Aneurismas da Aorta Abdominal Diagnóstico & Tratamento Dr. Marcello Erich. Reicher IMPORTÂNCIA Prevalência de 5,3 a 10,0% da população entre 60 a 80 anos Rotura é a 13 causa de óbito de países ocidentais Alta Morbidade e Mortalidade Eletivo Urgência Emergência Vida X Morte Classificação das Evidências DEFINIÇÃO Dilatação localizada e permanente da Aorta Abdominal (em todas as suas camadas), atingindo o calibre de 1,5x ou mais o diâmetro esperado do vaso. Dilatação igual ou maior que 3cm (geralmente maior que 2DP da média) também pode ser considerada aneurismática (nível 2; grau B) . ETIOPATOGENIA Multifatorial: Genética Familiar Degradação proteolítica do tecido conectivo Metaloproteinases Elastase Processo inflamatório Estrutural ( < N de láminas elásticas) Aterosclerose? (não!) EPIDEMIOLOGIA Fatores de risco (nível 2a): Idade (50-80 anos) Sexo masculino – 1:4 (10a + precosse) Tabagismo História familiar positiva (parentes de primeiro grau e sexo masculino) Hipertensão arterial DPOC EPIDEMIOLOGIA Fatores de risco: Associação com outros aneurismas vasculares Estatura elevada Doença coronariana e cerebrovascular Aterosclerose Hipercolesterolemia Uso de estatinas na redução da taxa de crescimento (divergência entre estudos) Ferguson CD, Clancy P, Bourke B, Walker PJ, Dear A, Buckenham T, et al. Association of statin prescription with small abdominal aortic aneurysm progression. Am Heart J 2010;159:307e13 EPIDEMIOLOGIA Associação negativa (nível 2a, 3b): Diabetes Etnia: Negros e asiáticos História Natural CRESCIMENTO Esperado: 0,2 - 0,3cm (AAA entre 3,0 – 5,5cm) Crescimento acelerado Aneurismas de maior diâmetro (nível 1b) Tabagistas (nível 2b, grau B) ROTURA – Fatores de risco (nível 2b-3b) Gênero feminino Tabagismo Hipertensão arterial Velocidade de expansão Tensão de parede RASTREAMENTO Benefício potencial Redução na taxa de rotura Redução na mortalidade pelo AAA Prejuízo potencial Sobrecarga ao serviço Ultrassonografia Custo RASTREAMENTO Método Exame ultrassonográfico único com medida da Aorta Abdominal: Transdutor deve ser posicionado perpendicularmente ao eixo longitudinal da Aorta Medida do diâmetro da Aorta Medida preferencialmente do diâmetro AP RASTREAMENTO Recomendações O rastreamento deve ser realizado nos homens com 65 anos ou mais (n 1a; r A), podendo ser antecipado nos indivíduos com maior risco Considerar rastreamento em mulheres com fatores de risco Em indivíduos asiáticos (prevalência 0,45%), o rastreamento pode não ser benéfico (n 2b; r B) Recomenda-se rastreamento oportunista em indivíduos com doença arterial periférica (n 2a; r B) RASTREAMENTO Recomendações Se rastreamento positivo, inclusão do paciente no protocolo de atendimento de AAA. Se rastreamento negativo, o exame de screening não deve ser repetido. Somente se houver suspeita clínica de AAA DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO Paciente Assintomático Rastreamento Clínico (exame físico) Achado incidental em exame radiológico DIAGNÓSTICO Paciente Assintomático Rastreamento Clínico (exame físico) 3,0 a 3,9cm – 29% 4,0 a 4,9cm – 50% > 5,0 cm – 76% Achado incidental em exame radiológico DIAGNÓSTICO Paciente Assintomático Rastreamento Clínico (exame físico) Achado incidental em exame radiológico DIAGNÓSTICO Paciente Sintomático Aneurisma em expansão Aneurisma roto Dúvida = Tratamento DIAGNÓSTICO Paciente Sintomático Isquemia de membro inferior (embolia) SEGUIMENTO DO PACIENTE COM ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL ASSINTOMÁTICO Seguimento Ambulatorial Monitoração do tamanho do aneurisma Avalições periódicas (clínica e ultrassonográfica). Quanto maior o aneurisma, maior o risco de rotura, logo menor deve ser o intervalo entre as consultas (n 2a; r B). Controle de fatores de risco e comorbidades Indicação de intervenção Segmento Ambulatorial Diâmetro Intervalo entre avaliações 3,0 – 4,5 cm 12 meses* 4,5 – 5,0 cm 6 meses 5,0 cm ou mais 3 meses No paciente com indicação de intervenção eletiva, recomenda-se reavaliações clínicas a cada 15 dias (n 5; r D) Fatores de risco e comorbidades Diminuir velocidade de crescimento do AAA Controle de comorbidades e redução do risco de morbimortalidade em caso de possível intervenção (n 2; r B). Cessar tabagismo (n 2a; r A) Redução de 20-30% no crescimento do AAA Uso de estatinas na redução da taxa de crescimento (divergência entre estudos) INDICAÇÃO DE INTERVENÇÃO Quando o risco de rotura é maior que o da mortalidade cirúrgica Correção cirúrgica com clampeamento infrarrenal Exclusão Endovascular com endopróteses comerciais INDICAÇÃO DE INTERVENÇÃO Entre 3,0 – 4,0 cm de diâmetro o risco de rotura não é significativo. Manter seguimento ambulatorial INDICAÇÃO DE INTERVENÇÃO Entre 4,0 – 5,5 cm de diâmetro UKSAT: 1090 pacientes entre 60-76 anos Ruptura do AAA – 1% ao ano Mortalidade perioperatória – 5,6% ADAM: 1136 pacientes, 50 -79 anos, quase todos homens Ruptura do AAA – 0,6% ao ano Mortalidade perioperatória – 2,7% INDICAÇÃO DE INTERVENÇÃO Entre 4,0 – 5,5 