UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – UNAERP MESTRADO EM BIOTECNOLOGIA AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE Eclipta alba (L) Hassk FRENTE A LINHAGENS MUTANTES DE Trichophyton rubrum E ISOLADOS CLÍNICOS DE BACTÉRIAS RESISTENTES A ANTIBIÓTICOS Vanessa Árabe Lenza Ribeirão Preto 2008 UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – UNAERP MESTRADO EM BIOTECNOLOGIA AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE Eclipta alba (L) Hassk FRENTE A LINHAGENS MUTANTES DE Trichophyton rubrum E ISOLADOS CLÍNICOS DE BACTÉRIAS RESISTENTES A ANTIBIÓTICOS Mestranda: Vanessa Árabe Lenza Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Fachin Saltoratto Co-orientador: Prof. Dr. Paulo Sérgio Pereira Ribeirão Preto 2008 UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - UNAERP MESTRADO EM BIOTECNOLOGIA AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE Eclipta alba (L) Hassk FRENTE A LINHAGENS MUTANTES DE Trichophyton rubrum E ISOLADOS CLÍNICOS DE BACTÉRIAS RESISTENTES A ANTIBIÓTICOS Dissertação apresentada ao curso de Biotecnologia da Universidade de Ribeirão Preto para obtenção do Título de Mestre em Biotecnologia aplicada à saúde Mestranda: Vanessa Árabe Lenza Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Fachin Saltoratto Co-orientador: Prof. Dr. Paulo Sérgio Pereira Ribeirão Preto 2008 iv AGRADECIMENTOS . À Profª Drª Ana Lúcia Fachin, por todo o seu carinho e dedicação ao orientar o trabalho. Ao Prof. Dr. Paulo Sérgio Pereira por ter cedido os extratos e frações de E.alba. À Profª Drª Suzelei de Castro França Coordenadora do Programa de Mestrado em Biotecnologia pela atenção dispensada. À Profª Drª Bianca Waléria Bertoni e a Profª Drª Lindamar Maria Souza pelas sugestões e correções do texto de qualificação. . Ao aluno de iniciação científica Lucas Junqueira de Freitas Morel por ter me auxiliado em todo o processo prático dos experimentos. À Vanessa Colnaghi Fernandes pelo auxílio técnico. v LISTA DE ABREVIATURAS ATCC- “American type culture collection” CIM- Concentração inibitória mínima D -demetilwedelactona LAC -Laboratório de Análises Clinicas da UNAERP MDR- múltipla resistência a drogas OMS - Organização Mundial da Saúde WL- wedelactona vi INDICE DE TABELAS Tabela 1: Antibiograma dos isolados de campo do LAC, demonstrando a 31 resistência das amostras. Tabela 2: Concentração inibitória mínima (CIM) em mg/mL dos extratos 40 e frações de E.alba frente a linhagens de bactérias gram positivas e gram negativas ATCC Tabela 3: Concentração inibitória mínima (CIM) em mg/ mL, dos 41 extratos e frações de E.alba testadas na faixa de concentração de 5mg até 0,019 mg /mL nas linhagens de isolados clínicos resistentes a antibióticos Tabela 4: Concentração inibitória mínima (CIM) em mg/ mL dos extratos e frações de E.alba contra as linhagens H6 (selvagem) e ∆TruMDR2 (mutante) de T rubrum. 46 vii INDICE DE FIGURAS Figura 1: Exemplar de Eclipta alba da coleção de plantas medicinais da 20 Unaerp Figura 2: Estrutura química dos isoflavonoides: wedelactona e a 21 demetilwedelactona (PIMOLPAN et al., 2004) Figura 3: Preparação e purificação dos extratos e frações 29 Figura 4: Ilustração do método de microdiluição em meio BHI em placa 33 contendo 96 poços, testando a atividade antibacteriana do extrato bruto E.alba e frações obtidas a partir dele contra a linhagem de S.epidermidis (arquivo pessoal). Figura 5: Linhagens H6 (selvagem) e mutante (∆TruMDR2) cultivadas 35 por 15 dias em meio Sabouraud (arquivo pessoal) Figura 6: Ilustração do método de microdiluição em placa de 96 poços testando a atividade antifúngica de E.alba contra a linhagem H6 de T.rubrum (arquivo pessoal). 37 viii SUMÁRIO SUMÁRIO RESUMO 09 ABSTRACT 10 1. INTRODUÇÃO 11 1.1 Infecções causadas por microorganismos 11 1.2 Trichophyton rubrum 13 1.3 Atividade antimicrobianas das plantas medicinais 16 1.4 Eclipta alba 19 2. JUSTIFICATIVA 23 3. OBJETIVOS 25 3.1 Objetivo Geral 25 3.2 Objetivos Específicos 25 4. METODOLOGIA 26 4.1 Métodos de coleta e preparação de extratos e frações 26 4.2. Testes de sensibilidade a extratos vegetais nas linhagens de bactérias 28 4.2.1.Linhagens Bacterianas ATCC 28 4.2.2 Isolados de campo resistentes a antibióticos 28 4..2.3.Métodos de identificação 28 4.2.4.Antibiograma 29 4.3 Ensaios de sensibilidade dos extratos de Eclipta alba nas 29 linhagens de bactérias 4.4. Testes de sensibilidade .dos extratos de Eclipta alba nas linhagens de 30 Dermatofitos 4.4.1 Linhagens de dermatofitos 30 4.4.2 Manutenção das linhagens 31 4.4.3 Ensaios de sensibilidade dos fungos 32 5.RESULTADOS E DISCUSSÃO 33 6. CONCLUSÕES 46 7- REFERÊNCIAS 47 9 RESUMO As infecções provocadas por fungos e bactérias em humanos têm aumentado drasticamente nos últimos anos. O tratamento atual das micoses tem se baseado na terapia utilizada contra bactérias e poucos antifúngicos são disponíveis em relação aos antibacterianos. Desta forma, pesquisas voltadas para o estudo e avaliação de produtos naturais extraídos de plantas medicinais com atividade antibiótica devem ser estimuladas no intuito de criar novas drogas com atividade antimicrobiana. Eclipta alba (L) Hassk. (syn:Eclipta prostrata) cuja origem no Brasil é creditada ao território amazônico, é uma Asteraceae cosmopolita que possui atividade anti-hepatotóxica e anti-fúngica que é atribuída a dois cumestanos: wedelolactona e demetilwedelolactona. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo realizar uma prospecção da planta Eclipta alba visando à busca de substâncias com atividade antimicrobiana sobre duas linhagens (selvagem e mutante) do dermatofito Trichophyton rubrum e em linhagens de bactérias ATCC e isolados de campo resistentes a antibióticos. Os resultados demonstraram que as linhagens ATCC mais sensíveis para a fração de Acetato de Etila (que apresentava cumestanos) foram as bactérias gram positivas Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis nas concentrações de 1,25mg/mL e 0,625 mg/mL, respectivamente. Os isolados clínicos Enterococcus sp e S. aureus, resistentes a antibióticos obtidos de pacientes atendidos no Laboratório de Análises Clínicas da UNAERP apresentaram-se também mais sensíveis à fração de Acetato de Etila, ambas na concentração de 0,07mg/mL. Em relação à atividade antifúngica, o extrato etanólico bruto foi mais efetivo contra as duas linhagens de dermatófito (CIM=0,125mg/mL). Estes resultados sugerem que a atividade antimicrobiana de E.alba contra os dermatófitos não está relacionada diretamente com os compostos wedelolactona e demetilwedelolactona, mas com o fitocomplexo presente no extrato bruto, diferentemente para as bactérias as duas substâncias puras demonstraram atividade especifica. 