Quando se refere ao perfilhamento de forrageiras, ele se faz eficiente quando há boa velocidade de emissão de suas folhas, as quais irão produzir gemas de grande potencialidade na geração de novos perfilhos (RESENDE, 2011). O aumento do PERF com a aplicação de fósforo é condizente com os resultados obtidos por Resende et al. (2011), os quais ao avaliarem as doses 45, 90, 180, 360 e 720 mg dm-3 de fósforo sobre o estabelecimento de quatro cultivares de Braquiária e observaram que o número estimado de perfilhos correspondente a 90% do perfilhamento máximo foi de 28; 52; 69 e 70 perfilhos vaso-1 obtidos com aplicação de 309; 282; 335 e 318mg dm -3 de fósforo, para a B. brizantha, B. decumbens, B.ruziziensise B. humidicola, respectivamente. Para a fonte FHP (Figura 1B), o PERF em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão quadrática para os cortes 1 e 3, e regressão linear para o corte 2. Os modelos encontrados são apropriados, de acordo com os valores de R 2, que são superiores a 84,31%. Para os cortes 1 e 3, com ajustes quadráticos, as maiores produções de perfilhos (18,3 e 35 perfilhos por vaso-1) ocorrem com as doses de 150 e 140,4 kg ha-1 de P2O5, já para o corte 2 o acréscimo da dose menor (45 kg ha-1 de P2O5) em relação a dose maior (180 kg ha-1 de P2O5)é de 45,5%. Para a fonte FRB (Figura 1C), o PERF em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear para os três cortes, com R2 superior a 84,08%, promovendo um acréscimo da dose menor (45 kg ha-1 de P2O5) em relação a dose maior (180 kg ha-1 de P2O5) para os cortes 1, 2 e 3 de 69,4; 112,2 e 60,3% respectivamente. Para a fonte RRF (Figura 1D), o PERF em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear para o corte 1 e quadrático para os cortes 2 e 3, com R2 superiores a 93,81%. Para o corte 1 o acréscimo da dose menor (45 kg ha-1 de P2O5) em relação a dose maior (180 kg ha-1 de P2O5) é de 58,3%. Já para os cortes 2 e 3 com ajustes quadráticos e pontos de mínimo, já que as funções tem concavidades voltadas para baixo, as menores produções de perfilhos (12,8 e 14,5 perfilhos por vaso-1) ocorrem com as doses de 50 e 19,5 kg ha -1 de P2O5, a partir dessas doses o PERF começa a crescer, chegando a produção de 16,2 e 19,7 perfilhospos vaso para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 . 81 Para a dose recomendada que é de 90 kg ha -1 de P2O5 , tivemos uma média de 12 perfilhos por vaso nos 3 cortes para a fonte RRF, o que comparado com as fontes FRB (24,1 perfilhos por vaso-1) e FHP (25,2 perfilhos por vaso-1), já utilizadas no mercado,demosntram que mesmo sendo um resíduo, o RRF pode ser uma alternativa para o uso na agricultura por pequenos produtores, ou utilizado em misturas com outros produtos, como o SFT, por outros produtores, quando se trata de capim Brachiaria, pois apresenta preço final baixo. Mesmo sendo de menor solubilidade o RRF conseguiu suprir as necessidades da planta para que esta formasse perfilhos em todas as avaliações realizadas. Considerando que o fósforo desempenha um papel importante no desenvolvimento do sistema radicular e no perfilhamento das gramíneas, a sua deficiência reduz a taxa de crescimento inicial e o estabelecimento das forrageiras, além de limitar sua capacidade produtiva e persistência das pastagens (LIRA et al., 1994). 82 A Figura 2 apresenta a MVPA do capim Piatã em função das doses de fósforo. Figura 4. Massa verde da parte aérea (MVPA ; g vaso-1) de três cortes de capim Piatã em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1 P2O5) para as fontes SFT (2A), FHP (2B), RFB (2C) e RRF (2D) no sul do Estado do Tocantins em 2015. Para a fonte SFT (Figura 2A), a MVPA em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2 e 3, com R2 com valores acima de 75,9% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose resulta em aumento da MVPA, e que o aumento na MVPA ocorrido da dose de 45 kg ha-1 de P2O5para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 60, 225 e 92,3% para o corte 1, 2 e 3 respectivamente, demonstra que o aumento da dose provocou aumento da MVPA. Para a fonte FHP (Figura 2B), a MVPA em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão quadrática nos cortes 1, 2 e 3, com R2 de valores acima de 81,5% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos 83 modelos encontrados. Para os cortes 1 e 3, com ajustes quadráticos, as maiores produções de perfilhos (41,3 e 97,7 perfilhos por vaso -1) ocorrem com as doses de 143 e 119,2 kg ha-1 de P2O5. Para a fonte FRB (Figura 2C), a MVPA em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear para os cortes 1 e 3 e modelo quadrático para o corte 2, com R2 superiores a 73,9%. Para o corte 1 e 3 o acréscimo da dose menor 45 kg ha-1 de P2O5 em relação a dose maior 180 kg ha-1 de P2O5 é de 79,1 e 55,6% respectivamente. Para o corte 2 com ajuste quadrático a função não apresenta a produção maxima. Para a fonte RRF (Figura 2D), a MVPA em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear para o corte 3 e modelo quadrático para os cortes 1 e 2, com R2 superiores a 62%. Para o corte 3 o acréscimo da dose menor (45 kg ha-1 de P2O5) em relação a dose maior (180 kg ha-1 de P2O5) é de 34,9%. Para o corte 1 com ajuste quadrático, a maior produção de MVPA (10,65 g vaso -1) ocorre com a doses de 142,2 kg ha-1 de P2O5. 84 A Figura 3 apresenta a MSPA do capim Piatã em função das doses de fósforo. Figura 5. Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1) de três cortes de capim Piatã em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1 P2O5) para as fontes SFT (3A), FHP (3B), RFB (3C) e RRF (3D) no sul do Estado do Tocantins em 2015. Para a fonte SFT (Figura 3A), a MSPA em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão quadrática nos cortes 1 e 2, já no corte 3 o melhor ajuste foi encontrado com a regressão linear. O R2 com valores acima de 95,4% o que demonstra que as retas têm boa qualidade de ajuste em relação aos modelos escolhidos. Para os cortes 1 e 2, com ajustes quadráticos, as maiores produções de MSPA (10,2 e 23,1 g vaso-1) ocorrem com as doses de 195 e 170 kg ha-1 de P2O5.Para o corte 3, com ajuste linear, o acréscimo da dose menor (45 kg ha-1 de P2O5) em relação a dose maior (180 kg ha-1 de P2O5) é de 76,4%. Esse resultado é semelhante ao obtido por Ferreira et al. (2008), que ao trabalharem com doses 85 crescentes de P em capim mombaça, observaram resposta quadrática para a produção de MS de folhas com idade de rebrota de 35 dias. Para a fonte FHP (Figura 3B), a MSPA em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão quadrática nos cortes 1, 2 e 3 com valores de R2 com valores acima de 95,7% para os cortes 1 e 3 e acima de 58,7 para o corte 2. Para os cortes 1 e 3, com ajustes quadráticos, as maiores produções MSPA (9,3 e 13,5 g vaso-1) ocorrem com as doses de 150,1 e 118,8 kg ha-1 de P2O5. Para a fonte FRB (Figura 3C), a MSPA em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão quadrática nos cortes 1, 2 e 3 com valores de R2 com valores acima de 94%. Para os cortes 1 e 2, com ajustes quadráticos, as maiores produções MSPA (6,8 e 20,9g vaso-1) ocorrem com as doses de 98,1 e 66,7 kg ha-1 de P2O5. Costa et al. (2008) avaliando a resposta de diferentes fontes de fósforo aplicadas em Latossolo Vermelho distroférrico utilizando a Brachiaria brizantha como planta indicadora, verificaram que a produção total de massa seca foi mais eficiente com fontes de maior solubilidade, dentre estas um fosfato natural reativo. Para a fonte RRF (Figura 3D), a MSPA em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear para os cortes 1, 2 e 3, com R2 superiores a 64%. Para os cortes 1, 2 e 3 o acréscimo da dose menor (45 kg ha-1 de P2O5) em relação a dose maior (180 kg ha-1 de P2O5) é de 2672, 105,4 e 21,2% respectivamente. 86 4 CONCLUSÕES Nas condições que o experimento foi realizado, conclui-se que: As características estruturais e produtivas do capim-piatã foram influenciadas pelas doses e fontes de fósforo. Os melhores resultados no corte 1, corte 2 e corte 3 foram obtidos com a utilização das fontes FHP e FRB. O capim Piatã apresenta respostas positivas à aplicação do RRF como fonte de fósforo, podendo ser uma alternativa para utilizar junto de uma fonte solúvel a fim de complementar o fornecimento de P sendo assim uma alternativa para adubação fosfatada. De acordo com os dados, para a MSPA, as melhores doses para as fontes SFT, FHP, FRB e RRF, são 180, 150, 90 e 180 kg ha-1 de P2O5, respectivamente. 87 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANUALPEC 2015: Anuário da Pecuária Brasileira. São Paulo: FNP, 2015, 400p. ARAÚJO, W. F.; Sampaio, R. A.; Medeiros, R. D. Resposta de cultivares de soja à adubação fosfatada. RevistaCiênciaAgronômica, v.36, p.129-134, 2005. BENÍCIO, L.P.F; LIMA, S.O.; SANTOS, V.M. Avaliação da aplicação de diferentes doses e rejeito de rocha fosfáticano desenvolvimento do Capim Piatã na ausência e presença de calagem. Magistra, Cruz das Almas-BA. v. 25, n. 3/4, p.221-234 jul./dez., 2013. BHATTI, T. M.; YAWAR, W. 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Objetivou-se com esse trabalho, avaliar a produção do capim Massai submetido à fontes e doses de fósforo. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, cada parcela experimental foi formada por um vaso, contendo 5,0 dm3 de solo, totalizando 64 vasos. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, em um arranjo fatorial 4 x 4 , composto por quatro fontes de P: Superfosfato Triplo (SFT), FH Pastagem (FHP), Rejeito de Rocha Fosfática (RRF) e Fosfato Reativo de Bayóvar (FRB) e quatro doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg de P2O5). O capim Massai foi cultivado durante quatro cortes para caracterização do número de perfilhos, produção de massa verde da parte aérea, massa seca da parte aérea, do colmo, da folha, e massa das raízes. A aplicação do fósforo pelas quatro fontes avaliadas promoveu incrementos diferentes na produção de massa seca da parte aérea e das folhas, massa verde da parte aérea, massa da raiz e número de perfilhos do capim Massai, indicando aumento da produção de forragem, As características estruturais e produtivas do capim Massai foram influenciadas positivamente pelas doses e fontes de fósforo. O SFT obteve os melhores resultados no corte 1, corte 2 e o FHP e FRB no corte 3 e corte 4. O RRF melhorou o desempenho a partir do segundo corte, podendo ser uma alternativa para adubação fosfatada, pois o mesmo conseguiu suprir as necessidades da planta. Palavras-chave: adubação fosfatada; rochagem; superfosfato triplo; fosfato Bayòvar; Panicum maximum 91 PRODUCTION OF PANICUM MAXIMUM CV. MASSAI SUBMITTED AFONTES AND PHOSPHORUS LEVELS. ABSTRACT Originally, the cerrado soils are poor and sandy, with low water holding capacity, low organic matter and high in acidity. All these features are contraindicated for