Modalidade EAD CURSOS DE GRADUAÇÃO Pró- Reitoria de Ensino MARINGÁ - PR 2013 Reitor: Wilson de Matos Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Ensino: Valdecir Antonio Simão Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi NÚCLEO DE FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL E METODOLOGIA DA PESQUISA Gestora: Cristina Herold Constantino Mediadoras: Cristina Cardoso Fabiana Sanches Lilian Capelare Soares Pesquisar é ver o que outros viram, e pensar o que nenhum outro pensou. Albert Szent-Gyorgyi Joseph Wright do Experimento 1768 Caro acadêmico Todo processo de conhecimento passa pela absorção da informação para depois ser compartilhado e/ou praticado. Quando ingressamos na academia o processo de absorção da informação ocorre de forma sistematizada e orientada, possibilitando ao acadêmico inteirar-se do contexto científico e absorver de maneira produtiva as informações transmitidas, o que refletirá em uma prática efetiva no futuro. A disciplina de Metodologia da Pesquisa, através do Núcleo de Formação Sociocultural e Ética e METEP, atua com esse compromisso, o de proporcionar condições para que a absorção do conhecimento científico aqui ofertado seja um diferencial à formação acadêmica e profissional, integrando ciência, tecnologia e conhecimento. Desta forma, o conteúdo explanado nas aulas, no material de estudo, bem como nas atividades desenvolvidas contemplam o que preveem as diretrizes curriculares do seu curso de graduação, conforme determinação do Ministério da Educação – MEC. Para tanto contamos com uma equipe de profissionais habilitados e meios tecnológicos atualizados para acompanhá-lo neste percurso e interagir com sua necessidade não importando o espaço físico e geográfico que nos separa. Assim, far-se-á a disciplina em um modelo pedagógico diferenciado, didático, lúdico e interativo, por meio do qual as tecnologias de comunicação tornam-se nosso instrumento de transmissão e aquisição do conhecimento. Ao iniciar a disciplina vocês conhecerão e utilizarão o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, nossa ferramenta para inseri-los na busca pelo conhecimento de forma sistematizada por meio das tecnologias e da internet. Seja bem- vindo à Comunidade do Conhecimento Científico ao Núcleo de Metodologia da Pesquisa, pois é um imenso prazer tê-lo conosco. Sentimo-nos honrados, pois temos a missão de inseri-lo na vida científica. Que possamos caminhar juntos no sentido de fazer da busca do conhecimento um ato prazeroso, de crescimento e transformação. Ao ensejo do seu ingresso na vida acadêmica, queremos parabenizá-lo, pois constituir-se sujeito de uma sociedade em constante transformação exige além do conhecimento a decisão e o compromisso de buscar cada vez mais conhecer a si mesmo, o outro, a sociedade e os feitos da ciência. Que Deus nos conduza e ilumine os caminhos que iremos trilhar neste ano letivo. Um grande abraço! As organizadoras Matriculei para estudar em um curso de graduação presencial e tenho que estudar a DISTÂNCIA? Tal esclarecimento pauta-se, primeiramente, no contexto sócio–histórico, na medida em que vivenciamos um período marcado por constantes transformações decorrentes da expansão do uso das tecnologias de comunicação. Transformações essas que alteraram a atuação em sociedade, um exemplo são as redes sociais, hoje, por exemplo, ter uma conta no facebook, um e-mail, seguir ou ter um twitter é como exercer um direito de cidadania e responder aos parâmetros da sociedade contemporânea, as redes sociais consistem, segundo pesquisas, no maior veículo de comunicação e interação entre crianças, adolescentes, jovens e uma parte considerável dos adultos nos últimos anos. Contudo as mudanças mais significativas observadas ocorrem no mercado de trabalho, há muito a formação técnica deixou de ser o referencial maior para a contratação de um profissional, o mercado atual busca autonomia e atuação profissional crítica e competente, principalmente, frente às transformações sociais e tecnológicas, ou seja, o mercado busca o profissional que faz da tecnologia seu instrumento de aperfeiçoamento contínuo, agregando, assim, valor à empresa. Assim, a educação a distância nos cursos de graduação visa, por meio de sua didática diferenciada, desenvolver