O risco dos profissionais de saúde à infecção por

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O risco dos profissionais de saúde à infecção por hepatites B e C
SILVA, Josimara Rodrigues*; ALVES, Fabiana**
RESUMO
O exercício da atividade profissional no ambiente hospitalar constitui fator de
risco de infecção ocupacional pelo vírus da hepatite B e ou C, devido ao
agrupamento de pacientes portadores de diversas enfermidades infectocontagiosas
e o risco de acidentes existente em muitos procedimentos realizados. As hepatites B
e C são um sério problema que ocorre em todo o mundo. Tanto a hepatite B e C são
causadas por vírus, a transmissão da HB ocorre através da exposição percutânea
ou de mucosas a sangue ou fluidos corpóreos contaminados com o VHB. A
transmissão da HC é realizada através de sangue, seja por transfusões, contato
direto ou compartilhamento de seringas. No Brasil a taxa de infecção por HB
aumentou nos últimos anos. Entre as mortes atribuídas especificamente às hepatites
virais no Brasil, o maior número registrado entre os anos de 2000 a 2011 foi
decorrente da HC. A maioria dos casos da hepatite B e C não apresentam sintomas
no inicio. As hepatites B e C apresentam fases semelhantes que podem se
desenvolver de duas formas, aguda e crônica. Os diagnósticos das hepatites B e C
são feitos através de exames de sangue. Para a HC não existe vacina, mas existe
tratamento a base de remédios e para a HB existe vacina que é distribuida
gratuitamente nos postos de saúde. Não importa a região, acidentes de trabalhos
são muitos comuns entres esses profissionais e que medidas de controle tornam-se
urgentes como campanhas de vacinação mais eficazes e uso correto dos
equipamentos de segurança.
Palavras-chaves: hepatite B; hepatite C; acidente de trabalho; profissionais de
saúde.
ABSTRACT
The exercise of professional activity in the hospital environment is a risk factor for
occupational infection with hepatitis B or C and, due to the clustering of patients with
various infectious diseases and the risk of accidents exists in many procedures
performed. Hepatitis B and C are a serious problem that occurs throughout the world.
Both hepatitis B and C viruses are caused by the transmission of HB occurs through
percutaneous or mucous membranes to blood or body fluids infected with HBV. The
*Graduanda do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix.
E-mail: josimara rodrigues<[email protected]
**Professora do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix
transmission of HC is performed through blood transfusions or by direct contact or
sharing of syringes. In Brazil the rate of infection by HB increased in recent years.
Among the deaths attributed specifically to viral hepatitis in Brazil, the largest number
recorded between the years 2000 to 2011 was due to the HC. Most cases of hepatitis
B and C do not show symptoms at the start. Hepatitis B and C have similar phases
that can develop in two forms, acute and chronic. The diagnosis of hepatitis B and C
are made through blood tests. For the HC there is no vaccine, but no treatmentbased remedies and HB vaccine exists that is distributed free of charge at clinics. No
matter the region, accidents at work are very common between those professionals
and that control measures become urgent as vaccination campaigns more effective
and correct use of safety equipment.
Key words: hepatitis B, hepatitis C, work accident; health professionals.
INTRODUÇÃO
Trabalhar na área da saúde, principalmente em um ambiente hospitalar, é
considerado insalubre, devido ao agrupamento de pacientes portadores de diversas
enfermidades infectocontagiosas e o risco de acidentes existente em muitos
procedimentos realizados (NISHIDE et al.,2004).
Contudo, na prevenção de acidentes os esforços devem ser concentrados
inicialmente na eliminação dos perigos e/ou riscos, e posteriormente, orientações e
fornecimento de equipamentos de proteção individual. A preocupação com os riscos
biológicos surgiu somente à partir da epidemia da HIV/AIDS nos anos 1980, onde
foram estabelecidas normas para as questões de segurança no ambiente do
trabalho (FONSECA, 2006).
