Kladine Monique Fernandes DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO PELO Vírus da leucemia felina (FeLV): IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA CLÍNICA São Paulo/SP 2015 Kladine Monique Fernandes DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO PELO Vírus da leucemia felina (FeLV): IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA CLÍNICA Monografia apresentada como requisito para conclusão do Curso de Pós-Graduação, Especialização em Clínica Médica de Felinos, do Centro de Estudos Superiores de Maceió, da Fundação Educacional Jayme de Altavila, orientada pela Dra. Claudia Filoni. São Paulo/SP 2015 Agradecimento Ao Sérgio Cundari Jr , meu esposo, pela paciência em me ouvir em todos os momentos em que precisei e que sempre me incentivou em todos os momentos difíceis desta caminhada. A amiga Heloísa Faria e seu esposo Gabriel, que gentilmente me concediam seu apartamento para que eu pudesse desfrutar das aulas. À Professora Doutora Claudia Filoni, por ter aceitado orientar este trabalho. Obrigada pela paciência e disponibilidade de contribuir com minha evolução. A você minha eterna admiração, gratidão e carinho. Lista de Abreviaturas: siglas, símbolos e acrônimos DNA ácido desoxirribonucleico RNA ácido ribonucleico mRNA RNA mensageiro ELISA enzyme linked immunosorbent assay (ensaio imunossorvente ligado a enzima) FeLV Vírus da leucemia felina enFeLV FeLV endógeno IFA imunofluorescência indireta gp glicoproteína MuLV Vírus da leucemia murina PCR polymerase chain reaction (reação em cadeia da polimerase) RT-PCR reverse transcription PCR (PCR precedida pela transcrição reversa) SUMÁRIO 1.0 2.0 3.0 4.0 Introdução ................................................................................................. 1 Agente Etiológico ..................................................................................... 1 Patogenia ................................................................................................... 3 Epizootiologia ........................................................................................... 5 4.1Distribuição e Prevalência ........................................................................... 5 4.2 Transmissão ................................................................................................ 6 5.0 Sinais Clínicos .......................................................................................... 6 6.0 Diagnóstico ............................................................................................... 8 7.0 Vacinação ................................................................................................. 12 8.0 Considerações finais ................................................................................. 12 Referências ....................................................................................................... 14 RESUMO O Vírus da leucemia felina (FeLV) foi isolado no ano de 1964 por Willian Jarrett e sua equipe, no momento em que pesquisavam a origem de linfomas em gatos domésticos em um abrigo de felinos na Escócia. O FeLV pertence à família Retroviridae, gênero Gammaretrovirus. É de suma importância na medicina veterinária, por acometer felinos domésticos e selvagens e devido estar envolvido com diversas alterações hematológicas, imunossupressão e diversas doenças neoplásicas. A frequência de ocorrência de infecção está associada a determinados fatores de risco e medidas de controle e profilaxia. O meio mais comum de transmissão é o contato oronasal entre felinos sadios e portadores assintomáticos, que fazem a eliminação viral durante anos. Este vírus acarreta imunossupressão, doenças imunomediadas ou mesmo neoplasias. Uma característica que diferencia os retrovírus dos demais vírus é que possuem a capacidade de sintetizar uma DNA (ácido desoxirribonucleico) a partir de um genoma que é constituído por RNA (ácido ribonucleico), por meio de um processo denominado transcrição reversa mediado por uma enzima de mesmo nome. O gênero possui vírus endógenos e exógenos. Podem ser classificados de acordo com as quantidades de espécies que podem infectar e também de acordo com os receptores para essa espécie de vírus. A classificação da infecção viral e suas fases levam em conta o tipo de resposta imunitária, carga infectante e genética do hospedeiro e são denominadas de infecção regressiva, infecção progressiva, infecção latente e infecção atípica. Diversos fatores como idade, carga viral, subtipo viral, via de exposição ao vírus, estado imunitário do animal e a presença de doenças concomitantes, podem influenciar na via como o FeLV progride. A prevalência do FeLV e das doenças associadas estão diminuindo desde os anos 1980 nos países que adotaram programas que têm por finalidade o diagnóstico e a prevenção, mesmo sendo considerada uma doença infecto contagiosa entre os felinos. O FeLV é uma infecção comum na rotina clínica de felinos, porém pouco diagnosticada. O diagnóstico correto e confiável se torna extremamente importante na rotina, uma vez que o diagnóstico laboratorial é a única forma de diagnóstico da infecção, que causa sinais clínicos muito inespecíficos e também por questões sanitárias, pois muitos animais progressores ou mesmo regressores podem estar atuando como fontes de infecção para os demais animais de maneira totalmente inaparente. A importância dos testes é que demonstrem eficácia, acurácia, facilidade de execução e tempo de realização para de que meios efetivos possam ser utilizados com intuito de prevenir a disseminação da doença, sendo usados para identificação e o isolamento de