Recomendações da Câmara Técnica Nacional de Medicina Baseada em Evidências do Sistema Unimed Substituto cutâneo bio-sintético Matriz de regeneração dérmica 1 Recomendações da Câmara Técnica Nacional de Medicina Baseada em Evidências do Sistema Unimed I – Elaboração Final: 11/09/07 II – Autores: Dra. Christiane Guilherme Bretãs**, Dra. Célia Maria da Silva**, Dra. Lélia Maria de Almeida Carvalho**, Dra. Sandra de Oliveira Sapori Avelar**, Bibliotecária – Mariza Cristina Torres Talim**, Dra. Izabel Cristina Alves Mendonça*, Dra. Silvana Márcia Bruschi Kelles*, Dr Alexandre Pagnoncelli∗, Dr Carlos Augusto Cardim de Oliveira*, Dra Claudia Regina de O. Cantanheda*, Dr Jurimar Alonso*, Dr Luiz Henrique P. Furlan*, Dra Silvana M Bruschi Kelles*, Dr Valfredo de Mota Menezes*. Declaração de isenção de conflito de Interesses Os membros da Câmara Nacional de Medicina Baseada em Evidências declaram que não mantêm nenhum vínculo empregatício, comercial ou empresarial, ou ainda qualquer outro interesse financeiro com a indústria farmacêutica ou de insumos para área médica. Todos os membros da Câmara Nacional de Medicina Baseada em Evidências trabalham para o Sistema Unimed. III – Previsão de Revisão: ___ / ___ / _____ IV – Tema: Substituto cutâneo bio-sintético - Integra®. Matriz de regeneração dérmica V – Especialidade Envolvida: Cirurgia Plástica VI – Questão Clínica: Existem benefícios no uso do Integra®? O uso do Integra® é custo-efetivo? VII – Enfoque: Tratamento e reabilitação * Membro da CTNMBE ** Membro da Câmara Estadual de MBE 2 Recomendações da Câmara Técnica Nacional de Medicina Baseada em Evidências do Sistema Unimed VIII – Introdução: O Integra® é um substituto cutâneo temporário, composto de matriz biodegradável, bilaminar, de colágeno bovino e glicosaminoglicana de tubarão (condroitina-6-sulfato), com capa de silicone, que se destina à cobertura cutânea e à regeneração da derme. É utilizado no tratamento da fase aguda de grandes queimados, em correções de retrações cicatriciais importantes póstrauma, extensas perdas cutâneas traumáticas e em exérese de nevo congênito gigante, como preparação para o enxerto de pele. Dentre as suas ações podem ser citadas: • promoção do crescimento celular e da síntese de colágeno • controle da perda de fluidos • proteção mecânica 1. Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras, no Brasil ocorre um milhão de casos de queimaduras a cada ano, sendo que 30% em crianças. Dentre eles, 200 mil são atendidos em serviços de emergência e 40 mil demandam hospitalização. As queimaduras estão entre as principais causas externas de morte registradas no Brasil, perdendo apenas para outras causas violentas, que incluem acidentes de transporte e homicídios2. Pode haver complicações tardias como retrações cicatriciais, quelóides e cicatrizes hipertróficas, que em muitos casos podem causar deformações e incapacidade. Nas crianças o crescimento contínuo acelera as retrações, podendo causar deformações esqueléticas e déficits funcionais. O nevo congênito está presente em aproximadamente 1% dos recémnascidos, sendo que as lesões classificadas como nevo gigante (maiores que 10 cm) são condição mais rara (1:20.000 nascimentos), porém com risco de 5 a 12% de degeneração maligna. Deve-se considerar, também, a possibilidade de acometimento neurológico por comprometimento das meninges nas lesões de couro cabeludo e as implicações psicológicas devido ao aspecto estético3. IX – Metodologia: 3 Recomendações da Câmara Técnica Nacional de Medicina Baseada em Evidências do Sistema Unimed • Fonte de dados: Biblioteca Virtual em Saúde-BVS (LILACS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane), PubMed. • Palavras-chaves: Burns, Skin replacement, Congenital Nevi, Substituto Cutâneo. • Desenhos dos estudos buscados: revisões sistemáticas; ensaios clínicos controlados e randomizados. • Período pesquisado: 1986 a 2007. • População incluída e excluída: Pacientes com grandes queimaduras, perda traumática de tecidos cutâneos e com nevo congênito gigante. • Resultados da busca bibliográfica: - Estudos clínicos em humanos - Estudos randomizados: 1 - Estudos não randomizados: 1 ensaio clínico, 3 séries de casos, 1 estudo transversal, 1 análise de custo, 2 revisões narrativas - Metanálises e revisões sistemáticas: 1 O grau de recomendação tem como objetivos dar transparência às informações, estimular a busca de evidência científica de maior força e auxiliar a avaliação crítica do leitor, o responsável na tomada de