10 ABSTRACT Fungi and bacteria-derived human infections have drastically increased in the past years. The current mycoses treatments have been based on therapies used against bacteria and very few anti-fungicides are available compared to available anti-bacterial drugs. Hence, researches focusing on the study and evaluation of natural products extracted from medicinal plants of antibiotic activity should be stimulated in order to create new drugs with antimicrobial activity. Eclipta alba (L) Hassk. (syn:Eclipta prostrata), whose origin in Brasil is credited to the Amazon region, is a Asteraceae cosmopolite that possesses anti-hepatotoxic and anti-fungicide activities due to two cumestanes: wedelolactone and demethylwedelolactone. Therefore, this work aimed to conduct a Eclipta alba plant prospection in search of substances with anti-microbial activity over two strains (wild and mutant) of the Trichophyton rubrum dermatophyte and ATCC bacterial strains and clinical isolates resistant to antibiotics. The results showed that the ATCC strains most sensitive to the ethyl-acetate fraction (which presented cumestanes) were the gram-positive bacteria Staphylococcus aureus and Staphylococcus epidermidis in concentrations of 1.25mg/mL and 0.625mg/mL respectively. The clinical isolates Enterococcus sp and S. aureus, antibiotic resistant and obtained from patients attended at UNAERP Clinical Analysis Laboratory, were also sensitive to the ethyl-acetate fraction, both in the concentration of 0.07mg/mL. Regarding the anti-fungicide activity, the brute ethanolic extract was more effective against the two dermatophyte strains (CIM=0.125mg/mL). These results suggest that the E.alba anti-microbial activity on dermatophytes is not directly related to wedelolactone and demethylwedelolactone compounds, but to the phytocomplex found in the brute extract. Contrastingly for the bacteria, both pure substances presented specific activities. 11 1. INTRODUÇÃO 1.1-Infecções causadas por microorganismos Os microorganismos participam de todas as funções vitais observadas em formas de vidas superiores e podem ser encontrados em associação com ambientes inanimados e com outros organismos viventes, incluindo plantas, animais e o homem. Entretanto, quando um microorganismo é capaz de quebrar esta relação e causar algum tipo de injúria ao hospedeiro, desencadeando o mecanismo de defesa do agente agredido, têm-se um quadro de infecção (KONEMAN, 2001). As bactérias são microorganismos procariotos, que podem ser encontrados comum e abundantemente na microbiota normal humana, a exemplo da Corynebacterium e Staphylococus epidermides. Estas podem provocar doenças em situações de imunossupressão do hospedeiro. Outras bactérias são tidas como patogênicas, sendo caracterizadas pela sua toxicidade e capacidade de escapar do sistema imune, como é o caso de várias espécies de Pseudomonas (KONEMAN, 2001). As portas de entrada desses agentes são as mucosas que entram em contato com a pele ou áreas não usuais em que exista algum tipo de lesão, como é o caso da Escherichia coli (BUTEL, 2001). As pneumonias são as infecções bacterianas mais freqüentes no ser humano e estão associadas as principais causas de morte imediata em pacientes hospitalizados. O Mycobacterium tuberculosis é o agente causador da tuberculose, sendo um dos agentes infecciosos mais importante no mundo. Outro patógeno bastante importante é a E. coli, que é responsável por cerca de 70 a 75% das infecções do trato urinário, como também por outras enfermidades como a gastroenterite, infecções biliares, peritoneais, infecções neonatais entre outras e, ainda infectam úlceras e feridas (COTRAN, 2000). 12 Profissionais da área de saúde têm se deparado com um aumento na emergência e disseminação de microorganismos resistentes a agentes antimicrobianos. O problema atual difere daquele que ocorreu no passado devido à ocorrência de infecções causadas por diferentes organismos o que dificulta o tratamento. Um exemplo típico é a presença de linhagens de S. aureus resistentes a meticilina. Este agente infeccioso tem se tornado endêmico e numeroso nos hospitais e unidades de terapia intensiva, sendo que a vancomicina é o único antibiótico efetivo para pacientes infectados com este microorganismo (SMITH E BAGG, 1998) Os fungos são microorganismos de organização rudimentar que podem ser encontrados como mutualistas, comensais ou como parasitas, provocando, neste último caso, prejuízo ao hospedeiro. No homem, os fungos podem desempenhar o papel de parasitos obrigatórios, facultativos ou ocasionais e, conforme seu poder invasor e virulência determinam processos mórbidos de intensidade e gravidade variáveis (MORAES, 2000). Em humanos, as infecções fúngicas variam de superficiais a invasivas ou disseminadas, e tem aumentado drasticamente nos últimos anos. O tratamento das micoses tem se baseado na terapia utilizada contra bactéria e poucos antifúngicos são disponíveis em relação aos antibacterianos. Desta forma, a pesquisa por novas drogas antifúngicas é extremamente necessária (FORTES et al., 2008). Muitos fatores se relacionam ao crescimento dessas infecções fúngicas, dentre os quais: o melhor diagnóstico laboratorial e clínico, o aumento da sobrevida de pacientes com doenças imunossupressoras e o emprego de medicamentos imunossupressores, utilizados às vezes de forma abusiva, permitindo a instalação de microorganismos convencionalmente saprófitos (SIDRIM et al., 1998). 13 Entre os fungos patogênicos, os dermatofitos dos gêneros Trichophyton, Epidermophyton, e Microsporum têm a abilidade de invadir tecidos queratinizados de animais e humanos causando a dermatofitose, que a doença fúngica contagiosa humana mais comum (SIDAT et al., 2006). Trichophyton rubrum é o fungo patogênico mais prevalecente no mundo e no Brasil e representa 80% dos isolados clínicos (CHAN, 2002). O tratamento das micoses humanas, por exemplo, nem sempre produz resultados efetivos, tendo em vista que os fármacos antifúngicos disponíveis causam resistência ou produzem recorrência, apresentando, por sua vez, importante toxicidade. Por isso, há uma busca incessante de novos fármacos antifúngicos mais potentes, mas, sobretudo, mais seguros que os existentes. Além das infecções em humanos, os animais também podem ser atacados esporadicamente por fungos muito difíceis de serem combatidos. Além disso, as infecções fúngicas em plantas (espécies de Rhizoctonia, Phytophtora, Sclerotinia, Fusarium, Phomopsis, Colletotrichum, Diaphorte, Macrophomina, Cercospora) representam perdas incalculáveis para a produção agrícola (ZACCHINO, 2001). Devido a resistência de linhagens de fungos a agentes inibidores sintéticos existentes no mercado, pesquisas e estudos de produtos naturais com atividade antimicrobiana começaram a receber mais atenção dos cientistas (YUNES FILHO, 2001). Entre as principais ferramentas na busca de novos modelos moleculares estão à informação de como as plantas são utilizadas por diferentes grupos étnicos e o estudo farmacológico das preparações utilizadas, abordadas, respectivamente no âmbito da Etnobotânica e da Etnofarmacologia (FENNER, 2006). 