agriculture. However, intensive and rational use of fertilizers, irrigation and correctives, enabled cultivate these soils. Therefore, improve the domestic supply of nutrients, so as not to establish a growing dependence on imports, is determining factor for the future development of agriculture in Brazil. The objective of this study was to evaluate the production of Massai grass submitted to phosphorus sources and doses. The experiment was conducted in a greenhouse, each plot was formed by a vessel containing 5.0 dm3 of soil, totaling 64 vessels. The experimental design was completely randomized, with four replications, in a factorial arrangement 4 x 4, consisting of four P sources: Triple superphosphate (TSP), FH Grasslands (FHP), Waste of Phosphate Rock (RRF) and Reactive Phosphate Bayóvar (FRB) and four phosphorus doses (45, 90, 135 and 180 kg P2O5). The Massai grass was cultivated for four cuts to characterize the number of tillers, green mass production of shoot, shoot dry mass, stem, leaf and root mass. The application of phosphorus by four sources evaluated promoted different increases in dry matter production of shoots and leaves, shoot fresh weight, root mass and number of tillers of Massai grass, indicating increased forage production, the structural characteristics and productive grass Massai were positively influenced by the doses and sources of phosphorus. SFT has obtained the best results in cutting 1, cut 2 and the FHP and FRB cutting 3 and 4. The cut RRF improved performance from the second cut, could be an alternative to phosphate fertilizer, because it could meet the needs plant. Keywords: phosphate fertilizer ; stonemeal ; triple superphosphate ; Bayovar phosphate; Panicum Maximum 92 1 INTRODUÇÃO A alimentação de ruminantes no Brasil é realizada prioritariamente através dos pastos, nas quais predominam as gramíneas. Dentre as gramíneas empregadas na pecuária brasileira, o Capim Massai tem ocupado lugar de destaque, especialmente em áreas com solos de boa fertilidade natural (MANARIM e MONTEIRO, 2003). Apesar das limitações enfrentadas, este sistema tradicional de criação de animais a pasto vem sendo alterado, em decorrência da busca por maior eficiência (EUCLIDES et al., 2008; DIAS-FILHO, 2011). Uma das limitações na produção das gramíneas forrageiras cultivadas no Cerrado, e que interferem diretamente na redução da eficiência, no acúmulo de biomassa e na qualidade nutricional, é o fato destas normalmente ocuparem áreas com solos ácidos e de baixa disponibilidade de nutrientes, constituindo um dos principais fatores limitantes a produção de forragem, onde se destaca o processo de degradação dos pastos (SILVA et al., 2013), que é consequência do modelo extrativista predominante na pecuária da região, onde as práticas de correção e adubação são pouco utilizadas (VOLPE et al., 2008). Apesar da grande importância das pastagens para as regiões de cerrado, principalmente para a produção de ruminantes e do conhecido potencial das forrageiras do gênero Panicum, pode-se verificar na literatura consultada pouquíssimos estudos relacionados à adubação, produção, crescimento, produtividade, rebrota e persistência desses capins, tanto em cultivo solteiro como em consórcio com outras culturas, principalmente de cultivares recém lançados no mercado como o Massai, Áries e Atlas. O capim Massai é um híbrido espontâneo de P. maximum x P. infestum, sendo este um fator que, provavelmente, o leva a apresentar características distintas dentre as cultivares de P.maximum, algumas muito importantes, tais como: maior tolerância às limitações defertilidade do solo, resistência à cigarrinha das pastagens, maior resistência à seca, porém apresenta menor valor alimentício, o qual é mais próximo daqueles observados em U. decumbens e U. brizantha (EMBRAPA, 2001). Diante deste quadro a intensificação dos sistemas de produção pastoris é apontada como uma das alternativas de exploração sustentável, minimizando a 93 pressão sobre a abertura de novas áreas para produção agropecuária. Esse modelo, entretanto, deverá ser pautado pelo uso eficiente dos recursos físicos, incluindo a recuperação de áreas antropizadas e degradadas, baseando-se no aporte de conhecimento (BARCELLOS et al., 2008). Doses equilibradas e fontes adequadas de fósforo implicam em maior produção e qualidade de forrageiras uma vez que o fósforo é um nutriente crucial no metabolismo das plantas (BONFIM-SILVA; MONTEIRO, 2012). Dentre os nutrientes que mais limitam a produção das forrageiras, o P merece destaque em virtude da baixa disponibilidade deste nutriente nos solos brasileiros, limitando a produção de forragens uma vez que a utilização de adubo fosfatado aumenta significativamente a produção das gramíneas (LIMA et al., 2007) e do importante papel que desempenha nas plantas, influenciando no desenvolvimento do sistema radicular e do perfilhamento das gramíneas, visto que este elemento exerce grande influência sobre o número e o peso de perfilhos, por serem fundamentais à maior produtividade e persistência das forrageiras e à produção de massa seca; assim, sua deficiência limita a capacidade de produção das pastagens (CECATO et al., 2008). A deficiência de fósforo é um dos fatores que limita a produção agrícola nos solos ácidos. Nestes, o fósforo solúvel em água transforma-se em fosfato de ferro e fosfato de alumínio, que tornam-se não disponíveis as plantas. Por outro lado, para a utilização adequada de