decisão junto ao paciente. Nível de Evidência Científica por Tipo de Estudo - “Oxford Centre for 12 Evidence-based Medicine” - última atualização maio de 2001 Grau de Nível de Tratamento/ Recomendação Evidência Prevenção – Etiologia Diagnóstico 4 Recomendações da Câmara Técnica Nacional de Medicina Baseada em Evidências do Sistema Unimed Revisão Sistemática (com 1A Revisão Sistemática (com homogeneidade) homogeneidade) de Ensaios Clínicos Controlados e de Estudos Diagnósticos nível 1 Critério Randomizados Diagnóstico de estudos nível 1B, em diferentes centros clínicos A 1B 1C 2A Ensaio Clínico Controlado e Randomizado com Intervalo de Confiança Estreito Coorte validada, com bom padrão de referência Critério Diagnóstico testado em um único centro clínico Resultados Terapêuticos do tipo “tudo ou Sensibilidade e Especificidade nada” próximas de 100% Revisão Sistemática (com homogeneidade) de Estudos de Coorte Revisão Sistemática (com homogeneidade) de estudos diagnósticos de nível > 2 Coorte Exploratória com bom padrão de 2B Estudo de Coorte (incluindo Ensaio Clínico Randomizado de Menor Qualidade) Referência Critério Diagnóstico derivado ou validado em amostras fragmentadas ou banco de dados B Observação de Resultados Terapêuticos 2C (outcomes research) Estudo Ecológico 3A Revisão Sistemática (com homogeneidade) de Estudos Caso-Controle Revisão Sistemática (com homogeneidade) de estudos diagnósticos de nível > 3B Seleção não consecutiva de casos, ou 3B Estudo Caso-Controle padrão de referência aplicado de forma pouco consistente C D 4 5 Relato de Casos (incluindo Coorte ou Estudo caso-controle; ou padrão de Caso-Controle de menor qualidade) referência pobre ou não independente Opinião desprovida de avaliação crítica ou baseada em matérias básicas (estudo fisiológico ou estudo com animais) X – Principais estudos encontrados: a) Heimbach e colaboradores1 realizaram estudo clínico, multicêntrico, controlado e randomizado utilizando a derme artificial em pacientes hospitalizados com queimaduras extensas e com risco de vida. Os pacientes receberam os dois tipos de tratamento, em sítios diferentes. Inicialmente foram randomizados 149 pacientes, sendo que seis morreram antes da determinação dos resultados e 37 tiveram alguma violação do protocolo com conseqüente exclusão. Para avaliação do estudo foram examinados 106 pacientes com 136 sítios de lesão. Destes, 14 5 Recomendações da Câmara Técnica Nacional de Medicina Baseada em Evidências do Sistema Unimed pacientes morreram após a “pega” ser determinada, 10 foram excluídos por razões logísticas, por perda de toda derme artificial e por não terem sido acompanhados em longo prazo. Assim, 82 pacientes restaram para avaliação em longo prazo. Cinqüenta e nove pacientes foram acompanhados por nove meses e 26 por um ano. A “pega” média do enxerto após a derme artificial foi de 62% comparada com 79% da “pega” do grupo controle. Houve variação dos resultados em cada centro avaliado, possivelmente relacionada com a curva de aprendizagem. Quando comparado com o enxerto autógeno, o enxerto após a derme artificial não teve uma “pega” melhor, o que também ocorreu quando comparado com um homo-enxerto. Grau de evidência e nível de recomendação: B-2B Comentário dos revisores: Os autores não explicam como foi feita a randomização. Uma vez que todos os pacientes receberam os dois tipos de tratamento, fica subentendido que houve randomização dos sítios de lesões, o que pode levar a um viés na avaliação dos resultados. Não há relato das razões da exclusão de 24% dos pacientes no início do estudo, o que prejudica a avaliação do resultado do trabalho. Dentre os 10 pacientes excluídos no decorrer do estudo, alguns tiveram perda total da derme artificial e não foram incluídos na avaliação final do acompanhamento em longo prazo. OBS: bibliografia enviada pelo solicitante. b) Frame e colaboradores4 fizeram avaliação multicêntrica, retrospectiva, através de questionário padronizado, de pacientes com indicação de correção de retrações, seja por dor, diminuição da mobilidade ou disfunção. Foram avaliados 89 pacientes com 127 sítios de liberação de retração, submetidos à aplicação da matriz de regeneração da derme (Integra®) e posteriormente à enxerto de pele autógeno. Em 76% dos sítios avaliados houve uma avaliação satisfatória pelos médicos e em 82% pelos pacientes. Houve falha na utilização do Integra® em 2%. Não houve recorrência das retrações em 75% dos sítios, mas quando presente foi mais freqüente nas mãos. O