14 1.2 Trichophyton rubrum Observa-se um aumento dramático em infecções fúngicas na última década, que pode ser atribuído ao aumento do número de pacientes imunocomprometidos e imunodeprimidos, tornando-se mais suscetíveis às micoses superficiais oportunistas. O T. rubrum, entre os dermatófitos, é o maior agente causador de dermatofitoses superficiais, representando 70% das infecções (GURGEL et al, 2004) em populações de diferentes países inclusive no Brasil, indicam que esse é o agente etiológico mais freqüente (SADAHIRO, 2004). O grupo de fungos queratinofílicos, os chamados dermatófitos, apresentam cerca de 40 fungos pertencentes a três gêneros: Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton. Estes são responsáveis por infecções denominadas dermatofitoses, que figuram entre as mais prevalentes no mundo (SANTOS, 2006). Os dermatófitos são um grupo de fungos taxonomicamente relacionados que têm a capacidade de invadir os tecidos queratinizados (pele, pêlo e unha) dos homens e animais produzindo infecções denominadas dermatofitoses. O T. rubrum é um fungo do tipo filamentoso responsável por infecções superficiais em pele e unhas humanas. Este fungo que normalmente provoca micoses superficiais bem caracterizadas tem causado infecções em regiões não usuais do corpo, atuando de modo invasivo em pacientes imunodeprimidos. (GROSMAN et al., 1995). Quanto à distribuição geográfica, T. rubrum são onipresentes, não havendo área ou grupo de pessoas que se encontrem isoladas destes fungos. A variada distribuição etiológica das dermatofitoses pode ser explicada por áreas onde condições geoclimáticas e sociais são extremamente diferenciadas, fatalmente influenciando nas espécies de dermatófitos isolados (SIDRIM, 2004). FACHIN et al. (1996) descreveram a obtenção in vitro de um mutante de T. rubrum (gri1) por irradiação ultravioleta que apresentou hiper-resistência à 15 griseofulvina e ao tioconazol. A dupla resistência deste mutante poderia ser explicada pela possível existência de um mecanismo de múltipla-resistência a drogas em T. rubrum. O desenvolvimento do fenótipo MDR está associado com a super-expressão de uma glicoproteína de membrana que atua como uma bomba de efluxo de droga dependente de ATP que transporta uma ampla variedade de drogas aparentemente não relacionadas. Como a griseofulvina atua nos microtúbulos (GULL & TRINCI, 1973) e o tioconazol, como os outros azoles, atua na inibição da biossíntese do ergosterol (GUPTA et al., 1994) estas duas drogas atuam diferentemente na célula do fungo e podem portanto ser substratos para MDR. Estes dados foram consideravelmente importantes do ponto de vista clínico devido ao alto nível de resistência à griseofulvina e ao tioconazol apresentado pelo mutante gri1 e também porque estas drogas são algumas vezes usadas em combinação na terapia (HAY et al., 1985). A idéia de múltipla resistência à drogas em T. rubrum começou a evoluir a partir de estudos comparativos com Aspergillus nidulans. Duas linhagens T. rubrum também se tornaram simultaneamente resistentes a acriflavina e a brometo de etídio, sugerindo a existência de um mecanismo similar ao do gene acrA1 de A. nidulans que confere resistência à acriflavina e a outros derivados de acridina (acrA1), indicando o envolvimento de um mecanismo de resistência a múltiplas drogas (PEREIRA et al., 1998). Baseado nestes resultados prévios, primers degenerados desenhados a partir de domínios de transportadores ABC envolvidos em MDR de vários organismos foram utilizados para amplificar um fragmento de PCR a partir do DNA genômico de T.rubrum. Após a clonagem, este fragmento foi utilizado no rastreamento do gene TruMDR2, que codifica um transportador do tipo ABC. Pela análise da seqüência deduzida de aminoácidos, foi observado que a proteína codificada por este gene é 16 altamente homóloga a proteínas transportadoras ABC previamente caracterizadas em outros organismos. Experimentos de northern blot com a linhagem ATCC MYA-3108, indicaram que o nível de transcrição do gene TruMDR2 aumentava significantemente após 15 minutos de tratamento do micélio de T.rubrum a diversos agentes inibidores como acriflavina, benomil, tioconazol, fluconazol e griseofulvina, sendo que a expressão deste gene foi fortemente induzida por cloranfenicol e itraconazol (FACHIN et al., 2006). Para caracterizar funcionalmente o gene TruMDR2 um sistema de transformação foi padronizado, utilizando o gene de resistência a higromicina, como marca de seleção, presente no vetor PCSN43 (STABEN et al., 1989). Após a ruptura gênica o mutante ∆TruMDR2 apresentou sensibilidade para brometo de etídio, 4NQO, terbinafina e cloranfenicol. Assim a transcrição do gene TruMDR2 e a sensibilidade observada no mutante ∆TruMDR2 na presença de diversos compostos de grupos químicos não relacionados, são evidências que o transportador de T. rubrum pode participar de um mecanismo de múltipla resistência a drogas (FACHIN, 2001; FACHIN, 2006). Desta forma, mutantes com os genes ABC nocauteados, sensíveis a drogas, podem ser utilizados como instrumentos para ensaiar novos compostos com atividade fungitóxica específica (ANDRADE et al., 1999). 1.3 Atividade antimicrobiana de plantas medicinais O emprego dos vegetais como alimento, medicamento ou cosmético se perde na historia do homem na face da terra. Os estudos de arqueologia demonstram que há mais de 3000 anos as ervas eram utilizadas para este fim. No momento atual, em todos os paises tanto desenvolvidos como em desenvolvimento as plantas medicinais são utilizadas. Nos primeiros as plantas não só constituem materias primas para a produção 17 industrial de derivados especiais quimicos puros,mas nos paises em desenvolvimento, fazem parte de extratos ou compostos fitoterápicos utilizados no tratamento de diversas enfermidades (TESKE e TRENTINE,1995). Desde 1977, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem incentivado o estudo de plantas tradicionalmente conhecidas como medicinais, com o objetivo de avaliar cientificamente os benefícios da utilização de medicamentos fitoterápicos e de conhecer, ao mesmo tempo, os riscos de seu uso indevido. Muitos centros de pesquisa, em todo o mundo, vêm desenvolvendo estudos sobre as propriedades farmacológicas das plantas medicinais. No entanto, faltam ainda evidências laboratoriais e clínicas sobre a eficácia e a segurança de seu emprego, tanto em animais como em seres humanos. Os supostos méritos terapêuticos que possuem devem-se, principalmente, a informações empíricas e subjetivas da medicina folclórica (YUNES & CECHINEL FILHO, 2001). Apesar das indústrias farmacêuticas produzirem um expressivo número de novos antibióticos nas últimas três décadas, a resistência microbiana a essas drogas também aumentou. Em geral, as bactérias têm a habilidade genética de adquirir e de transmitir resistência às drogas utilizadas como agentes terapêuticos (COHEN, 1992). O problema da resistência microbiana é crescente e a perspectiva futura do uso de drogas antimicrobianas, incerta. Torna-se urgente adotar, portanto, medidas de enfrentar o problema, entre elas a do controle no uso de antibióticos, a do desenvolvimento de pesquisas para uma melhor compreensão dos mecanismos genéticos da resistência microbiana e a da continuação dos estudos acerca de novas drogas, sintéticas e naturais (COHEN, 1992). Aproximadamente um terço dos medicamentos mais prescritos e vendidos no mundo foram desenvolvidos a partir de produtos naturais (CALIXTO, 2003), entretanto, 18 muitas espécies vegetais com imenso potencial terapêutico estão sendo extintas sem terem sido estudadas química e farmacologicamente. O uso de extratos vegetais de conhecida atividade antimicrobiana podem adquirir significado nos tratamentos terapêuticos. Desenvolvem-se inúmeros estudos, em diferentes países, para comprovar-lhes a eficácia (RAMESH et al., 2002). Muitas espécies vegetais têm sido usadas, pelas