diferentes fontes de fósforo, nesses solos, necessita-se de extratores que estimem com precisão o fósforo do solo que as plantas são capazes de absorver, e permitir identificar as formas extraídas (NOVAIS et al., 1980) A produção de fertilizantes fosfatados gera uma grande quantidade de resíduos que contém quantidades consideráveis de P, porém estes resíduos ainda não são aproveitados, o que gera uma grande preocupação ambiental devido ao volume de rejeitos, e a má utilização dos recursos naturais. Alguns estudos vêm sendo desenvolvidos no sentido de buscar formas de utilização destes rejeitos como fonte de nutrientes para agropecuária. Tendo em vista que a adubação fosfatada adequada proporciona aumento na produção e o desenvolvimento das gramíneas, objetivou-se com este trabalho 94 avaliar o efeito de fontes e doses de fósforo na produção do capim Massai no sul do estado do Tocantins. 2 MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado em casa de vegetação, no Campus Universitário de Gurupi, da Universidade Federal de Tocantins (UFT), localizada na latitude 11º43’45” S e longitude 49º04’07” W e altitude de 280 m, no município de Gurupi. A classificação climática, segundo Köppen. (1931) é do tipo B1wA‟a‟ úmido com moderada deficiência hídrica. A temperatura média anual varia de 22 a 32ºC, com umidade relativa média do ar em torno de 76%, precipitação anual média de 1.400 mm. O período para realização do trabalho foi de janeiro a agosto de 2015. O experimento foi implantado em casa de vegetação, em vasos. O solo utilizado para o preenchimento dos vasos foi um Latossolo Vermelho Amarelo distrófico, franco argiloso (EMBRAPA, 2013), que após a análise apresentou os seguintes resultados: pH CaCl2 = 5,8; MO = 0,7 dag kg-1, P-Mehlich = 0,5 mg dm-3; K = 19 mg dm-3; Ca = 0,1cmolcdm-3; Mg = 0,1 cmolcdm-3; Al= 0,0 cmoldm-3; (H + Al) = 1,30 cmolcdm-3; SB = 0,25 cmolc dm-3; V = 16,0 %, T = 1,55 cmolc dm-3; Zn = 0,1 mg dm-3; Fe = 4 mg dm -3; Mn = 0,4 mg dm-3 ; Cu = 0,1 mg dm-3; B = 0,1 mg dm-3; S = 2,0 mgdm-3; argila = 448 g kg-1, silte = 62 g kg-1 e areia = 490 g kg-1. Cada parcela experimental foi formada por um vaso, contendo 5,0 dm 3 de solo, totalizando 64 vasos. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, em um arranjo fatorial 4 x 4 , composto por quatro fontes de P: superfosfato triplo (SFT), FH Pastagem (FHP), rejeito de rocha fosfática (RRF) e fosfato reativo de Bayóvar (FRB) e quatro doses de fósforo, sendo utilizadas o equivalente a: 45, 90, 135, 180 kg ha -1de P2O5, obtidas conforme as recomendações (VILELA et al., 2007), a partir dos resultados da análise de solo e da necessidade do capim, sendo considerado 90 kg ha-1 a dose ideal. As fontes foram escolhidas de acordo com a conveniência de mercado e sua solubilidade, onde a SFT possui alta solubilidade, o FHP sendo uma mistura de superfosfato simples e fosfato natural reativo de Djebel também tem solubilidade 95 inicial alta, o FRB sendo parcialmente soluvel e o rejeito de rocha de baixa solubilidade. As doses foram escolhidas levando em consideração a dose recomendada por Vilela et al (2008). Segue a descrição das fontes utilizadas no trabalho: O superfosfato triplo (SFT), na forma granulado possui de 41% P2O5total, 38% de P2O5solúvel em água, 3% de P2O5 solúvel em citrato de amônia e 7% de Ca. É um fertilizante considerado de alta solubilidade, obtido por uma mistura estequiométrica de H3PO4 com fosfatos naturais (apatitas), dissolvendo rapidamente no solo (NOVAIS et al., 2007). O fosfato reativo de Bayóvar (FRB), na forma farelado possui 26% P 2O5total, é de origem sedimentar e orgânica, formado pela deposição e posterior decomposição de restos de animais marinhos, sendo proveniente da região de Bayòvar (Sechura) no Peru. O rejeito de rocha fosfática (RRF), na forma de pó possui 23,6% de P 2O5 total, contendo 11,3% de CaO e 4,68% de Fe2O3, oriundo da região de Luís Eduardo Magalhães-BA. O FH pastagem (FHP), na forma farelada possui 31% de P 2O5 total, 16% de P2O5 Solúvel Ácido Cítrico e 10% de P2O5 Solúvel em água além de 23% de Ca e 6,5% de S, sendo uma mistura comercial de superfosfato simples e fosfato natural reativo Djebel. Todas as parcelas receberam calagem, calculada através do método da saturação por bases visando elevar a saturação por base para 45%, segundo Vilela et al. (2007). Os tratamentos com fertilizantes fosfatados foram aplicados às parcelas após 40 dias da aplicação do calcário no solo. A quantidade aplicada de cada fonte de fósforo foi determinada levando-se em conta o teor de P2O5 total. A semeadura foi realizada em 28 de dezembro de 2014, com aproximadamente 20 sementes por vaso do Panicum maximum cv. Massai, na profundidade de 2 cm abaixo da superfície do solo, na mesma ocasião da adubação fosfatada. A irrigação foi realizada adotando-se um turno de rega de dois dias, onde se aplicou 800 mL de água em cada vaso, quantidade necessária para deixar o solo em sua capacidade de campo. 