DETERMINAÇÃO DO PERFIL DE RESISTÊNCIA AOS

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I CONGRESSO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA AGROPECUÁRIA,
AGRÍCOLA E AMBIENTAL (CBMAAA)
09 a 12 de maio de 2016 - Centro de Convenções da UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, SP
DETERMINAÇÃO DO PERFIL DE RESISTÊNCIA AOS
ANTIMICROBIANOS DE CEPAS DE Staphylococcus aureus
ISOLADAS
DE
UMA
CLÍNICA
ODONTOLÓGICA
LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE BARRETOS-SP
DETERMINATION
PROFILE
OF
RESISTANCE
STRAINS
OF
ANTIMICROBIAL Staphylococcus aureus ISOLATED FROM A CLINICAL
DENTAL LOCATED IN THE BARRETOS-SP CITY
Costa, V. P. B. (1)
Amoroso, P. (2)
Ferreira, L. M.(3)
Trevizan, M. F. F. (4)
Resumo
Staphylococcus aureus é um dos principais causadores de infecções nosocomiais, e a
transmissão ocorre por contato direto, por isso é fundamental seu isolamento, descrição e
demonstração da resistência em relação aos antibióticos, sendo também essencial para a parte
clínica. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de resistência de Staphylococcus aureus, a
partir do isolamento de amostras de uma Clínica Odontológica de Barretos. Foram coletadas
14 amostras (equipo, bancada e aerossol) do ambiente da clínica odontológica e isoladas 22
cepas de S. aureus. A identificação das amostras foi realizada pela coloração de Gram, provas
da coagulase, de coagulação em lâmina e em tubo, da catalase, da fermentação do manitol,e
da desoxiribonuclease (DNase) e foi realizado o teste de sensibilidade a antimicrobianos pelo
método Kirby-Bauer. Foram obtidos dois perfis de resistência aos antimicrobianos testados,
dos quais o perfil 1 representou 90,0% (n=9) das amostras, sendo resistente à oxacilina (Oxa),
enquanto que o perfil 2 representou apenas 10,0% (n=1) das cepas resistentes. Este trabalho é
de crucial importância, pois, a colonização do ambiente clínico por S. aureus pode ser um
risco potencial de transmissão desse micro-organismo para os pacientes, com isso, há
necessidade de medidas de prevenção para inibir a transmissão e disseminação desses microorganismos como higienização das mãos, racionalização no uso de antimicrobianos e
orientação para a equipe de saúde.
Palavras-chave: Antibiograma. Bactéria. Micro-organismo. Oxacilina.
Abstract
Staphylococcus aureus is a major cause of nosocomial infections, and transmission occurs by
direct contact, so it is critical isolation, description and demonstration of resistance in
relation to antibiotics and is also essential for clinical part. The aim of this study was to
evaluate Staphylococcus aureus resistance profile, from the isolation of samples from a
Dental Clinic of Barretos. There were collected 14 samples (Equipo, bench and aerosol) of
dental clinic environment and were isolated 22 strains of S. aureus. The identification of
1
Graduando em Ciências Biológicas pela UNIFEB. Endereço eletrônico: [email protected]
Doutora em Microbiologia pela UNESP -FCAVJ. Docente da UNIFEB. Endereço eletrônico: [email protected]
3
Doutor em Microbiologia pela UNESP -FCAVJ. Docente da UNIFEB. Endereço eletrônico: [email protected]
4
Graduando em Ciências Biológicas pela UNIFEB. Endereço eletrônico: [email protected]
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samples was performed by Gram staining, evidence of coagulase, clotting in blade and tube,
catalase, the mannitol fermentation, and deoxyribonuclease (DNase) and was conducted
susceptibility testing to antibiotics by Kirby- Bauer method. Two of antimicrobial resistance
patterns obtained were tested, of which the profile 1 represented 90.0% (9) of the samples
being resistant oxacillin (Oxa), whereas the profile 2 represented only 10.0% (1) strains
resistant. This work is of crucial importance, since the colonization of the environment
clinical by S. aureus may be a potential risk of transmission of this microorganism for
patients, thus, it is need preventive measures to inhibit the transmission and dissemination of
these micro-organisms such as hand hygiene, rational use of antimicrobials and guidelines
health team.