animais infectados. Palavras-chave: Medicina felina. Doenças Infecciosas. FeLV. Retrovírus. Diagnóstico 1 1.0 INTRODUÇÃO O Vírus da leucemia felina(FeLV) foi isolado no ano de 1964 por Willian Jarrett e sua equipe, no momento em que pesquisavam a origem de linfomas em gatos domésticos em um abrigo de felinos na Escócia (Hardy et al. 1976). O FeLV pertence à família Retroviridae, gênero Gammaretrovirus. É de suma importância na medicina veterinária, por acometer felinos domésticos e selvagens e devido estar envolvido com diversas alterações hematológicas, imunossupressão e diversas doenças neoplásicas. O FeLV se encontra atualmente disseminado ao redor do mundo. A frequência de ocorrência de infecção está associada a determinados fatores de risco e medidas de controle e profilaxia. O meio mais comum de transmissão é o contato oronasal entre felinos sadios e portadores assintomáticos, que fazem a eliminação viral durante anos. Por este motivo, ambientes que possuem alta densidade populacional favorecem a disseminação do vírus. Outros fatores como sexo, faixa etária, acesso à rua e origem estão fortemente associados ao FeLV.Felinos jovens até cinco anos estão mais predispostos à infecção. Gatos machos que possuem acesso livre às ruas apresentam riscos maiores de se infectarem se comparados com os s que vivem confinados em casa. Parece não haver predisposição racial. Este vírus consegue acarretar em imunossupressão, doenças imunomediadas ou mesmo neoplasias e por este motivo é que este retrovírus possui grande relevância na Medicina Veterinária (HARBOUR et al., 2004; WISE & CARTER, 2005; DUNHAM & GRAHAM, 2008; LAIRMORE, 2011).O diagnóstico para a infecção pelo FeLV é fundamental para o controle da doença.O objetivos deste trabalho foram rever os métodos empregados para a finalidade diagnóstica de FeLV e relatar sobre as implicações da utilização destas técnicas para uma correta interpretação e classificação das diferentes fases da infecção do FeLV em gatos domésticos. 2.0 AGENTE ETIOLÓGICO O Vírus da leucemia felina (FeLV) foi descrito e observado através de microscopia eletrônica no ano de 1964 por Willian Jarrett ao encontrar partículas virais que estavam conectadas a membrana de linfoblastos de um gato que continha linfoma (JARRET et al., 1964). O FeLV pertence ao gênero Gammaretrovirus, família Retroviridae. Uma característica que diferencia os retrovírus dos demais vírus é que possuem a capacidade de sintetizar uma DNA (ácido desoxirribonucleico) a partir de um genoma que é constituído por RNA (ácido ribonucleico), por meio de um processo denominado 2 transcrição reversa mediado por uma enzima de mesmo nome (WISE & CARTER, 2005; DUNHAM & GRAHAM, 2008; LAIRMORE, 2011). Os retrovírus possuem genomas diplóides, constituídos por duas cópias de uma cadeia simples de RNA (ssRNA). Quando ocorre a transcrição reversa, o RNA é convertida em DNA de filta dupla (dsDNA) que se integra ao genoma celular da célula hospedeira através de uma enzima denominada integrase. Isso resultano chamado provírus,que será essencial para a replicação viral. O provírus possui sequências que se repetem nas extremidades 5' e 3' das fitas, cuja função é regulatória e de controle da expressão dos genes virais (long terminal repeat - LTR) (HARTMANN, 2006). O provírus pode permanecer latente (através da ativação e inativação de genes específicos) ou ser transcrito em RNA mensageiro (mRNA) viral. A partir destes mRNAs, novos vírus serão sintetizados e depois liberados da célula. Ocorre um grande número de mutações durante a replicação do genoma viral. Estes vírus podem apresentar grande diversidade genética e por este motivo também escapar da ação do sistema imunológico do hospedeiro (HARBOUR et al., 2004; WISE & CARTER, 2005; DUNHAM & GRAHAM, 2008; LAIRMORE, 2011). O gênero possui vírus endógenos e exógenos. Podem ser classificados de acordo com as quantidades de espécies que podem infectar e também de acordo com os receptores para essa espécie de vírus. (LAIRMORE, 2011).Possuem além da forma exógena, asformas endógenas, como o enFeLV e o RD 114.Postula-se que enFeLV teria tido origem em um evento ocorrido a centenas de anos com a integração do Vírus da leucemia murina(MuLV) em células germinativas de um gato doméstico, após a ingestão de camundongos ratos infectados. Após este acontecimento, todos os descendentes desta linhagem teriam herdado o enFeLV. Porém, seu genoma é muito incompleto e não possui a capacidade de se replicar de forma independente no hospedeiro (LUTZ, et al., 2009; COSTA & NORSWORTHY, 2011; WILLETT & HOSIE, 2013). O FeLV possui estrutura genômica composta pelos genes pol, gag e env. O gene env faz a codificação das proteínas presentes no envelope viral, como a glicoproteína 70(gp70) e a proteína transmembrana 15E (p15E). A gp70 possui extrema relevância por determinar o grau de patogenicidade do vírus e seu tropismo A p15E é responsável pela ligação da gp70 a membrana celular do hospedeiro. , causando imunossupressão, anemia não regenerativa que é observada em gatos que apresentam infecção persistente. O gene pol é o responsável pela transcriptase reversa e a integrasse. O gene gag é o responsável pelas proteínas estruturais internas, como a proteína p27. que é a responsável pela detecção das infecções pela FeLV, pois podem ser encontradas em quantidades significativas no plasma e no citoplasma das células dos animais infectados(HARDY JR et al., 1976; LAIRMORE, 2011; HARTMANN, 2012). O vírus apresenta diversos mecanismos oncogênicos e que são nomeados oncogenes virais (tais como o v-myc) e que possuem a capacidade de ativar os protooncogenes do