universidade federal do piauí

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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI
SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
EDILSON GOMES DE OLIVEIRA
A ESPIRITUALIDADE NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE CRÍTICO EM UNIDADE
DE TERAPIA INTENSIVA
Brasília - DF
2014
EDILSON GOMES DE OLIVEIRA
A ESPIRITUALIDADE NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE CRITICAMENTE
DOENTE EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Terapia Intensiva, do Instituto
Brasileiro de Terapia Intensiva, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em
Terapia Intensiva.
Orientador: Prof. M.e Marttem Costa de Santana
Brasília - DF
2014
EDILSON GOMES DE OLIVEIRA
A ESPIRITUALIDADE NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE CRITICAMENTE
DOENTE EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Terapia Intensiva, do Instituto
Brasileiro de Terapia Intensiva, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em
Terapia Intensiva.
Aprovada em: 27 de julho de 2014.
BANCA EXAMINADORA
Prof. M.e Marttem Costa de Santana
Universidade Federal do Piauí – UFPI
Presidente (Orientador)
Prof. Dr. Douglas Ferrari
Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI/PPGTI
Examinador
Prof.ª M.a Vicença Maria Azevedo de Carvalho Gomes
Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI/PPGTI
Examinadora
Dedico este trabalho a Deus, fonte de todo
Amor e Sabedoria com quem me inspiro todos
os dias para fortalecer a minha Espiritualidade.
AGRADECIMENTOS
A minha família, pai, mãe e irmãos, em especial a minha esposa, “Lourinha”, meu
Amor, pessoas ímpares, sem comparações, sem igual e base de tudo.
Um Agradecimento especial e relevante ao meu Orientador, Exemplo de Profissional e
acima de tudo Amigo, Prof. M.e Marttem Costa de Santana, pelo apoio sempre constante e
compreensão em todos os momentos da minha formação acadêmica, me orientando desde a
Graduação.
Aos meus filhos e filhas na fé pela compreensão nas minhas ausências durante minha
jornada de Formação no Mestrado. Aos meus irmãos e irmãs em Cristo pelas orações a mim
dispensadas durante esse período.
A Melina Caldeira e Família pela receptividade e auxílio durante os encontros do
mestrado em Brasília. Obrigado Mel por tudo, Te Amo.
Ao Prof. Dr. Douglas Ferrari, Presidente da SOBRATI, pela confiança e apoio
conferidas a mim durante o Mestrado.
Obrigado, meu Deus, por tudo! Que o Nome do Senhor Cresça e o meu Diminua. Te
Amo meu Deus. Shalom. Deus é Fiel!
[...] Se os profissionais de saúde, ao invés de
se colocarem na impossível tarefa de árbitros
da existência final, trocassem o papel de
“curar”, por cuidar, baseados no contato entre
seres humanos, despidos das defesas e
convenções que os protegem, se tolerassem a
consciência do pouco poder que se tem frente
à imprevisibilidade da vida, das muitas
doenças implacáveis que acenam para o limite
humano, se, frente à morte, compreendessem
sua restrita função de assistentes, de
facilitadores desta passagem talvez pudessem
desenvolver uma escuta do outro e
principalmente de si mesmos (EIZIRIK;
KAPCZINSKI; BASSOLS, 2001).
RESUMO
A espiritualidade é um aspecto importante para quem se encontra em excelente estado de
bem-estar biopsicossocial e, também, para quem vivencia uma doença grave na unidade de
terapia intensiva (UTI) ou está próximo da morte. O desenvolvimento ativo da espiritualidade
auxilia no enfrentamento e na aceitação da dor e do sofrimento, ao imprimir significado a
cada um eles. Esta pesquisa tem como questão de partida: Como se vivencia a espiritualidade
na relação profissional-paciente em Unidades de Terapia Intensiva? Propõe-se uma reflexão
neste estudo a fim de amenizar o sofrer, evitar complicações e desespero, proporcionando
mecanismos de adaptação e superação e com base nesta questão central, a investigação tem
como objetivo geral: Investigar, nas produções científicas disponíveis na literatura nacional
brasileira, como se vivencia a espiritualidade na relação profissional-paciente em Unidades de
Terapia Intensiva e como se qual a resposta para essa espiritualidade. Para tanto, escolhemos
como objetivos específicos: 1) Identificar as evidências científicas disponíveis na literatura
sobre a espiritualidade; 2) Refletir sobre a importância da espiritualidade na assistência aos
pacientes criticamente enfermos admitidos em Unidade de Terapia Intensiva; 3) Discutir a
relevância da interação entre o binômio profissional-paciente com vistas ao restabelecimento
do paciente em estado grave através da espiritualidade. Trata-se de uma pesquisa descritiva,
de abordagem qualitativa, do tipo revisão de literatura obtida através de bases de dados da
Bireme. Realizamos a seleção dos artigos nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2014,
usamos o acesso on-line às três bases de dados: Literatura Latino-Americana em Ciências de
Saúde (LILACS), National Library of Medicine and National Institutes of Health
(MEDLINE) via PubMed e Scientific Eletronic Library (SCIELO). Realizou-se o cruzamento