Keywords: Antibiogram. Bacteria. Micro-organism. Oxacillin.
1 Introdução
As
pessoas
podem
apresentar
micro-organismos
oportunistas
emergentes,
especialmente pacientes hospitalizados, imunocomprometidos, prematuros e com dispositivos
implantados (CANDIDO e BERNARDI, 2016). Segundo Bezerra Neto e Maciel (2009), para
determinar a resistência de Staphylococcus aureus em relação aos antibióticos são feitos
antibiogramas para observar identificar e caracterizar cepas. A resistência é um reflexo dos
hábitos de uso dos antimicrobianos em cada comunidade e desta forma é relevante conhecer o
padrão de resistência de cada um dos grupos de pacientes atendidos (TODA, 2003). Na
clínica, pode ocorrer infecção cruzada sendo a transmissão do agente infeccioso entre paciente
e equipe, podendo ser resultado do contato pessoa-pessoa ou também do contato com objeto
contaminado (GUIMARÃES Jr., 2001).
2 Material e Métodos
Foram realizadas coletas de amostras ambientais (bancada de trabalho, equipo, equipo
+ aerossol) da clínica odontológica, sendo que, três placas de Brain Heart Infusion e três de
Baird Parker para cada coleta. Foram expostas em pontos estratégicos da clínica por dez
minutos, (foram isoladas 22 cepas de S. aureus). Em seguida foram transferidas para a estufa
em temperatura de 36,2°C por 48 horas. Após este período, foi feito o repique das supostas
colônias do gênero Staphylococcus aureus. Colônias suspeitas de pertencerem ao gênero
Staphylococcus, com pigmentação branca ou amarela e brilhantes, formadas sobre o meio de
culturas foram coradas pelo método de Gram, para observação de suas características
morfotintoriais. As colônias, com características morfotintoriais positivas para o gênero
Staphylococcus foram submetidas a testes de identificação bioquímica por meio das provas de
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coagulação, catalase, fermentação do manitol, DNase e, foi realizado também o teste de
sensibilidade a antimicrobianos, para os isolados S. aureus, pelo método Kirby-Bauer.
3 Resultados e Discussão
No presente trabalho foram isoladas 22 cepas positivas para Staphylococcus aureus no
equipo do dentista, no aerossol produzido pela alta rotação e na bancada de trabalho, e 120
isolados negativos (Staphylococcus ssp). Noro et al. (1998), afirmaram que a contaminação se
agrava nos consultórios pelo uso de equipamentos que produzem aerossóis, através dos quais
os micro-organismos podem ser lançados e espalhados até, aproximadamente, um metro do
campo operatório. Assim, equipamentos odontológicos e acessórios dentro e ao redor da zona
operatória podem tornar-se contaminados. O aerossol salivar é considerado um importante
veículo
na
transmissão
de
doenças
infecciosas
em
consultórios
odontológicos
(SIGNORETTO, CANEPARI E URBANI, 1994). Neste sentido, torna-se importante verificar
a resistência desses micro-organismos, encontrados no ambiente clínico odontológico, frente a
diferentes antibióticos (GILBERT, MOELLERING e SANDE, 2003). De acordo com a tabela
1, das 22 cepas de Staphylococcus aureus isoladas do ambiente e de equipamento
odontológico, 10 amostras (45,5%) foram resistentes a pelo menos um princípio ativo testado,
sendo uma amostra (4,6%) isolada do equipo e nove amostras (40,9%) de aerossol. No
entanto, na bancada foram isoladas apenas cepas sensíveis (quatro amostras, ou seja, 18,2%).