A equipe de enfermagem é uma das principais categorias ocupacionais
sujeita à exposição por material biológico pelo fato de terem contato direto com os
pacientes, e também ao tipo e à frequência de procedimentos realizados. As
hepatites virais, principalmente B e C, são um sério problema que ocorre em todo o
mundo (PINHEIRO e ZEITOUNE, 2008). A soroprevalência de infecção por hepatite
B (HB) entre trabalhadores da saúde é de três a cinco vezes maior que na
população
em
geral,
sendo
os
mais
acometidos
aqueles
que
realizam
procedimentos invasivos como punção venosa e algumas cirurgias. Já em relação à
hepatite C (HC), a inoculação percutânea (absorção na pele através de feridas) é
uma das formas mais documentadas de transmissão do vírus (FONSECA, 2006).
A HB é causada pelo vírus da hepatite B (VHB) pertencente ao gênero
Orthohepadnavirus e família Hepadnaviridae, e a HC é causada pelo vírus da
hepatite C (VHC) pertence ao gênero Hepacivirus e família Flaviviridae (ICTV, 2012).
A transmissão da HB ocorre através da exposição percutânea ou de mucosas
a sangue ou fluidos corpóreos contaminados com o VHB, e as principais vias de
contágio são: sexual, parenteral (são as vias de rápido acesso, como as injeções
intramusculares, intravenosas e subcutâneas) e vertical, seja transplacentária, no
momento do parto ou durante o aleitamento materno (PINHEIRO e ZEITOUNE,
2008).
A transmissão da HC é realizada através de sangue, seja por transfusões,
contato direto ou compartilhamento de seringas. A transmissão sexual é rara, mas
pode existir. O vírus também pode ser transmitido da mãe ao filho, se no momento
do parto existir contato do sangue da mãe com o sangue do filho. Instrumentos
como escovas de dente, alicates de unhas ou cutículas e aparelhos de barbear não
devem ser compartilhados, pois podem contaminar. Instrumentos dentários devem
ser esterilizados e desinfetados (CIORLIA e ZANETTA, 2007).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) dois bilhões de pessoas no
mundo foram infectadas pelo VHB e cerca de 600.000 pessoas morrem a cada ano
devido às consequências da HB. A HB é endêmica na China e outras partes da Ásia
(OMS, 2012).
Altas taxas de infecções da HB também são encontrados nas regiões do sul
da Europa Central e Oriental. No Oriente Médio e subcontinente indiano, 2 a 5% e
da população em geral estão infectados. Menos de 1% da população na Europa
Ocidental e na América do Norte são infectadas. Em países desenvolvidos (Europa
Ocidental e América do Norte), os padrões de transmissão são diferentes dos países
em desenvolvimento. A maioria das infecções por hepatites nos países
desenvolvidos são transmitidas durante a vida adulta pela atividade sexual e uso de
drogas injetáveis (OMS, 2012).
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a taxa de infecção por HB passou
de 0,3% em 1999, para 6,9% em 2010. A região Sudeste concentra 36,6% dos
casos, seguido do Sul, com 31,6% das notificações, entre 1999 e 2011. A região Sul
registra os maiores índices desde 2002, seguida da Norte (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2010).
Quadro 1: Casos confirmados de Hepatite B no Brasil por Regiões, 1999-2008.
Região
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Região Norte
486
945
903
992 1219 1243 1269 1582 1297
390
Região Nordeste
524
808
951 1153 1232 1739 2019 1536 1124
394
Região Sudeste
1751 2840 2716 3278 4824 6370 6656 6661 4455 2526
Região Sul
Região CentroOeste
3407 3478 3056 2888 3656 3741 4405 4295 3528 1433
741
883
881
868 1052 1192 1704 1662 1156
381
Fonte: Sinan/SVS/MS- dados atualizados até 17.10.2008
A HC apresenta distribuição mundial, todos os anos, de 3 a 4 milhões de
pessoas são infectadas com o VHC pelo mundo. Países como Egito, Paquistão e
China apresentam altas taxas de infecção crônica, aproximadamente 150 milhões de
pessoas são cronicamente infectadas, com risco de desenvolver cirrose e ou cancro
no fígado. Mais de 350.000 pessoas morrem a cada ano de doenças relacionadas
com a HC (OMS, 2012).