dos seguintes descritores controlados, presentes nos Descritores em Ciências da
Saúde/Medical Subject Headings (DeCS/Mesh): “Unidades de Terapia Intensiva”,
“Espiritualidade” e “Relações Profissional-Paciente”. Procuramos reconhecer o fenômeno,
espiritualidade, na interação profissionais de saúde e paciente. Selecionamos cinco artigos
científicos, uma dissertação e uma tese que atendessem à questão de pesquisa, tendo como
critérios de inclusão: textos brasileiros, redigidos em português e na íntegra, que
demonstrassem a temática em questão; publicados e indexados nas bases de dados entre os
anos de 2005 a 2013 de acesso online e gratuito. Para a análise dos dados utilizamos o método
de análise de conteúdo observando as recomendações de Bardin (1979). Desta forma, a
análise de conteúdo se processou com reflexões sobre as narrativas dos profissionais de saúde,
obedecendo à totalidade das mesmas, sobre as vivências e particularidades desenvolvidas em
sua prática em relação à espiritualidade. Percebeu-se que a espiritualidade envolvendo o
profissional de saúde e paciente sob cuidados intensivos e de fundamental e importância e
com isso, destacam-se: a espiritualidade já atua nos registros profissionais, espiritualidade se
comporta como fator preditivo de bem-estar e suporte social em outras doenças crônicas, A
espiritualidade fortalece o ser humano para que supere os desafios diante dos percalços da
vida. Espiritualidade esteja relacionada com aquelas qualidades do espírito humano – tais
como amor e compaixão, paciência e tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção
de responsabilidade, noção de harmonia – que trazem felicidade tanto para a própria pessoa
quanto para os outros. Nota-se que a escolha de determinada alternativa de tratamento
intensivo dentre outros igualmente desejáveis, envolve o uso da reflexão, de negociação, da
humanização do cuidado e da assistência livre de riscos, agravos e negligências.
Palavras-chave: Unidades de Terapia Intensiva. Espiritualidade. Relações ProfissionalPaciente.
ABSTRACT
This research aims to study the written record of kindergarten teachers as a narrative that
allows reflection in / on the pedagogical practice. The research center aims: to investigate the
levels of reflections leveraged from written records about the pedagogical practice of
preschool teachers. So, we chose as specific objectives: 1) to characterize the pedagogical
practice of kindergarten teachers the light of their written records, 2) identify the types of
written records of teachers in early childhood education, and 3) identify whether the written
records teachers of early childhood education are tools for reflection on teaching practice. The
study is justified, therefore, for teachers to foster understanding about their practices through
written records, as tools that promote self-knowledge, self-education and teacher reflection,
aiding the reworking of being a teacher in early childhood education. The relevance of the
study in this regard stems from their contributions to the development of narrative and
reflexivity about the pedagogical practice of preschool teachers. To fulfill the intent of the
research regarding the theoretical and methodological aspects, the study was based on
research addressing the pedagogical practice in early childhood education. To contextualize
the object of study, research is anchored in contributions: Krammer (1994, 1996, 2011),
Oliveira-Formosinho e Azevedo (2002), Del Priore (2000), Corsino (2009), Kuhlmann Jr.
(2011), Ostetto (2000, 2010), Bassedas, Huguet e Solé (1999), Paige-Smith e Craft (2010),
among others. This is a qualitative study of descriptive, narrative developed through research.
Regarding the design of the methodological approach is embodied in the research of Bauer
and Gaskell (2000), Larrosa (2004, 2010), Clandinin and Connelly (2000, 2011), Dominicé
(2010), Josso (2010), Souza (2006) for example. In the production data were used: daily
practice, narrative interview and observation. The study narrative developed in dialogue with
four kindergarten teachers SESC - Educational Center Floriano / IP. To analyze the data
produced, we used the technique of content analysis of the narrative, as suggested by Poirier,
Valladon-Clapier and Raybaut (1999). Data organization includes three (03) lines of analysis,
so-called: Axis 01 - Characterisation of teaching practice in early childhood education; Shaft
02 - Types of written record of kindergarten teachers; Shaft 03 - The written record levels and
reflection in / on the pedagogical practice. The completion of the study has the merit of
enhancing the teaching self-awareness, through the exercise of reflection on the act and about
being a teacher, promoting self-education. The research revealed the gradual accession of
preschool teachers of the process of registering writing pedagogical practices in early
childhood education, their professoralidade, stimulating the development of critical thinking,
having narrative and reflection as tools productive actors and reworking of modes thinking,
feeling, and acting to create the space-time early childhood education.
