estratégia saúde da família (esf): o auto cuidado de

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ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF): O AUTO CUIDADO DE
PACIENTES HIPERTENSOS USUÁRIOS DO ESF BAIRRO
PROGRESSO, CRUZ ALTA-RS
BARROSO, Anatielle Pereira1; BRANDS, Ana Rita de Freitas1; JORNADA, Vitória Campos
da¹; OLIVEIRA Andrea Nunes de¹; ROSA, Janice da¹; SANTOS, Letícia Silva dos1; SILVA,
²
Lenize Dagort da¹; KRAUSE, Kelly de Moura
Palavras-Chave: Auto cuidado. Cuidados de enfermagem. Hipertensão. Saúde da família.
Introdução
A Estratégia Saúde da Família (ESF) surgiu em 1994 como iniciativa do Ministério da
Saúde para a implementação da atenção primária em saúde e mudança do modelo assistencial
vigente no país, tendo como foco a promoção de saúde, prevenção de doenças e cuidado às
doenças crônicas, baseado no território de abrangência das Unidades Básicas de Saúde
(UBS)¹.
A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo
assistencial, que trabalha mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades
básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número
definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. Cada equipe de Saúde da
Família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas de uma determinada área, que
passam a ter responsabilidade no cuidado com a saúde. O número de Agente Comunitário de
Saúde deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750
pessoas por agente².
As atribuições dos profissionais servem como método de educação para os indivíduos,
incluindo a educação perante patologias e o autocuidado. É necessário que o profissional
eduque o paciente de forma adequada conforme sua necessidade. Relacionando
a
Hipertensão Arterial ao déficit de autocuidado que este associado principalmente, ao
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Acadêmica de Enfermagem, Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ/ [email protected]
¹ Acadêmica de Enfermagem, Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ/ [email protected]
¹ Acadêmica de Enfermagem, Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ/ [email protected]
¹ Acadêmica de Enfermagem, Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ/ [email protected]
¹ Acadêmica de Enfermagem, Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ/ [email protected]
¹ Acadêmica de Enfermagem, Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ/ [email protected]
¹ Acadêmica de Enfermagem, Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ/ [email protected]
² Professora Orientadora, Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ / [email protected]
desconhecimento e não adesão às formas de tratamento, tendo a participação da família como
um elo importante para auxiliar na solução desta dificuldade.
O objetivo deste trabalho foi relacionar a hipertensão arterial com o autocuidado tendo
em foco o conhecimento e condições de vida dos usuários da Estratégia da Saúde da Família
do bairro Progresso da cidade de Cruz Alta - RS.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, feita através de um questionário
realizado previamente em sala de aula, elaborado na disciplina de Práticas Sociais e
Enfermagem. O questionário abrange questões abertas contendo os dados de identificação,
dados clínicos de interesse para a enfermagem, perspectivas e expectativas sobre doenças e/ou
problemas, necessidades básicas e exame físico.
Juntamente com o questionário, foi utilizado o Sistema de Informação de Atenção Básica
(SIAB) que contem dados sócios demográficos e epidemiológicos com informações
relevantes para identificação de problemas.
Para que fossem coletados os dados, foi realizada a visita domiciliar pelas acadêmicas
acompanhadas pelas Agentes de Saúde do referido bairro, onde foi aplicado o questionário e
conseguido adquirir as devidas informações do SIAB.
Resultados e Discussões
Conforme as informações retiradas do Sistema de Informação de Atenção Básica
(SIAB), a ESF do bairro Progresso possui quatro micro áreas com um total de 352 famílias
cadastradas, sendo 1.111 pessoas, dividindo-se em 550 do sexo feminino e 561 do sexo
masculino. Dos dados epidemiológicos, verificou-se no total da população analisada, a
estimativa de 10,17% de casos hipertensivos (113 pessoas).
Caracterização pessoal e familiar dos sujeitos
Ricardo* 76 anos, hipertenso, aposentado, vive sozinho sendo que não recebe visitas
de familiares, sua renda mensal corresponde a um salário mínimo. Escolaridade baixa,
sabendo escrever poucas palavras, como seu nome. De acordo com as condições de vida,
possui saneamento básico escasso, sendo que não há banheiro nem patente em sua residência,
tendo que fazer as necessidades em sacola plástica. De forma qualitativa observou-se que sua
alimentação era precária, não havendo local pra preparar sua alimentação. Seu espaço para
dormir era uma madeira, não possuindo agasalhos para se aquecer. Notou-se que o paciente
não tem conhecimento perante sua patologia, não sabendo assim como fazer o tratamento
adequado. Refere insônia no período noturno sendo influenciada pela falta de ar e dores no
peito.
Vilma*, 57 anos, hipertensa, casada, 8 filhos sendo 4 mortos, aposentada.