96 Aos 15 dias após a semeadura foi realizado o primeiro desbaste eliminando 50% das plantas presentes no vaso; aos 21 dias após a semeadura foi realizado o segundo desbaste no final do qual permaneceram apenas as 7 plantas por vaso e os parâmetros utilizados para a seleção das plantas foram homogeneidade, tamanho e a posição dentro do vaso. Aos 60 dias após a semeadura foi realizado o corte de uniformização a 15 cm de altura do solo. Durante o desenvolvimento das forrageiras, foram realizadas adubações nitrogenadas e potássica em cobertura, aplicando-se o equivalente a 150 e 100 kg ha-1 de cada nutriente, respectivamente, parceladas em três aplicações no período compreendido entre cada corte. A partir do corte de uniformização foram realizados quatro cortes, com intervalos de 40 dias e a 15 cm de altura do solo. Em cada corte avaliou-se o número de perfilho por vaso (PERF), a massa verde da parte aérea (MVPA) e a massa seca da parte aérea (MSPA), que foi subdividida em massa seca das folhas (MSF) e massa seca do colmo (MSC). A forrageira coletada foi seca em estufa de circulação forçada a 65ºC, até atingir massa constante. Após o último corte foi determinada a massa seca de raiz (RAIZ). As raízes foram separadas do solo, lavadas com água deionizada, secas em estufa de circulação forçada a 65ºC, até atingir massa constante e pesadas. As análises estatísticas foram realizadas, utilizando o SISVAR (FERREIRA, 2008). Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F), teste de comparação de médias (teste de Tukey) e análise de regressão. A interação fontes e doses foi desdobrada, quando significativa (p≤0,05). O efeito das doses de adubo fosfatado foi avaliado por análise de regressão. A escolha dos modelos baseou-se na significância dos coeficientes linear e quadrático, por meio do teste “t”, de Student (p ≤ 0,05) e no coeficiente de determinação. 97 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 está apresentado o resumo das análises de variância de quatro cortes do capim Massai referente a número de perfilhos, massa verde da parte aérea, massa seca do colmo; massa seca das folhas; massa seca da parte aérea e massa seca da raiz em função de fontes e doses de fósforo, pelo teste F. Tabela 1- Resumo da análise da variância para as seguintes variáveis: Número de perfilhos (PERF; unidade), Massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1); Massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), Massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (RAIZ; g vaso-1) de capim Massai submetido a fontes e doses de fósforo no primeiro, segundo e terceiro e quarto corte, no sul do estado do Tocantins em 2015. Corte 1 F.V. GL PERF Quadrados Médios MSPA MSF MVPA MSC Fonte (F) Dose (D) 3 3 900,6** 748,7** 1219,8** 1371,5** 106,3** 92,4** 101,1** 86,7** 0,41** ns 0,14 FxD 9 172,5** 97,5** 5,54* 6,5** 0,20** Resíduo 48 35,9 23,6 Média CV(%) - 23,3 25,7 19,3 25,2 2,1 5,1 2,1 4,6 0,06 0,42 28,7 31,7 61,4 F.V. 3 2240,2** Corte 2 Quadrados Médios MVPA MSPA MSF 509,9** 386,7** 6081,4** 3 1217,2** 8362,9** GL PERF Fonte (F) Dose (D) 112,2 ns MSC 11,6* 1117,3** 493,1** 62,8** 330,7** 41,1** 17,6** ns 3,6 FxD 9 Resíduo 48 140,4 253,5 20,4 13,5 3,1 Média - 42,6 68,4 CV(%) - 27,8 23,3 17,5 25,9 14,7 24,9 2,7 64,8 Fonte (F) 3 PERF 1060,9** Dose (D) 3 465,1** Corte 3 Quadrados Médios MVPA MSPA MSF 360,2** 365,1** 1526,4** 204,5** 204,2** 988,3** FxD 9 238,9* 266,8 Resíduo 48 111,1 200,1 39,2 38,7 0,83 Média - 53,5 54,9 CV(%) - 19,7 25,7 22,3 28,1 21,5 28,9 0,79 115,2 F.V. GL F.V. GL Fonte 3 PERF 2301,7** ns 71,9 ns 61,1 ns Corte 4 Quadrados Médios MVPA MSPA MSF 651,3** 645,5** 3756,7** MSC ns 0,05 ns 0,02 1,5 MSC ns 6,8 ns RAIZ 98 (F) Dose (D) 3 875,5** 307,4 ns 1747,2** 248,8 360,3** ns 49,8 ns 281,3** 37,6 ns 1516,7* ns 9,1 740,9 ns 2,9 ns 1084,4 FxD 9 Resíduo 48 223,1 132 53,2 40,3 3,8 568,3 Média - 59,8 60,4 38,9 30,7 8,2 35,8 ns 18,7 20,7 23,9 66,6 CV(%) 24,9 19,1 * ** valor não significativo ao nível de 5% de probabilidade de erro, pelo teste F. e valor significativo ao nível de 5% e 1% de probabilidade de erro, respectivamente pelo teste F. GL = graus de liberdade, CV = coeficiente de variação. ns No corte 1 verifica-se que apenas para a MSC em relação a dose não houve diferença significativa, para todos os demais parâmetros avaliados em relação às fontes e doses aplicadas e a interação a diferença foi significativa. No corte 2 o efeito da fonte e da dose foi significativo para todas as variáveis estudadas. A interação fonte x dose não foi significativa apenas para PERF e MSC (Tabela 1). No corte 3 analisando a fonte e a dose separadamente, apenas na MSC não houve diferença significativa. Com respeito à interação fonte x dose apenas o PERF apresentou diferença estatística significativa (Tabela 1). No corte 4, em relação à fonte, não houve diferença significativa para MSC. Em relação à dose, não houve diferença significativa para MSC e MSR, já para a interação fonte x dose não houve diferença significativa para nenhum dos parâmetros (Tabela 1). Verifica-se ainda que os coeficientes de variação (CV) da MSC nos quatro cortes estão elevados, o que não é considerado como inadequado, pois, segundo Blum (1988),estudo englobando estresse mineral podem apresentar valores mais elevados de coeficiente de variação (Tabela 1). Os resultados da Tabela 1 demonstram que com a adubação fosfatada houve um incremento na produção em relação aos parametros avaliados. Segundo Malavolta (2006), o P promove maior crescimento da forrageira principalmente por desempenhar função estrutural na planta além de fazer parte de compostos orgânicos como o ATP, os aminoácidos e de todas as enzimas e assim participa de diversos processos metabólicos, em especial no processo de transferência e de armazenamento de energia. 