Keywords: Early Childhood Education. Teaching Practice. Narrative inquiry. Written record.
reflection.
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.......................................................................................................
10
2
REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................
12
3
METODOLOGIA....................................................................................................
15
4
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.................................................
17
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................
21
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 23
1 INTRODUÇÃO
O cuidar espiritualmente caracteriza-se por compreender, relacionar-se, comunicar-se,
interagir e estar com o outro. O termo espiritualidade deriva do latim spiritus que significa
“[...] a parte essencial da pessoa que controla a mente e o corpo”, tudo aquilo que traz
significado e propósito para à vida das pessoas (MASSONETTO, 2007).
Espiritualidade refere-se a uma questão de natureza pessoal: resposta a
aspectos fundamentais da vida, relacionamento com o sagrado ou com o
transcendente e pode (ou não) levar ao desenvolvimento de rituais religiosos
e à formação de comunidades (BOFF, 2006, p. 60).
A espiritualidade é um aspecto importante para quem se encontra em excelente estado
de bem-estar biopsicossocial e, também, para quem vivencia uma doença grave na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) ou está próximo da morte. O desenvolvimento ativo da
espiritualidade auxilia no enfrentamento e na aceitação da dor e do sofrimento, ao imprimir
significado a cada um eles.
Espiritualidade tem um conceito mais amplo que a religião. Uma pessoa não precisa
pertencer a uma religião organizada para alcançar a espiritualidade (SILVEIRA et al., 2005, p.
125-130), pois refere-se às questões de significado de sua própria vida e da razão de viver,
independente de crenças e práticas religiosas (SIMSEN; CROSSETTI, 2004, p. 231-242).
Os profissionais da área da saúde, com embasamento científico e individualizado,
deveriam preocupar-se também com a inserção real da assistência espiritual na rotina de
cuidados, permitindo que as discussões acadêmicas incrementem a clínica, objetivando o bem
- estar daqueles que nesse momento necessitam de cuidados e a espiritualidade é integrante e
importante na recuperação do paciente.
È importante apontarmos nessa etapa que em alguns casos, pessoas necessitam e
buscam apoio espiritual, principalmente em momentos de dúvida, incerteza e insegurança.
Esse apego ao espiritual está ligado a ter alguém importante para a família internado em uma
UTI, e isso, vem, muitas vezes, relacionado à necessidade de não perder a esperança, as
propostas de transformação, as promessas, a fé e à espera de um milagre, tudo isso está ligado
diretamente à espiritualidade dos envolvidos nesse processo.
A espiritualidade é parte relevante da vida de muitas pessoas e não pode ser
negligenciada no contexto terapêutico, devendo ser explorada mais atentamente pelo
profissional de saúde que deve identificar as potencialidades de ajuda da fé, assim como de
prejuízo (ZANCANARO, 2006).
É de fundamental importância inferir que a espiritualidade pode estar presente no
momento de uma situação de hospitalização em uma UTI em razão do medo do desconhecido,
do desfecho e da condição de isolamento. Os mecanismos utilizados no enfrentamento podem
se manifestar por meio de gestos, palavras, emoções e fé.
Reconhecer a fé e a dimensão espiritual no processo de recuperação e enfrentamento
da doença formará um novo paradigma social e cultural na assistência de enfermagem
(GUERRERO, 2011).
A espiritualidade se apresenta como fator determinante diante das situações de
internação e merecem atenção especial e um maior aprofundamento de fatos relevantes como,
nos casos dos pacientes internados nas unidades de terapia intensiva, interação do profissional
paciente no que diz respeito à espiritualidade e resposta do paciente a espiritualidade do
profissional, e diante de tais questionamentos é que elegemos como questão para ser
apresentada como parte integrante dessa pesquisa: Como se vivencia a espiritualidade na
relação profissional-paciente em Unidades de Terapia Intensiva? Com base nesta questão
central, a investigação tem como objetivo geral: Investigar, nas produções científicas
disponíveis na literatura nacional brasileira, como se vivencia a espiritualidade na relação
profissional-paciente em Unidades de Terapia Intensiva e como se qual a resposta para essa
espiritualidade. Para tanto, escolhemos como objetivos específicos: 1) Identificar as
evidências científicas disponíveis na literatura sobre a espiritualidade; 2) Refletir sobre a
importância da espiritualidade na assistência aos pacientes criticamente enfermos admitidos
em Unidade de Terapia Intensiva; 3) Discutir a relevância da interação entre o binômio
profissional-paciente com vistas ao restabelecimento do paciente em estado grave através da
espiritualidade.