hospedeiro e contrariam a ação dos genes supressores de tumores, induzindo a mutagênese devido à alteração na estrutura ou função dos genes envolvidos na regulação do ciclo celular (COFFIN et al., 1997; LEE & REDDY, 1999).O FeLV pode ser classificado em 4 subgrupos, como FeLV A,B,C e T e são classificados de 3 acordo com as diferenças no gene env e dos receptores localizados na entrada das células hospedeiras (OVERBAUGH & BANGHAM, 2001). O FeLVA é o único transmissível entre os felinos(JARRET, 1994). Este possui o feTHTR1(feline high affinity thiamine transporter 1)que é uma proteína utilizada como co-receptor para receptores de membrana hospedeira localizados em intestino delgado, fígado, rins e tecidos linfóides (MENDOZA et al., 2006). O FeLV-A por estar presente em diversos tecidos e células, possui vantagens sobre os demais subgrupos no que diz respeito a transmissibilidade, podendo causar linfomas, porém pode gerar lesões leves na ausência dos demais subgrupos ( MOSER et al., 1998). O FeLV B é gerado a partir da recombinação entre FeLV A e as sequências retrovirais endógenas. (JARRETT et al., 1973; HARTMANN, 2006).Partilha menor identidade entre as sequências e geralmente está associado a linfomas(STEWART et al., 1986). O mais patogênico é o subgrupo C, por causar anemia aplástica, surgindo a partir de mutações no geneenvdo FeLV A ( HARDY et al.,1976).O FeLV T foi reconhecido e isolado em felinos que desenvolveram imunodeficiência associada ao FeLV e apresenta 96% de similaridade com o FeLV A, surgindo a partir de mutações na sequência do gene env do FeLV-A(HARDY et al.,1976). 3.0 PATOGENIA A classificação da infecção viral e suas fases levam em conta o tipo de resposta imunitária, carga infectante e genética do hospedeiro e são denominadas de infecção regressiva, infecção progressiva, infecção latente e infecção atípica (TORRES et al., 2005). Diversos fatores como idade, carga viral, subtipo viral, via de exposição ao vírus, estado imunitário do animal e a presença de doenças concomitantes, podem influenciar na via como o FeLV progride (LAIRMORE,2011). O FeLV penetra no organismo através da orofaringe, replicando-se nos tecidos linfóides locais e linfonodos regionais (1ª etapa) infectando posteriormente monócitos e linfócitos (2ª etapa), que são transportados posteriormente via sanguínea para a medula óssea e outros órgãos linfóides como o timo, baço e linfonodos distantes (3ªetapa), onde se replica nas células em mitose ( 4ª etapa). Entre 4-6 semanas depois, o vírus difunde-se a partir destes locais pelo corpo através do plasma (5ª etapa) e infecta células epiteliais de vários órgãos como as glândulas salivares, mucosa nasal e orofaringe, de onde é posteriormente excretado através de fluidos corporais como a saliva (6ª etapa). O tempo de incubação desde o momento em que começam as alterações genéticas até que se desenvolvem de fato doenças associadas ao FeLV varia entre 2-4 anos (HORZINEK et al., 2007; HARTMANN, 2012). Este ciclo pode durar semanas a meses, apesar de poder ser interrompido pelo sistema imunitário em qualquer altura. Se a infecção é debelada antes do vírus infectar a medula óssea, o animal nunca entra em fase de viremia secundária e a replicação do vírus é contida no organismo. Isto é possível quando o animal infectado produz anticorpos contra a gp70, restringindo assim a replicação viral e a capacidade 4 do vírus de penetrar nas células do hospedeiro. Neste caso, ocorre uma infecção regressiva com eliminação da infecção (KAHN, 2007; HARTMANN, 2012). Quando ocorre uma resposta imunitária mais tardia, ocorrerá uma viremia transitória que poderá durar semanas ou meses. Estes animais raramente excretam o vírus e ocasionalmente não desenvolvem sinais clínicos associados a doença, o que se torna possível na maioria dos casos eliminar a infecção. O vírus se encontra sob a forma proviral ( PACITTI & JARRETT, 1985; LEVY J. , et al., 2008a; COSTA & NORSWORTHY, 2011). Em alguns casos em que a viremia secundária se completa, ocorre a infecção das células epiteliais de vários órgãos e com isto já não é mais possível que o sistema imunológico consiga eliminar o vírus do organismo, acarretando uma viremia persistente. Este tipo de infecção denomina-se infecção progressiva, na qual as seis fases da infecção se encontram presentes (BORETTI, et al., 2004; HARTMANN, 2006). Raríssimos são os casos em que os animais são parcialmente imunes ao FeLV e a infecção permanece em locais específicos, como epitélio das glândulas salivares, na qual não ocorre a excreção viral e os sintomas típicos da infecção pelo FeLV, o que resulta em uma infecção atípica e que pode evoluir para infecção latente ou progressiva. (PACITTI & JARRETT, 1985; HARTMANN, 2006). Quando os animais consegue debelar a infecção pelo FeLV, apresentam altos níveis de anticorpos antivirais específicos contra os componentes virais. Porém, não são todos os animais que apresentam altos níveis de anticorpos. Os linfócitos citotóxicos T também possuem papel importante na eliminação viral e aparecem antes dos anticorpos neutralizantes. (FLYNN et al., 2002). Apenas cerca de 30% dos animais desenvolvem viremia persistente com infecção progressiva. Cerca de 40% dos animais infectados consegue desenvolver anticorpos, desenvolvendo apenas a infecção regressiva com eliminação da infecção e 28% dos animais desenvolve infecção regressiva com latência. Somente 5-10% dos animais desenvolvem infecção atípica (BARR, 1996; HARTMANN, 2006). Esses dados são controversos; incluir publicações de (HOFMANNLEHMANN, 2007, 2008) Torres e colaboradores (2005), utilizaram a qPCR para quantificar