AVALIAÇÃO LABORATORIAL DE FELINOS POSITIVOS PARA O VÍRUS DA LEUCEMIA FELINA ENCAMINHADOS PARA O HOSPITAL VETERINÁRIO UNISUL, TUBARÃO Tayná Tramontin Torres¹; Marina Parissi Accioly2 Msc.; Nicole Regina Capacchi Hlavac3 Msc. (orientadora) 1 Bolsista PUIC, Acadêmica Curso de Medicina Veterinária, [email protected] Professora curso de Medicina Veterinária, [email protected] 3 Professora curso de Medicina Veterinária, [email protected] 2 INTRODUÇÃO: A infecção pelo vírus da Leucemia Felina (FeLV) ocorre no mundo inteiro. Após muitos anos de sua descoberta, o FeLV ainda é considerado o principal vírus causador de morte em gatos de estimação, e é responsável por síndromes clínicas mais que qualquer outro agente (Hartmann, 2012). Causa ainda uma variedade de desordens neoplásicas e degenerativas (Silva, 2007). Segundo Costa e Norsworthy (2011), a transmissão é mais eficiente através da saliva, embora a transmissão também possa ocorrer através do sangue, secreções nasais, fezes e leite. O presente estudo tem como objetivo realizar a caracterização hematológica e bioquímica dos animais positivos para FeLV, além de confrontar os resultados laboratoriais observados com os existentes na literatura, verificar quais os sinais clínicos mais comuns apresentados pelos animais positivos e ainda avaliar se os felinos positivos tinham livre acesso à rua. Acredita-se que gatos com acesso à rua e convívio com outros gatos, possuem maior probabilidade de entrar em contato com o vírus. Palavras-chave: FeLV. Gatos. ELISA. MÉTODOS: Foi realizada uma avaliação da população de gatos atendidos e encaminhados ao Hospital Veterinário Universidade do Sul de Santa Catarina (HVU), localizada na cidade de Tubarão, no período de março de 2013 a agosto de 2015. As fichas clínicas dos animais com resultado positivo ao teste comercial de FeLV foram analisadas a procura de padrões relacionados ao contato com outros gatos, sinais clínicos, sexo e cirurgia de castração. Foram coletadas amostras de sangue venoso por punção da veia cefálica ou jugular, em tubos com e sem EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético). As amostras de sangue sem o anticoagulante foram centrifugadas e o soro aliquotado para a realização do teste ELISA comercial, e os resultados interpretados de acordo com as recomendações do fabricante. Os animais positivos no teste tiveram seus dados hematológicos e bioquímicos tratados e avaliados estatisticamente, teste de distribuição de frequência, utilizando o software SAS for Windows 9.1 para comparação com dados da literatura. Foi realizada analise comparativa correlacionando a idade, o sexo e alterações laboratoriais dos animais. As análises foram realizadas no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária, localizado no Hospital Veterinário UNISUL. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Entre março de 2013 e agosto de 2015, foram realizados 33 SNAP FIV/FeLV Combo Test da IDEXX® no HVU, destes apenas 21% (7/33) foram positivos para FeLV. A incidência em gatos jovens é superior. Animais com até 3 meses são altamente susceptíveis, sendo a infecção cada vez mais rara com o passar da idade (CHHETRI, BERKE, PEARL e BIENZLE, 2015) . Da população de estudo 50% dos animais positivos para FeLV possuíam de 3 a 4 anos. Chhetri, Berke, Pearl e Bienzle, (2015), observaram que a maioria dos estudos não encontraram uma associação entre sexo e soropositividade para FeLV. Contudo dos animais positivos avaliados no HVU de Tubarão, 67% eram fêmeas. De acordo com Helfer-Hungerbuehler et al. (2015), As alterações mais frequentes são leucemia (15%) e anemia arregenerativa (15%), porém 6% dos felinos positivos para FeLV no HVU apresentaram anemia arregenerativa e a mesma porcentagem apresentou anemia regenerativa. Vinte e cinco por cento na apresentaram nenhuma alteração hematológica, dentre as alterações bioquímicas 6% estavam com aumento da enzima alanino aminotransferase, 19% não tiveram alterações bioquímicas, e dos outros 6% não foram solicitados exames bioquímicos. CONCLUSÕES: Entre março de 2013 e agosto de 2015, foram realizados 33 SNAP FIV/FeLV Combo Test da IDEXX® no HVU, destes apenas 21% foram positivos para FeLV, sendo a maioria fêmeas de 3 a 4 anos de idade. A ação do vírus da Leucemia Felina pode causar queda do sistema imunológico favorecendo a contaminação com outras doenças infecciosas inclusive zoonoses. O exame sorológico de FeLV é um importante exame de triagem, que deve ser realizado em todos os felinos atendidos, afim de realizar o diagnóstico precoce possibilitando ao médico veterinário instruir o tutor a melhor forma de cuidar do paciente infectado, principalmente isolando-o dos felinos sadios. Faz-se importante a prática de uma anamnese completa, para correlacionar os sinais clínicos e os hábitos de vida dos pacientes com a infecção pelo vírus para caracterização dos pacientes positivos. REFERÊNCIAS: Chhetri, B. K. Berke, O. Pearl, D.L. Bienzle, D. Comparison of risk factors for seropositivity to feline immunodeficiency virus and feline leukemia virus among cats: a case-case study. Chhetri et al. BMC Veterinary Research 11:30, p.7, 2015. Costa, F.V. Norsworthy, G.D. Feline Leukemia Virus Diseases. In: Norsworthy, G.D. Grace, S.F. Crystal, M.A. Tilley, L.P. The Feline Patient. Ames, Fourth, 2011, p.184-186. Hartmann, K. Feline Leukemia Virus Infection. In: Greene, C. E. Infectious diseases of the dog and cat. Georgia, Fourth, 2012, p. 108-136. Helfer- Hungerbuehler, Long-term follow up of feline leukemia virus infection andcharacterization of viral RNA loads using molecular methods intissues of cats with different infection outcomes. Virus Research 197, p.137-150, 2015. Silva, F.R. Prevalência das infecções pelo vírus da Leucemia Viral Felina e pelo vírus da imunodeficiência viral Felina, na cidade de Porto Alegre [Dissertação]. Porto Alegre (RS): Pontifica Universidade do Rio Grande do Sul, Mestrado em Ciências Veterinárias; 2007.57f. FOMENTO: O trabalho teve a concessão de Bolsa pelo Programa Unisul de Iniciação Científica (PUIC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).