único preditor pré-operatório de resultado foi a idade da cicatriz, sendo que as cicatrizes mais antigas (>12 meses ) tiveram melhor 6 Recomendações da Câmara Técnica Nacional de Medicina Baseada em Evidências do Sistema Unimed avaliação por parte dos médicos e dos pacientes e menor probabilidade de recorrência. Grau de evidência e nível de recomendação: B-2B Comentário dos revisores: Este estudo foi patrocinado pela Integra LifeScience Corporation. OBS: bibliografia enviada pelo solicitante. c) Moiemen e colaboradores5 realizaram estudo de avaliação clínica e histológica seriada, que analisou 20 pacientes, submetidos a 36 procedimentos de reconstrução cirúrgica com uso do Integra®. O resultado clínico, avaliado através de preenchimento de questionários, mostrou melhora funcional e estética. O resultado histológico demonstrou o processo de migração celular, da revascularização, e que o novo colágeno sob a proteção da derme artificial (Integra®) é indistinguível do colágeno da derme normal. Comentário dos revisores: Série de casos. OBS: bibliografia enviada pelo solicitante. d) Wolter TP et al 6 relataram caso de paciente vítima de acidente industrial com perda da pele do braço até o punho esquerdo. Foi colocado o Integra®, que permaneceu por 22 dias, até ser realizado o enxerto. Após seis meses de seguimento o paciente apresentava boa função motora do antebraço, pele flexível e sem cicatriz hipertrófica. Grau de evidência e nível de recomendação: C-4 Comentário dos revisores: Relato de caso. OBS: bibliografia enviada pelo solicitante. e) Jeschke e colaboradores7 fizeram estudo para avaliar uma nova técnica cirúrgica de reconstrução de lesões agudas e crônicas, utilizando o Integra® combinado com a cola de fibrina e o tratamento com pressão negativa. O objetivo era avaliar se havia melhor resultado na taxa de “pega” do Integra® e diminuição do intervalo até o enxerto, com o uso da cola de fibrina e pressão negativa. Foram 7 Recomendações da Câmara Técnica Nacional de Medicina Baseada em Evidências do Sistema Unimed avaliados 12 pacientes, divididos em dois grupos iguais; um grupo submetido ao tratamento convencional com o uso do Integra® seguido de enxerto de pele e o outro grupo utilizando a cola de fibrina e o Integra®, com pressão negativa. Um paciente não pôde ser submetido à terapia de pressão negativa devido à extensão lesão. No grupo do tratamento associado houve melhor taxa de “pega” e diminuição significativa do intervalo de tempo até a realização do enxerto. Grau de evidência e nível de recomendação: B-2B Comentário dos revisores: O estudo apresentou duas variáveis, a cola de fibrina e o tratamento com pressão negativa, sem que houvesse grupo controle. Assim não é possível atribuir o desfecho à uma variável ou outra. Integra® foi empregado em ambos os grupos, portanto não houve grupo controle para a intervenção estudada. OBS: bibliografia enviada pelo solicitante. f) Voigt e colaboradores8 fizeram um estudo, retrospectivo, para análise de custo, que identificou pacientes com lesões crônicas e semelhantes submetidos ao tratamento com o Integra® ou ao tratamento convencional com o enxerto de pele. Os dados foram obtidos através dos prontuários dos pacientes, sendo avaliado todo o custo hospitalar, desde remuneração médica, medicação, diárias, curativos, e o custo extra-hospitalar (centros de curativos). Os resultados encontrados não mostraram significância estatística na diferença das despesas dos pacientes, no tempo de cura, no uso de narcóticos ou de antibióticos. Os autores observaram menor recidiva com o integra® e maior satisfação dos pacientes. Os autores concluíram que o Integra® é uma alternativa economicamente viável no tratamento de lesões crônicas. Comentário dos revisores: O estudo foi solicitado e patrocinado pela Johnson & Johnson. A análise de custo realizada em outros países não é adequada à realidade brasileira. OBS: bibliografia enviada pelo solicitante. 