características antimicrobianas, através de compostos sintetizados pelo metabolismo secundário da planta. Estes produtos são reconhecidos por suas substâncias ativas, como é o caso dos compostos fenólicos, que fazem parte dos óleos essenciais e dos taninos (NASCIMENTO et al., 2000). A necessidade de medicar e a disponibilidade de plantas mescladas no processo civilizatório constituíram os primórdios do ato de curar, remontando à antiguidade o uso de vegetais como medicamentos (NASCIMENTO et al., 2000). No Brasil estão localizadas cerca de 20% das 250 mil espécies medicinais catalogadas pela UNESCO, facilitando o aproveitamento do potencial curativo dos vegetais para o tratamento de doenças. Nos últimos anos têm aumentado o interesse em plantas com atividade antimicrobiana devido os freqüentes problemas de uso indiscriminado de antibióticos e o surgimento de resistências bacterianas. As plantas medicinais possuem uma ilimitada habilidade para sintetizar metabólitos secundários. Em muitos casos, estas substâncias servem como mecanismos de defesa da planta contra a predação por microorganismos, insetos e herbívoros (ALMEIDA, 1993). Os compostos isolados de plantas são substâncias cuja estrutura química, com raras exceções, apresentam grandes diferenças estruturais em relação aos antibióticos derivados de microorganismos. Estes agentes antimicrobianos isolados de plantas superiores podem agir como reguladores do metabolismo intermediário, 19 ativando ou bloqueando reações enzimáticas, afetando diretamente uma síntese enzimática, seja a nível nuclear ou ribossomal, ou mesmo alterando estruturas de membranas (SINGH e SHUKLA, 1984). A atividade antifúngica de plantas medicinais brasileiras utilizadas no tratamento popular de micoses foi avaliada por Cruz et al. (2007). Os resultados demonstraram que extratos aquosos de Ziziphus joazeiro e Caesalpinea pyramidalis apresentaram significante atividade antifúngica contra Trichophyton rubrum. CHUANG et al (2007) avaliou as propriedades terapêuticas de folhas de Moringa oleifera Lam, extratos etanólicos mostraram atividade antifúngica in vitro contra dermatofitos tais como Trichophyton rubrum, Trichophyton mentagrophytes. A análise de CG-MS demonstrou a presença de 44 compostos presentes no óleo essencial das folhas. 1.4 Eclipta alba Eclipta alba (L) Hassk.(syn:Eclipta prostrata) cuja origem no Brasil é creditada ao território amazônico (FROLINGSDORF, 2006), é da família Asteraceae cosmopolita, possui atividade anti-hepatotóxica e anti-fúngica que é atribuída a dois cumestanos: wedelolactona e demetilwedelolactona. As sementes dessa espécie apresentam boa germinação, entretanto o estabelecimento de um cultivo em escala, a partir de sementes, visando a produção de extratos é inviável, uma vez que apresenta diferentes quimiotipos com produção irregular dos compostos de interesse. É uma planta anual, de pequeno porte, podendo atingir no máximo 80 cm de altura (Figura 1). Possui uma ampla distribuição geográfica, sendo encontrada espontaneamente por quase todo o território nacional. É considerada uma planta 20 invasora, principalmente em culturas de terrenos alagadiços ou muito úmidos, como por exemplo, a do arroz irrigado em tabuleiros. Além disso, é uma planta empregada há séculos pelos indianos para uma infinidade de propósitos, dentre eles com pronunciado efeito anti-ofídico (SANTOS, 2004). A planta fresca é usada amplamente no tratamento de doenças do fígado baço e doenças crônicas de pele e também para aliviar a dor de cabeça (SAWANT; et al. 2004). A Eclipta não é uma planta encontrada no comércio de drogas, devido aos seus valores terapêuticos no Brasil ainda serem pouco conhecidos, não existe um esquema de coleta ou cultivo para atender ao mercado, além de poucas pessoas conhecerem a planta em seu estado nativo (PEREIRA, 2005) Figura 1: Exemplar de Eclipta alba (www.missouriplants.com) 21 Os flavonóides são compostos fenólicos de baixo peso molecular que tem como base um núcleo flavona, sendo constituído de 15 carbonos. Os flavonoides atuam nas plantas como protetores contra doenças causadas por microorganismos, servindo como alimento dissuasivo contra insetos e animais herbívoros. Os flavóides podem atuar como preventivo em patologias cardivasculares, envelhecimento, cânceres e ainda exibem uma grande variedade de efeitos biológicos como: antibacteriano, antialérgico e vasodilatadores e inibem tanto a agregação plaquetária como a permeabilidade e fragilidade capilar (ZUANAZZI, 2002). Os isoflavonóides ao contrário das outras classes de flavóides apresentam uma distribuição taxonômica restrita. Dentre as suas diferentes formas estruturais encontra-se as ciclizadas como os cumestanos, rotenóides e cumaronocromonas. A wedelactona e a demetilwedelactona (Figura 2) são isoflavonóides classificados como cumestanos, sendo que a wedelolactona foi isolada pela primeira vez na planta Wedelia calandalaceae em 1956 e mais tarde na Eclipta alba (LI et al., 2003). Figura 2: Estrutura química dos isoflavonoides: wedelactona e a demetilwedelactona (PIMOLPAN et al., 2004) 22 Quanto à obtenção de plantas transgênicas de Eclipta alba, a mesma tem sido utilizada na Unidade de Biotecnologia da UNAERP como um modelo para se analisar a produção de fenilpropanóides do tipo cumestanos, cuja formação é dependente da enzima isoflavona redutase (IFR), com o objetivo de analisar molecularmente a via metabólica que leva à formação dos cumestanos, o seu papel fisiológico na planta bem como gerar plantas com uma produção aumentada destas moléculas. França et al. (1995) desenvolveram a micropropagação a partir de segmentos nodais dessa espécies e estabeleceram um protocolo eficiente para produção em escala de E. alba. Esse tipo de propagação promove o desenvolvimento de estruturas morfologicamente pré-existentes e a exposição de segmentos nodais a concentrações adequadas de reguladores vegetais e nutrientes estimula a quebra de dormência das gemas axilares e promove uma rápida multiplicação de novas plântulas. A análise macroscópica das folhas de E.alba verificou que são membranáceas, apecioladas, com superfície superior e inferior pilosa, peninervias, ápice agudo, borda serrilhada com dentes voltados para cima, superfície superior e a inferior pilosa de cor verde. O caule de E. alba apresentou consistência herbácea com coloração avermelhada e aspecto piloso, com nó e entre nó e folhas opostas cruzadas (ARANTES, 2005). De acordo com Arantes, (2005), na análise microscópica das folhas de E. alba foram observados como características marcantes desta espécie vegetal os pêlos tectores tricelulares com parede granulosa em ambas as epidermes. Predominam estômatos anomocíticos e estão presentes em ambas as epidermes. No caule também foram visualizados pêlos tectores tricelulares e região cortical constituída por aerênquima. A secção transversal da raiz de E. alba apresentou cilindro central 23 constituído por floema e xilema contendo vasos de grande abertura, isolados ou agrupados. Diante deste contexto, e da importância desta espécie vegetal, propõem-se neste trabalho realizar uma bioprospecção em E.alba em busca de substâncias com potencial atividade antimicrobiana contra o dermatofito T.rubrum e linhagens da bactérias ATCC e isolados clínicos resistentes a antibióticos. 