no aluno a autonomia de estudo que, consequentemente, implicará em autonomia profissional, levá-lo a conhecer e a saber utilizar as tecnologias de comunicação na produção do conhecimento científico, bem como utilizá-las como instrumento não apenas de convívio social, mas do saber fazer frente às mudanças contemporâneas. A normativa do MEC que trata da educação a distância nos cursos presenciais esclarece que o acadêmico que ingressa na universidade, atualmente, pertence à condição de “nativo digital”, porém, mesmo inserido nesse contexto muitos se encontram fora desta condição, uma vez que ter domínio do uso das redes sociais, navegar na internet, baixar programas, filmes, música, jogos, participar de grupos e dispor de toda tecnologia atualizada, não lhe possibilita obter o saber científico sistematizado e tampouco responder às exigências do mercado de trabalho. Portanto, é preciso saber utilizar de forma precisa tais tecnologias em prol da formação profissional e da sistematização do conhecimento. A disciplina de Metodologia da Pesquisa na modalidade EAD objetiva dar ao acadêmico esse diferencial, o de estar inserido, ser inserido, saber fazer, saber utilizar-se e agregar o aparato de cada mudança tecnológica à sua formação acadêmica e profissional, utilizando-se do conhecimento científico e da pesquisa. Desta forma,a disciplina de Metep propõe-se a ser um marco inicial desse processo, ciente de que não existe distância para a aquisição, absorção e busca do conhecimento. Desejamos um ótimo ano letivo e que a disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica na modalidade a distância seja um diferencial à sua formação. As organizadoras CIÊNCIA, PESQUISA E CONHECIMENTO EMPÍRICO CIÊNCIA, PESQUISA E CONHECIMENTO EMPÍRICO Professor Dr. Flavio Bortolozzi Professora Me. Ludhiana Bertoncello ORGANIZADORAS Professora esp. Fabiane Carniel Professora esp. Lílian Maia Borges Professora esp. Aparecida Cristina Cardoso ROTEIRO DE ESTUDO 1. Origem do processo científico. 2. Pesquisa. 3. Conhecimentos : filosófico - senso comum ou empírico - religioso ou teológico e científico. 4. Estatudo da ciência. 1. ORIGEM DO PROCESSO CIENTÍFICO O nascimento da atividade científica situa-se na Grécia, no século VI a.C. A matemática nasceu muito antes, com as trocas comerciais e as necessidades de contar objetos, assim como de calcular superfícies cultiváveis ("cálculo" vem do latim calculus, que significa “pedra". Nesta época, os pastores possuíam um pote na entrada dos celeiros no qual jogavam tantas pedras quantas fossem equivalentes às ovelhas que entravam). Portanto, eram ferramentas que permitiam resolver problemas Foram os gregos que lançaram os primeiros fundamentos sólidos da Matemática que a fizeram uma verdadeira disciplina teórica, com enunciados gerais e não relativos a casos particulares, adotando um estilo que ainda hoje é viável. Esta nova abordagem foi colocada em prática graças à sociedade de cidadãos relativamente livres e soberanos: ela deu um lugar privilegiado a discussão e debate público, favorecendo assim o desenvolvimento dos pensamentos abstratos e argumentados - a filosofia -, e considerações matemáticas com base em fundamentos rigorosos e convincentes. Assim, os historiadores consideram que nesta sociedade se originaram as verdadeiras demonstrações matemáticas. Aristóteles chamava episteme à natureza do conhecimento, que ele acreditava vir da lógica, modalidade de raciocínio que vinha do geral ao específico, do abstrato ao concreto. Esta é a abordagem científica que ele defende. Ele analisou as condições para o estabelecimento de uma prova pela argumentação dedutiva. A abordagem dedutiva vai do geral para o específico: partindo de princípios gerais, podemos fazer inferências ou deduções sobre casos particulares (ela se opõe a abordagem indutiva, que consiste em identificar os princípios gerais a partir do estudo de casos particulares). A precisão de uma abordagem científica é acompanhada da criação de uma linguagem e da invenção de objetos de estudos abstratos, de ferramentas intelectuais, de conceitos (por exemplo, o conceito de velocidade instantânea). Esses objetos não são dados pela natureza, mas inventados para responder às necessidades. Ao observarmos o termo