Entendemos que a espiritualidade é um elemento potencializador de reflexões, de
soluções internas e de conhecimento de si, e na busca por respostas seria importante que o
profissional de saúde identificasse o tipo de necessidade dos pacientes de UTI para então
iniciar o planejamento de sua assistência, e com isso repensar a assistência de uma forma
ampliada, buscando incluir a espiritualidade, como elemento inerente ao tratamento. Dar
assistência espiritual pode ser algo complexo, portanto, No entanto é sempre importante
buscar através da espiritualidade do profissional realizar uma assistência humanizada
individualizada ou coletiva em busca de ajudar e fornecer apoio espiritual ao paciente em
estado
crítico
internado
em
uma
unidade
de
terapia
intensiva
-
UTI.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Segundo dicionários, espiritualidade significa qualidade do que ou de quem é
espiritual. Podemos então dizer que quando realizamos, tratamos, agimos ou pensamos com
base em conceitos harmônicos de respeito ao ser humano, seus direitos e limites e nossos
direitos e limites podemos fazer da máxima que diz: "trate os outros da mesma maneira que
você gostaria de ser tratado", assim, estaríamos vivendo a espiritualidade.
Nesse momento, é fundamental o aprofundamento sobre a temática em questão,
procuramos evidências cientificas que justifiquem a necessidade apoiar o paciente
criticamente enfermo no seu processo de busca interior pela espiritualização. Dessa forma,
procuramos embasamentos na literatura científica sobre a categoria espiritualidade em bases
de dados indexados.
O
processo
de
busca
interior
pela
espiritualização
está
baseado
no
autoreconhecimento, na aceitação de si, na autorealização e na percepção de si, do outro e do
mundo. A espiritualidade permite uma abordagem mais humanizada e, ao mesmo tempo,
compreensiva da natureza essencial da pessoa humana.
A espiritualidade estando presente no cuidado do paciente em estado grave internado
não invade sua religiosidade, mas ajuda-o a minimizar o sofrimento, a si sentir mais seguro e
aceitar o tratamento e estes momentos difíceis, contribuindo para que tanto ele quanto seus
familiares tenham melhor qualidade de vida.
Massonetto (2007) ressalta que “[...] os profissionais de saúde devem viver a
espiritualidade em sua vida pessoal e no exercício da profissão, a fim de realmente
contribuírem para melhorar a saúde das pessoas”.
Percebemos que a espiritualidade é uma Força Maior, Sumo Bem e Verdade Suprema
e que s Profissionais de Saúde que atuam em unidades de terapia intensiva estão cada vez
mais se qualificando e, também, se dirigindo a uma nova era: a do cuidado terapêutico
espiritualizado, e, para que isso realmente possa acontecer, é necessário que os profissionais
atuem de forma humana e holística em seu processo de trabalho.
[...] O ser humano mergulha na profundidade do Ser e se coloca questões
básicas: O que estamos fazendo neste mundo? Qual é o nosso lugar no
conjunto dos seres? Como agir para garatirmos um futuro que seja
esperançador para todos os seres humanos e para nossa casa comum? O que
podemos esperar para além desta vida? (BOFF, 2006, p. 9).
Silveira et al. (2005) comenta como é fundamental, em um processo de interação, o
compromisso emocional dos profissionais com aqueles que requerem ajuda para serem
cuidados e como é importante o enfermeiro desenvolver a capacidade de enfrentar diferentes
situações em um ambiente como a UTI, o que contribui para que toda a equipe de
enfermagem, os pacientes e familiares trilhem caminhos que possam reduzir o sofrimento.
No cuidado terapêutico interdisciplinar, pacientes e familiares devem ser respeitados
em sua particularidade e individualidade, seus direitos, valores e crenças. O paciente precisa
ser reconhecido como um ser integrante de uma família, por isso algumas considerações e
cuidados devem ser centrados nela, propiciando, assim, um clima acolhedor, humanizado,
espiritualizado e com um elo de proximidade.
Lucena e Crossetti (2004) afirmam que “[...] cuidar na UTI desvela-se por envolver a
expressividade do ser humano, por meio da presença, da preocupação, da solidariedade e da
afetividade de quem cuida para quem é cuidado”.
Segundo Silveira et al. (2005), essa integração necessita o envolvimento da equipe de
enfermagem, da família e do paciente, considerando aspectos físicos, emocionais, éticos,
sociais e espirituais do cuidar.
A espiritualidade se faz presente no mundo do cuidado terapêutico na UTI. O homem
pela sua essência é considerado um transcendente, sua dimensão espiritual interage como
força impulsionadora e motivadora. A espiritualidade é reconhecida no ser humano como
essência do ser (SINSEM; CROSSETT, 2004).