Conforme pode ser observado na Tabela 2, foram obtidos dois perfis de resistência aos
antimicrobianos testados, dos quais o perfil 1 reapresentou 90,0% das amostras (9), sendo
resistente à Oxacilina (Oxa), enquanto que o perfil 2 apresentou apenas uma cepa (10,0%)
resistente. No entanto, o perfil 2 representa resistência a todos os princípios ativos testados,
essa amostra foi isolada do aerossol e é considerada multirresistente, resistente inclusive à
Vancomicina (Van), um dos antibióticos de melhor resultado no tratamento de S.aureus
resistentes a meticilina (MRSA) (LUNA et al., 2010). York e colaboradores (1996),
encontraram aproximadamente, 75,0% dos isolados de Staphylococcus spp resistentes à
oxacilina na urina, sangue, fluido cerebrospinal e osso, outros tecidos, fluidos e feridas.
Resultado muito alto quando comparado com o presente trabalho, com 45,45% de S.aureus
resistentes à oxacilina. Segundo Aires et al. (2003) e Miragaia et al. (2003) a escolha da
oxacilina, como tratamento primário, em pacientes hospitalizados, é recomendada nos casos
de infecções causadas por Staphylococcus spp, como endocardite infecciosa, sepse e para
pacientes com próteses.
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TABELA 1. Resultado do antibiograma das cepas de Staphylococcus aureus isoladas de uma clínica
odontológica de acordo com os locais de isolamento, Barretos-SP, 2016.
Locais de isolamento
TOTAL
Resultado do
Bancada
Equipo
Aerossol
antibiograma N°
%
N°
%
N°
%
N°
%
Sensível
4
18,2
5
22,7
3
13,6
12
54,5
Resistente
1
4,6
9
40,9
10
45,5
Total
4
18,2
6
27,3
12
54,5
22
100
Muitos estudos de vigilância têm mostrado aumento da prevalência de S. aureus
resistentes à oxacilina (SARO) (CHANG et al., 2003). O SARO é reconhecido como um dos
principais causadores de surtos nosocomiais, embora com grande variação em diversos
hospitais do país, em proporção de 26,6 a 71,0% (MIRAGAIA et al., 2003; CHANG et al.,
2003). A letalidade atribuída às infecções causadas por SARO é na ordem de 4,5 a 50%
(CHANG et al., 2003).
TABELA 2. Perfis de resistência aos antimicrobianos apresentados pelas cepas de Staphylococcus
aureus isoladas de uma clínica odontológica de acordo com os locais de isolamento, Barretos-SP,
2016.
Locais de isolamento
TOTAL
Equipo
Aerossol
Perfil Fenótipo de resistência aos antimicrobrianos*
N°
% N°
% N°
%
1
Oxa
1 10,0 8 80,0 9
90,0
2
Cpm/Cip/Cli/Clo/Eri/Gen/Oxa/Pen/Rif/Sut/Tet/Van
1 10,0 1
10,0
Total
1 10,0 9 90,0 10 100,0
* Cefepime (Cpm), Ciprofloxacina (Cip), Clindamicina (Cli), Cloranfenicol (Clo), Eritromicina
(Eri), Gentamicina (Gen), Oxacilina (Oxa), Penicilina (Pen), Rifampicina (Rif), Sulfazotrim (Sut),
Tetraciclina (Tet), Vancomicina (Van).
Com os resultados deste trabalho verifica-se a necessidade de adotar medidas para
impedir a contaminação do ambiente odontológico para se evitar uma possível infecção
cruzada. Teixeira e Santos (1999) mostram que para que a disseminação de agentes
infecciosos seja reduzida, é dever do cirurgião dentista cobrir as superfícies que podem ser
contaminadas, principalmente aquelas de difícil desinfecção e, desinfetar superfícies
descobertas que serão contaminadas. Superfícies devem ser cobertas com papel impermeável,
folha de alumínio ou plástico. Superfícies a serem desinfetadas devem passar por processo
de limpeza (água e sabão líquido, neutro, biodegradável e com ação antimicrobiana ou com
desincrostante) e desinfecção (hipoclorito de sódio a 1% ou álcool etílico a 70%) a
cada paciente.