Ciência, pensamos na distinção existente entre a atitude científica e o senso comum, a luz da teoria retratada por Chauí (2000, p. 249), essa diferença consiste no seguinte: a ciência indaga a si mesma e suas próprias certezas, desconfia da falta de perguntas e de crítica, é objetiva, quantitativa, ou seja, busca medir, comparar e avaliar. A ciência, ainda sob a teoria de Chauí (2000, p. 249), não acontece de forma casual, como o senso comum, ela investiga a natureza ou a estrutura do fenômeno. Melhor explicitando, o que pareceria um milagre será explicado pela revelação de detalhes particulares que produzirão determinado efeito. O nascimento da ciência permitiu, em um contexto sócio-político particular, a democracia. Veremos que as abordagens científicas estão sempre em interação com as evoluções do resto da sociedade. O nascimento de um método científico depende de escolhas humanas que definem as regras da demonstração (dedução versus indução, por exemplo), os questionamentos legítimos, assim como as bases metafísicas sobre as quais repousa todo o resto. Finalmente, a tentativa de estabelecer uma "abordagem científica" é indissociável do projeto humano que a subentende: generalizar as explicações, abstrair de uma diversidade aparente dando uma unidade de funcionamento subjacente. 2. PESQUISA É importante pensar que em nosso cotidiano, estamos constantemente fazendo pesquisas: pesquisamos sobre assunto de nosso interesse, sobre política, economia, meio ambiente, religião, moda, culinária, educação... Podemos pesquisar de forma aleatória, sem base teórica, científica e, dessa forma, teremos resultados com base no senso comum. Isso certamente não é Ciência. Todavia, queremos nesse trabalho nos atermos à pesquisa de caráter científico. Só assim, a pesquisa é um processo sistemático de construção do conhecimento. O principal motivo para desenvolvermos uma pesquisa é no sentido de produção de novos conhecimentos. É preciso que entendamos que o ato de pesquisar nos possibilita corroborar ou ainda refutar um conhecimento pré-existente. Para termos, de fato, material de pesquisa, as ações precisam ser orientadas e planejadas em busca de um conhecimento. Diante disso é possível afirmar que a pesquisa científica consiste na indagação realizada para alcançar a solução de um problema. Podemos dizer que a realização da pesquisa é denominada método científico. Esse método precisa ser objetivo. Isso implica imparcialidade do pesquisador diante da interpretação dos resultados. É preciso que haja confiabilidade nos resultados da pesquisa, para isso torna-se necessário que o procedimento seja documentado, principalmente em relação à fonte de dados e às regras de análise. Essa ação permite que outros cientistas de diferentes lugares, diferentes países possam reanalisar os dados, os resultados da pesquisa. Assim, podemos dizer que a pesquisa é utilizada para: Gerar e adquirir novos conhecimentos sobre si mesmo ou sobre o mundo em que vive. - Obter e/ou sistematizar a realidade empírica (conhecimento empírico). - Responder a questionamentos (explicar e/ou descrever). - Resolver problemas. - Atender às necessidades de mercado. Com base nessas contribuições, podemos concluir que pesquisa é indagar sobre a realidade. E o modo como indagamos determina a Abordagem Científica ou também denominada Método Científico. Sendo assim, método é o caminho percorrido para se chegar a um fim. É o pesquisador que determina a opção teórica pelo método X ou Y. Na verdade, o que pretendemos dizer é que em nosso cotidiano vivemos sempre na busca de dar uma explicação para o universo. Posso tentar explicá-lo por meio de crenças; misticismo; superstições ou posso explicá-lo com base na lógica, e, consequentemente, no método, isto é, apoiado em uma investigação científica. 