LEPTOSPIROSE Deise Galan Consultora - Departamento de Doenças Transmissíveis e Análise de Saúde Organização Pan-Americana da Saúde Apenas os ratos transmitem a leptospirose • Falso • Os ratos são os principais reservatórios da doença • Mas outros mamíferos também podem transmitir a leptospirose Existe risco de pegar leptospirose bebendo cerveja ou refrigerantes em latinhas • Verdadeiro, mas acontece muito raramente • Transmissão ocorrer principalmente pela penetração da bactéria através da pele ou mucosas • Geralmente, ao ser ingerida, a bactéria morre ao entrar em contato com o suco gástrico • Contudo, se houver ferida na boca, a bactéria pode passar diretamente para a circulação sanguínea • Lembrete: Lave sempre com água limpa e sabão qualquer latinha, garrafa ou vasilhame antes de ser levado à boca A leptospirose passa de uma pessoa para outra • Falso • A leptospirose não é considerada uma doença contagiosa A maioria dos casos de leptospirose ocorre em homens entre 20 a 45 anos • Verdadeiro • Homens entre 20-45 anos são considerados o grupo de maior risco para adquirir a doença • Possivelmente devido a profissões de alto risco e atividade recreativas O que é a leptospirose? • Doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira • Leptospirose é uma zoonose, doença transmissível entre animais vertebrados e o homem • Ocorre em todo o mundo, principalmente em países tropicais e subtropicais • Está emergindo como um problema de saúde pública • Afeta as populações mais vulneráveis • Surtos geralmente ocorrem após fortes chuvas ou inundações Leptospira sp. Créditos: CDC Public Health Image Library - Janice Haney Carr Como as pessoas se contaminam? • A leptospirose é transmitida através do contato com a urina de animais infectados ou água e lama contaminadas pela bactéria Leptospira • A bactéria penetra no corpo humano pela pele, principalmente se houver algum arranhão ou ferimento, assim como pelas membranas mucosas dos olhos, nariz e boca • Os ratos são considerados a principal fonte de infecção para os seres humanos • Vacas, búfalos, cavalos, ovelhas, cabras, porcos, cães e gatos também são considerados reservatórios da bactéria e podem transmitir a doença ao homem Quais são os sintomas? • O período de incubação da leptospirose é normalmente de 5 à 14 dias • Manifestações clínicas muito variáveis com diferentes graus de severidade, desde infecção assintomática a formas clínicas leve, moderada e grave que pode levar à morte • Os principais sintomas são: Olhos vermelhos Febre Dor de cabeça Dores pelo corpo (principalmente nas panturrilhas) Náuseas e vômitos Quais são os sintomas? • 5-10% dos casos progridem para uma doença mais grave • Caracterizada por icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória • Os sintomas da leptospirose são muitas vezes confundidos com os de outras doenças, como a gripe e a dengue Diagnóstico e Tratamento • O diagnóstico da doença é feito através de exames de sangue (sorologia), em conjunto com a apresentação clínica e os dados epidemiológicos (histórico de possível exposição, a presença de fatores de risco). • O tratamento se baseia em hidratação, e o antibiótico deve ser dado de preferencia antes do 5º dia de doença. • Podem ser dados analgésicos, porém, está contraindicado o uso de ácido acetilsalicílico e de anti-inflamatórios, que podem aumentar o risco de sangramentos. • Os casos leves podem ser tratados em casa, após consulta médica. • Os pacientes com as formas com icterícia e hemorragias devem ser internados. Como se prevenir? • Evite o contato com água ou lama de enchentes ou esgotos • Se o contato for inevitável, permaneça o menor tempo possível na água ou lama • Após as águas baixarem, é necessário retirar a lama e desinfetar o local (sempre se protegendo) • Pessoas que trabalham em profissões de alto risco para adquirirem a leptospirose devem usar botas e luvas de borracha • Tenha cuidado com os alimentos que tiveram contato com água de enchente Leptospirose no Brasil • País com maior número de alertas para leptospirose na Região das Américas • Nos últimos 5 anos o Brasil teve uma média de ~3900 casos confirmados de leptospirose • Doença mais prevalente em homens entre 20-40 anos Aproximadamente 72% dos casos são em áreas urbanas, devido a condição da vivenda 28% dos casos em área rurais, devido a profissão Objetivos de Trabalho OPAS/CHA/IHR da perspectiva de surtos • Prever, prevenir, detectar, e responder a surtos de leptospirose, portanto reduzindo a mortalidade e o número de casos durante surtos, assim como reduzindo o número de casos em áreas de risco, especialmente relacionados ao meio ambiente. Estudo sobre os fatores condutores para surtos de leptospirose na Nicarágua Área criticas para leptospirose definidas pela taxa de incidência e porcentagem de solo Cambisol e Andosol, por municipalidade em Nicarágua, 2004-2010 Média de chuvas e número de casos de leptospirose, por mês e por municipalidade em Nicarágua, 2004-2010 Reunião da Rede Global de Ação Ambiental contra a Leptospirose • Em inglês, Global Leptospirosis Environmental Action Network (GLEAN) • De 12 a 14 de março de 2013, na sede da OPAS em Brasília • Organizada com o apoio da OPAS e da OMS, e o suporte do Ministério da Saúde do Brasil • GLEAN é uma iniciativa dedicada à luta contra a leptospirose, no qual reúne expertos de diferentes disciplinas e setores Reunião GLEAN • Participantes: 20 expertos internacionais e 40 expertos nacionais • Durante a reunião foram apresentadas: • Pesquisas operacionais que estão ocorrendo mundialmente na área de leptospirose envolvendo diferentes disciplinas relacionadas com saúde pública, animal e ambientes; • Atualizações na área produção de provas de diagnostico e vacinas como ferramentas para o combate desta doença • Troca de experiências e possíveis colaborações entre expertos internacionais e nacionais nas diferentes áreas de atuação sobre leptospirose Website da OPAS sobre a leptospirose (www.paho.org/leptospirosis) Informação técnica sobre como responder a surtos de leptospirose Informe das reuniões em Nicarágua, Agosto 2012 Inclusão de documentos inter-setoriais e sites sobre a doença Informação disponível em Inglês e Espanhol OBRIGADA!