99 Os resultados PERF, MVPA, MSPA, MSF, MSC e MSR mostraram haver diferença significativa entre as fontes de fósforo testadas (Tabela 2). Tabela 2 - Valores médios do número de perfilhos (PERF, unidade), massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1), massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1), massa seca das folhas (MSF; g vaso-1), massa seca do colmo (MSC; g vaso-1) e massa seca da raiz (RAIZ; g vaso-1) de plantas de capim Massai submetido a fontes de fósforo no sul do estado do Tocantins em 2015. Variáveis Analisadas Fontes de P PERF MVPA MSPA MSF MSC Corte 1 SFT 26,3a 30,2a 8,2a 7,7a 0,5ab FHP 27,4a 20,1b 5,4b 5,2b 0,3b FRB 27,6a 18,0b 4,9b 4,3b 0,6a RRF 12,2b 8,9c 1,9c 1,6c 0,3b Corte 2 SFT 46,5a 74,8a 20,5a 17,6a 2,9ab FHP 52,9a 82,9a 20,6a 17,8a 2,8ab FRB 45,4a 76,1a 19,7a 16,1a 3,6a RRF 25,6b 39,6b 9,0b 7,5b 1,6b Corte 3 SFT 52,9a 48,6b 19,7b 18,9b 0,8a FHP 60,3a 62,5a 25,7a 24,9a 0,7a FRB 58,6a 64,1a 26,9a 26,1a 0,8a RRF 42,3b 44,7b 17,0b 16,1b 0,9a Corte 4 SFT 58,9b 50,4b 35,6b 28,2b 7,6a FHP 75,2a 75,1a 45,4a 36,5a 8,9a FRB 59,6b 71,8a 42,8a 35,2a 7,6a RRF 45,9b 44,1b 31,5b 22,9b 8,6a MSR 47,9a 37,9ab 32,4ab 24,8b Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. SFT (superfosfato triplo); FHP (FH pastagem); FRB (fosfato reativo de Bayóvar); e RRF (rejeito de rocha fosfática). Nota-se no corte 1 que o PERF do capim Massai foi maior utilizando as fontes SFT, FHP e FRB, não havendo diferença significativa entre elas (p≤0,05). Apenas foi observada diferença significativa no PERF com a fonte RRF, indicando que a adubação fosfatada proporciona grande influência no estabelecimento das pastagens sendo sua aplicação responsável por 80% do perfilhamento de espécies forrageiras (MESQUITA et al., 2010). As variáveis MVPA, MSPA, MSF e MSC apresentaram o mesmo comportamento em relação às fontes estudadas, sendo que a fonte SFT foi a que proporcionou maiores valores (p≤0,05) das variáveis acima listadas, sendo superior 100 às fontes FHP e FRB, que não diferiram entre si. A fonte RRF foi que menos influenciou na produção de MVPA, MSPA, MSF e MSC ao capim Massai. Isto já era esperado, pois a fonte SFT é que apresenta a maior solubilidade do P e a fonte RRF a que apresenta a menor solubilidade (Tabela 2). No corte 2 o comportamento das fontes SFT, FHP e FRB foi semelhante, não havendo diferença significativa entre elas na avaliação das variáveis PERF, MVPA, MSPA, MSF. Observando a MSC, apenas a fonte FRB foi superior. Novamente se observa que a fonte RRF foi a que proporcionou menores valores (p≤0,05) das variáveis analisadas no corte 2 (Tabela 2). No corte 3 não se observou diferença significativa da fontes testadas na variável MSC. A variável PERF só apresentou diferença estatística com a fonte RRF, que proporcionou menor média. A MVPA, MSPA e MSF apresentaram comportamento semelhante em relação às fontes, sendo que o FHP e FRB propiciaram maiores valores nessas variáveis, não havendo diferença entre essas fontes, que foram superiores ao SFT e o RRF para as variáveis acima citadas (Tabela 2). No corte 3, a eficiência das fontes FHP e FRB já pôde ser perceptível, contribuindo para o acréscimo na MVPA, MSPA e MSF número de perfilhos. Essa resposta da gramínea forrageira corrobora com os resultados observados por Soares e Macedo (1988), onde afirmam que, com o decorrer do tempo, as fontes menos solúveis de fósforo tendem a aumentar a produção pelo aumento de sua reatividade e por apresentarem maior efeito residual. No corte 4, novamente, não se observou diferença significativa da fontes testadas na variável MSC. Analisando a variável PERF, a fonte FHP foi a que proporcionou maior perfilhamento ao capim Massai, sendo significativamente superior às demais fontes. A produção de MVPA, MSPA e MSF apresentaram comportamento semelhante em relação às fontes, sendo que o FHP e FRB proporcionaram maiores valores nessas variáveis, não havendo diferença entre elas, mais foram superiores ao SFT e o RRF para as variáveis acima citadas. A MSR foi influenciada pelas fontes de P. A fonte que produziu maior MSR foi a SFT sendo estatisticamente superior às demais que não diferiram entre si (Tabela 2). O fósforo proporciona aumento de raízes e desenvolvimento de plantas, melhorando a eficiência na utilização de água, pois tem um papel importante no 101 desenvolvimento radicular e perfilhamento das gramíneas, principalmente na fase de implantação (REZENDE et al., 2010). Nota-se na Tabela 2 que as fontes utilizadas para avaliar o desenvolvimento do capim Massai, no início do desenvolvimento da forrageira a fonte que mais se destacou foi o SFT por ser a fonte mais solúvel e com uma alta concentração de P (41% P2O5 total, 38% de P2O5 solúvel em água, 3% de P2O5 solúvel em citrato de amônia e 7% de Ca). A partir do corte 2 as fontes FHP (mistura de P solúvel + P parcialmente solúvel) e FRB (P parcialmente solúvel) se destacaram, provavelmente devido a solubilização do P para a solução do solo, que com o tempo é liberado e disponibilizado às plantas (Tabela 2). A fonte RRF foi a que proporcionou menor desenvolvimento ao capim Massai, observado nos menores valores das variáveis estudadas. Isto está relacionado com a origem dessa fonte de P, que é um rejeito de rocha fosfática, material este de baixa solubilidade, pois não sofre qualquer tratamento químico para aumentar a solubilidade do P, sendo apenas triturado e moído. Acreditamos que essa fonte (RRF) pode ser uma boa opção para ser utilizada em mistura com uma fonte solúvel de P, pois se observou que