Estratégias utilizadas para a terapia gênica do câncer

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Estratégias utilizadas para a terapia gênica do câncer
Marcio Chaim Bajgelman, setor de vetores virais, InCor, HCFM-USP
O desenvolvimento tumoral está ligado à exposição a fatores carcinogênicos e
predisposição genética, caracterizando-se principalmente pela proliferação celular
descontrolada. As células cancerosas podem formar tumores, invadir tecidos adjacentes
ou mesmo serem transportadas pelo sistema sanguíneo ou linfático, atingindo tecidos
mais distantes. Devido ao câncer se originar a partir de células do próprio organismo, as
formas de tratamento utilizadas acabam por ocasionar efeitos indesejados. Atualmente
as terapias convencionais compreendem a remoção cirúrgica, radioterapia e
quimioterapia. Enquanto que a remoção cirúrgica e a radioterapia consistem em
métodos físicos de eliminação de focos tumorais, a quimioterapia é utilizada por via
sistêmica, agindo em células cancerosas espalhadas pelo organismo. A quimioterapia,
portanto, apresenta uma inespecificidade ocasionando efeitos indesejados em células
saudáveis que se encontram em processo de divisão. Além disso, existem vários tipos de
tumores que são refratários às terapias convencionais. A terapia gênica é uma
modalidade que surge como uma opção alternativa para o tratamento do câncer, visando
atingir células alvo com maior especificidade e eficiência. A premissa da terapia gênica
consiste em efetuar a transferência de genes de interesse para modular uma resposta
anti-tumoral. O desenvolvimento de uma abordagem terapêutica baseia-se
principalmente na avaliação de três parâmetros: (1) determinação de mecanismos que
possam ser utilizados para causar um efeito citostático, citotóxico ou que ocasionem
resposta imune contra células tumorais; (2) modulação do efeito terapêutico, em que a
expressão dos genes de interesse possa ocorrer de forma constitutiva, tecido-específica e
condicional (mediada por um agente exógeno ou alteração fisiológica); (3) escolha do
sistema de transferência gênica (vetores biológicos ou não biológicos), observando-se a
forma de administração, características relacionadas ao gene de interesse, capacidade de
transdução e manutenção do efeito terapêutico. Discutiremos, portanto parâmetros
necessários para a proposição de estratégias terapêuticas, baseando-se em exemplos
utilizados na literatura.
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