cm de diâmetro Manter monitoração ambulatorial clínica e ultrassonográfica (n 1; r A) Correção do AAA nos casos de crescimento rápido (mais de 1cm em 1 ano) (n 3; r B) Correção do AAA em mulheres, quando diâmetro atinge 5,0cm (n 3; r C) INDICAÇÃO DE INTERVENÇÃO - 5,5 cm de diâmetro ou mais • Correção do AAA (cirurgia ou EVAR) ANEURISMAS CONCOMITANTES Aneurismas do território ilíaco, femoral e poplíteo podem ser monitorados com segurança em intervalos de 6 meses. Deve ser considerada correção dos aneurismas nos seguintes diâmetros (n 5; r D): Aneurismas Ilíacos 3,0 cm Femorais e poplíteos 2,5 cm INDICAÇÃO DE INTERVENÇÃO Exame detalhado de imagem Primeira escolha para estudo do AAA (n 2; r B) Otimização clínica Eventos coronarianos agudos são a principal causa de morbimortalidade (10 - 40% das mortes perioperatórias por IAM). Decisão: Cirurgia convencional Correção endovascular? INDICAÇÃO DE INTERVENÇÃO Exame detalhado de imagem deve ser realizado Angiotomografia Computadorizada Aorta em toda a extensão No mínimo até a bifurcação da artéria femoral comum. Obs: Desvantagens: Nefrotoxicidade, radiação. Cirurgia Aberta ou Correção Endovascular? Cirurgia Aberta Conhecimento / Aplicabilidade Complicações longo prazo Limitação anatômica Reintervenções Seguimento pós-operatório Custo Mortalidade > 30d (equivalente após 1 a 2 anos) Correção Endovascular Tempo operatório Anestesia Trauma cirúrgico Dor no pós-operatório Tempo de internação Necessidade de UTI Sangramento Mortalidade perioperatória 30d < Endoleaks Migração Reintervenção CTs de controle CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Avaliação cardiológica Na presença de condição cardíaca grave, a cirurgia deve ser adiada até otimização clínica (n 2; r B) Pode ser realizada na vigência de dupla antiagregação plaquetária (pacientes submetidos à ATP coronária com stent farmacológico) n 5; r D Em pacientes de alto risco cardíaco mesmo com tratamento clínico otimizado, considerar EVAR (n 4; r C) CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Pulmonar Pacientes com DPOC e AAA tem melhores resultados com a EVAR 12% de mortalidade e complicações graves X 30% na cirurgia aberta CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Renal Nefropatia Induzida pelo Contraste (NIC) IRC prévia (TFG < 30ml/min) DM Idosos Tipo de contraste e dose recebida ICC / IAM / Choque Medicações nefrotóxicas Disfunção sistólica de VE Embolização Oclusão do óstio de artéria renal pela prótese CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Morfologia do aneurisma CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Morfologia do aneurisma CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Morfologia do aneurisma CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Morfologia do aneurisma CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Morfologia do aneurisma CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Morfologia do aneurisma CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Anestesia De preferência locorregional (n 3; r B) Anestesia geral restrita quando houver contraindicação do bloqueio regional ou local CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Via de acesso Padrão: Dissecção das artérias femorais comuns e punção sob visão direta. Após o implante da endoprótese, fechamento por arteriorrafia. Modificações conforme alterações anatômicas, presença de estenoses, oclusões, intervenções prévias, presença de próteses e outros dispositivos CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Via de acesso Utilização de dispositivos de fechamento arterial quando disponíveis CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Artéria Renal Acessória 15-30% dos pacientes adultos Na AngioTC, é possível identificar, medir o diâmetro da ARA e avaliar a quantidade de parênquima irrigada pelo vaso Obs 1: Preservação da ARA quando o diâmetro for maior ou igual a 3mm ou quando a artéria irrigar 1/3 ou mais do parênquima renal Obs 2:Oclusão da ARA não está associado à sinais clínicos ou radiográficos de infarto renal, e não contribui para Endoleaks do tipo II (n 4; r C) CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Artérias Ilíacas CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Artérias Ilíacas -Preservar o fluxo em pelo menos uma artéria ilíaca interna (n 2; r C) CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Artérias Ilíacas Para oclusão de artéria ilíaca interna, recomenda-se embolização da mesma (em vez de simples cobertura do óstio), para prevenir Endoleak do tipo II (n 4; r C). As molas de embolização devem ser colocadas o mais proximal possível para poupar mais circulação colateral. CORREÇÃO ENDOVASCULAR (EVAR) Complicações Disseção, perfuraçã ou laceração das arterias Implante inadequado (migração) Vazamentos internos (Endoleaks) I (proximal A / distal B / oclusora ilíaca C) I (ramos da Aorta) III (falha estrutural) IV (porosidade em 30d) Oclusão de ramos Embolização Isquemia renal Outros Obrigado!!!!