6 Economia - [email protected] Economia [email protected] Panorama econômico Miriam Leitão Com Alvaro Gribel Balanço das horas T em havido nos últimos tempos mais notícias boas que ruins, aqui e no exterior. Tanto nos balanços das empresas negociadas no mercado de capitais quanto nos indicadores dos países. Alguns dados ainda assustam, como a queda do PIB russo de 10% no segundo trimestre, ou a redução das exportações chinesas em 23% em julho. Mesmo assim, o balanço dos balanços das empresas é positivo. As empresas se afastaram do precipício. Os resultados dos balanços do 2 trimestre, tanto aqui quanto lá fora, estão surpreendendo. No Brasil, quem ganhou incentivo do governo teve mais chance, mas a crise aqui foi muito menos rigorosa. Quem depende do comércio externo continua sofrendo porque o país está com queda superior a 30% nas exportações. Desde o início da recessão, quase sete milhões de vagas foram fechadas nos EUA. É contraditório, mas os especialistas dizem que foi esse ajuste no mercado de trabalho que permitiu uma recuperação mais rápida da economia. As empresas estão reduzindo custos e isso já se reflete nos balanços. Houve redução da mão de obra, mas com ganho de eficiência por hora de trabalho. A produtividade disparou 6,8% no 2 tri, numa taxa anualizada, enquanto o custo unitário do trabalho caiu 5,8%. Para o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio Leal, as empresas americanas se ajustaram rapidamente ao novo cenário por causa da flexibilidade da economia do país: — Os resultados foram surpreendentes, com praticamente todos os setores divulgando números melhores que o esperado. As demissões são um efeito colateral da crise, mas foi isso que salvou as empresas. Elas aprenderam a ficar mais eficientes e reduziram custos. Álvaro Bandeira, economista-chefe da Ágora Corretora, acredita que parte dessa surpresa boa nos balanços acontece porque as previsões foram feitas no auge da crise, então muito projeção foi carregada para pior. Aqui no Brasil, que ainda aguarda o balanço de empresas grandes, como a Petrobras, tem havido também surpresas positivas. De acordo com levantamento feito pela Gap Asset, comparando o resultado das empresas com o que a corretora projetava, caiu o percentual de balanços que decepcionaram. No 4 tri de 2008, esse número foi de 36%. No 1 tri, de 34%. Até agora, no 2 tri, 28% dos resultados vieram piores. — O número de surpresas negativas está diminuindo — afirmou Ivan Guetta, gestor de renda variável da GAP. Para a analista Mônica Araújo, da Ativa Corretora, os resultados das empresas brasileiras têm uma razão a mais para serem positivos: — O Brasil não estava no centro da crise, então acabou sendo bem avaliado pelos investidores. Além disso, o Banco Central reduziu juros, houve aumento de liquidez e políticas anticíclias. Tudo isso contribuiu para que os resultados viessem melhores — explicou. Bom é relativo. Em várias empresas o que está sendo comemorado é a saída do bode da sala: a expectativa era tão ruim, as quedas das ações foram tão fortes no ano passado, que qualquer resultado parece positivo. Já as empresas de varejo, ligadas ao mercado interno, tiveram melhora de resultados mesmo. A renda das famílias foi pouco afetada pela crise e além disso o mercado de trabalho não piorou tanto. A B2W teve uma receita líquida de R$ 873 milhões no 2 trimestre, com crescimento de 20,9% em relação ao mesmo período de 2008. A controladora das Lojas Americanas teve um aumento de receita maior, de 35,7%. Ambas foram ajudadas pela redução de IPI nos produtos da linha branca. Na bolsa brasileira, as empresas de varejo acumulam alta de 75,6% este ano. Efeito semelhante aconteceu com empresas ligadas à construção civil, que foram beneficiadas pelos incentivos do governo para o segmento de baixa renda. A Gafisa, que comprou a construtora Tenda, teve aumento na receita de 53% em relação a 2008. As empresas produtoras de commodities tiveram desempenho pior: os setores de siderurgia e mineração sofreram pela baixa demanda externa e a revalorização do câmbio. A CSN sofreu queda de 30% na receita líquida em relação a 2008. A Gerdau teve queda maior, de 42,3%. A Aracruz, de papel e celulose, teve redução de 12%. A Vale sofreu um tombo de 41% na receita líquida do 2 trimestre. Mônica acredita que os números do segundo semestre serão melhores porque a base de comparação do ano passado ficará mais fraca, já que a crise se agravou em meados de setembro, com a quebra do banco americano Lehman Brothers. A demanda por crédito no Brasil voltou a crescer e o crédito direto à pessoa física, que mais sofreu no pior da crise, deve terminar o ano com alta de 11% (veja nota no blog www.miriamleitao.com). Esse resultado é menor do que nos anos anteriores, em que o crédito