3. CONHECIMENTO: FILOSÓFICO, SENSO COMUM OU EMPÍRICO, RELIGIOSO OU TEOLÓGICO E CIENTÍFICO Provavelmente, você já ouviu dizer que “fulano de tal” tem sempre suas colocações fundamentadas no senso comum. Podemos dizer que transitamos com vários tipos de conhecimentos. Entre eles, o que chamamos de senso comum. Quando pensamos em senso comum, imaginamos algo superficial. Nesse sentido, podemos dizer que não há sistematização, muito menos um método estabelecido no sentido de força argumentativa. Importante pensar, que grande parte da nossa organização do conhecimento tem base em questões do senso comum. Mas, na escola, o conhecimento deverá ir além do senso comum. O conhecimento escolar não pode se dar na espontaneidade. Segundo Tafner e Silva (2007), o Conhecimento Filosófico, Senso Comum ou Conhecimento Empírico, Conhecimento Religioso ou Teológico e Conhecimento Científico podem ser abordados como: 3.1 CONHECIMENTO FILOSÓFICO A palavra Filosofia surgiu com Pitágoras através da união dos vocábulos PHILOS (amigo) + SOPHIA (sabedoria) (RUIZ, 1996, p.111). Os primeiros relatos do pensamento filosófico datam do século VI A.C., na Ásia e no Sul da Itália (Grécia Antiga). A filosofia não é uma ciência propriamente dita, mas um tipo de saber que procura desenvolver no indivíduo a capacidade de raciocínio lógico e de reflexão sem delimitar com exatidão o objeto de estudo. Dessa forma, o conhecimento filosófico não pode ser verificável, o que o torna sob certo ponto de vista, infalível e exato. Apesar da filosofia não ter aplicação direta à realidade, existe uma profunda interdependência entre ela e os demais níveis de conhecimento. Essa relação deriva do fato que o conhecimento filosófico conduz à crítica, elaboração de princípios universais, que fundamentam os demais, enquanto se vale das informações empíricas, teológicas ou científicas para prosseguir na sua evolução. 3.2 O SENSO COMUM OU CONHECIMENTO EMPÍRICO Também chamado de conhecimento popular ou comum. É aquele obtido no dia a dia, independentemente de estudos ou critérios de análise. Foi o primeiro nível de contato do homem com o mundo, acontecendo através de experiências casuais e de erros e acertos. É um conhecimento superficial, segundo o qual o indivíduo, por exemplo, sabe que nuvens escuras é sinal de mau tempo, contudo não tem ideia da dinâmica das massas de ar, da umidade atmosférica ou de qualquer outro princípio da climatologia. Enfim, ele não tem a intenção de ser profundo, mas sim, básico. CIÊNCIA E SENSO COMUM Grande parte do nosso conhecimento da natureza e dos seres humanos não é científico e, na verdade, surgiu muito antes da ciência ou mesmo da própria civilização. Sabemos que certas plantas nos alimentam ou curam e que outras são venenosas, que é mais seguro beber água fervida, que os filhos tendem a parecer-se com os pais, que algumas doenças são contagiosas, que com o leite podemos fazer queijo, que por vezes a terra treme e o Sol desaparece e que podemos moldar alguns metais quando os aquecemos. O conhecimento vulgar ou senso comum corresponde a crenças como estas. Podemos caracterizá-lo desta forma: O senso comum consiste em crenças (1) amplamente partilhadas pelos seres humanos, (2) justificadas pela experiência quotidiana e (3) transmitidas de geração em geração de uma forma essencialmente acrítica. Além disso, o conhecimento de senso comum tende a refletir as necessidades humanas mais imediatas, ou seja, tem um carácter acentuadamente prático. Fonte: http://www.aartedepensar.com/docs/adp2008cap7.pdf . Do senso comum à ciência Não há uma descontinuidade absoluta entre o senso comum e a ciência. O conhecimento científico surgiu a partir da ampla informação empírica que constitui uma parte importante do senso comum, e as diversas ciências resultaram em grande medida das necessidades práticas da vida humana. Por exemplo: • A astronomia responde em parte à necessidade de ter calendários rigorosos, que por sua vez são necessários para a agricultura; • A geometria responde à necessidade de medir terrenos e construir casas; • A biologia responde à necessidade de preservar a saúde; • A química responde à necessidade de produzir medicamentos. De certo modo, a ciência é um desenvolvimento do senso comum. Mas o que define tal desenvolvimento? O que trouxe o conhecimento científico de radicalmente novo? Uma resposta incompleta é a seguinte: a ciência é um corpo de conhecimento extremamente sistematizado, ao contrário do senso comum, que é um corpo de conhecimento vasto, mas pouco organizado. Por outras palavras, ao nível do senso comum encontramos uma coleção de fatos bastante dispersos, mas as teorias científicas «arrumam» os fatos de uma maneira sistemática. No entanto, nem