o DNA proviral nos estágios iniciais a avançados da infecção, comparando-se com dados já existentes obtidos através do teste para o antígeno p27. Conforme os resultados, os autores incluíram uma nova categoria para classificar as diferentes evoluções da infecção ocasionadas pela FeLV. Animais que apresentaram resultados negativos em presença de p27, mas positivos para o DNA proviral foram classificados como infecção abortiva. Animais que constatados com p27 negativos, porém positivo para DNA proviral, foram classificados como infecção regressiva. Animais que constataram p27 positivos com DNA proviral durante a segunda a quarta semana após a infecção, porem com p27negativos e DNA positivos após a sexta semana, foram classificados como infecção latente. Os animais que apresentavam p27 e DNA proviral positivos foram classificados como infecção progressiva. 5 HOFMANN-LEHMANN et al. (2007,2008), empregando ensaios ainda mais sensíveis, demonstraram resultados um pouco diferentes e classificaram os animais com antigenemia indetectável ou transiente e níveis moderados de DNA proviral em Infecção Regressiva. Já a Infecção Latente foi caracterizada como a presença de antigenemia transiente, mas com níveis de DNA proviral indistinguíveis dos animais em infecção regressiva. De acordo com a interpretação proposta por Torres e colaboradores, os animais que foram expostos a o FeLV, mas que não foi comprovada antigenemia, conseguiram eliminar o vírus antes que ocorresse a integração no genoma do hospedeiro (infecção abortiva), ou conseguiram reter a replicação viral, na qual foram mantidas células infectadas não produtivas na circulação e em tecidos (infecção regressiva).Animais que possuem a capacidade diminuída de conter a progressão da infecção somente apresentaram antigenemia nas primeiras semanas e em níveis moderados(o que se distingue de outros grupos) de DNA proviral (infecção latente). Células infectadas estariam em latência, porém seriam potencialmente produtivas. A reativação seria mais esperada neste caso. Animais incapazes de conter a progressão da infecção demostrariam níveis mais elevados de p27 e DNA proviral no período superior até três anos após a exposição (infecção progressiva) (TORRES et al., 2005). 4.0 EPIZOOTIOLOGIA 4.1 Distribuição e prevalência A prevalência do FeLV e das doenças associadas estão diminuindo desde os anos 1980 nos países que adotaram programas que têm por finalidade o diagnóstico e a prevenção, mesmo sendo considerada uma doença infecto contagiosa entre os felinos. (MEICHNER et al., 2012). O FeLV apresenta distribuição mundial e sua prevalência é muito influenciada pela densidade populacional. A prevalência se torna muito diferente entre gatos errantes e gatos domiciliados. Esta pode se manter uma constante em gatos errantes, porém em uma casa em que apresentam inúmeros gatos e sem quaisquer medidas de prevenção, poderão atingir valores relativamente elevados como 20% (LEVY J. K. et al., 2006; ETTINGER & FELDMAN., 2010). Um estudo realizado na Polônia com 676 animais detectou que a prevalência de FeLV no país é de 6,4%. Em um estudo realizado nos Estados Unidos com 18000 gatos testados, 2,3% obtiveram resultados positivos para FeLV (LEVY J. K. et al., 2006; RYPUŁA et al., 2014). Em Portugal, estudos encontraram prevalência em torno de 10%. (ROSADO, 2009; DUARTE, 2010; RODRIGUES, 2012). Dados encontrados no Brasil apresentam muitas variações entre valores como 32,5% a 47,5% de amostras positivas no estado de Minas Gerais e 38.3% no estado do Rio Grande do Sul ( SOUZA.,2002, TEIXEIRA., 2007,COELHO et al., 2008.). As diferenças podem ser variadas tanto pelas diferenças entre os estudos e técnicas empregadas para o diagnóstico, como pelos diferentes grupamentos dos animais, uma vez que felinos que possuem acesso à rua tendem a ter probabilidades muito maiores de adquirir o vírus 6 aos que possuem acesso restrito (MEINERZ et al., 2010).Estudos conduzidos por (COELHO et al.,2008), detectou uma elevada porcentagem de animais positivos, usando o emprego de métodos diagnósticos de maior sensibilidade em uma faz e em que os demais testes não detectavam. 4.2 Transmissão O vírus se faz presente em secreções de animais infectados, tais como a saliva, secreções nasais, fezes e leite. A transmissão ocorre de forma horizontal através da via oronasal, apesar de também poder ocorrer através de mordidas. A transmissão vertical durante a gravidez também é possível, apesar de geralmente resultar em morte embrionária e fetal. Os gatinhos, quando sobrevivem, nascem infectados e morrem rapidamente. Quando a fêmea apresenta infecção regressiva com latência é pouco provável que transmita o vírus à ninhada, apesar de alguns gatinhos poderem ser virêmicos após o nascimento. Este fato deve-se ao fato de o vírus poder manter-se latente na glândula mamária até ao desenvolvimento da mesma no período final da gravidez. Filhotes de gatas que tenham tido uma infecção regressiva e conseguiram a eliminação da infecção adquirem anticorpos que lhes conferem imunidade durante 2-3 meses (HARDY JR et al., 1976; PACITTI et al., 1986). 