DIVULGAÇÃO TÉCNICA Sensibilidade a antimicrobianos de bactérias isoladas em otite externa canina. SENSIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS DE BACTÉRIAS ISOLADAS EM OTITE EXTERNA CANINA P.S. Nascente 1, A.R.M. Meinerz 1, R. Santin1, R.O. Faria 2, C.S. Rosa1, L.F.D. Schuch1, M.C.A. Meireles1 Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Veterinária, CP 361, CEP 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. E-mail: [email protected] 1 RESUMO A otite externa é um dos problemas mais comuns apresentados na clínica dermatológica de pequenos animais. A realização de antibiograma para testar os antibióticos disponíveis para o tratamento de otite externa nestes animais é importante para que o mesmo seja específico para o agente etiológico. Neste trabalho foram selecionadas 14 bactérias isoladas de material proveniente de otite externa canina para avaliação frente aos antibióticos: cefalotina, gentamicina, neomicina, norfloxacina, sulfazotrim e tetraciclina através da técnica de difusão em ágar. As bactérias selecionadas foram Serratia sp. (1), Staphylococcus coagulase negativa (4); Staphylococcus coagulase positiva (5), Difteróides (2), Proteus sp. (1) e Pseudomonas (1). Os resultados observados foram classificados como resistente (R), intermediário (I) ou sensível (S). Sete bactérias foram sensíveis a cefalotina, 9 a gentamicina, 8 a neomicina, todas o foram a norfloxacina, 6 ao sulfazotrim e 7 a tetraciclina. Serratia sp. e Pseudomonas sp. foram sensíveis a somente um dos antibióticos testados, indicando a maior dificuldade de tratar as otites causadas por estes micro-organismos. Confirmando que a identificação dos agentes da otite externa é importante para a especificação do produto a ser utilizado. O acompanhamento com o antibiograma prévio ao tratamento da otite bacteriana é fundamental devido ao uso indiscriminado de produtos que possam gerar a resistência dos agentes frente aos antibióticos de uso de rotina na clínica de pequenos animais. PALAVRAS-CHAVE: Otite externa, antibióticos, antibiograma, bactérias. ABSTRACT SUSCEPTIBILITY TO ANTIBIÓTICS FROM BATERIALS ISOLATES OF CANINE EXTERNAL OTITIS. Otitis externa is the most common problem presented to clinicians in dermatologic clinics of small animals. The use of an antibiogram summarizes the susceptibility of microorganisms isolated from otitis externa to usual antibiotics in a defined period of time. In this study, it was isolated 14 bacteria from picked material of canine otitis externa for subsequent evaluation against the following antibiotics: cefalotin, gentamicin, neomycin, norfloxacine, sulfazotrim and tetracycline. The susceptibility assay was carried out with the disc diffusion technique in agar. The isolate species were Serratia sp. (N = 1), Staphylococcus negative coagulase (N = 4); Staphylococcus positive coagulase (N = 5), Difteroides (N = 2), Proteus sp. (N = 1) and Pseudomonas (n = 1). The susceptilibilty results classified the bacteria as resistant (R), of intermediary susceptibility (I) or sensitive (S). Seven bacteria were sensitive to cefalotin, 9 to gentamicin, 8 to neomycin, all to norfloxacine, 6 to the sulfazotrim and 7 to tetracycline. Serratia sp. e Pseudomonas sp. were sensitive only against one of the antibiotics assessed, indicating the great difficulty of treating otitis caused by microorganisms. The accomplishment of previous antibiograma to the treatment of a bacterial external otitis is important once the indiscriminate use of the products for that illness is increasing the resistance of those agents front to the antibiotics of routine use in the clinic of small animals. KEY WORDS: External otitis, antibiotics, antibiograma, bactérias. Estudos da prevalência de doenças em pequenos animais sugerem que as enfermidades de meato acústico são comuns. Como queixa do proprietário, elas apresentam freqüências estimadas que variam de 4,8 2 a 16,5% em cães. Porém a prevalência de otite externa detectada durante o exame clínico pelo profissional veterinário, aumenta para 16 a 25% (HARVEY et al., 2004), estando presente em animais apresentados ao Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. Biológico, São Paulo, v.72, n.1, p.19-23, jan./jun., 2010 19 20 P.S. Nascente et al. clínico com outras patologias, o que confirma a má aptidão do proprietário para detectar a otite externa (GRONO, 1984; HARVEY et al., 2004). A otite externa pode ser conceituada como uma inflamação (aguda ou crônica) do meato acústico externo com o envolvimento de diferentes