16° TÍTULO: ANÁLISE LABORATORIAL PARA O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA NEUROSSÍFILIS CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): JADE CRISTINA ORTEGA ORIENTADOR(ES): CIBELE MACIEL DE MIRANDA 1. RESUMO A sífilis é uma doença de múltiplos estágios, podendo ser congênita ou adquirida. É causada por espiroqueta-bactéria Gram negativa, denominada Treponema pallidum. Dados da literatura mostram que atualmente o índice de sífilis seguido de neurossífilis aumentou significantemente entre 2000 e 2014. A diversidade de sinais e sintomas da neurossífilis pode levar facilmente a confusão diagnóstica com várias outras doenças, com isso mostra como é necessário o diagnóstico diferencial. 2. INTRODUÇÃO A sífilis é uma doença de transmissão vertical (sífilis congênita) ou sexual (sífilis adquirida) e é causada por espiroqueta-bactéria gram negativa, denominada Treponema pallidum, que consiste em uma doença infectocontagiosa sistêmica. É sabido que existem estágios distintos da doença clinicamente reconhecíveis: sífilis primária, sífilis secundária/disseminada, sífilis terciária e/ou tardia e os períodos de latência (site). Quando ocorre a invasão das meninges ou da medula pela bactéria, é estabelecido o quadro de neurossífilis, que pode ser assintomática ou sintomática, ocorrendo normalmente na sífilis terciária em 15% a 20% dos pacientes. 1 Segundo Pinto (2014) a diversidade de sinais e sintomas da neurossífilis pode levar facilmente a confusão diagnóstica com várias outras doenças neurológicas, com isso, Nadal e Framil (2007) apresentam os testes sorológicos mais utilizados para o diagnóstico da sífilis, sendo eles, os testes não-treponêmicos e os testes treponêmicos. Existe também o exame do líquor (LCE) que é realizado através da punção lombar e é usado para o diagnóstico da neurossífilis juntamente aos testes sorológicos.2,3,4 3. OBJETIVO Descrever os métodos utilizados para o diagnóstico de neurossífilis, considerando fatores como níveis de sensibilidade e especificidade. 4. METODOLOGIA Foi realizada uma revisão de literatura através de artigos científicos no período de 2000 até a atualidade. 5. DESENVOLVIMENTO Existem dois tipos de testes sorológicos para sífilis/neurossífilis: os não treponêmicos e os treponêmicos. Os testes não-treponêmicos são úteis para a triagem e monitorização do tratamento, já os testes treponêmicos, por sua vez, detectam anticorpos específicos para os antígenos do T.pallidum, sendo utilizados para confirmação do diagnóstico.1 Os testes não treponêmicos possuem alta sensibilidade, são mais simples e usados para rastreio e acompanhamento da resposta ao tratamento. Baseiam- se em uma suspensão antigênica composta por cardiolipina, colesterol, lecitina purificada e soro do paciente como amostra. Sendo possível observar as flocuções formadas a olho nu. O VDRL é o teste mais usado, pois é possível detectar anticorpos IgM e IgG contra o material lipídico liberado pelas células danificadas em decorrência da sífilis.4,5 Já o RPR também possui alta sensibilidade e baixa especificidade que visa aumentar a estabilidade da suspensão antigênica através do carvão coloidal, possibilitando a utilização de plasma ou soro do paciente.6 Os principais testes treponêmicos são: FTA-Abs (Fluorescent Treponemal Antibody Absorption), TPHA (Treponema pallidum Hemaglutination) e o ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). O TPHA é um teste de hemaglutinação indireta com alta especificidade, baseia-se na ligação dos anticorpos treponêmicos presentes no soro com hemácias que contêm na superfície, antígenos de T. pallidum. Os anticorpos presentes no soro ligam-se aos antígenos que estão na superfície das hemácias, resultando aglutinação das mesmas. Já o FTA-Abs também é um teste com boa especificidade, feito em lâminas, nas quais são fixados antígenos do T.pallidum O teste utiliza imunoglobulina anti-humana, e se a amostra possuir anticorpos anti-T.pallidum, eles se ligarão aos antígenos fixados na lâmina, formando um complexo podendo ser observado no microscópio. O ELISA é um teste imunoenzimático que possui maior especificidade. Utiliza suportes sensibilizados com antígenos totais do T. pallidum ou componentes antigênicos do microrganismo obtidos por biologia molecular ou engenharia genética.7 A análise do líquor (LCE) leva em consideração a quantidade de leucócitos e presença do T. pallidum. É recomendável à todos os pacientes com sorologia positiva para sífilis associada à alterações neurológicas, doença neuropsiquiátrica, ou naqueles casos em que a terapia falhou. Também se recomenda a análise nos pacientes infectados pelo HIV com sífilis latente ou de duração ignorada, uma vez que estes possuam VDRL positivo.7 Alternativas de diagnóstico sorológico são também aplicados ao LCE, tal como o ensaio de hemaglutinação do T. pallidum (TPHA) e o VDRL.1 6. RESULTADOS PRELIMINARES O VDRL é um dos testes mais usados, pois possui baixo custo, praticidade na sua realização, podendo ser usado tanto para triagem quanto para monitorar o póstratamento. Já o ELISA possui grande sensibilidade e especificidade, sendo essencial para o fechamento do diagnóstico. E a punção lombar para o exame do LCR deve ser realizada apenas se houver suspeita de neurossífilis com VDRL positivo. 7. FONTES CONSULTADAS 1. Avelleira JCR, Bottino G. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. Na Bras Dermatol. 2006; 81(2):111-26. 2. Pinto VM et al. Prevalência de sífilis na população em situação de rua. Bras Epidemiol. 2014; 341-354 3. Nadal SR, Framil VMS. Interpretação das Reações Sorológicas para Diagnóstico e Seguimento Pós-Terapêutico da Sífilis. Rev Bras Coloproct. 2007;( 27):4 4. Barros AM, Cunha AP, Lisboa C, Sát MJ, Resende C. Neurossífilis. ArquiMed, 2005; 19(3): 121-129 5. Sumikawa ES et al, Sífilis, estratégias para diagnóstico no Brasil; 2010. Acesso em: 24/05/2016. Disponível em: http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/page/2012/50768/manual_sifilis_miol o_pdf_53444.pdf 6. Alquézar AS et al. Desempenho de Testes Sorológicos Para Sífilis, Treponêmicos (ELISA) E Não Treponêmicos ( VDRL e RPR), na triagem sorológica para doadores de sangue- confirmação dos resultados por meio de três testes treponêmicos ( FTA ABS, WB e TPHA). Revista de patologia tropical, 2007;36 (3): 215-228. 7. Nadal LRM, Nadal SR. Indicações da Punção Liquórica nos Portadores de Sífilis. Rev Bras Coloproct. 2006; (26)4