todo o conhecimento organizado ou sistematizado tem um caráter científico. É por isso que esta resposta é incompleta. Uma lista telefônica, um diário de bordo ou uma grelha da programação televisiva, por exemplo, podem conter muita informação precisa e sistemática, mas essa informação não constitui por si qualquer conhecimento científico. Também os astrônomos babilônios acumularam muita informação precisa e sistemática, mas é defensável que não chegaram propriamente a constituir uma ciência. Por quê? Afinal, que tipo de sistematização é característico das ciências? Fonte: http://www.aartedepensar.com/docs/adp2008cap7.pdf 3.3 O CONHECIMENTO TEOLÓGICO OU RELIGIOSO É o conhecimento relacionado ao misticismo, à fé, ao divino, ou seja, à existência de um Deus, seja ele o Sol, a Lua, Jesus, Maomé, Buda, ou qualquer outro que represente uma autoridade suprema. O Conhecimento teológico, de forma geral, encontra seu ápice respondendo aquilo que a ciência não consegue responder, visto que ele é incontestável, já que se baseia na certeza da existência de um ser supremo (Fé). Os Conhecimentos ou verdades teológicas estão registrados em livros sagrados, que não seguem critérios científicos de verificação e são revelados por seres iluminados como profetas ou santos, que estão acima de qualquer contestação por receberem tais ensinamentos diretamente de um Deus. 3.4 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO A Lição de Anatomia do Dr.Tulp, de Rembrandt van Ryn (1606-1669). FONTE: www.veja.abril.com.br O conhecimento científico é o conhecimento que está relacionado à ciência, pois a ciência é uma necessidade do ser humano que se manifesta desde a infância. É através dela que o homem busca o constante aperfeiçoamento e a compreensão do mundo que o rodeia por meio de ações sistemáticas, analíticas e críticas. Ao contrário do empirismo, que fornece um entendimento superficial, o conhecimento científico busca a explicação profunda do fenômeno e suas inter-relações com o meio. Diferentemente do filosófico, o conhecimento científico procura delimitar o objeto alvo, buscando o rigor da exatidão, que pode ser temporária, porém comprovada. Deve ser provado com clareza e precisão, levando à elaboração de leis universalmente válidas para todos os fenômenos da mesma natureza. Ainda assim, ele está sempre sob júdice, podendo ser revisado ou reformulado a qualquer tempo, desde que se possa provar sua ineficácia. Resumidamente podemos dizer que: Conhecimento Filosófico é fruto do raciocínio e da reflexão humana. Neste sentido, acaba ultrapassando os limites formais da Ciência. O Senso Comum ou Conhecimento Empírico, também chamado de conhecimento popular ou comum. É aquele obtido no dia a dia, independentemente de estudos ou critérios de análise. Conhecimento Teológico ou Religioso revela-se na fé divina e nas crenças de diferentes credos. Esse tipo de conhecimento depende da formação moral de cada indivíduo. Conhecimento Científico é um produto resultante da investigação ou da pesquisa científica e surge da necessidade de encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida diária (senso comum) e do desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas por meio de provas empíricas e da discussão intersubjetiva. Faz uso de ferramentas lógicas e metodológicas para que se tornem padronizados e possam ser reproduzidos. Os pressupostos para validade científica são: - Necessidade de um Método Científico. - Clareza da Contribuição Científica. - Importância de um resultado passível de verificação. 4 ESTATUTO DA CIÊNCIA 4.1 ÉPOCA CLÁSSICA E IDADE MÉDIA: ATÉ O SÉCULO XVI A ciência é uma atividade essencialmente contemplativa. - O conhecimento científico apoia-se em procedimentos dedutivos; - A ciência não está separada da filosofia. A filosofia é entendida como a Ciência das ciências; -Na antiguidade clássica, Platão e Aristóteles concebem o universo como estático e hierarquizado. - Durante a Idade Média, na Europa, predomina a religião cristã. A ciência está subordinada à filosofia, e esta à teologia. Deus é o criador de tudo o que existe. Para além de Platão e Aristóteles, na ciência, destaca-se agora a influência de Santo Agostinho e São Tomás Aquino. A partir do século XIII, desenvolve-se uma cultura livresca (a escolástica). 