Do total de casos de hepatite C registrados no Brasil entre 1999 e 2011,
55.222 foram na região Sudeste e 18.307, no Sul. Juntas, essas duas regiões
concentram 90% dos casos confirmados no país. As taxas de incidência mais
elevadas também se concentram nessas regiões. Entre as mortes atribuídas
especificamente às hepatites virais no Brasil, o maior número registrado entre os
anos de 2000 a 2011 foi decorrente da HC, com 16.896 óbitos, em seguida,
encontra-se a HB, com 5.520 óbitos declarados (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).
Quadro 2: Casos confirmados de Hepatite C no Brasil por Regiões e Unidades
Federadas, 1999-2006.
Regiões
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Região Norte
166
185
282
246
360
379
368
404
Região Nordeste
253
412
426
534
611
819
1203
1191
Região Sul
2173
1923
2173
2359
2958
4384
4675
4677
Região Sudeste
1960
2941
3385
4430
5255
9434
296
500
493
624
602
652
Região Centro-Oeste
10251 10038
978
729
Fonte: Sinan/SVS/MS-dados atualizados até 30.10.2007.
A maioria dos casos da hepatite B e C não apresentam sintomas na fase
aguda, mas os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor
abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais
costumam aparecer de um a seis meses após a infecção. As hepatites B e C
apresentam fases semelhantes que podem se desenvolver de duas formas, aguda e
crônica (VALLEZI; JÚNIOR, 2011).
A fase aguda é quando a infecção tem curta duração. Os profissionais de
saúde consideram a forma crônica quando a doença dura mais de seis meses. O
risco de a doença tornar-se crônica depende da idade, neste caso as crianças e
idosos são mais acometidos pelo avanço da doença quando ocorre a infecção e da
resposta imunológica do infectado, onde existem indivíduos que são mais
resistentes à infecção (CHAVEZ et al., 2003).
Uma particularidade da hepatite B é que a maioria dos pacientes elimina o
vírus e evolui para a cura definitiva. Em menos de 5% dos casos, porém, o VHB
persiste no organismo e a doença torna-se crônica sem apresentar sintomas que
chamem a atenção durante muitos anos. E a doença pode evoluir dependendo de
fatores como a replicação do vírus; a resposta imunológica; o consumo de álcool e
até infecção por outros vírus. No caso da hepatite C quando os sintomas surgem o
paciente já se encontra numa fase avançada da doença e o fígado pode estar
gravemente comprometido, necessitando de um transplante (FERREIRA; SILVEIRA,
2004).
O diagnóstico da hepatite B é feito através de técnicas sorológicas e três
marcadores (ou análises) são utilizados como referência para rastrear o vírus e com
isso fazer o diagnóstico da hepatite B: HBsAG (presente no início da infecção), antiHBc (que aponta se o indivíduo teve contato com o vírus) e anti-HBs (capaz de
sinalizar se o indivíduo está imunizado para o vírus), estes diagnósticos são feitos
através da técnica imunoenzimática do tipo Enzyme Linked Immunosorbent Assay
(ELISA) (CHAVEZ et al., 2003).
O diagnóstico da hepatite C também é feito através de exames de sangue
que medem a quantidade de anticorpos específicos contra o vírus da hepatite C
(VHC) produzidos pelo organismo (testes sorológicos como ELISA) e pela dosagem
da quantidade de vírus no sangue (testes de biologia molecular como Reação em
Cadeia da Polimerase PCR). Para confirmar hepatite crônica é necessário realizar a
contagem do vírus no sangue através dos testes de biologia molecular que medem a
carga viral (MIYAZAKI et al., 2005).
Para a hepatite C não existe vacina, mas existe tratamento a base de
remédios como o antiviral ribavirina, medicamento que associado ao interferon
diminui a atividade viral, melhorando as funções hepáticas e as características
histológicas do fígado. Em 2002 surgiu o interferon peguilado, remédio que
apresenta menos efeitos colaterais que pode ser associado à ribavirina, e é
suficiente para obter resposta duradoura em 70% a 80% dos casos, isto é, o vírus
para de replicar e multiplicar durante anos. O quarto e novo antiviral, o telaprevir,
desenvolvido especificamente para bloquear a ação de uma enzima necessária para
a replicação do vírus (MIYAZAKI et al., 2005).