agentes etiológicos e fatores predisponentes e perpetuantes que se relacionam com a infecção em cães e gatos (WHITE, 1999; MOTTA et al., 2000; LEITE et al., 2003). Muitas vezes, a otite externa é um sintoma de outras doenças e não um diagnóstico definitivo. Esta afecção é mais comum em cães que em gatos, sendo que na espécie felina está relacionada, na maioria das vezes, com etiologia parasitária (HARVEY et al., 2004). As alterações mais comuns vistas na otite externa são: eritema, edema, descamação, crostas, alopecia e pêlos partidos na face interna do pavilhão auditivo. Também podem apresentar alterações no posicionamento da cabeça e dor quando a cartilagem auricular ou a bula timpânica são palpadas (HARVEY et al., 2004). Fatores primários podem causar otite externa, com ou sem a presença de fatores predisponentes ou perpetuantes. Entre as causas primárias estão as bactérias, sendo as mais frequentemente isoladas de casos de otite externa o Staphylococcus intermedius e Streptococcus spp. do grupo gram positivo; e as gram negativas Pseudomonas aeruginosa e Proteus sp. Ainda como fatores primários, estariam os ectoparasitas como Otodectis cynotis, Sarcoptes scabeii, Demodex cati, Notoedris cati, as leveduras, M. pachydermatis e Candida albicans, corpos estranhos, neoplasia otológica, pólipos inflamatórios, desordens de queratinização, distúrbios imunomediados como erupção medicamentosa e hipersensibilidades como atopia, dermatite de contato e alergia alimentar (WOOD; FOX, 1987; E TTINGER;F ELDMAN , 1997; K ISS et al., 1997; GUEDEJAMARRON et al., 1998; WHITE, 1999). Especialmente nas infecções crônicas são relatados os Streptococcus bhemolíticos, Escherichia coli e Bacillus spp., e em menor freqüência está o Streptococcus spp. (BORNARD, 1992; STARONIEWICZ et al., 1995). Embora a otite externa não represente uma ameaça à vida animal, é dolorosa e requer tratamento imediato. Porém, a resposta ao tratamento eleito pode ser complicada devido a etiologias multifatoriais que concorrem para o estabelecimento desta enfermidade. O sucesso no tratamento requer a identificação e, se possível, a eliminação de todos os fatores envolvidos (BALBI; R AMADINHA, 1994). Em decorrência desta diversidade de agentes etiológicos envolvidos em casos de otites em cães, a utilização de exames microbiológicos e testes de sensibilidade antimicrobiana in vitro são medidas indicadas para eleição do tratamento mais adequado que resulte menor índice de recidivas, uma vez que a seleção de medicamentos otológicos específicos tem como base o agente etiológico causador da otite exter- na, o estado do tímpano e a resposta orgânica ao processo nosológico (MOTTA et al., 2000). Casos de insucessos terapêuticos são relatados e ocorrem principalmente quando não são realizados exames auxiliares de diagnóstico como cultura e o antibiograma, sendo os animais tratados com antibióticos inespecíficos e que não tem ação antifúngica (CORREA; CORREA, 1992). O objetivo deste estudo foi testar a sensibilidade de 14 bactérias isoladas de casos de otite externa canina através da realização de antibiograma frente aos antibióticos: cefalotina, gentamicina, neomicina, norfloxacina, sulfazotrim e tetraciclina, segundo a técnica de difusão em ágar, utilizando discos comerciais impregnados com o fármaco. No período de 6 meses foram pesquisados casos de otite externa em cães encaminhados ao Hospital Universitário de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal de Pelotas (HUCV – UFPel) e clínicas particulares, assim como em animais provenientes de canis particulares da Cidade de Pelotas, RS. Durante atendimento dos animais foi realizado exame clínico geral e esses foram avaliados com otoscópio para observação de cerume e/ou eritema no meato acústico para confirmação dos sinais clínicos característicos da otite externa, além da realização da anamnese. Cada animal recebeu uma numeração que foi acompanhada de ficha com data e procedência da coleta, resenha do animal (idade, sexo e raça) e o exame clínico da orelha. Após o exame clínico e otológico dos cães e o preenchimento da ficha do respectivo animal, foi realizada a colheita das amostras de cerume proveniente do meato acústico externo. Esta colheita foi realizada com swab estéril umedecido em solução salina, friccionando-o na porção externa do meato acústico dos cães. Todos os swabs com o material colhido, depois de identificados com o número referente a ficha descritiva do animal, foram enviados imediatamente aos Laboratório de Doenças Infecciosas da