Relação entre disbiose e obesidade: uma revisão de literatura Ryna Ingrid Tenório Guimarães¹ Maria Dinara De Araújo Nogueira¹ RESUMO A alimentação é um dos fatores comportamentais que influencia diretamente na qualidade de vida de forma individual, sendo um processo consciente e voluntário. A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e o seu aparecimento pode está intimamente ligado aos tipos de composição da microbiota. A disbiose, ou desequilíbrio das bactérias intestinais, é um distúrbio cada vez mais considerado no diagnóstico de várias doenças. O desequilíbrio microbiótico interfere em várias funções intestinais importantes, levando também a produção adicional de calorias responsáveis pelo contínuo ganho de peso e disfunção emocional em alguns indivíduos. A microbiota intestinal é composta de numerosas espécies de microrganismo que tem como finalidade digerir alimentos, garantir imunidade à mucosa, como também à produção de mais de trinta neurotransmissores incluindo a serotonina que, nos casos de disbiose, tem o seu precursor (triptofano) convertido em substâncias tóxicas por bactérias patogênicas, levando a diminuição da serotonina e proporcionando uma série de reações que podem levar à obesidade. Diante dessa problemática, esse trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre a relação entre disbiose e obesidade, enfatizando os benefícios de uma alimentação saudável e o uso de prebioticos para a manutenção de uma boa microbiota intestinal. A busca de literatura referente ao tema proposto foi realizada nos bancos de dados Scielo (scientific eletronic library online), rede de biblioteca Fiocruz, revistas científicas e Google acadêmico (www.scholar.google.com.br) com período de publicação entre 2008 e 2014. Diversos estudos têm evidenciado que a principal fonte de saúde provém de uma boa alimentação. A microbiota pode ser vista como um órgão metabólico finamente ajustado à nossa fisiologia, e executa funções importantes na manutenção e defesa do nosso organismo. Pesquisas recentes apontam que todos os indivíduos têm trilhões de bactérias que normalmente residem no intestino humano, porém obesos e eutróficos tem microbiotas diferentes. Estudos realizados em humanos e ratos, eutróficos e obesos, observaram que o ganho de peso está associado com a mudança de bactérias específicas na microbiota. Outro trabalho realizado com crianças magras e com sobrepeso demonstrou que crianças magras tinham mais bactérias benéficas no intestino. O perfil de bactérias no intestino influencia em vários aspectos metabólicos, como a baixa produção de serotonina, que culmina com uma maior absorção de energia. A Escherichia coli é um exemplo de bactéria benéfica (probiotico) que é capaz de codificar enzimas utilizadas na conversão de triptofano a fim sintetizar a serotonina. Tais probioticos dependem intimamente de uma ingestão constante de outras substancias chamadas de prebioticos, no qual tem como finalidade nutrir de forma bastante especifica esse tipo de bactéria. Portanto a maior parte dos autores concorda que os prebioticos, associados à alimentação saudável trazem benefícios à saúde do hospedeiro, podendo ser crucial no controle de peso e prevenção da obesidade. Tendo em vista as variáveis que levam ao aparecimento da obesidade, pode-se concluir que se faz necessário uma maior atenção a esse assunto, elaboração de abordagens e conceitos terapêuticos a fim de intervir no processo patologia-doença da disbiose em conjuntura com a obesidade e seus agravos. Palavras chave: Disbiose, obesidade, microbiota intestinal. ___________________________________ Discentes em Nutrição pela Fanor DeVry- Fortaleza/Ce Endereço para correspondência: [email protected] [email protected]