Resumo Dissertação de Mestrado Programa de Pós-Graduação em Botânica Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS, Brasil Ecologia evolutiva e padrões de ocupação de nichos de árvores no sul do Brasil AUTORA: Stephanie Weege ORIENTADOR: Prof. Dr. João André Jarenkow COLABORADOR: Dr. Eduardo L. Hettwer Giehl Existem muitas teorias a respeito dos processos pelos quais comunidades se organizam. Uma das questões mais importantes diz respeito às diferenças dos padrões de distribuição das espécies em relação a escalas de observação, visando entender a estrutura das comunidades. Neste contexto, aspectos evolutivos e históricos têm sido empregados e vêm se mostrando eficientes. O sul do Brasil possui um mosaico de vegetações florestais, assim como clima e relevo heterogêneos, levando-nos a questionar se a estrutura da vegetação é devida a filtros ambientais ou a restrições determinadas pelo conjunto regional de espécies. Utilizamos tipo de vegetação, dados climáticos, edáficos e das variações de altitude, para modelar a riqueza e composição de espécies e linhagens e o agrupamento filogenético, para 326 localidades, assim como, a frequência de mudanças de nicho entre tipos de vegetação. Testamos também o padrão de sobreposição de nichos entre espécies, em função das suas distâncias filogenéticas, para diferentes escalas geográficas e taxonômicas. Nossos resultados indicam que restrições causadas pelos conjuntos regionais de espécies e linhagens podem ser responsáveis pela maior parte das variações na estrutura das comunidades em escala local, enquanto que a colonização das diferentes formações depende da tolerância das linhagens às condições ambientais. Porém, processos de diferenciação e retenção de nichos ocorrem simultaneamente e variam de acordo com a escala de observação, a diversidade, a escala taxonômica e as variáveis utilizadas, corroborando com a constatação de que a complexidade dificulta a compreensão dos mecanismos pelos quais as comunidades se organizam e explica a divergência nos resultados presentes na bibliografia.