5.0 SINAIS CLÍNICOS O FeLV pode provocar doenças muito variáveis entre si, sendo que a maioria dos casos são potencialmente fatais. As mais comuns são os linfomas , leucemias mielóides e linfóides, anemia, imunossupressão, enterite, supressão da medula óssea e desordens reprodutivas (LUTZ et al., 2009). Outros sinais clínicos como anisocoria, midríase, síndrome de Horner, incontinência, vocalização anormal, hiperestesia, paresia e paralisia são comuns em gatos infectados com FeLV. Doenças neurológicas podem estar associadas a linfoma do sistema nervoso central ou a infecções ligadas diretamente ao vírus. (DOW & HOOVER, 1992; CARMICHAEl et al., 2002). Os sinais clínicos de FeLV podem se desenvolver em animais persistentemente infectados. Poder ocorrer em gatos de qualquer idade. Afeta geralmente animais com cerca de 2-4 anos de idade, uma vez que a maior parte é infectada durante as primeiras semanas de vida, na qual os animais jovens são mais susceptíveis (LUTZ et al., 2009).Algumas proteínas virais podem ser diretamente imunossupressoras, como a p15E, que possui ação direta na interleucina 2,bloqueando a maturação dos linfócitos. O FeLV atrapalha uma grande variedade de leucócitos, acarretando neutropenia e alterações na função dos neutrófilos e linfopenia com perda de linfócitos CD4+ e CD8+ e atrofia do timo (LAFRADO et al., 1987; MEHROTRA et al., 2003).Os animais infectados que se tornam imunodeprimidos, independentemente de exibirem sinais evidentes ou não, podem ter diminuição do número de anticorpos e atrasos na resposta imune. Assim sendo, os gatos se tornam susceptíveis a microrganismos a que normalmente seriam resistentes, tais como Salmonella spp, e têm uma resposta mais 7 exacerbada a microrganismos como Mycoplasma haemofelis e Cryptococcus spp. Também podem demonstrar sinais clínicos de doenças crônicas como estomatite ou gengivite crônica, o que torna mais difícil tratar doenças simples como abcessos, uma vez que estes têm tendência à recorrência devido à imunossupressão (TENORIO et al., 1991; LUTZ et al., 2009; SHALEV et al., 2009). Os animais infectados podem desenvolver diversos tipos de anemia, sendo a maioria do tipo não regenerativa. As anemias regenerativas são raras e ocorrem devido asinfecções secundárias, como por Mycoplasma haemofelis, por exemplo, ou a processos imunomediados que acarretam na hemólise dos eritrócitos. A causa mais comum de anemia não regenerativa é a hipoplasia eritróide, uma doença degenerativa e fatal. O vírus acarreta aplasia eritrocitária ou pancitopenia, o que a tem como consequência o impedimento e a diferenciação dos precursores dos eritrócitos na medula óssea, o que resulta em uma anemia macrocítica. (KOCIBA, 1986; QUIGLEY et al., 2000).Também pode ocorrer o surgimento da mielodisplasia associada ao aparecimento de anemia não regenerativa e as anomalias que ocorrem no processo de maturação celular na medula óssea. Nestes casos também é comum ocorrer mielofibrose, granulopenia e trombocitopenia. A partir do momento que as células blásticas apresentarem níveis inferiores a 30% da medula óssea, leva ao desenvolvimento a da leucemia, e que tem progressão para este estado em semanas a meses após o diagnóstico de mielodisplasia (CARMICHAEL et al., 2002; LEVY et al., 2006b; LUTZ et al., 2009).Também poderá ocorrer anemias hemolíticas, glomerulonefrites e poliartrites, situações que podem ser desencadeadas pela deposição de complexos antígeno-anticorpo em diversos locais do organismo, juntamente com a diminuição da atividade das célula supressoras T, que são as responsáveis pela regulação do sistema imune (COHN, 2006; LUTZ et al., 2009). As leucemias associadas ao FeLV podem afetar diversas linhagens medulares , como os elementos eritróides (eritroleucemia, reticuloendoteliose), mielóides, leucemias granulociticas ( monocíticas ou mielomonociticas) ou megacariócitos. (CARMICHAEL et al., 2002; LEVY et al., 2006b; LUTZ ET AL., 2009).A leucemia linfoblástica aguda se caracteriza por infiltração da medula óssea (e possivelmente outros órgãos) por linfoblastos, e esta muitas vezes acompanhada de anemias e presença de blastos na circulação. A maioria dos animais com leucemia linfoblástica aguda são FeLV positivos. Por outra vertente, a leucemia linfocítica crônica não está associada ao FeLV. Ainda existe a probabilidade de ocorrer mielofibrose, que é uma proliferação de fibroblastos que resultam em osteosclerose medular (CARMICHAEl et al., 2002; LEVY et al., 2006b; LUTZ ET AL., 2009). Os linfomas induzidos pelo FeLV estão entre os tumores mais comuns nos gato (cerca de 70% de todos os linfomas), tendo os animais afetados por vezes maior probalidade de desenvolver este tipo de tumor do que os animais saudáveis. Os diferentes tipos de linfoma são classificados de acordo com as suas localizações mais frequentes, sendo reconhecidas quatro formas: a forma tímica ou mediastínica, a mais comum em gatinhos; a forma alimentar, onde as células tumorais estão relacionadas ao trato gastrointestinal e que pode ocorrer em animais mais idosos; a forma multicêntrica ou periférica, que afeta os linfonodos; a forma atípica, 8 também conhecida como extranodal, em que os tumores estão associados aos rins, à pele, olhos ou ao sistema nervoso. Estes tumores afetam diretamente os linfócitos T. Independente da sua localização, o seu aspecto é semelhante, e podem apresentar lesões de tamanho variáveis, firmes e homogêneas, sendo compostas por linfócitos neoplásicos (BORETTI et al., 2004; LOUWERENS et al., 2005; FUJINO et al., 2008; MOCHIZUKI et al., 2011; STÜTZER et al., 2011).A linfoadenopatia periférica também está associada ao FeLV, mesmo sendo benigna é muitas vezes confundida com linfoma. Outras alterações como doençashepáticas degenerativas e inflamatórias e enterite crônica, estão associadas à degeneração do epitélio intestinal e necrose em criptas intestinais, também estão associadas ao FeLV(COHN, 2006; LUTZ et al., 2009). 