com o tempo houve um provável aumento da solubilidade, evidenciado pelos resultados da Tabela 2. Existe ainda o fator ambiental pois se trata de um rejeito que pode vir a se tornar um problema nas indústrias produtoras de fertilizantes fosfatados (Tabela 2). A utilização de fontes solúveis de fósforo, tais como os superfosfatos, ocasiona uma disponibilidade imediata desse nutriente no solo, o que leva à sua preferencial utilização nas adubações. Entretanto, estas fontes apresentam maior custo devido ao seu processo de industrialização, além de que grande parte do fósforo estará sujeita à fixação no solo, reduzindo a sua disponibilidade às plantas (LIMA et al., 2007). O requerimento de grandes quantidades de fósforo na correção da fertilidade dos solos brasileiros, déficit de reservas de rochas fosfatadas de qualidade no país e o elevado custo dos fertilizantes justifica a condução de pesquisas para melhorar a eficiência na utilização de adubos fosfatados (RESENDE et al., 2006). 102 Na Figura 1observa-se o PERF do capim Massai em função das doses de fósforo. Figura 1. Número de perfilhos da parte aérea (PERF; unidade) de quatro cortes de capim Massai em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg -1 P2O5) para as fontes SFT (1A), FHP (1B), RFB (1C) e RRF (1D) no sul do Estado do Tocantins em 2015. Para a fonte SFT (Figura 1A), o PERF em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2, 3 e 4 com R2 com valores acima de 87% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose resulta em aumento do número de perfilhos, e que o aumento no número de perfilho ocorrido da dose de 45 kg ha-1 de P2O5 para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 48,3; 63,5; 79,4 e 90,4%, respectivamente. Quando se refere ao perfilhamento de forrageiras, ele se faz eficiente quando há boa velocidade de emissão de suas folhas, as quais irão produzir gemas de grande potencialidade na geração de novos perfilhos. (RESENDE, 2011). 103 Para a fonte FHP (Figura 1B), o PERF em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva para os cortes 1, 2, 3 e 4. Os modelos encontrados são apropriados, de acordo com os valores de R 2, para os cortes 1, 2 (acima de 85%) e 4 (acima de 65%), já no corte 3 o R2 não encontrou o melhor ajuste. Para os cortes 1, 2 e 4, com ajustes lineares, o aumento no número de perfilho ocorrido da dose de 45 kg ha-1 de P2O5 para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 189,3; 40,4 e 26,1%, respectivamente, demonstra que o aumento da dose provocou aumento do número de perfilhos. Para a fonte FRB (Figura 1C), o PERF em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear para os cortes 1 e 3 (R2 superior a 53,8%) e regressão quadrática para os cortes 2 e 4 (R2 superior a 88,3%), promovendo um acréscimo da dose menor 45 kg ha-1 de P2O5 em relação a dose maior 180 kg ha-1 de P2O5 para os cortes 1 e 3 de 47,1 e 16,6% respectivamente. Para a fonte RRF (Figura 1D), o PERF em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva para os cortes 1, 2 e 3 (com R2 superiores a 91,4%), já no corte 4 (com R2 igual a 37,5%), não se encontrou o melhor ajuste. Com essa fonte o acréscimo da dose menor 45 kg ha -1 de P2O5 em relação a dose maior 180 kg ha-1 de P2O5 para os cortes 1, 2 e 3 foi de 308; 118 e 21,8% respectivamente. O RRF pode ser uma alternativa para o uso na agricultura por pequenos produtores, ou utilizado em misturas com outros produtos, como o SFT, por outros produtores, quando se trata de capim Massai, pois apresenta preço final baixo. Mesmo sendo de menor solubilidade o RRF conseguiu suprir as necessidades da planta para que esta formasse perfilhos em todas as avaliações realizadas. Considerando que o fósforo desempenha um papel importante no desenvolvimento do sistema radicular e no perfilhamento das gramíneas, a sua deficiência reduz a taxa de crescimento inicial e o estabelecimento das forrageiras, além de limitar sua capacidade produtiva e persistência das pastagens (LIRA et al., 1994). 104 A Figura 2 apresenta a MVPA do capim Massai em função das doses de fósforo. Figura 2. Massa verde da parte aérea (MVPA; g vaso-1) de quatro cortes de capim Massai em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg ha-1 P2O5) para as fontes SFT (2A), FHP (2B), RFB (2C) e RRF (2D) no sul do Estado do Tocantins em 2015. Para a fonte SFT (Figura 2A), a MVPA do capim Massai em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 3 e 4, com R2 com valores acima de 90,4%, e para o corte 2 ao modelo de regressão quadrática, com R2 igual a 97,62%. O que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose resulta em aumento da MVPA. O aumento na MVPA ocorrido da dose de 45 kg ha-1 de P2O5 para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 148,3; 122,9 e 151,6% para o corte 1, 3 e 4 respectivamente. Para o corte 2, com ajuste quadrático, a maior produção de MVPA (98,2 g vaso-1) ocorreu com a dose de 140,5 kg ha-1 de P2O5. 