Diretriz para terapia com P-32 Contribuição : Priscila Michelin Novais Revisão : Bárbara Juarez Amorim Edição : Elba Cristina Sá de Camargo Etchebehere I. INFORMAÇÕES O 32 P é usado para tratar doenças mieloproliferativas refratárias. Ele é produzido em reator, sendo um radionuclídeo emissor beta puro, com meia-vida física de 14,3 dias. O pico máximo e médio da energia da partícula beta é de 1,71 MeV e 0,695 Mev, respectivamente. A terapia consiste na administração venosa de solução aquosa de fosfato de 32P. Doenças mieloproliferativas compreendem a policitemia vera e a trombocitemia essencial. Doenças refratárias ao tratamento são aquelas que persistem mesmo após os tratamentos alternativos com a sangria ou a quimioterapia convencional. A terapia usando o 32 P para doenças mieloproliferativas refratárias a tratamento é aceita há mais de 30 anos. II. INDICAÇÕES CLÍNICAS 1. Policitemia vera (PV): a PV é uma doença proliferativa crônica e progressiva caracterizada por um aumento absoluto na massa celular vermelha do sangue. Leucocitose, trombocitose e esplenomegalia também podem ocorrer. Antes que se inicie a terapia, o diagnóstico de PV deve ser confirmado e deve-se excluir outras causas de policitemia. O uso de 32P está diminuindo. Os pacientes devem apenas ser candidatos a esta terapia quando as outras não foram eficazes (como sangria e a quimioterapia). A terapia com 32 P deve ser reservada para pacientes com mais de 70 anos. 2. Trombocitemia essencial (TE): a TE é uma doença mieloproliferativa caracterizada por uma elevação de trombócitos sem remissão. É uma doença rara e é chamada de essencial quando se exclui outras causas secundárias de elevação de trombócitos. O tratamento usando o P32 é reservado para pacientes com mais de 70 anos. III. PRECAUÇÕES Contra-indicações absolutas 1. Gestação. 2. Aleitamento materno. Contra-indicações relativas 1. Mulheres em idade fértil. 2. Crianças. 3. Pacientes com PV e menos de 2.000 leucócitos ou com deterioração rápida da função renal. 4. Pacientes com TE e menos de 2.000 leucócitos, hemoglobina menor que 9,0 ou com deterioração rápida da função renal. Informações para o procedimento Deve ser assinado pelo paciente um termo de consentimento. Os pacientes devem receber informações verbais e escritas sobre o procedimento antes de receber a dose terapêutica, de acordo com os itens abaixo: 1. O médico responsável pelo tratamento deve orientar o paciente sobre a exposição desnecessária de membros da família e do público à radiação. 2. No seguimento do tratamento a paciente deve evitar gestação por um período mínimo de 4 meses. Na realidade, é difícil que uma mulher em idade fértil chegue a receber terapia com 32P. 3. A excreção urinária é de particular preocupação nos 2 primeiros dias após a administração do raidofármaco. O paciente deve ser orientado a ter rigorosa higiene para evitar contaminação de grupos que posam usar o mesmo banheiro. Efeitos adversos precoces 1. Leucopenia. 2. Trombocitopenia. Efeitos adversos tardios A PV é associada a maior risco de leucemia aguda. A incidência é maior nos pacientes tratados com 32 P e varia de 2 a 15% em 10 anos. A incidência é comparável à daquela causada pela quimioterapia usada como tratamento convencional. IV. PREPARO DO PACIENTE 1. Os pacientes candidatos ao tratamento com 32 P já devem ter tido falha da terapia de primeira linha composta de sangria ou quimioterapia. 2. Pacientes com PV devem ser pré-tratados com sangrias para reduzir seu hematócrito para a faixa entre 42-47%. 3. A quimioterapia deve ser suspensa uma semana antes da realização da terapia com 32P. V. RADIOFÁRMACO 1. A administração do fosfato de 32P é realizada por injeção venosa. 2. Esquema de doses: • Atividade inicial de 74-111 MBq (2-3 mCi)m-2; dose máxima de 185 MBq (5 mCi). • Atividade fixa inicial de 111 MBq (3mCi) seguido de doses a cada três meses com incremento de 25% da atividade até que a resposta esperada seja atingida. A máxima atividade numa única dose é de 260 MBq (7 mCi). VI. QUESTÕES QUE NECESSITAM DE MAIORES ESCLARECIMENTOS O papel do 32 P no manejo da PV e da TE está sempre sob revisões e parece estar perdendo na preferência para os novos agentes quimioterápicos. É importante que a prática atual e futura estabeleça o lugar do doenças mieloproliferativas. 32 P no manejo das