6.0 DIAGNÓSTICO Os testes diagnósticos de infecção pelo FeLV eram realizados mediante detecção de antigenemia, com a detecção de antígenos p27 extracelulares por ELISA (LUTZ, et al.,1983), antigenemia com detecção de antígenos intracelulares p27 pelo teste de IFA ( HARDY, 1973) e através de detecção de viremia por isolamento no cultivo celular (FISCHINGER et al., 1974).A cultura viral é realizada somente em laboratórios de excelência, porém não aplicado na prática clínica. (HARTMANN,2006 ; LEVY et al, 2008). Uma vez detectado vírus infectivos, o cultivo celular foi considerado um teste definitivo, porém é pouco praticado na rotina pela sua complexidade (LUTZ et al., 2009). A importância dos testes é que demonstrem eficácia, acurácia, facilidade de execução e tempo de realização para de que meios efetivos possam ser utilizados com intuito de prevenir a disseminação da doença, sendo usados para identificação e o isolamento de animais infectados(COUTO 1994). Os métodos sorológicos de diagnóstico direto possuem maior acurácia (SPARKES, 2003; PINCHES et al., 2007), uma vez que detectam antígenos e não anticorpos. (HARTMANN, 2012).É possível que animais desenvolvam anticorpos contra o enFeLV, o que não significa que estão infectados com o FeLV, gerando como resultado falso-positivos. Os pioneiros nos testes ELISA que apareceram no mercado para o diagnóstico de FeLVeram testes indiretos, porém não eram possíveis a distinção dos anticorpos vacinais e maternais aos anticorpos virais e com isto muitos animais apresentavam resultados falsos-positivos. E o fato de os anticorpos detectarem os virais e os não virais, acarretavam em aumento de falso-positivos (FLYNN et al., 2002). Entretanto pensa-se que o teste ELISA para a detecção de anticorpos específicos para a proteína p15E, possam ter algum valor, por apresentar sensibilidade no valor mínimo de 77% e especificidade de 85,6% e o fato de os animais vacinados apresentarem níveis mínimos destes anticorpos, torna o teste capaz de distinguir animais naturalmente infectados de 9 animais vacinados, o que se torna impossível com outros teste de detecção indireta (BOENZLI et al., 2014). O exame de imunoflorescência direta baseia em informações em que animais virêmicos possuem granulócitos, linfócitos e plaquetas com componentes do gene gag. Estes podem ser detectados por anticorpos específicos através de esfregaços sanguíneos (HARDY et al., 1973). Contudo, a imunofluorescência direta não é um exemplar exame de triagem, devido a detecção dos antígenos intracelulares não coincidirem com o aparecimento da p27 no soro ou no plasma (LUTZ ET AL., 1980). Os testes de ELISA direto e imunofluorescência indireta (IFA) utilizam anticorpos contra a p27, que é uma proteína que se encontra localizada no nucleocapsídeo viral. O ELISA faz a detecção da p27, que se encontra localizada solúvel no plasma, soro, lágrima e saliva. O teste ELISA possui alta sensibilidade por detectar o vírus nos primeiros dias de infecção e animais que apresentam infecção transitória e latente também podem ser analisados através deste método. Este teste é muito utilizado na rotina clínica através de kits comercias.A IFA detecta a proteína em leucócitos e plaquetas infectadas através de esfregaços de sangue periférico ou medula óssea. No ano de 1996,JACKSON e colaboradores propuseram que a reação em cadeia da polimerase (PCR) seria um exame de maior sensibilidade, na qual detectaria o DNA proviral nas amostras dos animais que continham sinais clínicos sugestivos da infecção causado pelo FeLV, porém apresentavam resultado negativo para o antígeno p27. No ano de 2001, HOFMANN-LEHMANN colaboradores realizaram uma técnica com maior sensibilidade, especificidade e rendimento. Foi utilizada a PCR em tempo real ou quantitativa (qPCR), para detectar DNA proviral. Resultados mostraram que 10% das 597 amostras negativas para ELISA foram positivas para o PCR; dois animais foram infectados para o experimento e obtiveram como resultado negativo por ELISA e positivo para o PCR,na primeira semana após infecção; alguns animais com antigenemia transitória resultaram testaram positivos na PCR, mesmo após a eliminação da antigenemia. Os resultados sugerem novas interpretações e classificações, na qual implicam em uma nova forma de detecção de FeLV cuja finalidade seja diagnóstico (LUTZ et al). A American Association of Feline Practitioners (AAFP) e o European Advisor Board on Cat Diseases (ABCD), recomendam que o diagnóstico de FeLV seja realizado como teste de triagem para a detecção do antígeno via ELISA. Todo resultado positivo que for confirmado com um segundo teste após um período de um mês para o antígeno p27, deverá ser testado por PCR. O que se recomenda é que a PCR seja realizada em laboratório de confiança pelo motivo que se consegue detectar o DNA proviral na primeira semana de infecção. A detecção do antígeno p27 deverá ser empregado juntamente com a PCR, uma vez que a presença do antígeno circulante pode ajudar a estabelecer no prognóstico da infecção (LEVY et al.). O teste ELISA faz a detecção da proteína de capsídeo p27 localizada no soro ou no plasma, local em que é encontrado com abundancia em animais que se encontram infectados. É classificado como bom detector de animais positivos a partir da quarta semana após infecção. É um exame recomendado como exame de triagem (JARRET et 10 al., 1982; FLYNN et al., 2002; LEVY et al., 2008; LUTZ et al., 2009). É utilizado por apresentar alta sensibilidade, especificidade e praticidade. O mais utilizado é o kit comercial Snap™ Combo FeLV antigen/FIV antibody Test Kit (IDEXX Laboratories Inc., Westbrook, Maine 04092, USA).