Faculdade de Veterinária da UFPel. Das amostras foi realizado exame direto e foram semeadas em ágar sangue e em agar Sabouraud dextrose através da técnica de esgotamento e incubadas por até 48 horas em estufa a 36º C. Logo após isolamento e identificação dos agentes etiológicos, foi realizado antibiograma frente aos antibióticos: cefalotina, gentamicina, neomicina, norfloxacina, sulfazotrim e tetraciclina de 14 bactérias selecionadas: Serratia sp. (1), Staphylococcus coagulase negativa (4); Staphylococcus coagulase positiva (5), Difteróides (2), Proteus sp. (1) e Pseudomonas (1). Este teste foi realizado pelo método de difusão em ágar Muller-Hillton, através da disposição dos discos com cada antibiótico a ser estudado em placas com o meio de cultivo onde previamente foi semeada a bactéria a ser estudada. Biológico, São Paulo, v.72, n.1, p.19-23, jan./jun., 2010 Sensibilidade a antimicrobianos de bactérias isoladas em otite externa canina. Tabela 1 - Descrição dos cães com otite externa estudados no presente trabalho, de acordo com espécie, raça, sexo e idade. N Raça Sexo Idade Bactéria isoladas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 Boxer O.I.Sheep Dog Rotweiller Cocker S. Inglish Cocker S. Inglish Cocker S. Inglish Cocker S. Inglish Poodle Poodle Rotweiller SRD SRD SRD SRD Cocker S. Inglish SRD SRD Poodle Poodle Poodle Cocker S. Inglish Poodle Poodle SRD Daschund Daschund Poodle R. Labrador R. Labrador Sharpey SRD SRD SRD SRD SRD Husky Siberiano SRD Sharpey SRD SRD SRD Poodle SRD SRD Cocker S. Inglish Chow Chow SRD Cocker S. Inglish Poodle F M F F F M M M F M M M F M F F M M M M F M F F M M M F M M M M M F F F F M M F F F F M F F M F M 2ª 3ª 10a 10a 9ª 14ª 14ª 9ª 9ª NI 10m 8ª 3ª NI 1ª 2ª NI 1M 1M 4ª 3a 3ª 11a 13ª 11ª 9a 4A 3a 8a 2a NI 5a 10a 2a 8a NI 9a 7m 2a NI NI 2a NI NI 2a 4a NI 6a 4a Staphylococcus coagulase negativa Serratia sp. Staphylococcus coagulase positiva Staphylococcus coagulase positiva Staphylococcus coagulase negativa Staphylococcus coagulase positiva Proteus sp. Difteróides Staphylococcus coagulase positiva Difteróides Staphylococcus coagulase negativa Staphylococcus coagulase negativa Pseudomonas sp. Staphylococcus coagulase negativa - a- anos; m- meses; NI- Idade não identificada; SRD- sem raça definida; F- fêmea; M- macho. Cada bactéria a ser semeada foi preparada em inóculo ajustado de acordo com o tubo 0,5 da escala de MacFarland em solução salina. Este inoculo foi semeado através de swab pela técnica de Biológico, São Paulo, v.72, n.1, p.19-23, jan./jun., 2010 21 22 P.S. Nascente et al. espalhamento em toda a placa contendo o meio de cultivo. Após a realização do procedimento as placas foram incubadas a 36º C por 24h. Para os difteróides utilizou-se agar Mueller-Hinton acrescido de 5% de sangue ovino e a incubação foi de 48h a mesma temperatura. A leitura do antibiograma foi realizada através da medida dos halos formados ao redor dos discos com antibióticos (TORRES , 2002; T RABULSI ; ALTERTHUM, 2004). O resultado foi expresso como: resistente (R), intermediário (I) ou sensível (S) aos antibióticos, de acordo com a recomendação do fabricante dos discos. De 49 animais com otite externa estudados neste período, selecionou-se 14 em que apenas um agente etiológico bacteriano foi isolado, conforme observado na Tabela 1. Os demais foram descartados do presente estudo por apresentarem otite externa com associação de outro agente etiológico, parasitário, bacteriano ou fúngico. Neste caso foram selecionadas as espécies: Serratia sp. (1), Staphylococcus coagulase negativa (4); Staphylococcus coagulase positiva (5), Difteróides (2), Proteus sp. (1) e Pseudomonas (1). A porcentagem (28,6%) observada de casos de otite externa com um único agente etiológico concorda com KSIAZEK; WAWRYKOWICZ (1995) que encontraram 26,4% de infecção bacteriana, 19,9% de infecção fúngica e 38,2% de infecções mistas (bactérias + fungos). Entretanto, GOULART (1997) observou que em 71,8% dos casos de otite externa foi isolada apenas uma espécie bacteriana, enquanto que 28,2% dos casos apresentavam dois ou mais agentes envolvidos. Das 14 bactérias selecionadas para teste, nove foram sensíveis a cefalotina, onze a gentamicina, 9 a neomicina, todos isolados a norfloxacina, 8 ao sulfazotrim e 6 a tetraciclina, conforme descrito na Tabela 2. Serratia sp. foi resistente apenas a cefalotina, Staphylococcus coagulase negativa apresentaram variações na sensibilidade porém todos foram sensíveis a norfloxacina, todas amostras de Staphylococcus coagulase positiva foram