“[...] Espiritualidade tem a ver com nós mesmos quando mergulhamos em nosso
interior e experimentamos a realidade como um todo. O espírito é aquele momento de nossa
consciência que nos abre a percepção de que somos parte de um todo e que pertencemos a
esse todo” (BOFF, 2006, p. 60).
O cuidar espiritualmente caracteriza-se por compreender, relacionar-se, comunicar-se,
interagir e estar com o outro. Waldow (2007) afirma que “[...] humanizar responde pela
convivialidade, pela solidariedade, pelo amor e pelo respeito. Logo humanizar corresponde a
cuidado”.
Segundo Sinsem e Crossetti (2004), a espiritualidade, a fé, a espera de um milagre e a
crença numa força maior se faz presente no mundo da UTI. O reconhecimento da
espiritualidade como parte do paciente é revelada como essência do ser.
Para Cintra et al. (2003), pacientes com atitudes psicológicas que revelam otimismo,
vontade de vencer, podem responder mais positivamente que os outros à terapia. Portanto, os
profissionais da área de enfermagem precisam aprender novas formas de desenvolver seu
conhecimento interior, a intuição, a prudência, o bom senso, a sensatez e a disciplina, que são
atitudes que os fazem crescer como seres humanos e, assim, podem contribuir com o bemestar dos outros, em especial daqueles que requerem seus cuidados.
Para Macieira (2011), “[...] Morrer é como fazer a curva de um rio, é possível que não
se veja o que está além da curva, mas com certeza o rio continua, como também se pode não
enxergar a fonte, mas ela esta lá e jorra incessantemente”.
Benko e Silva (1996) mostram que a espiritualidade no homem não se relaciona
apenas a momentos específicos de sua vida, por exemplo, o momento de morrer, mas interfere
e envolve um posicionamento e uma reflexão pessoal sobre o próprio significado da vida.
É notável que a questão da fé e a crença em uma força maior tem grande relevância e
pode levar benefícios aos pacientes que, de alguma forma, estão necessitado de cuidados. As
curas espontâneas acontecem com os indivíduos que mantêm a esperança, os quais acreditam
no mistério da vida e no poder de uma força maior (MACIEIRA, 2001).
O processo da espiritualidade na equipe multiprofissional deve servir como apoio em
direção para o preparo da equipe diante do sofrimento e morte do paciente e, ao mesmo
tempo, servir de suporte para os envolvidos que estão sofrendo por uma perda ou doença.
Para Benko e Silva (2009), a espiritualidade é uma força unificadora vinda do interior
do ser humano que não tem como propósito aumentar a vida de uma pessoa, mas facilitar seu
desenvolvimento, dar orientação para que ela possa enfrentar os problemas do dia a dia e um
significado para sua existência independente de sua profissão religiosa.
A espiritualidade age no processo de recuperação dos pacientes quando esta é vivida
pela própria equipe de saúde e é parte integrante do indivíduo, é ela que lhe possibilita
encontrar significado e propósito para a vida, encorajando-o, motivando-o e dando-lhe motivo
e esperança para viver.
Silveira et al. (2005) comentam que, num envolvimento com o outro, precisamos
entender a necessidade do reconhecimento e da aceitação de nós mesmos como pessoas
distintas e termos a capacidade de perceber os outros como únicos, o que requer
conhecimento, introspecção, autodisciplina, franqueza e liberdade para nos revelarmos como
seres humanos dotados de emoções e sentimentos.
Vejamos a importância de buscarmos qualificação de temas que são relevantes para
auxiliar na saúde de pacientes em estado crítico e acima de tudo lembrar que os profissionais
de saúde que desenvolvem a espiritualidade não falam apenas em tratamento, diagnóstico,
cura ou reabilitação, mas em benevolência, ajuntamento, diminuição do sofrimento e
principalmente no amor que elemento principal do processo. Entretanto, é preciso
compreender que, antes de o paciente em fase final de vida se ajustar às suas necessidades
espirituais, ele precisa ter seus desconfortos físicos bem aliviados e controlados.
3 METODOLOGIA
3.1 Caracterização do tipo de pesquisa
Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, do tipo revisão de
literatura obtida através de bases de dados da Bireme. Minayo (1994, p. 21-22) afirma que:
A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas
ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja,
ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo de relações, dos processos e
dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
A pesquisa descritiva “[...] têm como objetivo primordial a descrição das
características de determinadas população ou fenômenos ou o estabelecimento de relações
entre variáveis‖” (GIL, 2007, p. 42). Procuramos reconhecer o fenômeno, espiritualidade, na
interação profissionais de saúde e paciente.
