O papel dos insetos eussociais nos ecossistemas

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O papel dos insetos eussociais nos ecossistemas
Carlos R. F. Brandão & R. R. Silva
Museu de Zoologia da USP
Av. Nazaré 481, São Paulo, SP, 04263-000
Os insetos verdadeiramente sociais, por definição, apresentam uma casta estéril, em
geral muito mais numerosa que os reprodutores. Em termos genéticos uma colônia
monogínica pode ser considerada um indivíduo. Em termos ecológicos, no entanto,
colônias têm impacto desproporcionalmente maior que indivíduos, mesmo se somados
os papéis de cada um, pois as relações entre seus membros são sinérgicas e muitas
vezes sequenciais, aumentando ainda mais este impacto. Estes fatos têm portanto
consequências nos cálculos de abundância e riqueza relativas e modelos alternativos
são necessários para avaliar de fato o papel do organismos sociais na natureza.
Análises de guildas, grupos funcionais e atributos morfológicos permitem detectar
quais linhagens filogenéticas ocuparam com exclusividade certos nichos, enquanto
outros são ocupados por distintas linhagens, provendo desta forma novas maneiras de
avaliar a contribuição relativa de organismos nos ecossistemas. No caso de formigas,
identificamos 16 guildas que ocorrem em todos os ambientes, mantidas as proporções
entre elas no mesmo ecossistema, ainda que em localidades distintas. O modelo leva
em conta características morfológicas mensuráveis e independe do conhecimento
sobre a biologia dos grupos, o que é insuficiente na maioria dos casos, permitindo
ainda a construção de hipóteses sobre a evolução de caracteres ligados a hábitos de
importância ecológica. Permite também associar informação filogenética e com isso a
construção de um painel dos passos na evolução dos caracteres e dos taxa que
ocupam ecossistemas, além de indicar como a diversidade funcional responde a
gradientes ambientais e que linhagens são perdidas em caso de distúrbio ambiental e
suas consequências.
Palavras-chave: papel ecológico, guildas, formigas
Apoio: CNPq e FAPESP
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