Escolaridade baixa, sabendo ler e escrever sem dificuldade, fazendo da leitura seu hoobie.
Suas condições de vida são boas, tendo o conforto necessário. Mora com o marido e seu pai
que apresenta Mal de Alzheimer visto que ela é a cuidadora. Realiza todas as atividades
domésticas. A paciente possui artrite e hipertensão arterial, aderindo o tratamento correto de
ambas as patologias.
Observa-se que a manifestação da doença não pode ser explicada apenas por relação
de causa / efeito, mas pelo contexto social e pelo estilo de vida que o indivíduo, como ser
biológico e psicológico se encontra inserido. A hipertensão, na maioria das vezes, é
assintomática e não interfere na realização de atividades da vida diária.
Tendo como base disto, temos os pacientes relatados como exemplo. Onde o paciente
número um se encontra em péssimas condições de moradia, alimentação, completo
isolamento social e também desconhecimento sobre sua patologia e seu devido tratamento.
Sendo assim, seus sintomas e problemas voltados à doença, se tornam bem mais
acentuados que os da paciente número dois. A qual se encontra em ótimas condições tanto de
vida quanto de moradia, possuindo apoio familiar, convívio social e tendo conhecimento de
sua patologia. Podendo aderir o tratamento de forma adequada, sem aparecimento de
complicações da doença e praticando suas atividades diárias normalmente.
Com isso, o objetivo do cuidado da pessoa com hipertensão arterial é evitar a morte e
as complicações, por meio do controle da pressão arterial, permitindo a melhoria da qualidade
de vida. Portanto, é imprescindível que o sujeito compreenda o processo da doença e participe
da mudança do estilo de vida por meio das atividades de educação em saúde.
No entanto, é preciso ter o entendimento de que outros aspectos também são decisivos
nesse processo de mudança do autocuidado, como a oferta de serviços de saúde à população, a
condição socioeconômica e as desigualdades sociais, que agem coletivamente na saúde da
população. Visto que, o bairro Progresso contém áreas de escassas informações e
entendimento, o que leva o mesmo a possuir os devidos problemas.
Considerações Finais
O enfermeiro tem uma importante participação nesse processo, que envolve estilo de
vida e autocuidado, no sentido de facilitar a mudança de comportamento do paciente, baseada
em um modelo de promoção e prevenção em saúde. A atuação desses profissionais no repasse
de informações pode favorecer a adoção de outras condutas que devem ser tomadas pelas
pessoas com hipertensão, ampliando suas formas de atuação e cuidado com a doença.
Assim, ele identifica comportamentos de risco e implementa práticas de cuidados
adequadas, uma vez que é o profissional que trabalha diretamente com o paciente na maior
parte do tempo, mantendo um sistema de apoio e educação às pessoas com hipertensão e
também promovendo o repasse de conhecimentos e habilidades que podem facilitar o manejo
da condição crônica pela pessoa que a possui, passando a ser considerada como agentes de
seu próprio cuidado.
Por fim, faz-se necessário que os profissionais desenvolvam uma prática profissional
voltada para interação e troca de experiência entre os integrantes da equipe de trabalhadores
em saúde, com objetivo de oferecer uma assistência focada ao indivíduo e sua família,
valorizando o autocuidado como parte da vida e necessário ao desenvolvimento humano e ao
bem estar, assim com estas condutas adotadas o bairro Progresso e sua específica ESF, podem
atender de maneira holística e integral a todos os indivíduos que lá vivem, fazendo com que
aos poucos os problemas tenham solução e estes indivíduos, qualidade de vida perante suas
patologias.
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http://www.scielo.br/pdf/ean/v10n3/v10n3a04.pdf Acesso em 04 de setembro de 2013.
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de Saúde da Família como objetivo de educação em saúde. Dezembro / 2006 – Disponível
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AZEREDO, Catarina Machado; COTTA, Rosângela Minardi Mitre; SCHOTT, Márcia
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habitação e saneamento: A importância da visita domiciliar no contexto do programa de
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http://www.scielo.br/pdf/%0D/csc/v12n3/25.pdf Acesso em: 04 de setembro de 2013.
LOPES, Mislaine Casagrande de Lima; CARREIRA, Lígia; MARCON Sonia Silva; SOUZA
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com hipertensão arterial: um estudo bibliográfico. Março / 2008 – Disponível em
http://www.fen.ufg.br/fen_revista/v10/n1/pdf/v10n1a18.pdf Acesso em 05 de setembro de
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BRASIL. Ministério da Saúde. Como Funciona? Disponível em:
http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_como_funciona.php?conteudo=esf – Acesso em 07 de
setembro de 2013.
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