Distribuição das cavidades naturais na zona da mata

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DISTRIBUIÇÃO DAS CAVIDADES NATURAIS NA ZONA DA MATA
PARAIBANA
Eduardo Pazera Jr. - Prof. Ms – UNIPE. [email protected]
Paulo Roberto de Oliveira Rosa Prof - UFPB I. [email protected]
Conrad Rodrigues Rosa - Estud. de Geografia UFPB. [email protected]
Maria José Vicente de Barros - Estud. de Geografia UFPB [email protected]
Pablo Rodrigues Rosa - Estud. de Geografia UFPB. [email protected]
O relevo entre o planalto cristalino da Borborema e a planície costeira é constituído por um
planalto sedimentar conhecido como de Baixo Planaltos Costeiro. A litologia desse relevo
é constituída predominantemente por materiais de baixa consolidação. No entanto, há
situações em que esses materiais se agregam formando um tipo de solo compactado
denominado, pelos pedólogos, de fragipan. Esse solo consolidado tem uma conformação
de ligação que se apresenta quase como um arenito não consolidado, porém sua
conformação rígida oferece uma certa resistência aos fenômenos químicos e uma certa
fraqueza aos fenômenos físicos como o processo erosivo da ação da água. Essa erosão,
denominada de “piping” é o principal agente formador dos dutos internos na sub-superfície
do relevo dos Baixos Planaltos Costeiros, enfim, na Zona da Mata Paraibana. Esses dutos
são cavidades que variam de poucos metros, no caso de uma caverna em Rio Tinto, com
aproximadamente 30 m de comprimento e 4 m de altura na parte maior, até as cavidade
maiores que chegam até 150 m de comprimento com sua abertura máxima de 5 m. O que
mais destacamos como de área de interesse para a questão da gestão ambiental, sobretudo
no que se refere às cavidades nos arredores da cidade de João Pessoa, é o fato de que essas
cavidades estão relativamente próximas umas das outras, numa conformação poligonal que
envolve uma área com a forma aproximada de um paralelogramo. Essas cavidades passam
a ser um cenário exótico destoando do entorno contextualizado pela ocupação sistemática
do plantio da cana-de-açúcar. A ocupação agrária com atividades intensas atua na
vizinhança e no caso da caverna do rio Marés, chegou mesmo até a ocupar a área acima da
cavidade, pondo em risco de desabamento o interior da caverna. Para que haja uma
ocupação agrícola do solo, faz-se presente o desflorestamento, atividade esta que no Estado
da Paraíba é uma circunstância histórica. No entanto, esses ambientes que estão protegidos
por lei deveriam estar sendo preservados, mas este fato não acontece por diversos motivos,
sendo que um deles, (que poderíamos indicar de elementar) é a falta de conhecimento
sobre o comportamento da drenagem em certa superfícies e sub-superfícies nos baixos
planaltos sedimentares. A contribuição da Geografia Aplicada à Gestão Ambiental passa a
ser um dos agentes responsáveis pela produção dessa informação, pois de forma
sistemática procuramos coletar dados tanto da topografia local assim como do sistema de
drenagem que é fortemente auxiliado pelo sistema climático, e da população vegetal
predominante, tanto na atualidade quanto em períodos pretéritos, neste caso a partir de
indivíduos testemunhos que ainda persistem na vizinhança. O relatório final do trabalho foi
encaminhado a Superintendência do IBAMA no Estado da Paraíba, para que órgão
tomasse providências sobre a ocupação do entorno das principais cavidades naturais
contidas nos Baixos Planaltos Sedimentares (denominado pela Geologia de Grupo
Barreiras). Posteriormente, o mesmo relatório foi enviado para o setor que cadastra as
cavidades naturais no próprio IBAMA, porém na sede em Brasília. A preocupação em
registrar o evento de ocorrência dessas cavidades tipo “piping” (dutos) no relevo planáltico
sedimentar é para informar que a legislação pertinente à proteção ambiental deve ser
cumprida e indicar que há esse tipo de evento em solos não rochosos.
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