24 JUSTIFICATIVA Acredita-se que a utilização de plantas medicinais como terapia preventiva e curativa seja tão antiga quanto o próprio ser humano (MARTINS et al., 1994). De acordo com o Centro Internacional do Comércio, a proporção das plantas utilizadas no preparo de produtos farmacêuticos chega à terça parte das substâncias sintéticas empregadas na terapêutica convencional. Nos últimos vinte anos no Brasil, país com a maior diversidade vegetal do mundo, o número de informações sobre plantas medicinais tem crescido apenas 8% anualmente (SIANI, 2003). Isso mostra que em um país biologicamente tão rico, mas com ecossistemas tão ameaçados, pesquisas com plantas medicinais devem ser incentivadas. Afinal, elas poderiam levar à reorganização das estruturas de uso dos recursos naturais (em vista da necessidade de sua extração estar associada aos planos de manejo) e à elevação do PIB, visto que há grande tendência mundial de aumento na utilização de fitoterápicos. O mercado mundial de fitoterápicos é estimado em mais de US$ 20 bilhões anuais e, somente na Europa, atinge cerca de US$ 7 bilhões ao ano, sendo que a Alemanha é responsável por cerca de 50% desse total. Segundo estimativa feita pela PhytoPharm Consulting em Berlim, até o ano de 2007 a fitoterapia deve movimentar cerca de US$ 47 bilhões anualmente. No Brasil, em 1998, os produtos naturais na saúde foram responsáveis pelo controle de 5,5% do mercado total de medicamentos, o que representa algo em torno de US$ 566 milhões. Em 2000, foram negociados US$ 700 milhões e a previsão é de R$ 1 bilhão nos próximos 10 anos (SIANI, 2003). 25 Existe hoje a preocupação com a qualidade do produto a ser consumido e a reformulação no conceito de qualidade de vida. Neste contexto, a cadeia produtiva de plantas medicinais, que segue desde o cultivo até a comercialização deve ser muito bem estudada em todas as etapas do processo, para que o conjunto proporcione o medicamento final com qualidade e eficiência. Desta forma, este estudo pretende caracterizar princípios ativos de extratos de Eclipta alba que apresente atividade antifúngica e conseqüentemente colaborar para a valorização da biodiversidade brasileira, além de fornecer subsídios científicos para estimular a incipiente indústria brasileira de medicamentos a investir na produção de fitoterápicos. 26 3 . OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Realizar prospecção da planta Eclipta alba visando à busca de substâncias com atividade antimicrobiana. 3.2 Objetivos específicos: • Avaliar a atividade antifúngica dos extratos, frações e substâncias de E.alba na linhagem clínica ATCC MYA-3108 (selvagem) e em uma linhagem mutante com o gene TruMDR2 deletado, que codifica um transportador do tipo ABC envolvido em múltipla resistência a drogas no dermatófito T.rubrum; • Avaliar a atividade antibacteriana do extrato vegetal em linhagens de bactérias gram-positivas e gram-negativas; • Avaliar a atividade antimicrobiana dos extratos em isolados de bactérias de campo resistentes a antibióticos, 27 4. MATERIAIS E MÉTODOS: 4.1. Métodos de coleta e preparação dos extratos e frações : Acessos de E. alba foram coletados no Estado de São Paulo e os dados da coleta foram georeferenciado com GPS (Lat 21° 11' 55,2"; Long 47° 46' 42,1" altura 606 metros. O exemplar foi depositado no herbário de plantas medicinais da Unaerp com o número da exsicata HPMU 058. Partes aéreas (folhas, caules e inflorescências) de E. alba (2200 g) foram secas, em estufa com ar circulante a 50°C, por 48 h, a seguir foram moídas em moinho de facas até a pulverização total. O material vegetal seco foi macerado em ethanol 95% (5:1; m/v) por 24 horas a 25°C. Após filtração o material foi concentrado em um roto evaporador e liofilizado produzindo 295,8 g de extrato etanólico seco. O extrato etanólico (100 g) foi dissolvido em 500 mL de metanol:água milli Q water (1:1; v/v) e foi submetido a extração com n-hexano (500 mL) por três vezes. A fração solúvel em água foi concentrada em roto evaporador até que o volume de água fosse reduzido pela metade e então foi submetido a extração com acetato de etila (300 mL) por três vezes. A fração hexânica e a fração acetato de etila foram roto evaporadas e a fração aquosa foi liofilizada. A fração acetato de etila (5 g) foi submetida a purificação em uma coluna cromatográfica Sephadex® LH20 (3,3 x 120 cm) usando metanol como fase móvel. Após análise de CCD (Cromatografia de camada delgada) as frações foram seletivamente agrupadas. As condições de CCD TLC foram: placa de sílica gel (10 x 10 cm), choroformio:metanol (8:2; v/v) como fase móvel e vapores de iodina e vanillina sulfúrica como reveladores. Frações contendo coumestanos foram aplicadas em uma coluna de HPLC RP18 (SupelcosilTM RP-18, 250 x 10 mm-i.d.), produzindo 28 wedelolactona (32.5 mg; Rt = 70-80 min) and demetilwedelolactona (16.0 mg; Rt = 5062 min). Detecção foi realizada a 210 and 350 nm. Dois sistemas de gradiente solvente foram utilizadas água (A) e metanol (B). O programa de gradiente consistiu de quatro períodos de tempo: (1) 0-100 min, 0-60 % B, (2) 100-110 min, 60 % B, (3) 110-112 min, 60-0 % B e (4) 112-120 min, 0 % B. O fluxo foi de 2.0 mL/min, o volume de amostra injetada foi 0.8 ml (100 mg/mL). As frações cromatográficas contendo Demetilwedelolactona e Wedelolactona (DWL/WL) e somente Wedelolactone (WL), ambas em um alto grau de homogeneidade, foram identificadas pelo perfil da HPLC e em espectro UV e NMR (1H and 13 C). Para realizar os ensaios biológicos o extrato etanólico e as frações foram dissolvidas em dimethyl sulfoxide (DMSO) 10%. Os extratos e frações foram gentilmente cedidos pelo Prof .Dr Paulo Sérgio Pereira e o esquema da preparação dos extratos pode ser observado no fluxograma apresentado na figura 3. 29 Coleta E.alba Secagem Moagem Maceração Extrato bruto etanólico Partição liquido/líquido Fração Hidroalcoólica Fração Hexânica Fração Acetato de Etila Fração Aquosa D /WL WL Figura 3: Preparação e purificação dos extratos e frações 4.2. Testes de sensibilidade a extratos vegetais nas linhagens de bactérias: 4.2.1. Linhagens bacterianas ATCC: Escolhemos linhagens bacterianas usualmente utilizadas em testes antimicrobianos por serem freqüentes em infecções hospitalares. Foram testadas duas linhagens de bactérias gram positivas S. aureus ATCC 6538 e S. epidermides ATCC2228 e duas linhagens de bactérias gram negativas E. coli ATCC 25922 e Pseudomonas aeruginosa. As linhagens foram cultivadas em meio BHI (Oxoid). 30 4.2.2- Isolados de campo resistentes à antibióticos Foram testados isolados de campo de S. aureus, Enterococcus sp, E. coli Citrobacter sp. Klebsiella oxytoca, Proteus mirabilis e Klebsiella pneumoniae resistentes a antibióticos coletadas em pacientes atendidos no Laboratório de Análises Clínicas da UNAERP (LAC), gentilmente cedidas pela Dra. Adriana Pelegrino Pinho Ramos e identificadas pela farmacêutica Janine de Castilho Andrade. 