Já para a hepatite B existe vacina que é distribuida gratuitamente nos postos
de saúde, e é composta por 3 doses que comprovam sua eficacia. Todos os
profissionais de saúde devem tomar as 3 dose já que fazem parte do grupo de maior
vulnerabilidade a doença (VALLEZI; JÚNIOR, 2011).
Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo estudar os riscos
dos profissionais de saúde à infecção por hepatites B e C, de acordo com os dados
publicados na literatura de 2000 até 2013.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em sites como Scientific Electronic
Library Online (Scielo), Ministério da Saúde, Centro Latino Americano e do Caribe de
Informação em Ciências da Saúde (Bireme), Fundação Nacional de Saúde (Funasa),
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS),
limitando as ocorrências entre 2000 e 2013. Foram utilizados artigos em português e
inglês, sendo descartados aqueles em outros idiomas, utilizando as seguintes
palavras-chaves: célula; Hepatite B; Orthohepadnavirus; vírus; Hepatite C;
Hepacivirus;
transmissão;
prevenção;
profissionais
de
saúde;
prevalência;
equipamentos de segurança; vacina; anti-hepatite B; anti-hepatite C. Após a revisão,
os dados foram tabulados e foi construído um quadro com os resultados obtidos
sobre os acidentes com profissionais da saúde e infecção com hepatie B e C.
RESULTADOS
Após a revisão bibliográfica relacionada, foi possível verificar que há
frequência em acidentes de trabalho com profissionais da saúde (Quadro 3). A
grande maioria dos acidentes aconteceu com materiais perfurocortantes, e com
trabalhadores que possuem menor conhecimento e qualificação profissional. No
entanto, a partir desta revisão, também foi possível verificar que profissionais com
maior tempo de serviço acabam se arriscando mais, por adquirir autoconfiança na
execução de suas atividades, por vezes, negligenciando medidas de precaução para
proteção individual.
Quadro 3. - Estudos realizados sobre acidentes com profissionais da saúde e
infecção com hepatie B e C.
PUBLICAÇÃO
ESTADO
LOPES et al., 2000
LUZ et al., 2001
NÚMERO
AMOSTRAL
TIPO DE ACIDENTE
DIAGNÓSTICOS
Hepatite BHepatite C
Acidente comagulha
13 xxxxxxxxx
Objetos perfurocortantes 3 xxxxxxxxx
Fragmentos de Vidro
8 xxxxxxxxx
Objetos perfurocortantesxxxxxxxxx xxxxxxxxx
Não houve
0 xxxxxxxxx
Acidente comagulha
0 xxxxxxxxx
Goiás
Tocantins
CARNEIRO e DAHER,2003 Goiás
BRAGA et al., 2004
Bahia
PAIVA et al., 2005
Goiás
SANCHES et al., 2006 Mato Grosso do Sul
152
20
90
120
680
332
CIORLIA e ZANETTA,2007 São Paulo
PAIVA, Enilza Maria
Goiás
Mendoça, 2008
OLIVEIRA et al., 2009
Pará
SILVA et al.,2010
Porto Alegre
2305 Objetos perfurocortantesxxxxxxxxx 25
250 Objetos perfurocortantes 2 xxxxxxxxx
528
11
Acidente comagulha
Objetos perfurocortantes
2
2
xxxxxxxxx
6
Legenda: xxxxxxx Não foi analisado Fonte:SILVA, Josimara Rodrigues
DISCUSSÃO
De acordo com os dados obtidos neste estudo, foi possível verificar que o
exercício da atividade profissional no ambiente hospitalar constitui fator de risco de
infecção ocupacional pelo vírus da hepatite B e ou C (Quadro 3), em virtude da
ocorrência de contato direto com os pacientes e da exposição constante aos fluidos
corporais potencialmente contaminados pelos VHB e VHC.
Lopes et al. (2000), demonstraram que a exposição ocupacional e o não uso
de equipamentos de proteção estiveram significativamente associados à soro
positividade ao VHB. Estes autores também demonstraram que houve predomínio
de lesão percutânea e acidentes com agulhas (LOPES et al., 2000). Já PINHEIRO e
ZEITOUNE (2008) observaram uma maior positividade para os marcadores
sorológicos da hepatite B com o aumento do tempo de profissão, demonstrando que
o risco de exposição ao VHB é diretamente proporcional ao tempo de trabalho em
hemodiálise de acordo com este estudo.