cresceu a taxas superiores a 20% ao ano. Há indícios de que o fenômeno da antecipação de consumo produzido pela queda do IPI deixou de fazer efeito. Lá fora, ainda há vários sinais preocupantes. O PIB da Rússia que crescia a 7% deve terminar o ano com menos 8%. A China está se segurando pelo mercado interno. A crise não acabou, mas onze meses depois da queda do Lehman a situação está inegavelmente melhor. [email protected] O Estado do Maranhão - São Luís, 12 de agosto de 2009 - quarta-feira BOVESPA -1,88% DÓLAR -0,37% EURO +0,40% OURO +1,52% NASDAQ -1,12% A bolsa encerrou dia em 55,761 pontos A moeda americana foi cotada em R$ 1,8430 A moeda européia foi cotada em R$ 2,61277 Commoditie se desvalorizou e foi vendida por U$ 56,500 A bolsa fechou com a marca de 1969,73 pontos Avançam negociações para Refinaria Premium Petrobras e Governo do Estado realizaram reuniões durante dois dias para definir itens do Termo de Compromisso que norteará a implantação da unidade De Jesus A s negociações com a Petrobras para a implantação da Refinaria Premium no Maranhão avançaram bastante nos últimos dois dias. A Secretaria de Estado da Indústria e Comércio (Sinc) promoveu uma série de reuniões de trabalho entre técnicos da Petrobras, das secretarias de Estado e órgãos do governo, cujo objetivo foi discutir diversos itens que deverão constar no Termo de Compromisso, a ser assinado até o dia 15 de setembro pelo Governo do Estado, a Petrobras e a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). As reuniões foram realizadas na sede da Sinc, sob o comando do secretário de Estado da Indústria e Comércio, Maurício Macedo. Na pauta, temas como infra-estrutura viária e portuária, fornecimento de energia elétrica, suprimento de água, além de questões relacionadas ao meio ambiente. Os técnicos da Petrobras vieram a São Luís atendendo à solicitação da secretaria para participaram das reuniões, além de representantes do departamento jurídico de ambas as partes, técnicos das secretarias de Infra-Estrutura (Sinfra), Meio Ambiente (Sema), da Caema, da Cemar e da Emap. O Termo de Compromisso estabelecerá as condições gerais, prazos e atividades de responsabilidades tanto do governo quanto da Petrobras. Para a gerente de relações externas da Petrobras, responsável pela implantação da refinaria no Maranhão, as reuniões foram muito produtivas. "Avançamos bastan- Reunião na Sinc define os detalhes do Termo de Compromisso da Refinaria Premium da Petrobras te nas negociações e esperamos agora assinar o Termo de Compromisso na data acordada", afirmou Luiza França. Estudo - A Petrobras deve entregar o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) para ser submetido à análise da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) até o próximo dia 31. O estudo é elaborado pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Com a participação do presidente da Emap, Hermes Ferreira, e equipe técnica, foram revistos todos os itens que devem Açúcar obtém destaque na balança comercial brasileira de julho Embarques totalizaram US$ 761 milhões, um crescimento de 35% na comparação com junho BRASÍLIA - As exportações de açúcar continuam ocupando lugar de destaque na balança comercial do agronegócio. Os embarques totalizaram US$ 761 milhões, em julho, crescimento de 35% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O preço das exportações aumentou 19,1% e a quantidade 13,4%. Desde o início deste ano, o açúcar brasileiro vem ganhando espaço no mercado internacional, principalmente pela quebra de safra na Índia. As exportações para aquele país, no mês passado, cresceram 200% em relação ao mesmo mês do ano anterior. constar no Termo de Compromisso relacionados à infra-estrutura portuária, os quais já vêm sendo discutidos com a Petrobras e a Emap. A estatal necessitará de oito berços de atracação no Itaqui para a movimentação do petróleo e de derivados. Durante as reuniões, vários pontos relacionados ao fornecimento de energia elétrica foram discutidos com técnicos da Companhia Energética do Maranhão (Cemar) e com o secretário adjunto de Minas e Energia, Luiz Alfredo Barros Pinto. Também houve discussão com a participação de técnicos da Caema para falar especificamen- te sobre o fornecimento de água para as fases de implantação e de operação da refinaria. Ao fazer um balanço dos dois dias de reuniões, Maurício Macedo também considerou o saldo bastante positivo e com avanços significativos nas questões que envolvem as diferentes áreas temáticas necessárias à implantação do empreendimento. "Na próxima semana, faremos uma nova rodada de reuniões com a Petrobras. O objetivo é chegar a uma versão final dos itens e seguir com os trâmites necessários para a assinatura do termo de compromisso, em setembro", informou Macedo.