4.2.3 Métodos de Identificação Para identificação das bactérias foram utilizados os seguintes testes: Bacilo Gram - → serie bioquímica – TSI e fenilalanina Bacilo Gram + → catalase + para Staphylococcus catalase + →semeia-se em manitol e MI para coagulase catalase - →ágar sangue (de acordo com a hemólise) 4.2.4 Antibiograma A resistência dos isolados clínicos obtidos a partir de pacientes atendidos do LAC foram obtidos através do método de Kirby-Bauer por princípio de difusão em Àgar utilizando-se o meio Miller Hinton. Após a identificação da bactéria fez-se turvação em salina de acordo com a escala de MacFarland 0,5, a seguir a bactéria foi espalhada no meio de cultura Miller Hinton e adicionados os discos de antibióticos numa concentração que variou de 5 a 30 µg/mL. Após confirmação da resistência as amostras foram armazenadas em meio BHI com 15% de glicerol a -80C°. Os dados do antibiograma das amostras são apresentados na tabela 1. 31 Tabela 1: Antibiograma dos isolados de campo do LAC, demonstrando a resistência das amostras. Isolados Resistência ao (s) antibiótico (s) * Enterococcus sp T, CP, G, NO, NT E. coli A,TS K. oxytoca A Citrobacter sp A K. pneumoniae A, AC, T, TS, S.aureus A, P Proteus mirabilis NT * Para ser considerada resistente as amostras bacterianas apresentaram crescimento na concentração igual ou maior de 30µg/mL para cada antibiótico testado T: Tetraciclina; CP: Ciprofloxacina; A: Ampicilina; G: Gentamicina; NO: Norfloxacina; NT: Nitrofurantoina; TS: Associação trimetoprina/ sulfametazona; P: Penicilina; AC: ácido nalidíxico 4.3. Ensaios de sensibilidade em bactérias O efeito da atividade antimicrobiana das bactérias ATCC e dos isolados clínicos resistentes a antibióticos foi avaliado pelo método de microdiluição em meio BHI em placas contendo 96 poços , como descrito pelo NCCLS M7-A2 (1990) com pequenas modificações para adaptar o protocolo no intuito de avaliar os extratos vegetais E. alba . A concentração do inóculo foi ajustada em espectro utilizando comprimento de onda de 550nm, numa faixa de absorbância de 0,10 a 0,15. Em seguida, o inoculo padrão será diluído 50 vezes em meio BHI e 100µL deste será utilizado por poço o que equivale a 32 1x 104 CFU/mL de cada linhagem de bactéria ensaiada. Os testes ocorreram numa faixa de concentração de 5,0mg/mL até 0,019mg/mL do extrato bruto e frações ensaiadas. Controles de esterilidade do meio de cultura e dos extratos foram realizados conjuntamente. A concentração inibitória mínima que inibiu o crescimento macroscópico das bactérias (CIM) foi determinada após 24 horas de crescimento comparado com o crescimento do controle. Foram utilizados os antibióticos ampicilina, cloranfenicol, sulfametazol e sulfadiazina de prata para controle de referência. Os antibióticos foram dissolvidos em DMSO 10% na concentração estoque de 50mg/mL. A figura 4 ilustra o ensaio de atividade antimicrobiana em placas de 96 poços. 33 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 A B C D Figura 4: Ilustração do método de microdiluição em meio BHI em placa contendo 96 poços, testando a atividade antibacteriana do extrato bruto E.alba e frações obtidas a partir dele contra a linhagem de S.epidermidis (arquivo pessoal). Linha 1: Controle de esterilidade do meio de cultura Linha 2: Controle de esterilidade dos extratos e frações Linha 3: Inóculo padrão da cultura de S.epidermidis Linhas 4 a 12: Diluições seriadas das concentrações dos extratos e frações (5; 2,5; 1,25; 0,625; 0,321; 0,156; 0,078; 0,039 e 0,019 mg/mL). A: Extrato bruto de partes aéreas etanólico B: Fração fase aquosa C: Fração acetato de etila: rica em cumestanos D: Fração partição hexano 34 4.4. Testes de sensibilidade do extrato de Eclipta alba nas linhagens de Dermatófitos: 4.4.1. Linhagens de dermatófitos: O fungo Trichophyton rubrum foi selecionado para os testes por ser um fungo endêmico encontrado em micoses de pele, pêlo e unha, e ultimamente muitos trabalhos citam o aparecimento deste em casos de pacientes imunodeprimidos com freqüência. Foram utilizadas duas linhagens (Figura 5), o isolado clínico H6 (depositado no ATCC e que recebeu a denominação MYA-3108) e a linhagem mutante ∆TruMDR2 que apresenta o gene TruMDR2 rompido, este codifica um transportador do tipo ABC em T. rubrum (FACHIN, 2006). O cultivo das linhagens foi realizado segundo os métodos previamente descritos (FACHIN et al., 1996; 2001, 2006). A linhagem ∆TruMDR2 é um transformante da linhagem H6 com o gene TruMDR2 rompido, este gene codifica um transportador do tipo ABC, envolvido na múltipla resistência à drogas. O gene marcador da transformação é o gene de resistência à higromicina (hygBr ). A metodologia de ruptura gênica foi descrita e comprovada por Fachin et al. (2006). 35 Linhagem selvagem Linhagem mutante Figura 5: Linhagens H6 (selvagem) e mutante (∆TruMDR2) cultivadas por 15 dias em meio Sabouraud (arquivo pessoal) 4.4.2. Manutenção das linhagens: Para repiques periódicos, o isolados ATCC MYA-3108 foi inoculado com o auxílio de palitos de madeira estéreis em placas de Petri contendo meio ágar Sabouraud, a linhagem ∆TruMDR2 foi mantida em meio ágar Sabouraud acrescida de 400µg/ml de higromicina e mantidas em estufa a 28°C por um período de 15 dias. Para a preservação dos isolados por períodos maiores foram utilizados tubos de ensaio inclinados com meio ágar Sabouraud e a seguir foram cobertos com água estéril. Após o cultivo as linhagens foram mantidas à temperatura ambiente. 36 4.4.3. Ensaios de sensibilidade dos fungos: Soluções estoque das linhagens foi preparada como descrito pelo National Committee for Clinical Laboratory Standards, 2002 (NCCLS) protocolo M-38-P. A formação de conídios foi induzida pelo crescimento das linhagens em placas de meio Sabouraud a 28°C por cerca de 15 dias. As colônias foram cobertas com aproximadamente 5 ml de solução salina 0,8%, a seguir o material foi colhido com o auxílio de uma espátula estéril e transferido para um tubo estéril. Esta suspensão foi diluída 1:50 em meio RPMI-1640 (LGC), que corresponde a duas vezes a densidade necessária para testar aproximadamente 3.10 4 a 5.10 4 CFU/ml. Os extratos de E.alba foram diluídos em DMSO 10%, pois experimentos prévios demonstraram que esta proporção do solvente não interfere na viabilidade da solução de conídios do fungo testado. Os testes para obtenção da Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi realizado em triplicata em três experimentos independentes em placas contendo 96 poços com várias concentrações do extrato de planta ou frações deste na faixa de concentração de 5,0mg/mL até 0,01mg/mL. Para tal, primeiramente foram adicionados 100µL do meio RPMI-1640 em cada poço da microplaca. A coluna 1 foi usada como controle negativo adicionando-se somente 200 µL de meio RPMI (controle de esterilidade do meio de cultura). A coluna 2 foi usada como controle de esterilidade do extrato vegetal (meio RPMI + extrato ou fração vegetal). A coluna 3 foi usada como controle positivo (contendo somente o inoculo padrão do fungo). Na coluna 4 foram colocados 100 µL da solução estoque de E. alba na concentração de 10mg/mL antes da adição do inoculo e 5mg/mL após a adição do inoculo. A partir da solução da coluna 4 foram realizadas diluições seriadas até a ultima coluna. A seguir, o inoculo padrão do fungo previamente preparado foi distribuído com pipeta de 8 canais nos poços respectivos (controle positivo e concentrações testadas). As placas de microdiluição foram incubados a 28°C 37 e examinados após 7 dias. Solução