sensíveis a cefalotina, gentamicina e norfloxacina, apresentando variações nos demais. Os Difteróides foram sensíveis a norfloxacina e resistentes a cefalotina, gentamicina, sulfazotrim e tetraciclina, Proteus foi resistente apenas a tetraciclina e Pseudomonas foi sensível apenas a norfloxacina. Em decorrência da diversidade de agentes etiológicos envolvidos em otites de cães e suas variações na sensibilidade a antibióticos, se constata a necessidade da utilização de exames microbiológicos e testes de sensibilidade antimicrobianain vitro como medidas para indicar o tratamento. A seleção de medicamentos otológicos específicos deve ter como base o agente etiológico causador da otite externa (Guene et al., 1990). A realização de antibiograma prévio ao tratamento de uma otite externa bacteriana é importante uma vez que o uso indiscriminado dos produtos para essa enfermidade vem aumentando a resistência desses agentes patógenos frente aos antibióticos de uso rotineiro na clínica de pequenos animais. Poucos estudos avaliam a sensibilidade de agentes bacterianos causadores de otite externa frente aos antibióticos mais comumente utilizados na rotina da clínica de pequenos animais. Porém entre esses estudos, MOTTA et al. (2000) observaram que 100% das amostras de Staphylococcus spp. apresentaram sensibilidade à gentamicina e cefalexina, 75% mostraramse sensíveis ao cloranfenicol e 62,5% à ampicilina. Tabela 2 – Distribuição das 14 bactérias selecionadas para teste frente a antibióticos conforme sensibilidade ou resistência. Bactéria/Antibiótico Serratia sp. Staphylococcus cn Staphylococcus cn Staphylococcus cn Staphylococcus cn Staphylococcus cp Staphylococcus cp Staphylococcus cp Staphylococcus cp Staphylococcus cp Difteróides Difteróides Proteus sp. Pseudomonas sp. Cefalotina Gentamicina R R S S S S S S S S R R S R S R S S S S S S S S R S S R Neomicina S R S S S S S S I S I S I R Norfloxacina Sulfazotrim Tetraciclina S S S S S S S S S S S S S S S R S S R S S S S R R R S R S R S R R S S S R S R R R R S- sensível; R- resistente; I- intermediário. Biológico, São Paulo, v.72, n.1, p.19-23, jan./jun., 2010 Sensibilidade a antimicrobianos de bactérias isoladas em otite externa canina. MOTTA et al. (2000) observaram ainda que a gentamicina foi a droga que apresentou melhores resultados (96,48%) tanto para amostras Gram-positivas quanto para Gram-negativas. No presente estudo, 21,43% (3/14) das bactérias avaliadas foram resistentes a gentamicina. Todas as bactérias foram sensíveis a norfloxacina utilizada aqui como representante do grupo das fluoroquinolonas. Apesar de existir uma grande dificuldade de se fazer uma leitura interpretativa do antibiograma frente às fluoroquinolonas, já que há diferenças na atividade de distintos membros deste grupo em seus sítios de ação (DNA-girase e topoisomerase IV), especialmente frente aos Staphylococcus sp., a norfloxacina é descrita como uma da formulações menos ativas (TORRES, 2002). Não existe um único agente antimicrobiano ou tratamento que seja perfeito. O clínico deve prescrever o tratamento para cada meato acústico de acordo com o efeito desejado e agente causador. Preparações designadas para otite externa canina, usualmente contêm vários produtos. Segundo MERCHANT ; GRIFFIN (1996), a terapia sistêmica deve ser reservada para casos graves e/ou crônicos de otite externa, ou seja, todos os casos devem ser tratados com terapia local e os mais graves também com medicação geral. Os antibacterianos sempre são indicados na sua forma tópica se bactérias estiverem presentes, seja de forma primária ou secundária. Em decorrência da diversidade de agentes etiológicos envolvidos em otites de cães, a utilização de exames microbiológicos e posteriormente testes de sensibilidade antimicrobiana in vitro são medidas indicadas antes da eleição do tratamento, pois esta diversidade microbiológica pode ter diferentes respostas frente ao medicamento a ser utilizado. REFERENCIAS BALBI, M.; RAMADINHA, R.A.R. Citologia otológica – um importante método de apoio ao diagnóstico das otites em cães In: CONGRESSO BRASILERO DA ANCLIVEPA, 16., 1994, Goiânia. Anais. Goiânia, 1994. BONARD, V. Bacteriology and mycology of external otitis in dogs. Schweizer Archiv fur Tierheilkund, v.134, n.4, p.341-348, 1992. ETTINGER, S.J. Tratado de medicina interna veterinária. 3.ed. Barueri: Manole, 1992. v.4. GOULART, C.S. 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Recebido em 8/4/09 Aceito em 2/12/09 Biológico, São Paulo, v.72, n.1, p.19-23, jan./jun., 2010 23