Trabalho Realizado por: Ana Ferreira, nº 58446 Catarina Palma, nº 57786 Marta Meneses, nº 58415 Grupo 4 MEBM IST 2007/2008 OXIDAÇÃO METABÓLICA DAS HEXOSES Fase Preparatória: (Reacção 1 a 5) Fosforilação da glicose e a sua conversão a gliceraldeído 3-fosfato. São necessários 2 ATPs para iniciar o processo. Glicólise Fase “Payoff”: (Reacção 6 a 10) Oxidação de gliceraldeído 3-fosfato a piruvato e consequente formação de ATP e NADH. Ocorre ganho energético. Objectivos da Glicólise Produzir energia metabólica sob a forma de ATP; Produzir piruvato como produto final que será metabolizado por uma de três vias catabólicas diferentes. Reacção 1 Fosforilação da Glicose a Glicose 6-fosfato Ocorre a hidrólise do ATP que origina ADP e um grupo fosforilo (Pi). São duas reacções acopladas e exergónicas. O grupo fosforilo reage com a glicose originando glicose 6-fosfato. A reacção é catalisada pela enzima hexocinase, uma quinase (enzimas que catalizam as transferências do terminal fosforilo do ATP para um aceitador nucleofílico). Esta enzima é pouco específica para a glicose, actuando também noutras oses. Requer como cofactor o Mg2+ para a sua actividade porque o substrato para esta enzima não é o ATP4- mas sim o complexo MgATP2-. Reacção 2 Conversão da Glicose 6-Fosfato em Frutose 6-Fosfato A enzima fosfohexose-isomerase catalisa a isomerização reversível da glicose 6-fosfato, uma aldose, em frutose 6-fosfato, uma cetose. A reacção pode prosseguir em qualquer das direcções devido ao baixo valor de energia livre. Dão-se rearranjos no grupo carbonilo e hidroxilo dos carbonos 1 e 2 da glicose 6-fosfato. Reacção 3 Fosforilação da Frutose 6-Fosfato em Frutose 1,6-Bisfosfato Ocorre a hidrólise do ATP que origina ADP e um grupo fosforilo (Pi). São duas reacções acopladas. A enzima fosfofrutocinase-1 catalisa a transferência de um grupo fosforilo do ATP para a Frutose 6-Fosfato que origina Frutose 1,6-Bisfosfato, reacção irreversível. Requer como cofactor Mg2+. É o primeiro passo que caracteriza realmente a glicólise, porque até aqui a glicose 6-fosfato e a frutose 6-fosfato podiam ter outros destinos. Reacção 4 Cisão da frutose 1,6 difosfato em trioses-fosfato A cisão da frutose 1,6-bisfosfato por acção da enzima aldolase origina duas trioses-fosfato: o gliceraldeído 3-fosfato, uma aldose, e a di-hidroxiacetona – -fosfato, uma cetose. Trata-se de uma reacção reversível, apesar da energia livre de Gibbs ser fortemente positiva no sentido da cisão da frutose. Reacção 5 Interconversão das Trioses Fosfato O gliceraldeído 3-fosfato é um composto pode ser degradado directamente nos passos seguintes da glicólise. A outra triose, a di-hidroxiacetona-fosfato não é degradado nos passos seguintes da glicólise, por isso tem de ser convertida em gliceraldeído 3-fosfato pela triose-fosfato-isomerase. O mecanismo desta reacção é similar ao da reacção 2. Esta reacção completa a Fase Preparatória da Glicólise. Reacção 6 A Oxidação do Gliceraldeído 3-Fosfato em 1,3-Bisfosfoglicerato Trata-se da primeira reacção da fase “Payoff”. Esta reacção ocorre através de uma série de passos intermédios: O gliceraldeído 3-fosfato liga-se covalentemente à enzima gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase; O grupo aldeído do gliceraldeído 3-fosfato reage com o grupo sufidrilo da enzima, dando