de fluconazol (1mg/mL) dissolvido em DMSO 10% foi utilizado como controle de referência. No sentido de visualizar a metodologia a Figura 6 exemplifica o ensaio de antividade antifúngica de extratos de E.alba contra as linhagens de T.rubrum 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 C D Figura 6: Ilustração do método de microdiluição em placa de 96 poços testando a atividade antifúngica de E.alba contra a linhagem H6 de T.rubrum (arquivo pessoal). Linha 1: Controle de esterilidade do meio de cultura RPMI Linha 2: Controle de esterilidade das frações Linha 3: Inóculo padrão da solução de conídios da linhagem H6 Linhas 4 a 12: Diluições seriadas das concentrações das frações (5 a 0,019 mg/mL) C: Fração acetato de etila: rica em cumestanos D: Fração partição hexano 38 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Ensaios de atividade antimicrobiana 5.1.1 Ensaios de atividade antibacteriana de extratos e frações de E.alba Os resultados dos testes de sensibilidade antibacteriana (Tabela 2) indicaram que a fração 3 e as substâncias demetil e wedelolactona apresentaram melhores resultados frente as linhagens de bactérias testadas tanto Gram positivas quanto Gram negativas. Para a fração partição hexano, obteve-se os valor de 5 mg/ml de CIM frente a S.aureus, E. coli e P. aeruginosa. Já para S. epidemidis, o valor foi de 1,25mg/ml. Para a demetil e wedelolactona o CIM foi 0,075 para S. aureus e 0,125 para S. epidermidis e E.coli e para P.aeruginosa >1mg/mL. Para wedelolactona o valor de CIM para S.aureus e P.aeruginosa foi 0,250 mg/mL, para S.epidermidis 0,500mg/mL e para E.coli >1mg/mL. Estas frações mostraram resultados promissores, já que a concentração inibitória mínima destes assemelha-se ao do agente inibidor de amplo espectro sulfametozol, utilizado amplamente no controle de infecções microbianas (Tabela 2). Outros antibióticos como a ampicilina, cloranfenicol e sulfadiazina de prata foram ensaiados como controle de referência e mostraram atividade antimicrobiana pronunciada para as bactérias ATCC ensaiadas (Tabela 2). Para os isolados resistentes a antibióticos obtidos a partir de pacientes atendidos no LAC da Unaerp as linhagens de Enterococcus sp e S. aureus foram mais sensíveis para a fração rica em coumestanos e para a fração rica em wedelolactona (Tabela 3). Apesar de Enterococcus sp e S. aureus, apresentarem resistência a vários antibióticos, estas linhagens foram mais sensíveis ao extrato bruto estanólico que a linhagens ATCC (Tabela 2), demonstrando a necessidade de caracterização clínica e microbiológica dos isolados bacterianos de cada país a fim de evitar o uso de CIMs de antibióticos baseado 39 exclusivamente em dados de linhagens ATCC. Assim sendo, estes resultados são promissores devido ao valor de CIM obtido para os compostos vegetais de E.alba pois este isolado clínico de S.aureus apresenta resistência à ampicilina. Nascimento et al. (2000), avaliou a atividade antimicrobiana de extratos das plantas Achillea millifolium, Caryophyllus aromaticus, Melissa offficinalis, Ocimun basilucum, Psidium guajava, Punica granatum, Rosmarinus officinalis, Salvia officinalis, Syzygyum joabolanum (jambolan) e Thymus vulgaris em linhagens sensíveis e resistentes a antibióticos. Segundo os autores o maior potencial antimicrobiano foi observado para os extratos de Caryophyllus aromaticus e Syzygyum joabolanum, que inibiram 64,2 e 57,1% respectivamente dos microorganismos testados, sendo que a maior atividade foi observada contra bactérias resistentes a antibióticos (83,3%). A associação de antibióticos e extratos de planta demonstrou atividade antibacteriana sinérgica contra bactérias resistentes. 40 Tabela 2: Concentração inibitória mínima (CIM) em mg/mL dos extratos e frações de E.alba frente a linhagens de bactérias gram positivas e gram negativas ATCC Compostos Bactérias S. aureus S. epidermidis E. coli P. aeruginosa 1 2,5 1,25 5,0 5,0 2 5,0 5,0 5,0 5,0 3 1,25 0,625 5,0 2,5 4 5,0 1,25 5,0 5,0 D/WL 0,075 0,125 0,125 >1,0 WL 0,250 0,500 >1,0 0,250 Sulfametazol 1,25 2,5 5 1,25 Ampicilina < 0,019 0,156 <0,019 0,078 Cloranfenicol <0,019 <0,019 <0,019 0,078 Sulfadiazina de 0,625 0,156 0,078 0,078 prata 1:extrato bruto de partes aéreas etanólico 2: fração fase aquosa 3: fração acetato de etila:rica em cumestanos 4: fração partição hexano D/WL: fração rica em demetil e wedelolactona (faixa de concentração testada foi de 1 a 0,019 mg/mL ) WL: fração rica em wedelolactona (faixa de concentração testada foi de 1 a 0,019 mg/mL ) Sulfametazol, ampicilina, cloranfenicol e sulfadiazina de prata : foram utilizados como controle de referência Para os compostos 1,2,3 e 4 a faixa de concentração testada foi 5 a 0,019mg/mL 41 Tabela 3: Concentração inibitória mínima (CIM) em mg/ mL, dos extratos e frações de E.alba testadas na faixa de concentração de 5mg até 0,019mg /mL nas linhagens de isolados clínicos resistentes a antibióticos Bactérias Compostos 1 2 3 4 WL Enterococcus sp 0,312 >5,0 0,078 >5,0 0,250 E. coli >5,0 >5,0 >5,0 >5,0 >500 Klebsiella oxytoca >5,0 >5,0 >5,0 >5,0 >500 Citrobacter sp >5,0 >5,0 >5,0 >5,0 >500 Klebsiella >5,0 >5,0 >5,0 >5,0 >500 S.aureus 0,078 1,25 0,078 0,156 0,125 Proteus mirabilis >5,0 >5,0 >5,0 >5,0 >500 pneumoniae 1:extrato bruto de partes aéreas etanólico 2: fração fase aquosa 3: fração acetato de etila: rico em cumestanos 4: fração partição hexano WL: fração rica em wedelolactona (faixa de concentração testada foi de 500 a 0,019 mg/mL ) A fração D/WL não foi testada 42 Os primeiros estudos descritos na literatura a respeito da E. alba datam da década de 70, para uma infinidade de propósitos, principalmente como anti-ofídico (SANTOS, 2004). Além disso, a literatura relata efeitos antivirais (MI et al. 1997); efeito antihiperglicemiante (ANANTHI, 2003); efeitos análgesicos (SAWANT et al. 2004); efeitos antihepatotóxicos (SINGH, 2001, SAXENA et al., 1993), hipotensivos, diurético e hipocolerosteloremico (RANGINENI et al. 2007). Não encontramos relatos na literatura de efeitos antibacteriano e antifúngico dessa espécie vegetal. Entretanto, Sawant et al. (2004), descreveu a aplicação desta planta no tratamento de várias doenças de pele, provavelmente devido à ação antiinflamatória. No entanto, inúmeros estudos com relação à atividade antibacteriana de algumas espécies vegetais já foram relatados. Ribeiro et al, (2005) verificou a atividade antibacteriana de Tabebuia avellanedae diante de linhagens de S.aureus. E. coli, S. aureus, P. aeruginosa bem como S. epidermides, aparecem em destaque como causa freqüente de infecções adquiridas na comunidade e no meio hospitalar. Kone (2004) demonstrou também a atividade bactericida de extratos etanólicos de espécies como a Erythrina senegalensis, Bobgunnia madagascariensis, Waltheria lanceolata, Uapaca togoensis entre outras, sobre linhagens de bactérias Gram- Positivas e Gram-Negativas, inclusive sobre aquelas que apresentavam resistência a antibióticos, tal como os aminosídios, penicilina M, lincosamidas. Beker et al (2005) analisaram a atividade do extrato metanólico de Lythrum salicaria do qual foram isolados ácido ursólico, ácido oleanóico e flavonóides. Estas frações mostraram forte atividade contra S. aureus. Schulz (2005) também realizou um estudo comparativo entre extratos metanólicos, hexânicos, alcoólicos e hidroalcoolico de folhas de Newbouldia laevis, uma bignoninaceae, para avaliação da atividade antimicrobiana, frente ao Gram-positivo 43 Bacillus megaterium, sendo constatado a bioatividade do extrato metanólico bem como, a presença do triterpeno ácido oleanólico neste extrato. Samy (2005) comparou a atividade antimicrobiana de extratos metanólicos e hexânicos de várias espécies vegetais empregadas folcloricamente na Índia, os resultados também apontaram que apenas os extratos metanólicos apresentaram atividade antimicrobiana. 