4.2 ÉPOCA MODERNA: SÉCULOS XV E XVI A ciência moderna. Critica-se o saber livresco, valoriza-se a observação direta e rigorosa, a experimentação e a técnica. - Nos séculos XVI e XVII, revoluções científicas corporizadas nas grandes descobertas geográficas, mas também nas de Copérnico, Galileu, Pascal, Kleper, Descartes, Leibniz e Newton. - A ciência separa-se da filosofia. - Difunde-se a crença na verdade absoluta do conhecimento científico, o qual caminhava para a resolução de todos os enigmas do universo. No século XIX, o positivismo será, neste aspecto, a consagração filosófica destas teses mecanicistas e deterministas. - Galileu. Atribui à observação, à experiência e à matematização do real uma função essencial na compreensão da natureza. - Newton. Procurou unir a Matemática e a Física, fortalecendo o método empírico. Estabeleceu a presença da lei e da ordem na natureza mediante suas descobertas sobre o movimento dos corpos celestes. Mostrou que a natureza age racionalmente e não por acaso, estabelecendo o princípio-base do determinismo: se pudéssemos conhecer as posições e os impulsos das partículas materiais num dado momento, poderíamos deduzir pelo cálculo toda a evolução posterior do mundo. - Positivismo - século XIX. Defende que o único conhecimento genuíno é o da ciência e o baseado em observações de fatos. Rejeitou qualquer explicação sobre as coisas que ultrapassam a sua dimensão física. - O positivismo contribuiu para a criação e a difusão de grandes mitos sobre o conhecimento científico: o Mito da cientificidade: o conhecimento científico é o único que é verdadeiro; o Mito do progresso: o desenvolvimento da ciência e da técnica são os únicos que poderão conduzir a humanidade a um estado superior de perfeição. o Mito da tecnocracia: A resolução dos problemas da humanidade passa por confiar o poder a especialistas, nas diversas áreas do conhecimento técnico e científico. 4.3 ÉPOCA CONTEMPORÂNEA: SÉCULO XX Crise das concepções deterministas herdadas do período anterior. O conhecimento científico deixa de ser visto como absoluto. Muitos dos mitos desenvolvidos em torno da ciência são abandonados. 4.4 CONHECIMENTO CIENTÍFICO – SÉCULO XX EINSTEIN (Albert Ainstein, 1879-1955)- O conhecimento científico não permanece igual ao longo dos anos. O que é considerado verdade hoje, pode não ser no futuro. Há 6 séculos pensava-se que a Terra era o centro do universo. Hoje sabemos que ela não é sequer o centro do Sistema Solar. A teoria da relatividade de Einstein mudou as bases da Física alterando conceitos tão fundamentais como tempo e espaço. As teorias de Einstein revolucionaram a Física e foram sendo comprovadas com experiências e observações. Entre essas observações está o eclipse do sol visto na cidade de Sobral, no Ceará. Uma estrela posicionada atrás do sol não poderia ser vista, segundo as teorias antigas. Mas se a gravidade distorce o próprio espaçotempo, até mesmo a luz poderia ser atraída e desviada. Se Einstein estivesse correto, uma estrela escondida atrás do sol seria vista quando ocorresse um elipse total. Ele veio pessoalmente ao Brasil e a prova foi obtida: o astro que deveria estar oculto pelo sol tinha sua luz desviada e foi visto durante o eclipse. (Disponível em: <http://www.infoescola.com/fisica/teoria-da-relatividade/> Acesso: 26/02/2013) POPPER (Karl Popper, 1902-1994) é mais conhecido como filósofo da ciência e por suas críticas das filosofias políticas utópicas. Afirma que a ciência não avança fazendo generalizações a partir de observações, mas fazendo conjecturas ousadas que devem ser testadas. É a verificabilidade que dá poder a uma teoria científica. Sua primeira obra A lógica da descoberta científica, esboçou suas ideias sobre o método científico, desenvolvidas depois em Conjecturas e refutações. Em O eu e seu cérebro, escrito com John Eccles, defende uma forma de interacionismo mente-corpo. (Disponível em: < http://filsofosvidaeobra.blogspot.com.br/2009/08/karl-popper.html#!