3.2 Campo empírico da pesquisa
Realizamos a seleção dos artigos nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2014,
usamos o acesso on-line às três bases de dados: Literatura Latino-Americana em Ciências de
Saúde (LILACS), National Library of Medicine and National Institutes of Health
(MEDLINE) via PubMed e Scientific Eletronic Library (SCIELO).
Realizou-se o cruzamento dos seguintes descritores controlados, presentes nos
Descritores em Ciências da Saúde/Medical Subject Headings (DeCS/Mesh): “Unidades de
Terapia Intensiva”, “Espiritualidade” e “Relações Profissional-Paciente”.
3.3 Instrumento de produção de dados
Para coleta dos dados dos artigos selecionados, utilizou-se o Questionário como
instrumento de pesquisa para coletar as informações dos textos científicos. Para Gil (1999, p.
132), no questionário é verificado “[...] conteúdo sobre fatos, atitudes, comportamentos,
sentimentos, padrões de ação, comportamento presente ou passado, entre outros”.
3.4 Produção de dados da pesquisa
Selecionamos cinco artigos científicos, uma dissertação e uma tese que atendessem à
questão de pesquisa, tendo como critérios de inclusão: textos brasileiros, redigidos em
português e na íntegra, que demonstrassem a temática em questão; publicados e indexados nas
bases de dados entre os anos de 2005 a 2013 de acesso online e gratuito.
Optamos como critérios de exclusão: relatos de casos informais, capítulos de livros,
dissertações, teses, reportagens, notícias, editoriais, textos não científicos, e artigos científicos
sem disponibilidade na íntegra on-line e os que constavam em mais de uma base de dados.
3.5 Análise de dados da pesquisa
Para a análise dos dados utilizamos o método de análise de conteúdo observando as
recomendações de Bardin (1979, p. 31):
A análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das
comunicações visando obter, através de procedimentos sistemáticos e
objetivos de descrição de conteúdos de mensagens, indicadores
(quantitativos ou não) que permitam interferir conhecimentos relativos às
condições de produção/percepção (variáveis inferidas) dessas mensagens.
Desta forma, a análise de conteúdo se processou com reflexões sobre as narrativas dos
profissionais de saúde, obedecendo à totalidade das mesmas, sobre as vivências e
particularidades desenvolvidas em sua prática em relação à espiritualidade.
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Este quarta seção corresponde à apresentação e discussão dos dados encontrados na
revisão de literatura com o aporte teórico e as nossas inferências. Essa etapa tem por objetivo
envolver as nossas interpretações, incentivar um processo de pensamento e julgamento,
levantando discussões que irão determinar outras propostas e compartilhamento de
experiências.
Quadro 1 – Artigos indexados na Biblioteca Virtual em Saúde sobre a Categoria
Espiritualidade
AUTOR/
ANO
DEZORZI,
Luciana
Winterkorn
(2006)
PERES, Mario F.
P.
(2007)
ZENEVICZ,
Leoni Terezinha
(2009)
MASSONETTO,
Júlio César
(2010)
REVISTA
INDEXADA/
LOCAL
Dissertação
Mestrado –
Escola de
Enfermagem
UFRGS
Porto Alegre, RS
Rev. Psiq. Clín.
São Paulo, SP
Tese – PUC
Rio Grande do
Sul
Porto Alegre, RS
Revista
Bioethikos
São Paulo, SP
TÍTULO DO
ARTIGO
Diálogos sobre
espiritualidade no
processo de cuidar de
si e do outro para a
enfermagem em
terapia intensiva
A importância da
integração da
espiritualidade e da
religiosidade no
manejo da dor e dos
cuidados paliativos
A dimensão
espiritual no
processo de viver
envelhecendo
Bioética e
espiritualidade
CONSIDERAÇÕES/
TEMÁTICA
A espiritualidade ainda
permanecia distante das
discussões, sendo relegada a
experiências individuais que não
transpareciam nos discursos e nos
registros dos profissionais.
Estudos mostram que as medidas
de religiosidade e espiritualidade
se comportam como fatores
preditivos de bem-estar e suporte
social em outras doenças crônicas,
potencialmente isso deve ocorrer
também no âmbito do controle da
dor Espiritualidade pode ser
definida como aquilo que traz
significado e propósito à vida das
pessoas.
A espiritualidade fortalece o ser
humano para que supere os
desafios diante dos percalços da
vida, remetendo aos
questionamentos sobre o
significado da vida, da razão para
estar neste mundo e não se limita
a questões religiosas.
A autonomia do paciente é
limitada e deve ser confrontada
com evidências científicas e até
mesmo com nossa espiritualidade
e nossos códigos de éticas
profissionais.