origem a um tio semi-acetal (composto intermédio entre álcoois e ésteres); O tiosemi-acetal é oxidado a tio-éster pelo NAD+, que se reduz a NADH; O NADH formado abandona o centro activo e é substituído por outra molécula de NAD+; A ligação entre o tio-éster e a enzima tem uma energia livre padrão muito elevada; Um grupo fosforilo quebra esta ligação formando um composto que conserva a energia livre desta ligação – 1,3-Bisfosfoglicerato. Reacção 7 Transferência de um grupo fosforilo do 1,3Bisfosfoglicerato para o ADP A enzima fosfoglicerato-cinase transfere o grupo fosforilo de alta energia do grupo carboxilo do 1,3Bisfosfoglicerato para o ADP formando ATP e 3fosfoglicerato. Nesta reacção ocorre uma fosforilação “à custa do substrato” porque a energia libertada na hidrólise do grupo fosforilo é imediatamente utilizada na síntese de um ATP, a partir do ADP. Reacção 8 Conversão de 3-Fosfoglicerato para 2Fosfoglicerato A enzima fosfoglicerato-mutase catalisa a mudança do grupo fosforilo do C-2 para o C-3 do glicerato.O Mg2+ é essencial para esta reacção. Esta reacção ocorre em dois passos: Pi (ligado à enzima) Transfere C-2 do3-Fosfoglicerato Origina Reacção 9 – Desidratação de 2-Fosfoglicerato em Fosfoenolpiruvato A enzima enolase promove a remoção reversível de uma molécula de água de 2-fosfoglicerato para originar fosfoenolpiruvato. Apesar da energia livre de Gibbs ser relativamente baixa nesta reacção, a desidratação é favorecida porque há uma elevada diferença no valor da energia livre de Gibbs da hidrólise dos grupos fosforilo do reagente e do produto. Destinos Finais do Piruvato ka Glicose 2 ATPs 2 Piruvatos 30 ATPs Fermentação Láctica Respiração Aeróbia 2 Lactatos 6CO2 + 2H2O 2,3-difosfoglicerato para a enzima Origina Transfere o grupo do C-3 2-Fosfoglicerato Regenera enzima Reacção 10 – Transferência do Grupo Fosforilo do Fosfoenolpiruvato para o ADP O último passo da glicólise é a transferência de um grupo fosforilo do Fosfoenolpiruvato para o ADP, catalisado pela enzima piruvato-cinase o que requer o ião K+ e Mg2+ ou Mn2+. Inicialmente, o piruvato aparece na sua forma enol, tautomerizando-se, na sua forma cetónica que predomina a pH 7, o piruvato. Ocorre novamente uma fosforilação “à custa do substrato”, pois o grupo fosforilo é imediatamente transferido para o ADP, formando ATP, onde se conserva a energia na ligação fosfoanidrido. Rendimento Energético da Glicólise A glicólise tem um rendimento energético de 4 ATPs na fase “Payoff”, mas como foram investidas 2 moléculas de ATP na fase Preparatória, o rendimento total = 2 ATPs. Em meios aeróbios, o piruvato é metabolizado através do Ciclo de Krebs e fosforilação oxidativa tendo um rendimento total = 30 ATPs em aerobiose + 2 ATPs na glicólise = 32 ATPs. Em meios anaeróbios, o piruvato é metabolizado através da fermentação láctica, onde não é produzido ATP. O rendimento final = 2 ATPs na glicólise. OXIDAÇÃO DE OUTRAS HEXOSES Na maior parte dos organismos, outras hexoses como a Frutose, a Manose e a Galactose, podem participar na glicólise, após conversão para o derivado fosforilado. Frutose Músculos e rins: Frutose + ATP Fígado: Frutose + ATP Hexocinase Frutocinase Frutose 6 – fosfato + ADP Frutose 1 – fosfato + ADP Frutose 1 – fosfato aldolase Gliceraldeído Di-hidroxiacetona-fosfato Triose cinase