5.2.2 Ensaios de atividade antifúngica de extratos e frações de E.alba No que se diz respeito à linhagem fúngica testada, ou seja, o H6 e sua versão mutante, ∆TruMDR2 de T rubrum, os valores de concentração inibitória mínima (CIM) dos extratos e frações de E.alba testadas nas concentrações de 5 a 0,19 mg/mL estão apresentados na Tabela 4. Esse estudo foi realizado em triplicata, e em todos foram encontrados os mesmos valores. Assim sendo, a CIM do extrato bruto etanólico foi de 0,125 µg/ml frente às duas linhagens de T.rubrum. Quanto ao extrato 2, cuja fração foi obtida pela adição aquosa, a CIM frente ao H6 foi de 1,25 mg/ml e para sua versão mutante, o valor encontrado foi de 0,625 µg/ml. Neste caso, o mutante mostrou-se mais sensível que a linhagem selvagem, demonstrando que o gene TruMDR2 está envolvido com o transporte de substâncias ativas presentes na fase aquosa do fracionamento. Fachin et al (2006) clonaram e sequenciaram o gene TruMDR2 que codifica um transportador do tipo ABC. A ruptura do gene TruMDR2 demonstrou que o mutante tornou-se mais sensível a três agentes inibidores, sugerindo que este transportador desempenha uma função na modulação de susceptibilidade a drogas em T. rubrum. Tal mutante tornou-se um importante modelo para o estudo de resistência a drogas in vitro, o que pode auxiliar no desenvolvimento de um fitoterápico que possa ser eficaz quando a terapia usual não for efetiva devido à 44 múltipla resistência. Todos esses fatores justificam o uso dessas duas linhagens na ampliação de maiores possibilidades de tratamento. Para fração 3 acetato de etila (rica em cumestanos ) a CIM tanto para o H6, como para versão mutante, foram de 2,5 mg/ml. Valores coincidentes de CIM também foram encontrados quando foi utilizada fração partição hexano, sendo de 1, 25mg/ml para as duas linhagens. Assim, os resultados demonstraram que o valor de CIM foi menor para o extrato bruto do que para as frações, o que pode ser um indício da atividade antifúngica de um fitocomplexo. Diferentemente para a atividade antibacteriana podemos observar que o menor valor de CIM foi de 0,075mg/mL obtidos para as substâncias demetil e wedelolactona, sendo que para o extrato bruto o menor valor de CIM foi de 1,25 mg/mL. Estes resultados sugerem que o fitocomplexo presente no extrato bruto de E.alba tem efeito antifúngico mais pronunciado e a demetil e wedelolactona puras tem ação mais específica contra as bactérias. Na literatura não encontramos trabalhos que se diz respeito à inibição fúngica alcançada pela E. Alba. No entanto, a inibição fúngica através de outros extratos vegetais é bem conhecida. Assim, extratos vegetais de inúmeras espécies, como a Coccinia adoensis, Cineraria grandiflora, Pavonia urens mostraram excelente atividade contra Candida albicans, Aspergillus fumigatus, Fusarium culmorum, Staphylococcus aureus, Pseudomas syingae e Erwinia amylovora (BOER, 2005). Determinadas substâncias, como as cumarinas, possuem excelente propriedade antimicrobiana, principalmente na inibição do desenvolvimento da Candida albicans (COWAN, 1999). Extratos alcoólicos de oito espécies de plantas medicinais, Acokanthera schimperi (Apocynaceae), Calpurnia aurea (Leguminosae), Kalanchoe petitiana (Crassulaceae), Lippia adoensis (Verbenaceae), Malva parviflora (Malvaceae), Olinia rochetiana (Oliniaceae), Phytolacca dodecandra (Phytolaccaceae) 45 e Verbascum sinaiticum (Scrophulariaceae), tradicionalmente usadas no tratamento de várias doenças de pele foram avaliadas pela sua atividade antimicrobiana contra diferentes linhagens de bactérias e fungos que normalmente causam diferentes tipos de lesão de pele. De todas as plantas testadas, Lippia adoensis e Olinia rochetiana foram as mais efetivas contra linhagens de bactérias e fungos, respectivamente. Além disso, o perfil de atividade antimicrobiana demonstrou que Staphylococcus aureus e Trichophyton mentagrophytes foram as linhagens bacteriana e fúngica mais suscetíveis respectivamente (TADEG et al, 2005). 46 Tabela 4: Concentração inibitória mínima (CIM) em mg/ mL dos extratos e frações de E.alba contra as linhagens H6 (selvagem) e ∆TruMDR2 (mutante) de T rubrum. Compostos 1 2 3 4 D/WL WL Fluconazol Microorganismo CIM H6 0,125 Mutante 0,125 H6 1,25 Mutante 0,625 H6 2,5 Mutante 2,5 H6 1,25 Mutante 1,25 H6 >0,500 Mutante 0,500 H6 0,500 Mutante 0,500 H6 0,075 Mutante 0,075 1:extrato bruto de partes aéreas etanólico 2: fração fase aquosa 3: fração acetato de etila: rica em cumestanos 4: fração partição hexano D/WL: fração rica em demetil e wedelolactona (faixa de concentração testada de 1 a 0,019 mg/mL ) WL: fração rica em wedelolactona (faixa de concentração testada de 1 a 0,019 mg/mL ) *Para os compostos 1,2,3 e 4 a faixa de concentração testada foi 5 a 0,019mg/mL Fluconazol foi utilizado como controle de referência 47 6.CONCLUSÕES: Os testes utilizados conseguiram comprovar a atividade antimicrobiana dos extratos da E. alba, tanto nas linhagens de dermatófitos quanto nas linhagens bacterianas ATCC e isolados resistentes a antibióticos. Para as bactérias gram positivas S. aureus e S. epidermidis as duas substâncias puras demetil e wedelolactona demonstraram atividade mais pronunciada que para o extrato bruto. Os isolado clínicos Enterococcus sp e S aureus, resistentes a antibióticos obtidos de pacientes atendidos no LAC apresentaram-se também mais sensíveis à fração de Acetato de Etila (rica em cumestanos) ambas na concentração de 0,078mg/mL , Em relação a atividade antifúngica, o extrato etanólico bruto foi mais efetivo contra as duas linhagens de T.rubrum (CIM=0,125mg/mL) que para as frações ricas em demetil e wedelolactona. Os resultados sugerem que a atividade antimicrobiana de E.alba contra os dermatófitos não está relacionada diretamente com a ação dos compostos wedelolactona e demetilwedelolactona, mas com o fitocomplexo presente no extrato bruto, diferentemente estas duas substâncias puras demonstraram atividade especifica e mais pronunciada contra as bactérias ATCC Gram positivas ensaiadas. . 48 7- REFERÊNCIAS: ALMEIDA, E.R. Plantas medicinais brasileiras, conhecimentos populares e científicos. São Paulo: Hemus Editora Ltda, 1993. ANANTHI, J.; PRAKASAM, A.; PUGALENDI, K.V. Antihyperglycemic activity of Eclipta alba leaf on alloxan-induced diabetic rats. Yale Journal Of Biology And Medicine 76(3):97-102, 2003. ANDRADE, A. C.; ZWIERS, L. H.; DE WAARD, A. Pesticide Chemistry and Bioscience- The Food-Environment Challenge. Edited by G.T. Brooks and T.R. p. 221-235, 1999. ARANTES, M. C. B.; SIMON, F. P; RIBEIRO, P. A. M.; REZENDE, M H; PAULA, J R; BARA, M T F. 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