BERTACHINI,
Luciana;PESSINI
, Leo (2010)
Revista
Bioethikos
São Paulo, SP
A importância da
dimensão espiritual
na prática dos
cuidados paliativos
AUTOR/
ANO
REVISTA
INDEXADA/
LOCAL
TÍTULO DO
ARTIGO
BARROS, Érica
Barbosa;
REPPETTO,
Maria Ângela
(2011)
SCHLEDER,
Letícia Preti et al.
(2013)
Arq. Med. Hosp.
Fac. Cienc. Med.
Santa Casa
São Paulo, SP
Acta Paul
Enferm.
São Paulo, SP
Opinião da equipe de
enfermagem frente à
necessidade
espiritual de
pacientes internados
em um hospital
universitário
Espiritualidade dos
familiares de
pacientes internados
em unidade de
terapia intensiva
Espiritualidade esteja relacionada
com aquelas qualidades do
espírito humano – tais como amor
e compaixão, paciência e
tolerância, capacidade de perdoar,
contentamento, noção de
responsabilidade, noção de
harmonia – que trazem felicidade
tanto para a própria pessoa quanto
para os outros.
CONSIDERAÇÕES/
TEMÁTICA
Espiritualidade urge em nossos
dias, como complemento de
grande importância nos
desdobramentos de cuidados que
devem ser holísticos.
A espiritualidade pode ser um
aspecto importante para quem
vivencia uma doença grave na
Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) ou está próximo da morte,
visto que auxilia no
enfrentamento e na aceitação da
dor e do sofrimento, ao imprimir
algum significado a eles.
Religião e espiritualidade podem
estar presentes no momento de
uma situação de hospitalização
em uma UTI em razão do medo
do desconhecido e do desfecho.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador elaborado com base nos dados e resultados da pesquisa,
2014.
O Quadro I é composto por cinco artigos, uma dissertação e uma tese. Os artigos
foram publicados em quatro revistas distintas da cidade de são Paulo. Observamos que tanto a
tese de doutorado como a dissertação, são da cidade de Porto Alegre no estado do Rio Grande
do Sul. As produções científicas foram publicadas nos anos compreendidos entre 2006 a
2013, sendo dois estudos indexados no ano de 2010.
Segundo Dezorzi (2006), a espiritualidade ainda é pouco discutida, mas, já aparece
nos registros de profissionais que desenvolvem essa prática de espiritualidade na vida pessoal
e profissional.
A espiritualidade, no meio acadêmico, é reconhecida como um aspecto que contribui
para o bem-estar e a qualidade de vida de pessoas internadas ou ainda criticamente enfermas.
A sintonia entre a espiritualidade do profissional com a do paciente fortalece os vínculos e a
confiança depositada nas mãos dos cuidadores intensivos.
Peres (2007) revela que existem relevantes estudos sobre a relação da espiritualidade
com o controle da dor. Entende que espiritualidade amplia o significado da vida e do
propósito humano.
A espiritualidade se mostra e se torna cada vez mais necessária na prática assistencial
de pacientes críticos sobre cuidados intensivos em UTI. O profissional espiritualizado
estimula a essência do ser hospitalizado a entrar novamente em equilíbrio.
Zenevicz (2009) mostra a importância da espiritualidade no fortalecimento emocional
do ser humano para superação de desafios diante das adversidades da vida e que não se
restringe apenas as questões religiosas.
O ser humano, ao se colocar na perspectiva de espiritualidade, ressignifica os
momentos de dor e sofrimento, avançando em um processo de autoconhecimento e
individuação. A espiritualidade, parte da essência, é comum à pessoa humana, ou seja, está
disponível a quem desejar, não se limita exclusivamente a uma religião específica.
Massonetto (2010) evidencia que a autonomia do paciente se encontra limitada
durante a internação e deve ser submetido a uma avaliação ampla, embasada em
conhecimentos científicos, na ética profissional e na dimensão espiritual.
A espiritualidade desempenha um papel protetor contra os transtornos emocionais, a
desesperança, a sensação de solidão e de abandono. Ela tem um efeito consolador que amplia
a forma de ver a si mesmo, o outro e ao mundo.
Bertachini (2010) afirma que a espiritualidade está ligada com as virtudes do ser
humano, tais como: amor e perdão, trazendo sentimentos de felicidade e prazer para o
cuidador e para quem está sendo cuidado.
Quem vivencia a espiritualidade supera os ressentimentos, as mágoas, as culpas, os
medos e as preocupações desnecessárias. Ao se conectar com o mundo interior, o ser
espiritualizado retoma as questões relacionadas com as razões para viver e conviver.
Barros (2011) assevera que é de fundamental importância nos dias atuais se trabalhar
com a espiritualidade, pois amplia as ações com o paciente sob cuidados intensivos para uma
forma holística.
O profissional espiritualizado se mostra atento as necessidades do paciente
criticamente enfermo o que impulsiona e mobiliza a fé no tratamento e a esperança de
melhorar da situação em que se encontra.
