Boletim Informativo da Comissão Técnica da Unimed Cuiabá | Edição 46 | Agosto de 2012 Uso de âncoras em cirurgia artroscópica de ombro Pág. 2 Imagem Dor no joelho Pág. 4 |1 Uso de âncoras em cirurgia artroscópica de ombro joelho está relacionada com uma ou mais das seguintes causas: • processos intra-articulares, tais como fratura, lesão de ligamento ou menisco; 1ª Edição – 16/07/12 • disfunção ou mal alinhamento da patela; Resumo • perda de cartilagem devido à osteoartrite ou sinovites; A artroscopia como via de acesso para reparo de lesões articulares no ombro é amplamente utilizada. Materiais e equipamentos são necessários para que esta cirurgia seja feita de forma eficaz e segura. Há diversas técnicas cirúrgicas para cada doença. Diversos tipos de lesão podem coexistir num mesmo paciente. Exames subsidiários podem dar resultados falso positivo ou falso negativo, sendo que muitas vezes apenas a artroscopia para visão direta pode esclarecer o tipo e extensão das lesões. Assim sendo, a avaliação de casos de artroscopia do ombro requer conhecimento de anatomia e técnica cirúrgica por parte do médico auditor e o mesmo deve obter do médico assistente uma descrição detalhada do planejamento cirúrgico para melhor análise. A cirurgia só deve ser indicada para pacientes específicos e, em boa parte das vezes, apenas quando há refratariedade ao tratamento conservador. Considerando que a cirurgia de ombro foi bem indicada, temos que: a) Instabilidade (lesões tipo Bankart): o número de âncoras dependerá da extensão da lesão, podendo variar para mais ou para menos, de acordo com o caso (em média 3 âncoras por paciente); b) Manguito rotador: o número de âncoras dependerá da extensão da lesão, podendo variar para mais ou para menos, de acordo com o caso (em média 2 âncoras por paciente). A técnica double row usa mais âncoras e não melhora os resultados; c) Tenodese do bíceps: diversas técnicas de reparo foram identificadas, não havendo evidência de superioridade sobre uma ou outra. A necessidade da tenodese é controversa, havendo um certo consenso de que apenas algumas subpopulações necessitem deste tipo de tratamento, sendo que os demais pacientes são tratados com tenotomia (sem material especial). As técnicas de tenodese mais usadas incluem sutura de partes moles (onde não é necessário implante de materiais), o uso da âncora (1 ou 2 unidades por paciente) ou o uso do parafuso de interferência (1 parafuso por paciente). Considerar que pode haver diversas lesões num mesmo ombro (ex: manguito + Bankart), portanto a descrição da técnica cirúrgica a ser utilizada é fundamental para a correta análise da quantidade de materiais. Considerar ainda que algumas lesões podem ser identificadas na artroscopia e não aparecer nos exames pré-operatórios ou vice-versa. Portanto, a correlação entre a quantidade final de implantes utilizados e o laudo da cirurgia também é importante. • bursite periarticular ou tendinopatias; • dor referida da bacia, fêmur ou coluna; • artrites inflamatórias. Uma história clínica e um bom exame físico deverão diminuir as incertezas sobre os diagnósticos diferenciais. A sistematização da história clínica, avaliando o sintoma doloroso pela sua localização, pelo tempo de evolução (se aguda ou crônica), se traumática ou não, pela correlação com a idade do paciente, poderá facilitar a obtenção de um diagnóstico e a escolha, quando indicado, de um exame por imagem ou laboratorial. Os especialistas, tanto da ortopedia quanto da reumatologia, têm suficiente habilidade para o diagnóstico utilizando apenas os dados da história clínica e do exame físico na maioria dos pacientes e, se necessário, poderão ser referenciados. Nos casos de dor aguda e suspeita de fratura, as “regras de Ottawa” para o joelho orientarão as decisões sobre quais casos necessitarão de uma avaliação radiográfica. Estas regras estabelecem que, após lesão aguda, o exame de radiografia do joelho somente deve ser obtido para os pacientes que apresentem um ou mais dos seguintes critérios: • idade 55 anos; • sensibilidade isolada da patela (sem outra sensibilidade óssea do joelho); • sensibilidade na cabeça da fíbula; Imagem - Dor no joelho AUTOR: Valfredo da Mota Menezes 1. INTRODUÇÃO Cerca de um terço dos pacientes que buscam apoio médico ambulatorial com problema musculoesquelético apresenta dor no joelho. A grande maioria desses é composta por pessoas que praticam alguma atividade física. Estudos demonstram que 54% dos 2| atletas apresentaram algum grau de dor no joelho durante o ano. Pela complexidade da estrutura articular e pela gama de possibilidades de lesões, que podem variar com a idade e com as atividades do paciente, a avaliação dos casos de dores no joelho pelo médico não especialista poderá representar um desafio. Na maioria dos casos, a dor no • incapacidade de flexionar o joelho em 90°; • incapacidade de suportar o peso (seja imediatamente após o trauma ou durante o exame) durante quatro passos, independente de mancar (isto é, incapaz de transferir o peso para cada um dos membros inferiores por duas vezes). 