8 Recomendações da Câmara Técnica Nacional de Medicina Baseada em Evidências do Sistema Unimed g) Heitland e colaboradores9 fizeram uma avaliação de seis anos de uso do Integra® em 15 centros de tratamento de queimados na Alemanha, através de questionários, na tentativa de estabelecer uma diretriz para o seu uso. O questionário abordava a indicação, abordagem pré, intra e do pós-operatório, tratamento em longo prazo e custo-efetividade do Integra ®. Houve uma redução de mais de 20% do número de centros que utilizavam o produto, tanto pelos resultados desfavoráveis como pelo alto custo. O autor estabeleceu que a indicação para o uso do Integra® seria para pacientes com grandes áreas de queimaduras de 3º grau e reconstrução pós traumática, devendo ser aplicado na 1ª semana pós trauma após desbridamento radical, necessária avaliação cuidadosa para identificar infecções precocemente e troca diária de curativos. Grau de evidência e nível de recomendação: B-2C Comentário dos revisores: Ensaio não controlado, retrospectivo. OBS: bibliografia enviada pelo solicitante. h) Shakespeare PG10 fez uma análise de vários estudos sobre os substitutos de pele no tratamento das lesões por queimaduras. A sua proposta era avaliar como os substitutos de pele serão utilizados na prática clínica, as dificuldades no seu manuseio e suas desvantagens. O autor fez avaliação de cinco tipos diferentes de substitutos de pele, encontrou poucos critérios para o uso destes materiais e não observou boa relação custo-efetividade. Grau de evidência e nível de recomendação: C-4 i) Por solicitação do Ministério da Saúde, o Centro Cochrane do Brasil realizou revisão sistemática dos substitutos de pele e não foram encontradas evidências disponíveis e suficientes para indicar o seu uso, qualquer que seja. Foi recomendada a manutenção de estratégias consideradas tradicionais11. Grau de evidência e nível de recomendação: B-2A 9 Recomendações da Câmara Técnica Nacional de Medicina Baseada em Evidências do Sistema Unimed XII – Simulação de Custos: Matriz de Regeneração Dérmica - Integra - 10 cm x 12,5 cm = R$11.761,00; Matriz de Regeneração Dérmica - Integra - 10 cm x 25 cm = R$20.810,00; Matriz de Regeneração Dérmica - Integra - 20 cm x 25 cm = R$32.863,00. Em 2006 foram internados 09 pacientes pela Unimed BH com queimaduras ou seqüelas de queimaduras que seriam potenciais candidatos ao uso do Integra®. Não é possível prever quantas unidades da matriz seriam utilizadas por não termos descrição clínica das lesões. XIII – Recomendação final: O GATS não encontrou evidências suficientes para apoiar a incorporação do substituto de pele (Integra®) XIV – Bibliografia: 1. Heimbach D, Luterman A, Burke J, Cram A, Herndon D, Hunt J et al. Artificial dermis for major burns. A multi-center randomized clinical trial. Ann. Surg 1988; 208(3): 313-20 2. Sociedade Brasileira de Queimaduras. Disponível em: http://www.sbqueimaduras.org.br/noticias.htm. Acesso em: 13 jun. 2007. 3. Paschoal F M, Nevo melanocítico congênito. An Bras Dermatol 2002; 77 (6): 649-58. 4. Frame JD, Still J, Lakhel-LeCoadou A, Carstens MH, Lorenz C, Orlet H, et al. Use of dermal regeneration template in contracture release procedures: A multicenter evaluation. Plast Reconstr Surg 2004;113(5): 1330-8. 5. Moiemen NS, Staiano JJ, Ojeh NO, Thway Y, Frame JD. Reconstructive surgery with a dermal regeneration template: clinical and histologic study. Plast Reconstr Surg 2001;108(1): 93-103. 6. Wolter TP, Noah EM, Pallua N, The Use of Integra ® in a Upper Extremity Avulsion Injury. The Britsh Association of Plastic Surgeons 2005; 58: 416-18. 7. Jeschke MG, Rose C, Angele P, Füchtmeier B, Nerlich MN, Bolder U. Development of new reconstructive techiniques: use of Integra in combination with fibrin glue and negative-pressure therapy for reconstruction of acute and chronic wounds. Plast Reconstr Surg 2004;113 (2): 525-30 8. Voigt DW, Paul CN, Edwards P, Metz P, Economic study of collagen-glycosaminoglycan biodegradable matrix for chronic wounds. Wounds 2006: 18 (1) 1-7 10 Recomendações da Câmara Técnica Nacional de Medicina Baseada em Evidências do Sistema Unimed 9. Heitland A, Piatkowski A, Noah EM, Pallua N, Update on the use of collagen/glycosaminoglycate skin substitute – six years of experiences with artificial skin in 15 German burn centers. Burns 2004; 30(5): 471-5. 10. Shakespeare PG. The role of skin substitutes in the treatment of burn injuries. Clin Dermatol 2005; 23(4): 413-8. 11. Ministério da Saúde. Materiais substitutos de pele para tratamento de queimaduras. Relatório do Centro Cochrane do Brasil. São Paulo. Disponível em:http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/materiais_substitutivos_de_pele_para_queim aduras_txt.pdf. Acesso em: 15 jun. 2007. 12. ls of Evidence and Grades of Recommendations - Oxford Centre for Evidence-Based Medicine. Disponível em URL: http://cebm.jr2.ox.ac.uk/docs/old_levels.html Contatos com: Câmara Técnica Nacional de Medicina Baseada em Evidências Viviam Siqueira Goor Fone: (11) 3265-9794 e-mail: [email protected] 11