Discurso proferido pelo Deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) na sessão plenária do dia 05 de julho de 2005. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, DF659F8336 Os agrônomos e técnicos da APAEB mostram como o preço mínimo atual da fibra seca está defasado. O custo operacional para beneficiamento de uma tonelada de fibras secas de sisal é de R$ 979,53, ou seja, R$ 0,979 o quilo. Esse valor envolve remuneração da máquina desfibradora, manutenção da lavoura, combustível e mão-de-obra (cevador, resideiro, cortador, botador, transportador, estendedeira). *DF659F8336* Agricultores do sertão baiano reivindicam novo preço mínimo para o sisal. Pedem que o valor fixado hoje, de R$ 0,85 por quilo de fibra seca, seja reajustado para R$ 0,979. O cálculo do novo preço mínimo foi feito pela APAEB - Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira. E a legitimidade da reivindicação se reforça, Sr. Presidente, Sras e Srs. Deputados, pelo fato de partir da APAEB, uma instituição de produtores de sisal, sediada no município de Valente, que mudou a qualidade de vida de todos os envolvidos na economia sisaleira. Antes da criação da APAEB, os produtores entregavam parte do sisal aos donos dos motores, e outra parte, maior, para os donos das batedeiras, que DF659F8336 Além de abastecer o mercado interno, o sisal cresce como produto de exportação. O México, que antes vendia, tornou-se importador da fibra produzida no Brasil. A China, há pouco tempo ausente do mercado, transformou-se em compradora. O reajuste do preço mínimo, além de um imperativo legal e de produção, representa pouco risco para os cofres públicos. Com o aumento da procura, se houver necessidade de o governo comprar a safra, garantindo o preço mínimo, o dinheiro certamente não será perdido. *DF659F8336* O reajuste do preço mínimo é uma reivindicação justa e merece ser atendida pelo governo. O sisal - que produz os fios usados para a produção de tapetes, bolsas, cestos - move a economia de mais de 60 municípios baianos. Cerca de 1 milhão de trabalhadores da região dependem da economia sisaleira, direta ou indiretamente. pagavam preços muito mais baixos que os de mercado. Apoiar a região sisaleira é fazer política social para uma comunidade de bravos trabalhadores, que ainda convivem com o problema das mutilações. Ainda vivem na região mais de 2.000 pessoas, incluindo mulheres e crianças, mutiladas pelos motores de sisal. Quero registrar, meus colegas parlamentares, que estou encaminhando aos DF659F8336 A própria associação funciona baseada numa política de preço mínimo, que assegura a venda da produção e suaviza os efeitos das oscilações do câmbio e da cotação do sisal na economia local. Isso significa segurança para uma economia que é formada por pequenos produtores, donos de propriedades pequenas, que têm renda mensal de pouco mais de R$ 400. *DF659F8336* Hoje os produtores, organizados nessa associação, têm depósitos, suas próprias batedeiras e uma fiação e tecelagem que produzem tapetes que são vendidos nas grandes regiões metropolitanas brasileiras ou exportados. A APAEB é a maior empregadora privada de Valente, com 903 trabalhadores. A empresa só perde em oferta de trabalho para a prefeitura do município, que tem cerca de mil funcionários. Ministérios da Agricultura e da Fazenda pedido de reajuste do preço mínimo do sisal, acompanhado do cálculo feito pela APAEB. Estamos aqui lutando para garantir o desenvolvimento econômico do sertão da Bahia e a qualidade de vida de milhares de famílias. DF659F8336 *DF659F8336* Muito Obrigado.