Triose-fosfato isomerase Gliceraldeído 3-fosfato Galactose (ocorre no Fígado): Galactose + ATP Galactocinase Galactose 1 – fosfato + ADP Glicose 1-fosfato Fosfoglicomutase Glicose 6- Fosfato Manose: A oxidação destes monossacáridos permite a obtenção de energia a partir de moléculas alternativas à glicose, o que se revela extremamente vantajoso em situação de défice de glicose. Hexocinase Manose + ATP Manose 6 – fosfato + ADP Fosfomanose isomerase Frutose 6 – fosfato REGULAÇÃO NÃO – HORMONAL DA GLICÓLISE A glicólise processa-se no citosol e é regulada por três enzimas, que correspondem às enzimas que catalisam reacções unidireccionais. ACTIVADORES RELAÇÃO NAD+/NADH – é necessária uma constante reoxidação do NADH, para evitar um bloqueio da oxidação do Gliceraleído 3-fosfato. Aerobiose – Sistema Transportador de Electrões Anaerobiose – - Fermentação Láctica - Fermentação Alcoólica - Formação do α-glicerofosfato e do glicerol INIBIDORES HEXOCINASES I,II E II ----- Glicose 6 - Fosfato HEXOCINASE IV ----- Proteína específica (dissociada pela glicose) FOSFOFRUTOCINASE 1 AMP, ADP, e a frutose-2,6-bisfosfato ATP ,Frutose-1,6bisfosfato e citrato (induz a produção de frutose-1,6-bisfosfato;não é intermediário da glicólise) PIRUVATO- CINASE Frutose 1-6-bisfosfato ATP, Acetil-CoA, ácidos gordos de cadeia longa e a Alanina VIA DAS FOSFOPENTOSES Objectivos: - Produção de NADPH; - Obtenção de ribose-5-fosfato necessários à síntese de ácidos nucleicos. Sequência: Fase oxidante Oxidação Fase não-oxidante - Processo aeróbio, visto que não existe nenhum mecanismo específico (além do sistema transportador de electrões) que permita a reoxidação dos coenzimas reduzidos durante as reacções de oxidação. - Ocorre isomerização da ribose-5-fosfato para xilulose-5-fosfato, através da fosfopentose-isomerase. - Ocorrem 2 transcetolisações, mediadas pela enzima transcetolase, que consiste na transferência de grupos com 2 átomos de Carbono. - Ocorre 1 transaldolisação, mediada pela enzima transaldolase, que consiste na transferência de grupos com 3 átomos de Carbono. Redução Descarboxilação Oxidante Isomerização A fase não-oxidante apenas ocorre se a célula necessitar de NADPH e não precisar d ribose-5-fosfato. Produtos: - NADH: manutenção do ambiente redutor no interior da célula; elemento fundamental na biossíntese redutora de ácidos gordos e outras moléculas, actuando como agente redutor. - Ribose-5-fosfato (fim da fase oxidante): percursor na síntese de nucleótidos para a incorporação nos ácidos nucleicos. - Frutose-6-fosfato e Gliceraldeído-3-fosfato (fim da fase não-oxidante): podem incorporar-se na via glicolítica, tanto no sentido da glicólise como no sentido da gliconeogénese. Regulação Hormonal: - Insulina: Esta actua ao nível da transcrição induzindo a síntese das desidrogenases da glicose6-fosfato e do 6-fosfogliconato; enquanto que o NADPH é inibidor da desidrogenase da glicose-6fosfato. O aumento da quantidade de insulina associada à descida da concentração do NADPH, provocada pela estimulação da síntese de ácidos gordos, leva a que em casos de níveis de insulina elevados a via das fosfopentoses seja activada. Em casos de níveis de insulina baixos acontece o inverso – a via das fosfopentoses é inibida. Regulação NADP+/NADPH: - Factor mais importante na regulação da via.