6. CONCLUSÕES Avaliação por exame de imagem: O exame por imagem é um auxiliar valioso na confirmação diagnóstica de patologias dolorosas do joelho (traumáticas ou não), tanto em pacientes adultos quanto em crianças e adolescentes. A história clínica e o exame físico deverão orientar o médico assistente sobre a necessidade do exame. Nos casos de dor por trauma, as regras de Ottawa para o joelho devem ser seguidas antes de qualquer solicitação de exame radiológico. Em qualquer caso, o RX simples deve ser a primeira opção. Exames complementares de ressonância magnética ou tomografia computadorizada só devem ser acrescidos quando o estudo por RX simples for inconclusivo ou quando necessários para mudança de tratamento. 7. RECOMENDAÇÕES 1. Trauma agudo do joelho: • seguir as regras de Ottawa e só pedir RX se o paciente apresentar um ou mais dos critérios; • se o RX mostrar fratura do platô tibilem em um paciente com sensibilidade focal, derrame ou incapaciedade de suportar o peso, o exame adicional deve ser a tomografia computadorizada; • se o RX mostrar fratura de Segond em um paciente com sensibilidade focal, derrame ou impossibilidade de suportar o próprio peso, o exame adicional deve ser a ressoânancia magnética; • nos casos de trauma significante (acidentes de viação), tanto o RX quanto a ressonância e a artrografia podem ser indicadas. (Avaliar lesões neurovasculares). 2. Dor não traumática: • o exame indicado é o RX simples na maioria dos casos; • a ressonância deve ser solicitada quando a dor for persistente e o RX for inconclusivo; • nos casos de suspeita de osteoartrite ou de artrites o exame indicado é o RX simples; • nos casos de suspeitas de bursites, tendinites, distensões e tendinoses, o exame indicado é a ressonância magnética; • nos transtornos articulares internos sem melhora com tratamento conservador está indicado o RX simples. Se o RX não for diagnóstico e o paciente não melhorar após tratamento, está indicado o exame por ressonância magnética. |3 ERRATA Ao contrário de um trecho da matéria “SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA DOMICILIAR”, publicada na Edição 45 (Julho) do Evidência Médica, o correto é: Fluxograma da prestação da assistência ou internação domiciliar Critérios Psicossociais de Elegibilidade 1. Aprovação da família e do paciente, especialmente no que se refere às regras que regem a assistência domiciliar; 2. Necessidade de um cuidador hábil, disponível 24 horas/dia; com o paciente, tais como higiene, alimentação, mudança de decúbito, troca de fraldas, banho e companhia afetiva, deverá ser realizado pelo cuidador do paciente e, principalmente, pela família. Critérios de Inelegibilidade: 3. Residência compatível para assistência domiciliar, suprimento, água potável, energia elétrica, meio de comunicação de fácil acesso e ambiente com janela, específico para o paciente; 4. Facilidade de acesso ao domicílio para veículos e ambulância; 5. Domicílio dentro da área de cobertura do SAD - Perímetro Urbano de Cuiabá e Várzea Grande; 6. Capacidade de enfrentamento afetivo da situação, de modo psicodinamicamente eficaz; 1. Falta de cuidador, cuidador analfabeto, menor de 18 anos ou maior de 65 anos; 2. Paciente com drenos de tórax; 3. Falta de condições físicas e estruturais na residência; 4. Recusa do paciente na aceitação do plano terapêutico proposto pelo SAD (lucidez preservada); 5. Recusa dos familiares na aceitação do plano terapêutico proposto pelo SAD; 6. Instabilidade do quadro clínico nas últimas 24 horas (oscilação de sinais vitais em 30% ou mais); 7. Disponibilizar um telefone no domicílio para contato com a sede do SAD ou da central de emergências nos casos de intercorrências com os pacientes; 7. Pós-operatório imediato (24 horas iniciais); 8. Ter conhecimento que todo o cuidado 3. Pacientes com distúrbios mentais graves. 2. Pacientes com dieta parenteral; Os trabalhos completos encontram-se no site www.unimedcuiaba.com.br, na área restrita do cooperado. Conselho de Administração Presidente: João Bosco de Almeida Duarte Vice-presidente: Rubens Carlos de Oliveira Júnior Diretor Financeiro: Douglas Alberto de Arruda Gomes Diretor Secretário: Renato de Melo Diretora de Mercado: Kátia Gomes Bezerra de Oliveira 4| Comissão Técnica Augusto César Régis de Oliveira, Gilson Márcio da Costa, Jazon Baracat de Lima, Osvanio Salomão Pimenta, Salim Joandat Salim, Salvino Teodoro Ribeiro Comitê Educativo Elton Hugo Maia Teixeira, Fábio Liberali Weissheimer, Lillian Sanchez Lacerda Moraes Comissão de Defesa Cooperativista Ademir Capistrano, Miguel Angel Claros Paz, Vivaldo Naves Conselho Fiscal Antonio Carlos Carvalho Reinners Erleno Pereira de Aquino Newton Flávio Fernandes Tafuri Produção: Pau e Prosa Comunicação Edição: Regina Deliberai Trevisan Editoração eletrônica: Jefferson Belmonte (65) 3664-3300 www.paueprosa.com.br [email protected] PABX: (65) 3612-3100 SAC 24 horas 0800-6473008 para surdos 0800-6473110