Aula 2: Origens e formação das cidades

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Aula 2:
Origens e formação das cidades
Referências bibliográficas:
LE GOFF, J. Por amor às cidades
MUNFORD, L. A cidade na história.
BENEVOLO, L. A história da cidade.
RIBEIRO, D. Processo civilizatório
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Cidades-estado na antiguidade:
Combinam poder político e religião
Dois tipos:
Cidades na Mesopotâmia (sumeriana)
Cidades no Egito
Cidade na Mesopotâmia (sumeriana) – 3.500 ac
Rede de cidades-estado independentes ao longo vale rios (comunicação
fluvial): disputa pelo território e pelo uso da planície; expansionismo fruto
de guerras e conquista.
Cidades
fechadas,
circundada por
muralhas e
fossos.
Sociedade
militarizada
(muitos
guerreiros)
População
elevada (UR
com dezenas de
milhares de
hab).
Super-cidades:
Babilônia com
2,5 x 1,5 km de
área
Babilônia in Benévolo, p.35
Cidade no Egito – 3.000 ac
Rede de cidades ao longo do Vale do Rio Nilo: baixo
e alto Nilo
Cidade aberta, sem muralhas
Absolutismo centralizado e teocrático
Faraó é autoridade e deus
Coesão política dada pela religião (não é preciso muralha)
Crença na imortalidade: vida após a morte era mais importante
Cidade dos mortos: construção de túmulos e pirâmides fora da
cidade. Construções em pedra (durar) e mobilização de enorme FT
Cidade dos vivos: em barro, mais frágil. Por vezes acampamentos
enquanto construíam pirâmides. Cidades provisórias.
Tebas, no Egito. A necrópole à esquerda do Rio e a cidade dos vivos à direita. Fonte:
Benévolo.
Cidade no Egito:
planta geral do bairro
central
Tel-el-Amarna:
detalhe do bairro
central.
Fonte: Benévolo, p.
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E os trabalhadores?
Aldeias para operários no Vale
dos Reis – planta regular para
garantir rapidez na construção;
quase acampamentos
pulverização de cidades: cada
faraó construía a sua
Fonte: Benévolo
Muralhas eram naturais: montanhas, deserto e mar. Imagem do templo funerário em
Tebas. Fonte: Patrimônio da humanidade. Africa I.
Características das cidades:
Cidadela: lugar central, situado no alto (sítio em acrópole).
Alto de colina: função defensiva e simbólica
(domínio/poder)
Centro cerimonial: templo (lugar de oração), Palácio da
realeza, edifícios públicos.
Monumentalidade das construções: paredes sólidas (força e
poder). Ornamentação e obras de arte: leões, águias, touros
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Cidade-estado na Grécia
Separação poder político e a religião
Pólis grega – auge 500 ac
Colonização grega do mundo mediterrâneo entre
750 e 500 ac. Colônias que se formaram pela
expansão do comércio e busca de terras férteis,
depois tornadas Estados independentes. Expansão
da civilização grega.
Novo padrão de cidade-estado século 500 ac.: Pólis
Regime DEMOCRÁTICO: decisões tomadas na Assembleia de
cidadãos. Cargos renovados constantemente para evitar associação com
regime dos imperadores
Cidadãos: excluídos os estrangeiros, mulheres e escravos
Forma da cidade: acrópole (lugar central)
Templo dos Deuses
Paço Municipal (substitui o palácio)
Anfiteatros ----------------------------------
Ágora: ponto de encontro, mercado, centro dinâmico. Separado do
Templo (separação religião-negócios)
3 funções: lugar da assembleia, da palavra; lugar do mercado (trocas);
centro festivo.
Planta de Atenas no fim da era clássica, século V dc. Vê-se a ágora fora da acrópole. Fonte:
Benévolo.
Acrópole de Atenas. Fonte: Benévolo, p. 89
Acrópole, em destaque o Parthenon. Sítio em elevação para defesa. Fonte: Patrimônio da
Humanidade, Europa 1.
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Expansão das cidades – Império Romano
Cidades do Império Romano: nova escala no processo
de formação das cidades – 1.000 ac até 500 dc
em roxo claro e escuro, os domínios do Império Romano até séc. 1000 ac
Extensão do domínio romano – até sec. V dc
Melhor exemplo de expansão do fenômeno: domínio territorial imposto pelas cidadesestado.
