Maltitol Edulcorante com agradável doçura O Maltitol ou 4-O-α-D-glicopiranosil-D-sorbitol é um poliol dissacarídico (um açúcar do grupo álcool), não encontrado na natureza. É produzido por hidrogenação da D-maltose obtida por hidrólise enzimática de amido ou de batata. A hidrogenação do xarope de maltose, resulta no xarope de maltitol, o qual é purificado, desidratado e cristalizado. A solução de Maltitol, também denominada xarope, contém cerca de 80% dos sólidos representado por maltitol, 9,5 – 13,5% de maltotriol, 3% de Sorbitol e 6,5 a 13% por polióis polissacarídeos e oligossacarídeos hidrogenados. O Maltitol é considerado um edulcorante de segunda geração, possui poder edulcorante de forma cristalina a 98% de pureza e é aproximadamente 80 a 90% da sacarose e para o xarope, a doçura relativa é tanto maior quanto maior o teor de maltitol. É um solúvel em água. A viscosidade das soluções de maltitol é maior que às de sacarose pura, ou seja, a viscosidade de uma solução de maltitol com no mínimo 55% é superior à de xaropes de sacarose. O Maltitol solução apresenta dulçor médio de 55 – 60% em relação à sacarose. A habilidade conferir viscosidade, a solubilidade, calor e dissolução, os efeitos de atividade de água e de depressão do ponto de congelamento são melhantes aos da sacarose. O Maltitol apresenta baixa fermentabilidade, possui boa estabilidade química, térmica e enzimática e não deixa sabor residual. Propriedades - Edulcorante na forma de solução (xarope); - Atóxico e seguro para diabéticos, pois não eleva os níveis de glicose e insulina no sangue; - Não cristaliza ao redor de frasco contendo solução oral (Cap-locking); - Não cristaliza fórmulas farmacêuticas orais e mantém aparência translucida, proporcionando fórmulas mais elaboradas; - Não cristaliza nos reservatórios; - Não carameliza em altas temperaturas (reação Maillard); - Não cariogênico. Características físico-químicas do Maltitol - Valor calórico: 2,1Kcal/g - Poder adoçante: por volta de 55 – 60% em relação a sacarose - Estabilidade: pH 2,0 – 9,0 Metabolismo Metabolicamente os polióis comportam-se como carboidratos, mas não são absorvidos por absorção passiva (10g/h a 20g/h) e sem elevação da taxa de glicose sanguínea, podendo ser consumidos por diabéticos. Polióis dissacarídeos como o Maltitol não conseguem atravessar a membrana intestinal e necessitam de hidrólise prévia. São primeiramente digeridos à polióis monossacarídeos e hexoses para, então serem absorvidos. A fração de todos os polióis não absorvíveis que atingem o cólon é fermentada à ácidos graxos voláteis (além do acetato que representa quantitativamente o principal produto final da fermentação). Esta fração fornece uma contribuição de cerca de 2Kcal/g. Traços de polióis disscarídeos intactos são absorvidos e excretados como tal na urina. Benefícios do Maltitol Não provoca cáries – O Maltitol, como outros polióis, é resistente ao metabolismo por bactérias bucais que quebram açucares e amidos para liberar ácidos que podem provocar cáries ou corrosão do esmalte dos dentes. A utilidade de polióis, inclusive Maltitol e Xilitol, como alternativa aos açucares e como parte de um programa abrangente para a adequada higiene dental foi reconhecida pela Associação Dental Americana (ADA). Seguro para diabéticos – Atualmente, o controle de glicemia, lipídeos e peso são os três objetivos principais no controle do diabetes, auxiliando na redução da resposta da glicose e insulina no sangue. O valor calórico reduzido do Maltitol (2,1Kcal/g, contra 4,0 Kcal/g da sacarose) é coerente com o objetivo de controlar o peso. Os produtos que substituem o açúcar pelo Maltitol podem ser utilizados por uma maior variedade de opções sem açúcar e de carlorias reduzidas para diabéticos. Alternativa ao açúcar com calorias reduzidas – a absorção do Maltitol pelo organismo humano é lenta. Portanto, ao contrário do açúcar que contribui com quatro calorias por grama, a contribuição calórica do Maltitol é de apenas 2,1 calorias por grama. Nos Estados Unidos, para que o produto se qualifique como “baixo valor calórico”, é preciso que haja uma redução de 25% em calorias, no mínimo. O Maltitol, portanto, é útil na formulação de produtos de valor calórico reduzido. Contribui na elaboração de fórmulas farmacêuticas nutricionais sem frutose e com calorias reduzidas – Antes do desenvolvimento do Maltitol, a produção de fórmulas farmacêuticas “sem frutose” ou “sem adição de açúcar” era difícil devido à falta de um poliol que tivesse as propriedades físicas, químicas e organolépticas da sacarose. Maltitol oferece fórmulas com alta estabilidade e sabor agradável, facilitando a adesão do paciente ao tratamento. O Maltitol funciona bem com outros ingredientes e pode ser sinérgico com outros edulcorantes. Isto significa que a combinação