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4 Conclusão
A colonização do ambiente clínico por S. aureus pode ser um risco potencial de
transmissão desse micro-organismo para os pacientes. Há necessidade de medidas de
prevenção para inibir a transmissão e disseminação desses micro-organismos como
higienização das mãos, racionalização no uso de antimicrobianos e orientações para a equipe
de saúde. Em relação à virulência e resistência bacteriana, os índices de mortalidade são mais
altos em pacientes que desenvolvem bacteremia por S. aureus multirresistentes, portanto, é
um patógeno de interesse para a saúde pública. A adoção de protocolos clínicos para o uso de
antimicrobianos, tanto na atenção individual quanto na saúde pública, da política restritiva
associada às boas práticas de seleção, prescrição e dispensação de antimicrobianos, são
importantes medidas no controle de infecções por S. aureus multirresistentes. É necessária a
incorporação de práticas educativas aos acadêmicos da área da saúde, para que o paciente
possa receber cuidados de saúde de qualidade.
5 Agradecimentos/ Apoio financeiro
Agradecimento à bolsa de Iniciação Científica concedida pelo PIBIC - UNIFEB.
6 Referências
AIRES DE SOUSA, M.; CRISOSTOMO, M.I.; SANTOS SANCHES, I.; WU, J.S.;
FUZHONG, J.; TOMAS Z, A. Frequent Recovery of a Single Clonal Type of Multidrug
Resistant Staphylococcus aureus from Patients in Two Hospitals in Taiwan and China.
Journal of Clinical Microbiology, v.41, p.159-163, 2003.
BEZERRA NETO, A. M. B.; MACIEL, M. A. V. Detecção presuntiva do GENE “erm”
através de teste D em amostras de Staphylococcus spp. Do hospital das clínicas de
Pernambuco.
Disponivel
em:
<http://www.contabeis.ufpe.br/propesq/images/conic/2009/anais%20%28E%29/conic/pibic/2
0/092121096SCPO.pdf>. Acesso em: fev. 2015.
CANDIDO, T. S. BERNARDI, A. C. A. Avaliação da Resistência a Antimicrobianos de
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2003.
GILBERT, D. N.; MOELLERING Jr., R. C.; SANDE, M. A. The Sanford: Guia para
terapia antimicrobiana. 33a ed. Rio de Janeiro: EPUC, 2003. 150p.
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09 a 12 de maio de 2016 - Centro de Convenções da UNESP,
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tAction=lnk&exprSearch=313056&indexSearch=ID#top>. Acesso em: fev. 2015.
LUNA, C.M. et al. Tratamento de Staphylococcus aureus resistente à meticilina na América
Latina. Braz. J. Infect. Dis., vol. 14, 2010.
MIRAGAIA, M.; COUTO, I.; PEREIRA, S. F. F.; KRISTINSSON, K. G.; WESTH, H.;
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NORO A., SUYAMA, Y.; TAKAHASHI, E.; CHATTIN, B.R.; HIRAI Y.; TAKAHASHI, K.
The effectiveness of the “clean-area-system”for infection control in the dental clinic. Bull
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SIGNORETTO, C.; CANEPARI, P.; URBANI, G. Línquinament microbiológico
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TEIXEIRA, M.; SANTOS, M. V. Responsabilidade no controle de infecção. Rev. Assoc.
Paulista Cirurgiões-Dentistas. v. 53, n. 3, p. 177-189, 1999.
TODA E.N. Estudo da susceptibilidade do Staphylococcus aureus isolado no Laboratório
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[dissertation]. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2003.
106p.
YORK, M. K.; GIBBS, L.; CHEHAB, F.; BROOKS, G.F. Comparison of PCR detection of
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! "
#$
%&'( )
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