Hora do Planeta mobiliza mais de 3.900 cidades de 88 países No Brasil, 107 cidades apagaram as luzes por uma hora no movimento contra o aquecimento global. Na primeira reunião da Convenção do Clima, uma urna simbólica com todos os votos foi entregue ao secretário executivo A Hora do Planeta, ato simbólico realizado no último sábado, quando as pessoas do mundo inteiro foram convidadas a apagar as luzes entre 20h30 e 21h30, superou todas as expectativas, segundo a WWF-Brasil. Mais de 3.900 cidades de 88 países aderiram ao movimento, que registrou votos a favor do futuro do planeta por cada apagão, e desligaram as luzes de prédios simbólicos, como a Biblioteca de Alexandria (Egito), o Big Ben e o Palácio de Buckingham (Inglaterra) e a Torre Eiffel (França). No Brasil, 107 cidades participaram da “eleição”, dentre elas, 13 capitais: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Rio Branco, Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória. Mais de 1.600 empresas e organizações Rio de Janeiro e Ponte Estaiada, em São Paulo, durante a Hora do Planeta e 52.500 pessoas se cadastraram para fazer parte do voto brasileiro. Urna simbólica inicia negociações Após o movimento, o WWF e um grupo de Escoteiros alemães entregaram uma urna simbólica com os votos de centenas de milhões de cidadãos de todo o mundo ao Secretário Executivo da Convenção de Cli- ma, Yvo de Bôer, a fim de marcar o início das negociações sobre o clima. O encontro, realizado na cidade alemã de Bonn, entre 29 de março e 8 de abril, é o primeiro de uma série de reuniões da Convenção de Clima que vão ocorrer ao longo de 2009 até dezembro, quando acontece a COP (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), em Copenhague, Dinamarca. O objetivo deste encontro é que negociadores internacionais de cada país signatário e especialistas técnicos delineiem um texto ambicioso que servirá de base para o acordo global do fim do ano. “O sucesso de Copenhague dependerá dos nossos líderes ouvirem os cidadãos do mundo todo. Em Bonn, os negociadores precisam colocar as cartas na mesa e trabalhar de forma urgente e focada em direção a um consenso”, destacou o Superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza. Para superar os obstáculos Em Bonn, os negociadores têm de superar os obstáculos e a lenta velocidade das negociações até o momento. Para definir a arquitetura do novo tratado de clima, é preciso chegar a um acordo quanto às opções para adaptação, redução de emissões, papel das florestas, financiamento e tecnologia. “Para combater o aquecimento global, é preciso pavimentar o caminho em direção a uma economia de baixo carbono”, ressaltou Scaramuzza, acrescentando que “qualquer plano de dezenvolvimento ou pacote de recuperação econômica deverá dar suporte a pessoas carentes e ainda respeitar os limites do planeta. É o único caminho lógico a seguir”. Assim, metas de redução das emissões ambiciosas para países desenvolvidos e compromissos nacionais para aqueles em desenvolvimento são algumas das chaves para destrancar as negociações.