105 Para a fonte FHP (Figura 2B), a MVPA em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2, 3 e 4, com R2 de valores acima de 58,3% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose resulta em aumento da MVPA, e que oaumento ocorrido entre a dose de 45 kg ha -1 de P2O5 e a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 325; 109,9; 22,2 e 36,5% para os cortes 1, 2, 3 e 4 respectivamente. Para a fonte FRB (Figura 2C), a MVPA em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2, 3 e 4, com R2 de valores acima de 81,7% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose resulta em aumento da MVPA, e que oaumento ocorrido entre a dose de 45 kg ha -1 de P2O5 e a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 162,6; 61,8; 16,2 e 24,1% para os cortes 1, 2, 3 e 4 respectivamente. Bonfim-Silva et al. (2012), ao avaliar a MVPA do capim-marandu adubado com fosfato reativo de bayóvar em dois cortes, com intervalos de 40 dias, obtiveram maior MVPA no segundo corte, evidenciando maior disponibilidade de fósforo ao longo do experimento. Para a fonte RRF (Figura 2D), a MVPA do capim Massai em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2, 3 e 4, com R2 de valores acima de 87,70% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose resulta em aumento da MVPA, e que o aumento ocorrido entre a dose de 45 kg ha-1 de P2O5 e a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 2700; 652; 32,8 e 32,6% para os cortes 1, 2, 3 e 4 respectivamente. Segundo Sousa e Lobato (2004), os fertilizantes insolúveis em água e em ácido cítrico apresentam apenas 20% da capacidade de fornecer P no primeiro ano, evoluindo para cerca de 35 a 80% (em relação ao superfosfato triplo) nos cultivos subsequentes, evidenciando um bom efeito residual em longo prazo. Resultados similares foram reportados por Costa et al. (2008), que obtiveram maior MSPA com a utilização do SFT, até o 2º corte do capim marandu, porém a 106 MSPA não diferiu entre a fonte solúvel (SFT) e a fonte de menor solubilidade (fosfato reativo de Arad). A Figura 3 apresenta massa seca da parte aérea do capim Massai em função das doses de fósforo. Figura 3. Massa seca da parte aérea (MSPA; g vaso-1) de quatro cortes de capim Massai em funções de doses de fósforo (45, 90, 135 e 180 kg há -1 P2O5) para as fontes SFT (3A), FHP (3B), RFB (3C) e RRF (3D) no sul do Estado do Tocantins em 2015. Para a fonte SFT (Figura 3A), a MSPA do capim Massai em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 3 e 4, com R2 com valores acima de 83,4%, e para o corte 2 ao modelo de regressão quadrática, com R2 igual a 92,28%. 107 As retas e curvas têm boa qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados, confirmando que o aumento da dose resulta em aumento da MSPA. Ocorrendo um aumento na MSPA da dose de 45 kg ha-1 de P2O5 para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 de 132,6; 131,1 e 53% para o corte 1, 3 e 4 respectivamente. Para o corte 2, com ajuste quadrático, a maior produção de MVPA (103,4 g vaso-1) ocorreu com a dose de 135 kg ha-1 de P2O5. Para a fonte FHP (Figura 3B), a massa seca da parte aérea do capim Massai (MSPA) em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2 e 4, com R2 com valores acima de 81,24%, e para o corte 3 ao modelo de regressão quadrática, com R2 igual a 70,76%. As retas têm boa qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e que o aumento da dose resulta em aumento da MSPA, ocorrendo um aumento na MSPA da dose de 45 kg ha-1 de P2O5 para a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 de 361,8; 125,9 e 17,8% para o corte 1, 2 e 4 respectivamente. Para o corte 3, com ajuste quadrático, a maior produção de MSPA (29,9 g vaso-1) ocorreu com a dose de 125,4 kg ha-1 de P2O5. Para a fonte FRB (Figura 3C), a massa seca da parte aérea (MSPA) em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2, 3 e 4, com R2 de valores acima de 80% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose resulta em aumento da MSPA, e que oaumento ocorrido entre a dose de 45 kg ha-1 de P2O5 e a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 192; 72,7; 22,8 e 39,4% para os cortes 1, 2, 3 e 4 respectivamente. Para a fonte RRF (Figura 3D), a massa seca da parte aérea (MSPA) em função das doses de P ajusta-se ao modelo de regressão linear positiva nos cortes 1, 2, 3 e 4, com R2 de valores acima de 63% o que demonstra que as retas tem boa qualidade de ajuste em relação aos modelos encontrados e ainda demonstrado que o aumento da dose resulta em aumento da MSPA, e que o aumento ocorrido entre a dose de 45 kg ha-1 de P2O5 e a dose de 180 kg ha-1 de P2O5 foi de 3138; 391,7; 47,1 e 18,8% para os cortes 1, 2, 3 e 4 respectivamente. 108 4 CONCLUSÕES Nas condições que o experimento foi realizado, conclui-se que: As características estruturais e produtivas do capim Massai foram influenciadas positivamente pelas doses e fontes de fósforo. O SFT obteve os melhores resultados no corte 1, corte 2 e o FHP e FRB no corte 3 e corte 4. O Capim Massai apresenta respostas positivas à aplicação do RRF como fonte de fósforo, podendo ser uma alternativa para adubação fosfatada, pois o mesmo conseguiu suprir as necessidades da planta. Podendo ser uma alternativa para utilizar junto de uma fonte solúvel a fim de complementar o fornecimento de P. Na MSPA, a dose de 180 kg ha-1 de P2O5, foi a melhor dose para as fontes SFT, FHP, FRB e RRF (Apresenta alta resposta à adubação). 109 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BLUM, A. Plant breeding for stress environments. CRC Press, Boca Raton. 223p. 1988. BONFIM-SILVA, E. M. et al. Características morfológicas e produtivas do capimmarandu adubado com fosfato natural reativo em solo de cerrado. Revista Agro@mbiente, Roraima, v. 6, n. 2, p. 166-171, 2012. BRÂNCIO, P.A.; EUCLIDES, V.P.B.; JÚNIOR, D.N.; ALMEIDA, R.G.; MACEDO, M.C.M.; BARBOSA, R.A. 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