Schleder (2013) esclarece que a espiritualidade é um aspecto importante para o
paciente em estado crítico ou próximo da morte, visto que ameniza situações de dor e
sofrimento diante de situações conflitantes ao produzir significado a experiência da
hospitalização.
A espiritualidade, como estratégia de enfrentamento, possibilita momentos de reflexão
e de superação do que incomoda e causa o aumento da dor e do sofrimento. A vontade de
recuperar as energias para viver é restituída no momento que aceitamos a nossa condição
humana e abraçamos a espiritualidade como uma ferramenta capaz de minimizar o tempo de
hospitalização.
O
processo
de
busca
interior
pela
espiritualização
está
baseado
no
autorreconhecimento, na aceitação de si, na autorrealização e na percepção de si, do outro e
do mundo. A espiritualidade permite uma abordagem mais humanizada e, ao mesmo tempo,
compreensiva da natureza essencial da pessoa humana. A espiritualidade precisa do exercício
diário relacionada com a nossa experiência individual.
É indispensável que, os profissionais de saúde que se predispõem a trabalhar em
Unidades de Terapia Intensiva, percebam a importância da espiritualidade na vida do
profissional de saúde, bem como, na vida do paciente sob seus cuidados, resgatando a
dignidade humana da pessoa emocionalmente abalada pelo processo de hospitalização.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o presente estudo, podemos observar que a espiritualidade ainda é
pouco discutida, mas, já aparece nos registros de profissionais e também no meio acadêmico e
os profissionais que desenvolvem essa prática tem contribuído para o bem-estar e a qualidade
de vida de pessoas internadas ou ainda criticamente enfermas. Percebemos que a sintonia
entre a espiritualidade do profissional com a do paciente fortalece os vínculos e a confiança
depositada nas mãos dos cuidadores intensivos.
Existem relevantes estudos sobre a relação da espiritualidade com o controle da dor e
que a mesma amplia o significado da vida e do propósito humano se tornando cada vez mais
necessária na prática assistencial de pacientes críticos sobre cuidados intensivos em UTI.
Podemos identificar-se através dos levantamentos das literaturas que o paciente
criticamente enfermo se encontra limitado durante a internação e que o mesmo deve ser
submetido a uma avaliação ampla, embasada em conhecimentos científicos e na ética
profissional e que a espiritualidade desempenha um papel protetor contra os transtornos
emocionais, a desesperança, a sensação de solidão e de abandono.
A espiritualidade está ligada com as virtudes do ser humano, tais como: amor e
perdão, trazendo sentimentos de felicidade e prazer para o cuidador e, para quem está sendo
cuidado. Os que vivenciam a espiritualidade superam os ressentimentos, as mágoas, as culpas,
os medos e as preocupações desnecessárias durante o processo de internação.
Visualizamos que a espiritualidade interfere no processo de recuperação dos pacientes
quando esta é vivida pelos profissionais de saúde e que a espiritualidade é parte integrante do
indivíduo, é ela que lhe possibilita encontrar significado e propósito para a vida, motivando-o
e dando-lhe razão para viver.
No desempenho de suas funções, o profissional espiritualizado se mostra atento as
necessidades do paciente criticamente enfermo o que impulsiona e mobiliza a fé no
tratamento e a esperança de melhorar da situação em que se encontra, pois é vista como
estratégia de enfrentamento, levando o paciente a ter vontade de recuperar as energias para
viver a tê-la restituída no momento em que é aceita como uma ferramenta capaz de minimizar
o tempo de hospitalização.
A espiritualidade precisa do exercício diário relacionada com a nossa experiência
individual. É indispensável que, os profissionais de saúde que se predispõem a trabalhar em
Unidades de Terapia Intensiva, percebam a importância da espiritualidade em suas vidas, bem
como, na vida do paciente sob seus cuidados, resgatando a dignidade humana da pessoa
emocionalmente abalada pelo processo de hospitalização.
Todos os profissionais de saúde devem viver a espiritualidade em sua vida pessoal e
no exercício da profissão, a fim de realmente contribuir para melhorar a saúde das pessoas e
que tenhamos a sabedoria de usar estes referenciais no dia a dia com nossos pacientes. É
muito importante para a melhora na qualidade de vida de pacientes integrar aspectos da
espiritualidade e da fé em seu atendimento em diversos aspectos.
Outros avanços devem decorrer do aprofundamento dessas investigações clínicocientíficas e da aplicação da espiritualidade na prática assistencial à saúde, em especial no
manejo daqueles que se encontram na unidade de terapia intensiva pois se torna de
fundamental importância nos dias atuais se trabalhar com a espiritualidade, pois amplia as
ações com o paciente sob cuidados intensivos para uma forma holística.
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