LUZ et al. (2001) também encontraram uma prevalência global de 15% para
a infecção pelo VHB, em profissionais com atividade em hemodiálise por mais de um
ano. Os mesmos autores também correlacionaram tal prevalência a acidentes de
trabalho com objetos perfurocortantes e história de múltiplos parceiros sexuais.
Carneiro e Daher (2003) ao realizar testes com profissionais da saúde para
HB verificaram que esses profissionais não se protegem de forma adequada como
uso de luvas, por exemplo, e que ferimentos nas mãos, produzidos por fragmentos
de vidro durante abertura de ampolas de medicamentos é o acidente mais comum.
No entanto, Braga et al. (2004) e Oliveira et al. (2009), relatam que apesar do
uso de equipamentos de segurança, também há uma frequência de acidentes com
material perfuro cortante. Já Paiva et al. (2005) fez associações significantes com a
positividade ao VHB ao gênero, ao tempo de trabalho e ao uso incompleto de
equipamentos de proteção individual como luvas, por exemplo.
Para Paiva et al. (2005) os resultados de seu estudo (Quadro 3) sugerem
impacto positivo da vacinação. Sanches et al. (2006) também relatou a eficiência da
imunização e utilização dos equipamentos de segurança. Os mesmos autores
demonstraram em seus estudos que o acidente ocupacional mais frequente foi o
ferimento por agulha, mesmo assim devido às medidas de profilaxia durante os
acidentes e as vacinas não foram encontrados resultados positivos para a hepatite
B. Oliveira et al. (2009) também demonstrou baixa prevalência, isto é, casos
existentes( (0,4%) para o VHB.
Ciorlia et al. (2007) e Silva et al. (2010) ao analisarem a prevalência da HC
observaram que os profissionais da saúde apresentaram maior prevalência de VHC
que os profissionais administrativos e que os fatores de maior risco foram: idade
como os mais jovens por terem menos experiência; tempo de serviço onde quem
possui mais tempo de profissão acaba negligenciando os cuidados e acidentes com
objetos perfurocortantes.
Silva et al. (2010), também demonstraram que trabalhadores que possuem
menor conhecimento e qualificação profissional estão mais sujeitos a sofrerem
acidentes e que independente da categoria profissional, assim como trabalhadores
com maior tempo de serviço que acabam se arriscando mais, por adquirir uma
autoconfiança na execução de suas atividades, por vezes, negligenciando medidas
de precaução para proteção individual.
Contudo, para Paiva (2008) há relação ao tipo de atividade profissional
exercida no ambiente hospitalar, pois os índices de prevalência de contaminação
são maiores no pessoal do laboratório e da enfermagem, e menores nos indivíduos
que trabalham no setor administrativo e nos de outras atividades que não têm
contato direto com os pacientes. O mesmo autor sugere que campanhas de
prevenção a acidentes devem ser priorizadas.
Após a análise dos resultados, foi possível verificar que não importa a região,
acidentes de trabalhos são muitos comuns entres esses profissionais e que medidas
de controle tornam-se urgentes como campanhas de vacinação mais eficazes e uso
correto dos equipamentos de segurança.
CONCLUSÃO
Os dados deste estudo demonstraram que há riscos evidentes de infecção
durantes as atividades dos profissionais de saúde, principalmente, por ainda persistir
um grau significante de desconhecimento ou banalização dos agravos causados
pela contaminação pelo VHB ou VHC, entre profissionais da saúde.
Verifica-se à necessidade da educação permanente destes profissionais
quanto à saúde do trabalhador, abrangendo os riscos e prevenções de acidentes
ocupacionais, uso de equipamentos de proteção individual e coletiva, importância da
notificação imediata e acompanhamento sorológico completo, bem como o
suprimento da estrutura das instituições em termos de recursos humanos e
materiais.
Assim sendo, justifica-se o reforço de campanhas de esclarecimento dirigidas
a esses profissionais, visando conscientizá-los da necessidade da utilização
permanente dos equipamentos de proteção, e de fazer a prevenção da hepatite B,
através da vacinação.
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