/2009/08/k arl-popper.html> Acesso 26/02/2013) DÖBEREINER (Johanna Döbereiner, 1924-2000) Agrônoma de origem tcheca e naturalizada brasileira, Johanna Dobereiner foi decisiva na história da soja tropical brasileira. Graças às suas pesquisas, o Brasil economizou bilhões de reais em adubos e inseticidas nos últimos 30 anos. [...] realizou pesquisas pioneiras na fixação biológica de nitrogênio. Os estudos com a bactéria Rhizobium revolucionaram e aprimoraram a soja tropical brasileira. Inserida na semente da oleaginosa, a bactéria atua como uma espécie de adubo natural. Ao germinar, o grão produz nódulos nas raízes que funcionam como mecanismos para a extração de nitrogênio do ar, elemento fundamental para o crescimento das plantas. A fixação do elemento químico através de bactérias torna o cultivo mais barato e natural, já que o processo substitui o uso de fertilizante nitrogenado, insumo caro e poluente. Por suas contribuições científicas, Johanna Döbereiner garantiu um assento na Academia de Ciência do Vaticano e foi uma das indicadas para o Prêmio Nobel de Química em 1997. Consagrada como uma das maiores cientistas brasileiras, morreu no dia 5 de outubro de 2000, no interior do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/sobre/ciencia-e-tecnologia> BRAZIL (Vital Brazil, 865-1950) foi médico e pesquisador brasileiro. Descobriu o soro antiofídico. Foi diretor do Instituto Butantã em São Paulo, Fundou e dirigiu o Instituto Vital Brasil em Niterói, Rio de Janeiro, dois importantes centros de pesquisas, estudo e produção de soro e medicamentos. A rapidez e dedicação com que o grande cientista sempre empreendeu as suas pesquisas, resultaram numa das mais importantes descobertas científicas de todos os tempos: o soro antiofídico que se tornou conhecido em todo o mundo. No Brasil, país tropical de grande variedade de cobras peçonhentas, grande era o número de pessoas picadas. Vital não se contentou apenas com as pesquisas, escreveu inúmeras obras especializadas, destacando-se entre elas: Contribuição para o Estudo do Envenenamento do Ofídico e o tratamento do Ofidismo no Brasil, dosagem do valor e as cobras em geral. Disponível em: <http://www.ebiografias.net/vital_brazil/>. FREIRE (Paulo Freire, 1921-1977), O educador apresentou uma síntese inovadora das mais importantes correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos. A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado revistaescola.abril.com.br/historia primeiramente em Pernambuco. Disponível em: 4.5 O DESENVOLVIMENTO DAS CIÊNCIAS - Duhem (1861-1916) sustentou que na ciência não existem começos absolutos. O conhecimento científico progride por acumulação e alargamento de horizontes. - Bachelard (1884-1962), concebeu a evolução da ciência como um processo dinâmico interação entre a razão e a experiência. O progresso científico faz-se através de rupturas epistemológicas com o senso comum, as tradições, os erros e os preconceitos. A ciência avança através da superação destes obstáculos. - Khun (1922-1994) concebe a evolução da ciência, à semelhança de uma história política, como uma sucessão de revoluções, de rupturas, de alterações mais ou menos rápidas e de substituições dos diferentes paradigmas. 4.6 CIENTISTAS DO SÉCULO XX 5º Congresso de Solvey de Física e Química, outubro de 1927 em Bruxelas na Bélgica Fonte: http://eletronsdadepressao.blogspot.com.br/2012/09/os-maiores-cientistas-do-seculo-xx.html Fonte: http://eletronsdadepressao.blogspot.com.br/2012/09/os-maiores-cientistas-do-seculo-xx.html Da esquerda para a direita (3ª fila de pé: Auguste Piccard, Émile Henriot, Paul Ehrenfest, Édouard Herzen, Théophile de Donder, Erwin Schrodinger, Jules-Émile Verschaffelt, Wolfgang Pauli, Werner Heisenberg, Ralph H. Fowler, Léon Brillouin, Auguste Piccard. 2ª fila sentados Peter Debye, Martin Knudsen, William Lawrence Bragg, Hendrik Anthony Kramers, Paul Dirac, Arthur Compton, Louis de Broglie, Max Born, Niels Bohr. 1ª fila sentados: Irving Langmuir, Max Planck, Marie Curie, Hendrik Antoon Lorentz, Albert Einstein, Paul Langevin, Charles Eugène Guye, Charles Thomson Rees Wilson, Owen Willans Richardson) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática,2000. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica. Guia para eficiência nos estudos. 13. ed. São Paulo: Atlas, P.131, 1985. TAFNER, Elisabeth Penzlien,, SILVA, Renata. Apostila de Metodologia Científica. Disponível em: www.assevim.edu.br/assevim/.../apostilas/apmetodologia02-2007.pdf em 20-01-2010.