Unificação do império sob comando de Roma, atingiu norte África, Oeste da Ásia,
região do mediterrâneo, partes da Europa.
Controle de cidades por via comercial: cidades especializadas (divisão inter-urbana
do trabalho). Especialização de ofícios. Legislação protetora do comércio.
Séc. VI dc Roma chegou a ter quase 1 milhão de hab.
Reconstituição em modelo de Roma: Campo de Marte (espaço para exército), Coliseu,
Aqueduto de Cláudio, Forum
Equipamentos e características da cidade:
Templo - oração
Anfiteatro – eventos como o circo
Estádio – disputas esportivas
Termas – banhos públicos
Vias pavimentadas – estradas com pedra batida, com pontes de pedra
sobre cursos d’água
Viadutos
Aquedutos – 13 no total trazem 1 bilhão de m3 de água/dia
Rede de esgotos em parte da cidade (restante em poços ou a céu aberto)
Fórum – equivalente a ágora grega, lugar das assembleias. Não era
simplesmente uma praça aberta: tinha prédio da justiça, espaço para
oradores.
Domus: moradia dos mais ricos em casas individuais
Insulae: moradia dos mais pobres, habitações coletivas, de vários andares
e de padrão semelhante
Pompeia: plano ortogonal, equipamentos públicos
Monumentalidade das
construções, refinamento
artístico, os ornamentos, obras de
arte, espaços públicos de festas,
eventos coletivos
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Fim Império Romano
Expansão árabe no mediterrâneo
Cidades muçulmanas
Expansão árabe sobre antigo domínio romano: século VII dc. os
árabes invadem a costa do mediterrâneo
Transformação da planta:
Cidade de Damasco, com planta de padrão helenístico, transformada pela ocupação dos
árabes
Cidade muçulmana: fruto de uma sociedade fechada, religiosa. Cidade
não tem regularidade: ruas estreitas, tortuosas, formam labirinto.
Vida familiar: aspecto reservado (Cabash, Argélia)
Toledo, Espanha: cidade sob influência da expansão da ocupação árabe
Equipamentos: não tem foruns, teatros, anfiteatros, estádios e ginásios.
Só: mesquita e termas para banhos e casas ou palácios particulares.
Mesquita: são pátios com pórticos, muitas fileiras de colunas.
Bazar: centro do comércio
Planta da casa árabe: fechada para
fora, aberta no interior com pátio
interno.
Planta do bazar: rua de lojas
enfileiradas com pátios de serviço.
Bazar de Alepo.
Fonte: Benévolo
Pátios internos das casas. Toledo, Espanha
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Fim do Império Romano
Idade Média
Cidades medievais
Vida nas cidades
diminui, êxodo para
campo.
Cerca de 20% da
população na Europa
fica nas cidades.
Cidade perde papel
político, de controle do
território.
Cidade fortificada:
defesa
Burgo
Planta de Milão, século
XIV. Vê-se o anel de
muralhas cercando a
cidade. Fonte: Benévolo.
Nurember, século XVI, gravura. Fonte: Benévolo.
Paris, na Idade Média. Fonte Benévolo.
Característica das cidades
medievais:
Cidades isoladas, vida fechada,
murada. Poucas mantiveram papel
ativo na economia como cidades
comerciais da Itália (Gênova e
Veneza)
Forma arredondada: ruas em
curva acompanham topografia
(cidades em acrópole) – planta
orgânica. Ruas irregulares, mas é
possível orientar-se por ela
(contrário da cidade muçulmana)
Planta converge para o topo:
campanário, igreja e praça (centro
da cidade)
Mont Saint Michel, França
Século X: estabilidade com fim das invasões, nova vida
econômica nas cidades, comércio de expande
Baixa Idade Média: crescimento da população no campo,
pressão sobre a terra, exigência ampliada dos senhores de
extração de renda da terra pressiona aumento de
produtividade, esgotamento de terras.
Crise do feudalismo. Novo sujeito social: comerciante
Troca e moedas se generalizam e põe em xeque o regime
de economia natural
Crescimento do comércio e das cidades: forças para
capitalismo
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