É utilizado na rotina com a finalidade de detectar a proteína p27 solúvel no sangue, soro ou plasma. O soro se torna a amostra mais aconselhável para a utilização, por resultar poucos resultados falsos positivos e negativos ( JARRET 1999). O p27 é encontrado no sangue de animais infectados no período de um mês após a exposição. O teste apresenta anticorpos com epítopos específicos para a p27 fixos em uma fase sólida.Este método apresenta especificidade superior a 98% e sensibilidade de 90% (HARTMANN, 2012; KIM et al., 2014; BOENZLI et al., 2014). Podem existir diversos motivos para a ocorrência de falsos positivos e negativos no teste ELISA. Animais que se apresentam em fase de regressão da infecção, poderão demonstrar viremia transitória, com resultado positivo para o teste ELISA, porém se for repetido determinados meses depois, o resultado já será negativo. O inverso poderá ocorrer quando o animal apresentar uma infecção latente, o que não será possível a detecção de antígenos na circulação. Os resultados poderão ser conflitantes durante anos, até que ocorra a reativação viral (JARRETt & HOSIE, 2004). Em filhotes, o aparecimento da viremia pode variar, recomendando-se a realização do teste. Na maioria das vezes, o diagnóstico da infecção será baseado no histórico clínico e na detecção dos antígenos, especialmente a proteína p27 em leucócitos, saliva, plasma e soro (BARR, 1998). Animais que apresentam resultados positivos para o ELISA podem estar apresentando infecção transitória ou permanecerem infectados. Trinta por cento dos felinos podem eliminar a p27 da circulação devido à infecção transitória ou estar por desenvolveriam uma infecção latente. Felinos que apresentarem resultados positivos no ELISA, porém não apresentarem sintomatologia para o FeLV, deverão ser testados através de outros métodos de diagnóstico como a IFA, ou refazer o teste ELISA no período superior a oito semanas para se determinar se a viremia é transitória ou persistente (MEHL, 2001). O teste ELISA se torna o teste para triagem para felinos que apresentam resultados positivos para FeLV, por apresentar resultado rápido e ser altamente sensível, porém é ideal que se faça a confirmação do resultado através da técnica de IFI, para afirmação se estão persistentemente virêmicos. Animais que apresentarem resultados discordantes, deverão ser testados novamente após doze semanas (BARR, 1998). A IFA é indicada para confirmar a presença de antígenos do FeLV e podem ser encontrados em leucócitos infectados, o que só ocorre após a viremia. Entretanto, pode ser controversa devido à possibilidade de apresentar resultados falsos, sendo também pouco acessível na rotina diagnóstica. (HARTMANN,2006; LEVY et al, 2008).A IFA torna-se positiva após a infecção da medula óssea, ou seja, animais positivos na IFA são geralmente virêmicos,porém este teste não é capaz de detectar animais no início da infecção. Desta forma a IFA torna-se um teste confirmatório ou também como indicador do prognóstico (HARTMAN, 2006) 11 Para casos de risco reduzido, assintomáticos ou discordantes, recomenda-se a utilização do exame PCR, o que aumenta a sensibilidade de detecção para confirmar um teste que contém o antígeno positivo.A PCR é o meio mais utilizado como teste confirmatório na rotina do FeLV. Este não detecta antígenos virais, mas sequências genéticas que estão inseridas em células infectadas (DNA proviral), sendo portanto muito sensível e muito específica. Apresenta como desvantagem a necessidade de laboratórios bem equipados. O teste permite a detecção do FeLV em culturas, sangue e tecidos, tanto fresco ou fixados, no período de uma semana após a exposição do vírus (LEVY et al, 2008). No caso de infecção latente, quando o vírus não se replica, os testes convencionais que possuem como base a detecção do antígenos será negativo. Nesse caso a PCR é o único exame capaz de detectar animais positivos para FeLV. Em muitos animais, os antígenos virais não são detectados devido a ação do sistema imune, porém o vírus estará inserido no genoma celular, podendo ser identificado pela PCR ( HARTMANN,2006). A PCR não é capaz de distinguir entre FeLV endógeno e exógeno, porém apresenta alta sensibilidade e especificidade. É muito utilizada nos casos em que os resultados se apresentam discordantes e se mantém por vários meses com ELISA positivo e IFA negativo ou quando o animal apresenta sintomas suspeitos de FeLV, porém é antigeneticamente negativo. Apesar de utilizar sangue para o teste, também pode-se utilizar medula óssea, amostras de tecido e até mesmo saliva. Estudos comprovaram que entre 5 -10% dos animais que apresentaram resultados negativos nos testes de detecção de antígenos, apresentaram positivos quando utilizada a técnica de PCR (HOFMANN-LEHMANN et al., 2001; GOMES-KELLER et al., 2006; CATTORI, et al., 2008; WILLI et al., 2008). Além da detecção (PCR) e quantificação de provírus (qPCR), o RNA viral também pode ser detectado e quantificado através da RT-PCR e RT-qPCR. As técnicas para detecção e quantificação de RNApodem ser realizadas com amostras de sangue, soro, saliva, fezes e outros tecidos e é muito útil, uma vez que é capaz de detectar o vírus na ausência de células, ao contrário da PCR. A RT- PCR é extremamente confiável em todos os tipos de infecção pela FeLV, exceto durante a fase latente, devido neste caso não existir viremia e o vírus se encontrar presente no organismo apenas como provírus (Lutz et al., 2009). A American Association of FelinePractitioners (AAFP) (LEVY et al., 2008) ressalta que o diagnóstico de FeLV pode ser realizado em testes de triagem pela detecção de antígenos através do teste ELISA, sendo que todo resultado positivo seria confirmado com um segundo teste no período de trinta dias para o antígeno p27 ou DNA proviral por PCR. Porém, recomenda-se o emprego da PCR para o diagnóstico conclusivo, pois detecta o DNA proviral na primeira semana após a infecção. A detecção do antígeno p27 poderá ser empregado, associado à PCR, uma vez que a presença do antígeno circulante pode ajudar a estabelecer o prognóstico da infecção. (LUTZ et al.,2009). 