dos adoçantes é mais doce do que a soma dos adoçantes individualmente e resulta em misturas sinérgicas que fornecem sabor, com vantagens econômicas e de estabilidade. Com a crescente demanda por produtos com calorias e gorduras reduzidas, o uso de Maltitol deverá aumentar. Informações de qualidade e segurança A segurança do Maltitol como ingrediente alimentício é fundamentada por inúmeros estudos em humanos e animais. O Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA) da OMS/FAO examinou os dados de segurança e concluiu que o Maltitol é seguro. O JECFA estabeleceu uma ingestão diária aceitável (IDA) para Maltitol “não especificada”, ou seja, sem limite de uso. IDA “não especificada” é a categoria mais segura que o JECFA pode atribuir a um ingrediente alimentício. Muitos países que não têm agências próprias para analisar a segurança de aditivos alimentícios adotam as decisões do JECFA. O Comitê Científico para a Alimentação Humana da União Europeia (UE) publicou uma avaliação abrangente dos adoçantes em 1985, concluindo que o maltitol é aceitável para o uso, sem estabelecer um limite para tal. Nos Estados Unidos, uma petição de afirmação do status GRAS (geralmente reconhecido como seguro) do maltitol foi aceita para apresentação pela Agência Federal de Alimentos e Medicamentos dos EUA. Indicações Maltitol é indicado como edulcorante, para promover dulçor à diferentes fórmulas farmacêuticas: xaropes, soluções, gomas, pastilhas, gel comestível, chocolate nutricional, colutórios, cremes dentais, entre outras. Maltitol também pode ser indicado para fórmulas gourmet destinadas à diabéticos e pessoas submetidas à dietas de emagrecimento. Sugestão de dosagem Por ser considerado um aditivo alimentar do tipo umectante, usado na quantidade necessária para se obter o efeito desejado (“quantum satis”). Informações farmacotécnicas Maltitol solução não apresenta incompatibilidades com outras substâncias e edulcorantes. É miscível com diversos solventes utilizados na forma de soluções e xaropes orais. Não cristaliza. Informações de armazenamento Este produto deve ser armazenado ao abrigo da luz e umidade. Sugestões de formulações Goma base Etapa 1: Farmacotécnica de Preparo da Goma Base (100g) FASE A Componentes Concentração Água destilada 14,0g Colágeno Hidrolisado 6,0g Gelatina 10,0g Glicerina 5,0g Xilitol 10,0g Solução de maltitol 55,0g Flavorizante 0,2g Solução aquosa de ácido tartárico 50% 0,5g Solução aquosa de ácido cítrico 55% 1,0g Corante líquido (opcional) 0,2g Modo de preparo 1. Em um Becker, pesar os ingredientes e colocar para aquecer até 50°C e adicionar sob agitação, o colágeno hidrolisado, a gelatina e a glicerina; 2. Misturar até dissolver completamente e colocar em banho-maria a 50°C; 3. Em outro Becker colocar o xilitol e a solução de maltitol e aquecer até total solubilização (a temperatura poderá atingir 100°C); 4. Deixe a mistura esfriar (xilitol+solução de maltitol) até 50°C e verta o conteúdo no Becker contendo (gelatina+colágeno hidrolisado+glicerina+água), misturar bem lentamente para evitar a formação de bolhas e manter no banho-maria a 50°C, deixe por aproximadamente 3 horas. 5. Com o auxílio de uma espátula, fure a espuma que está na parte superior e transfira a solução límpida para outro Becker, despreze a espuma; 6. Neste momento a “Goma Base” está pronta para ser utilizada, necessitando apenas acrescentar o ativo, corante, flavorizante e as soluções para acidificar as gomas. Etapa 2: Incorporação do ativo na goma base INGREDIENTE ATIVO (quantidade para 1 goma) X 1. Fase A Em um Becker, pesar a quantidade de Goma Base necessária e colocar em banho-maria com temperatura entre 40°C e 50°C, até ocorrer o “amolecimento” base. 2. Fase B Em um recipiente adequado pesar a quantidade de ativo necessária para a quantidade de gomas solicitadas e solubilizar o ingrediente em água ou glicerina, de modo que cada goma contenha a quantidade equivalente a uma dose do ativo. Acrescentar as duas soluções ácidas, o aroma e o corante (se necessário) e misturar bem. 3. Fase C Adicionar a Fase B na Fase A, ainda com temperatura entre 40°C e 50°C, homogeneizar muito bem, sob agitação lenta, para evitar a formação de bolhas; prove para avaliar se é necessário mais aroma e mais ácido cítrico. 4. Fase D Coloque a formulação nas formas e aguarde 12 horas para desinformar e embalar. Observações: É indicado que se tenha uma geladeira específica para manipulação das gomas, não misturando com outros alimentos; Como não é indicado adição de conservante, indica-se guardar por até no máximo 45 dias a base pronta, sob refrigeração; Não é indicada a incorporação de tintura mãe na base. Referências bibliográficas Material do Fabricante http://poliois.br.com/maltitol/ - acessado em 23/12/2013. Última atualização: 23/12/2013