12 7.0 VACINAÇÃO Em se tratando da capacidade de os gatos domésticos conterem a infecção, muitos investimentos foram realizados para o desenvolvimento de vacinas contra o FeLV. Nos anos de 2001 e 2002, foi descoberto que animais expostos ao FeLV e que apresentavam o quadro de infecção regressiva, continham o DNA proviral. Isso colocou em dúvida a proteção imune que era induzida pelas vacinas contra o FeLV. No ano de 2005 foram avaliadas e eficácia das vacinas com o uso de qPCR. A vacina FEL O-Vax Lv-K (Fort Dodge Animal Health) em relação a eficiência foi similar em relação a encontrada nas demais, ocorrendo a detecção de DNA proviral nos animais considerados protegidos pela vacina (TORRES,et al.; 2005). HOFMANN LEHMANN e colaboradores (2005) realizaram uma pesquisa com as vacinas Eurifel (Merial), e Fel-O-Vax Lv-K IV (Fort Dodge Animal Health) e no ano de 2007 com a vacina Leucogen (Virbac) e detectaram DNA proviral e RNA viral na totalidade de amostras de animais vacinados. Os animais foram acompanhados pelo período de vinte e quatro meses e os resultados encontrados foram que o DNA proviral foi detectado em todos os animais, na qual conclui-se que as vacinas não impediriam a integração virale mínima replicação.A presença viral como era indetectável pelos métodos tradicionais, em animais vacinados tornou-se importante para uma sólida imunidade para uma constante indução de resposta específica (HOFMANNLEHMANN et al., 2006).No ano de 2010, TORRES e colaboradores avaliaram as vacinas Fel-O-Vax Lv-K (Fort Dodge Animal Health) e FEVAXYN FeLV (SheringPlough Animal Health Corporation) e LEUKOCELL 2 (Pfizer Animal Health). Somente as vacinas que eram compostas de vírus inativados, é que foram capazes de induzir imunidade suficiente, com eficácia garantindo resistência a antigenemia/viremia. Salienta-se que a vacina Fel-O-Vax Lv-K IV possui outros quatro antígenos, e a mesma constituição de antígenos de FeLV. 8.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS O FeLV é uma infecção comum na rotina clínica de felinos, porém pouco diagnosticada. Algumas limitações são encontradas para a realização do exame diagnóstico devido limitações econômicas. O diagnóstico correto e confiável se torna extremamente importante na rotina, uma vez que o diagnóstico laboratorial é a única forma de diagnóstico da infecção, que causa sinais clínicos muito inespecíficos e também por questões sanitárias, pois muitos animais progressores ou mesmo regressores podem estar atuando como fontes de infecção para os demais animais de maneira totalmente inaparente. O mesmo deverá ser utilizado em determinadas ocasiões como, animais recém adquiridos, como método de prevenção a exposição dos animais já existentes (HARTMANN, 2004), animais recém adaptados, mesmo que seja o único animal na 13 residência até o momento, pois não se avalia até o momento de uma nova introdução de um novo membro a família (HARTMANN, 2004), animais que coabitem com outros em estado de infecção até o momento desconhecida (HARTMANN, 2004), animais que foram recentemente a outros animais, independente se seu estado prévio tenha sido negativo (HARTMANN, 2004), animais doentes, uma vez que o FeLV pode estar associadas a diversas doenças (HARTMANN, et al, 2007). É importante ressaltar que existem diversos métodos diagnósticos para detectar infecção por FeLV em gatos domésticos, com especificidades e sensibilidades diversas. Na maioria dos casos, por facilitar a rotina clínica, é comumente utilizado o teste imunoenzimático comercial que faz a detecção da proteína viral p27 do capsídeo solúvel no sangue. Entretanto, o mesmo não é capaz de identificar animais que estão apresentando infecção latente quando não existe a ocorrência da transcrição viral. Também apresentará resultados negativos se o animal se infectou muito recentemente ou a replicação ainda está abaixo do limite de detecção do teste, mas o animal é infectado. A IFA é importante para verificar se a infecção atingiu a medula óssea, pois detecta o p27 dentro das células sanguíneas que foram geradas por células pluripotentes da medula que albergam provírus ativos. Resultados negativos na IFA e positivos pelo teste imunoenzimático comercial indicam que o animal está infectado, mas ainda não houve acometimento da medula óssea. Contudo, a PCR é o método mais fidedigno para diagnóstico confirmatório do FeLV.O objetivo da PCR é amplificar sequências genômicas virais ou provirais. É mais sensível, rápido, conveniente e a sua aplicabilidade para o diagnóstico excelente, uma vez que sensibilidade e uma especificidade maiores, o que não acontece com os demais testes sorológicos(ARJONA et al., 2007). Além disso, as recentes técnicas disponíveis de qPCR podem não apenas dar o diagnóstico de infecção proviral ou viral, como a PCR convencional já fazia, mas também quantificar as cargas provirais e virais, fundamentais para auxiliar a classificar o animal em uma categoria de infecção como também para monitorar a progressão da infecção no animal. 14 REFERÊNCIAS Arjona, A., Barquero, N., Doménech, A., Tejerizo, G., Collado, V.M., Toural, C., Martín, D., & Gomez-Lucia, E. (2007). Evaluation of a novel nested PCR for the routine diagnosisof feline leukemia virus (FeLV) and feline immunodeficiency virus (FIV). 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